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História Good Boy - Por que está me contando todas essas coisas?


Escrita por: Hime_Shinomiya

Notas do Autor


Por favor, leiam as notas finais.

~Boa leitura

Capítulo 40 - Por que está me contando todas essas coisas?


Caminhei apressado pelos corredores, logo após quase infartar ao tropeçar nos degraus da entrada do prédio. Ajeitei o caderno de anotações em minhas mãos, certificando-me de que ele ainda estava ali, pois quase o esqueci em casa.

Virei para o corredor próximo a diretoria, que é caminho para minha sala. Torci para que nenhum monitor me encontrasse ali, pois não queria perder a chance de conseguir entrar na primeira aula, já que estava chegando em cima do horário limite.

Mal dei 5 passos e parei no lugar, sentindo todo meu sangue gelar enquanto um arrepio percorria minha espinha. Mais a frente no corredor, estava Changkyun, sentado em um banco junto a um homem de meia idade que falava algo para ele.

Puxei o ar com força, prendendo a respiração enquanto forçava minhas pernas a me levarem de volta para a entrada. Dei dois passos cautelosos, encarando o Im que em momento algum havia tirado seu olhar do chão.

- O que faz aqui, garoto? Deveria estar na sala. - A monitora falou as minhas costas e eu me virei rapidamente, com um olhar tão assustado que parecia que tinha visto um fantasma. - Ah, é você Kihyun. - Ela sorriu para mim e eu pisquei algumas vezes antes de assentir. - Pode ir para a sala, seu professor chegará em alguns minutos. - Sorri sem jeito para ela, odiando por um momento o fato de ser bom aluno e não ser levado para a detenção por estar atrasado.

Virei-me para o outro lado do corredor, suspirando pesado ao perceber que Changkyun estava em pé, encarando-me fixamente. Apertei a alça da mochila, encarando o chão enquanto caminhava a passos trêmulos pelo corredor.

Eu queria socar Changkyun, gritar e xingá-lo por me machucar tanto, mas ao mesmo tempo, queria abraçá-lo e pedir para que me dissesse que tudo era uma mentira.

Suspirei.

Não me dei conta do quão perto estava de Changkyun até sentí-lo segurar em meu braço, fazendo um arrepio percorrer meu corpo inteiro.

Como eu sentia falta de seu toque.

- Kihyun... - Ditou em um susurro, deslizando a mão por meu braço, enquanto eu lutava para não me aproximar ainda mais.

- Eu preciso ir para a aula. - Falei em tom baixo, afastando sua mão a contragosto. Percebi que o homem nos encarava fixamente e me senti constrangido por isso. - Com licença. - Fiz uma leve reverência para o mais velho e afastei-me dos dois praticamente correndo, pois não sabia o quão próximo poderia ficar sem que começasse a chorar outra vez.

☆☆☆☆☆☆☆


Ajeitei os livros em meus braços, caminhando devagar pelo corredor vazio. Já era quarta-feira a tarde e a maioria dos alunos já havia deixado o colégio há horas, pois eles só se aglomeram por ali em semana de provas, o que seria em breve.

- Encontrei você! - Senti um toque em meu ombro e virei-me assustado para saber quem era.

- J-Jooheon. - Falei atordoado, arregalando os olhos enquanto pensava se conseguiria correr ou não.

- Não precisa ficar com medo, eu vim em paz. - Afastou a mão de meu ombro e eu o encarei por breves segundos. - Tenho uma coisa para falar. - Puxei levemente a alça de minha mochila em minhas costas, suspirando quando senti meu coração começar a se acalmar.

- Estou ouvindo. - O Lee sorriu levemente e colocou as mãos nos bolsos do jeans largo que usava. Encarou o chão e suspirou antes de erguer o olhar em minha direção.

- Em primeiro lugar, quero agradecer por abrir meus olhos. - Engasguei com a saliva, não entendendo o porquê de suas palavras. - Eu não havia percebido que estava errado até você dizer que eu não merecia o amor de Minnie. - Suspirou mais uma vez e eu respirei fundo antes de questionar:

- V-Vocês se resolveram? - Me bati internamente por estar tão nervoso, mas não poderia negar que estava com medo que ele resolvesse se vingar por eu tê-lo xingado aquele dia.

