História Good Boy - Segunda Temporada - Viajando

Sim, eu aceito passear com você durante um mês.

Foi o que eu disse antes do Tae pular no meu pescoço e me abraçar forte.

— Obrigado, amor. Eu prometo que não vou te decepcionar.

**

— Eu ainda acho que isso é loucura. Sair por um mês assim e largar tudo para trás. – Comentei com Taehyung que estava comigo no telefone.

— “Jungkook, que tudo que você está largando para trás? Nós já formamos e eu te dei férias do serviço.”

— Tudo bem...

— “Ah Kookie, você ainda pode desistir, se quiser.”

— Eu não quero desistir. Eu disse que te daria essa chance e eu vou dar. – Respondi decidido.

Tomei um banho, terminei de arrumar minha última mala e desci com elas para esperar o Tae, que viria me buscar de táxi.

Enquanto ele não chegava, eu aproveitei para fazer um lanche rápido, já que fazia muito tempo que eu não tinha comido. Enquanto eu lanchava, fiquei pensando para onde que o Tae estava me levando. Desde que eu aceitei viajar, eu decidi que ele deveria me fazer uma surpresa e escolher os lugares onde iríamos, mas o loiro não aceitou e disse que eu também tinha que dar a opinião, então, o máximo que ele podia fazer, era escolher o lugar onde nós iríamos primeiro, e foi o que decidimos. Com isso, esse primeiro lugar está sendo um mistério para mim.

De repente a campainha toca, me tirando dos meus pensamentos. Apertei o controle e destravei o portão, liberando passagem para o mais velho entrar.

— Boa noite, amor. – Ele disse quando passou pela porta, e logo veio me abraçar.

— Boa noite. – Retribuí o abraço e sorri. – Vamos? Estou curioso.

— Claro. – Tae deu uma risadinha tímida e me ajudou a carregar as malas para fora.

Colocamos tudo no porta-malas, despedimos dos meus pais e entramos no carro, rumo ao aeroporto.

**

— Para onde vamos? – Perguntei sorridente para meu namorado, que parecia tenso ao meu lado, na fila do check in.

— Você quer mesmo que eu te fale? – Ele perguntou sem graça.

— Não. Estou brincando com você. – Dei uma risadinha fraca e selei sua bochecha.

— Se quiser eu te conto. – Ele começou a me provocar.

— Não, não. – Cantarolei.

— Eu conto, não ligo, falo sem problemas. – Tae insistia.

— Não precisa. Eu estou bem.

— Não tem problema eu te contar. – Taehyung sorria. – Se quiser...

— Não, hyung. Eu confio em você. – Já estava quase gargalhando com essa nossa conversa maluca.

O loiro apenas sorriu quadrado para mim.

**

Até que enfim, já estávamos no avião, sentados nos nossos lugares e conversando sobre assuntos aleatórios.

— Agora você vai descobrir para onde vamos. – Ele comentou. – Vão falar daqui a pouco.

— Pode tampar meus ouvidos. – Brinquei.

— Não, está tudo bem. – Taehyung apoiou a cabeça no banco e sorriu para mim. – Obrigado por me dar essa chance e por confiar em mim. – Ele esticou a mão e eu a segurei. – Prometo que não vou te decepcionar.

— Não precisa agradecer. Tudo o que eu quero, é que nós fiquemos bem. – Sorri e lhe dei um beijo na bochecha.

— Então começa a beijar minha boca ao invés da minha bochecha. – Tae abriu um sorriso enorme de fechar os olhinhos.

— Eu já estava com saudades desse Kim folgado. Esse quietinho não é meu. – Confidenciei no seu ouvido e virei seu rosto, dando-lhe um beijo sobre os lábios.

— Já que funcionou, vou ser folgado mais vezes.

— Tudo bem. – Damos uma risada baixa e eu apoiei no seu ombro.

Alguns minutos depois, foi anunciado o nosso destino e eu quase pulei de emoção quando ouvi para onde era.

Itália – Roma.

— Gostou? – O loiro afagou o dorso da minha mão.

— Amei. – Selei seus lábios mais uma vez. – Tão romântico, você.

— Eu tento, né. – Ele disse fazendo carinho no meu queixo.

— E consegue.

Eu estava tão feliz, que a felicidade não cabia no peito. Taehyung era uma pessoa aventureira, eu pensei que ele escolheria um lugar diferente, para fazermos algumas coisas doidas, mas não, ele escolheu um lugar calmo, lindo, romântico... fiquei imaginando nós dois andando de mãos dadas pelas ruas de Roma, comendo massas naqueles restaurantes iluminados e ouvindo os nativos tocando músicas animadas para nós.

Tal pensamento me fez soltar uma risadinha baixa.

— Em que você está pensando? – Ele me perguntou.

— Em como nossa viagem vai ser perfeita. – Respondi, recebendo um sorriso lindo do mais velho.

**

Depois de uma longa noite de vôo, chegamos ao nosso destino por volta das dez horas da manhã. Descemos do avião, pegamos nossas malas e ficamos esperando o nosso carro chegar.

— Não precisava alugar um carro. – Comentei, enquanto guardávamos nossas coisas no porta-malas.

— Precisava, sim, Kookie. É para o nosso conforto.