- Mais ou menos. - Torceu o nariz. - Minhyuk não falou comigo por dias e passou quase o feriado inteiro me ignorando, mesmo lendo as mensagens que eu mandava... - Jooheon pareceu divagar em algo, mas logo voltou a me encarar. - Nós conversamos ontem e devo dizer que foi bastante doloroso. Eu não sabia que minhas atitudes o machucavam tanto.

- Era de se esperar, já que ninguém gostaria de ser maltratado diante do namorado e não receber nenhum tipo de ajuda. - Proferi sem pensar, arregalando os olhos ao perceber que havia falado demais. - M-Me desculpe. - Encolhi-me em meu lugar, ficando surpreso ao vê-lo rir antes de deslizar a mão pelos cabelos.

- Bem que o Changkyunnie falou que você é desbocado às vezes. - Senti uma leve pontada em meu coração, pois não estava nem um pouco preparado para lembrar de Changkyun naquele momento. - Mas não tem problema, eu sei que errei ao ficar parado, no entanto, fiquei tão chocado por vê-lo ali, sem avisar, que não consegui pensar em nada. Eu sempre tive medo que as pessoas soubessem sobre minha orientação sexual, ainda tenho para falar a verdade, e Minhyuk aparecer daquela maneira me fez pensar que, tudo o que lutei para manter em ordem, acabaria desmoronando sem que eu pudesse fazer nada para impedir.

- Entendo... - De fato eu entendia, pois sei que as pessoas dificilmente aceitam homossexuais e que os fazem sofrer de todas as maneiras possíveis.

- Quando começamos a namorar, eu disse a Minhyuk que vivia de aparências e que manteria minha reputação independente de estarmos juntos. Ele concordou, pois sabia o quanto eu tinha medo de que o fato de eu ser gay se tornasse público e principalmente, chegasse até meus pais. - Parou por um momento, possivelmente observando se eu ainda prestava atenção a sua fala.

- Então você ia para as festas e ficava com as garotas, para que ninguém desconfiasse de nada? - Concluí o óbvio, ficando indignado quando ele resmungou um "hum" em concordância. - Você é tão canalha. - Falei um tanto irritado, pois de certa forma sentia que aquilo era uma traição horrível contra Minhyuk, que claramente o amava muito.

- Agora eu sei disso. - Sorriu um tanto amargo e eu apertei os livros em meu peito quando notei que os olhos dele estavam úmidos. - Antes eu achava que estava tudo bem, já que Minnie sabia que os beijos que eu dava naquelas garotas não significava nada para mim, no entanto as coisas foram desmoronando desde aquela festa em que aceitei aquele desafio mesmo que Changkyun tenha pedido para não aceitar... - Suspirei por um momento, pois no fundo sempre acreditei que Changkyun o havia incentivado naquele desafio. - Consegui fazer as pazes com Minnie no momento, mas depois do que aconteceu no portão do colégio, finalmente percebi o mal que causava a ele.

"Nós conversamos e Minhyuk jogou todas as falhas em cima de mim, ele foi sincero sobre tudo o que sentia e disse que não achava que nosso amor valia a pena. Eu me senti tão desesperado porque não queria que terminássemos, mas ao mesmo tempo não queria fazê-lo sofrer ainda mais. Então, depois de muito chorarmos e de vários pedidos de desculpas, ele concordou em me dar outra chance, com a condição de que eu deveria mudar, que eu deveria parar de brincar de ser hétero e agir com maturidade."

Jooheon conluiu em um fôlego só e eu me senti em um misto de irritação e esperança, pois no fundo gostaria que ele mudasse, mas parte de mim acreditava que ele não merecia o perdão de Minhyuk.

- Por que está me contando todas essas coisas? - Questionei em um sussurro, percebendo então que não havia motivos para falarmos desse assunto.

- Porque você foi a única pessoa que um dia já teve coragem de me enfrentar daquela maneira. - Sorriu pequeno e eu senti minhas bochechas esquentarem ao lembrar da forma que o tratei.

- Eu agi por impulso. - Falei nervoso, ajeitando os óculos que escorregaram em meu nariz.

- Mas valeu a pena, porque se não tivesse me dado aquele choque de realidade, talvez hoje, eu não teria mais o amor da minha vida. - Ele sorriu de modo triste e não pude deixar de fazer o mesmo.

- Espero que aproveite essa chance, Jooheon. - Ditei de modo calmo, recebendo um aceno como resposta.

- Eu o farei. Sei que não será tarefa fácil mudar minha forma de agir e sei também que Minhyuk nunca esquecerá dos erros que cometi, mas vou me esforçar para ser um namorado melhor. - Assentiu mais uma vez e eu sorri, pois por mais que ele tivesse errado muito, havia começado a pensar que o maior talvez merecesse outra chance, uma vez que era claro que estava arrependido. Continuamos ali parados e, depois do meu medo de apanhar ter passado, consegui perceber algo diferente no moreno. - O que foi? - Jooheon questionou curioso e eu sorri sem jeito antes de questionar:

- Desculpe estar sendo indelicado, mas o que aconteceu com seu rosto? - Apontei para sua bochecha direita, onde o tom avermelhado era presente.

- Você diz esse inchaço? - Apontou para o próprio rosto e eu assenti tímido. Já havia me arrependido por ter perguntado, mas não poderia voltar atrás. - Foi o Changkyun. Ele me bateu depois que eu disse umas coisas bem ruins. - Deu de ombros e eu arregalei os olhos, surpreso.

- Não sabia que Changkyun é do tipo que parte para a violência. - Falei assustado, pois nunca vi indícios de que ele pudesse fazer algo assim.

- E ele não é, mas eu o fiz perder a cabeça aquele dia. - Deu de ombros mais uma vez e eu fiquei confuso com o fato de Jooheon estar tão indiferente a isso. Um silêncio instaurou-se entre nós e me senti um pouco constrangido quando o Lee me encarou fixamente. - Você deveria conversar com ele. - Suspirei pesado.

Às vezes eu esqueço que eles são melhores amigos.

- Não temos nada para conversar. - Murmurrei emburrado, apertando ainda mais os livros contra meu peito. O moreno suspirou.

- Não engane a si mesmo, Kihyun. - Estava prestes a retrucar quando ele aproximou-se, colocando uma mão sobre meu ombro e parando ao meu lado. - De qualquer forma, obrigado pelas coisas que disse e vou parar de ocupar seu tempo. - Sorriu ao final da fala e dessa vez pude ver as covinhas ali presentes. Jooheon começou a afastar-se e eu me virei em sua direção, observando-o sumir pelo corredor.
Estava prestes a ir embora quando senti todo meu corpo se arrepiar, ao mesmo tempo em que senti um toque frio em meu braço.

- Kihyun. - Virei-me atordoado, deixando todos os livros caírem assim que avistei Changkyun parado atrás de mim.


Notas Finais


Antes que alguém venha "problematizar" o fato de que Minhyuk "perdoou" o Jooheon, quero deixar bem claro que ele não o perdoou completamente. O que o Honey fez (E deixou de fazer) é algo que Minnie nunca esquecerá, mas ele ainda acredita que o Lee pode mudar como prometeu.

Então ele está dando outra chance, porque uma pessoa que se arrepende dos erros sempre merece mais um voto de confiança.

Sobre Jooheon ficar com as garotas nas festas, ele só ficava até o ponto de beijá-las, pois Minhyuk havia imposto que o limite seria esse. Sim, o Minhyuk. O Min sabia desde o início sobre as coisas que o Honey fazia, mas achava que conseguiria lidar com tudo, mas apenas se não visse nada do que Jooheon fez. Claro que depois de um tempo ele percebeu que não suportava a ideia de dividir o namorado, mesmo por um motivo tão fútil.

Então, eles não estão juntos como namorados, é mais como se eles tivessem se tornado ficantes que estão em fase de teste.

Espero que eu tenha explicado corretamente hahahahahaha

Vocês acham que existe alguma história entre Jooheon e Kihyun? Vi alguém falando sobre isso e fiquei pensando se realmente parece que existe algo...

Eu queria ter postado esse capítulo na quarta, mas muitos sabem que esse dia foi bem impactante para o fandom e eu acabei desistindo porque sabia que como eu, muitos estavam se sentindo péssimos.

Mas como eu disse antes, não pretendo desistir. Continuarei escrevendo histórias com 7 membros e vou fingir que a SS nunca pisou nos meus sentimentos, porque meu amor pelo Hoseok continua igual.

Até o próximo ^^

Ps.: Próximo capítulo será um bem grande, então se preparem para lerem com tempo.


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