— Podíamos pegar um táxi quando fôssemos sair.

— Ainda não ia ser bom quanto ter o próprio carro.

— Isso é gastar dinheiro à toa.

— Jungkook, relaxa. – Kim disse com a maior tranquilidade a abriu a porta para mim.

Coloquei meu cinto, enquanto o outro dava a volta e entrava do outro lado.

— Daqui a pouco nós podemos ir à um restaurante almoçar. – Ele disse. – O que acha?

— Eu acho uma boa ideia. Conhece as comidas daqui?

— Conheço pizza muito bem. – O loiro gargalhou, e deu partida no carro.

**

Percebi que falar sobre gastar dinheiro com o aluguel do carro foi totalmente em vão, quando chegamos no hotel. Aquele lugar era muito lindo e com certeza, era também um dos mais caros de Roma, se não o mais caro.

Olhei para o mais velho ao meu lado, incrédulo.

— Nem vem falar sobre dinheiro. Eu achei esse hotel e foi o que eu escolhi. – Ele disse sem ao menos olhar para mim. – Vamos.

Kim saiu do carro e eu o acompanhei, indo na direção da parte traseira.

— Onde você vai? – Ele me encarou confuso.

— Pegar as malas. Onde mais eu iria? – Respondi, como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.

— Não precisa. Os funcionários do hotel farão isso por nós. – Tae disse, esticando a mão para mim.

— Não custa nada pegar, hyung.

— Jeon, não precisa. – Ele insistiu e me puxou em direção ao hotel, entregando a chave do carro para um homem que estava parado na porta. – Quando eu fui reservar, não tinham dois quartos vagos na cobertura, então eu aluguei só um, você se importa?

— Não, Tae, claro que não. Não faria sentido eu vir pra cá com você e ficarmos em quartos separados.

— Tudo bem. – Ele sorriu. – Pode sentar nesse sofá, que eu vou na recepção pegar nossas chaves.

Fiz o que Taehyung me disse para fazer e fiquei sentado num sofá preto de couro, enquanto ele conversava com a recepcionista e pegava nossos cartões.

De longe, eu percebi que os sorrisos da recepcionista eram calorosos demais para o meu gosto. Fiquei encarando os dois, esperando que ela se tocasse, mas isso não aconteceu.

— Consegui um mapa do hotel e um mapa de Roma. Vai ser bem útil, não é? – Ele disse, quando voltou para perto de mim.

— Bonito, não é?

— O que?

— O sorriso da recepcionista.

— Eu nem reparei, porque eu já vejo o sorriso mais lindo desse mundo, todos os dias.

— Rum. – Resmunguei. – Mas para quê mapa do hotel?

— Esse hotel tem muita coisa, amor. Salas de jogos, restaurantes, umas três áreas diferentes com piscina, biblioteca...

— Biblioteca?

— Sim. Tem uma biblioteca gigante aqui. Depois eu te mostro. – Ele sorriu. – Vamos para o nosso quarto, as malas já vão chegar.

Segurei a mão do loiro e dei uma rápida espiada na recepcionista, que nos encarava sorridente.

Atrevida.

Entramos no elevador e subimos na direção do nosso quarto.

— Amorzinho? – Tae me chamou e se aproximou de mim. – Não precisa ficar com ciúmes dela. Eu só tenho olhos para você.

— Eu sei, me desculpe. – Respondi, sem graça.

— Te amo. – Ele sussurrou e me deu um beijo rápido, bem rápido mesmo, porque logo, chegamos no nosso andar.

Eu decidi que não falaria a respeito do preço das coisas, mas chegando no quarto, eu quis muito falar disso. Não acredito que Taehyung estava gastando esse dinheiro todo.

— Não fala nada. – Ele já me advertiu, antes que eu pudesse abrir minha boca.

O quarto parecia mais um apartamento, tinha uma área para comer, duas áreas externas que davam uma vista para a cidade, a área que ficava a cama e um banheiro. A cama era enorme, devia caber umas quatro pessoas ali, o banheiro devia ser maior que a parte de baixo da minha casa.

— Tae, é lindo, mas é grande demais. – Não contive.

— Está ótimo assim. – Ele sorriu e chegou perto de mim, de novo. – Quero o melhor para você, para nós dois.

Achei lindo ele dizer isso, claro que o quarto ainda era grande, mas eu não ia colocar defeito numa coisa que ele fez com tanto carinho.

Passei meus braços para o pescoço alheio e o beijei. Já fazia bastante tempo que nós não nos beijávamos assim, calma e intensamente.

Como nada é perfeito, seu celular tocou e a campainha do quarto soou ao mesmo tempo.

— Atende aí, enquanto eu abro a porta. – Falei.

Larguei o pescoço do loiro e fui para a porta. Eram nossas malas e uma sobremesa de boas vindas.

Agradeci os rapazes que nos fizeram as gentilezas e fechei a porta.

Quando eu levantei a tampa da sobremesa, achei um bilhetinho curioso de uma certa moça para o senhor Kim Taehyung e, quando caminhei até o loiro para entrega-lo o bilhete, ouvi a seguinte frase:

— “Sim, Chae, cheguei bem e estou ótimo. Obrigado por se preocupar.”

— Só pode estar brincando... – Sussurrei.