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História Good Day Sunshine - Surpresas


Escrita por: NowhereUnnie

Notas do Autor


Esse penteado da Megan é um meio-termo entre o ondulado dos anos 50 e aquele topetinho armado jogado pra trás dos anos 60, que é justamente a época de transição entre as décadas nessa fic. Não que eu entenda algo de história da moda ou cabelos, mas foi o que achei mais realista pra colocar aqui... 😝

Capítulo 9 - Surpresas


Fanfic / Fanfiction Good Day Sunshine - Surpresas

Depois de algum tempo, nós cansamos de dançar e ligamos a TV bem a tempo de começar um filme de terror, que todas concordamos em assistir, menos Rita, que não gostava desse tipo de filme e se ofereceu para fazer a pipoca. Eu fiquei bastante aliviada por assistir um filme legal, porque pensei que elas fossem dessas meninas que só assistem filmes bestas de romance, mas elas me surpreenderam. Mais de meia hora depois, Rita voltou com os dois braços ocupados e trazendo duas tigelas enormes, uma com pipoca doce e outra com salgada.

— Nossa Rita, não precisava demorar tanto... — Lily resmungou, pegando a tigela de pipoca salgada e Rita se sentou ao meu lado com a outra.

— Eu queria fazer pipocas gostosas, precisava demorar!

— Claro, estar morrendo de medo do filme e se esconder na cozinha nem passava pela sua cabeça, né? — Eu perguntei debochada e ela fez uma careta antes de negar e encher a boca de pipoca.

Pobre Rita, tinha passado toda a parte leve do filme na cozinha e, agora que começavam as piores cenas, ela estava de volta. Era daqueles filmes bem clichês, onde os mocinhos estão em uma casa mal-assombrada e de repente começam a acontecer coisas estranhas. Aquela música aterrorizante de suspense já havia começado a tocar e, enquanto uma menina assustada olhava para o aspecto fúnebre da sala onde estava, um vento sombrio entrava pelas janelas balançando as cortinas brancas e apagando todas as velas que iluminavam o local. Em seguida, um som incômodo de porta rangendo se ouvia e ela olhava para trás amedrontada, o tom da música de suspense ia aumentando cada vez mais e nós estávamos encolhidas, mais apreensivas que a própria personagem, esperando pelo pior. Até que a porta ao nosso lado se abriu subitamente e um grito ameaçador invadiu o quarto:

— EI!

Nós gritamos como loucas e, com o susto, Rita havia jogado sua tigela de pipoca para o alto, que caiu como um chapéu em cima da cabeça de Polly.

— CYNTHIA! — Lily gritou nervosa. — O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ?

— A festa tava chata demais e vim embora. — Ela respondeu, rindo daquela cena — Sabe, eu iria ficar quieta no meu quarto se todos os meus discos não tivessem sumido de lá...

— Como se você fosse ouvir algum deles agora né? — Lily reclamou bufando.

— Ai Cyn, não é possível que a festa estivesse tão chata assim... — Polly também estava com um tom de voz nervoso, mas não tanto pelo susto, era mais porque tirava as pipocas que haviam se enroscado no cabelo dela e eu podia jurar que ela estava pensando que nada poderia ser pior do que acabar com pipoca doce no cabelo em uma festa do pijama. — Diz, não aconteceu nadinha de nada lá?

— Na verdade aconteceu sim, mas pelo visto minha irmãzinha não quer que eu estrague a festinha de vocês, por isso vou pegar meus discos e...

— NÃO! — Eu gritei desesperadamente, me jogando entre a moça e a pilha de discos do Elvis, enquanto ela me olhava surpresa, sem saber o que dizer e eu fiquei sem graça, tentando consertar meu erro o mais rápido possível. — É, quero dizer... Deixa aqui, por favor?

— Melhor não tirar o Elvis daí agora, porque ela é brava hein! — Rita disse tentando rir, mas sua voz ainda soava falha pelo susto.

— Então vocês arrumaram uma valentona pra defender vocês é? — Cynthia disse já recuperada da surpresa e me lançava um olhar desafiador, como se não acreditasse que uma visita pudesse ser assim tão insolente.

— Que foi? Não posso ter amigas novas? — Lily perguntava e já parecia incômoda com a irmã metida a tanto tempo em sua área.

— Poder até pode, mas não achava que alguém além dessas duas pudesse aguentar sua chatice... — Ela respondeu dando de ombros e eu tentei abafar uma risada, porque eu pensava a mesma coisa que ela antes de ir parar ali.

— Na verdade eu sou obrigada a aguentar isso até o fim do ano... — Ela me olhou sem entender e Rita logo explicou:

— O professor Jones voltou do último recesso ainda mais estressado do que já é, disse que os grupos formados na aula não poderiam mais mudar e adivinha quem estava perdida no meio da gente? Como todos os nossos trabalhos acabam em festa, a Polly achou que a gente já deveria chamar a Meggie pra festa do pijama, pra ir se costumando, sabe?

— Coitada! Bem, eu sou Cynthia, você já deve ter ouvido meu nome ser gritado por pessoas estressadinhas hoje... — Ela disse de implicância, se referindo à sua irmã mais nova.

— Eu sou a Megan. — Tentei dar enfase ao meu nome, na esperança de que ela também não me chamasse de Meggie.

— Você gosta mesmo do Elvis, não é Megan? Por que não trouxe seus discos, então? — Pelo visto ela gostava mesmo de implicar com quem quer que fosse, não importando se tinha acabado de conhecer a pessoa ou não.

— Meggie não conhecia o Elvis... — Disse Lily, ainda demonstrando um certo incômodo no tom de voz.

— Ela não o quê? — Agora a irmã mais velha dela me encarava como se tivesse ouvido algo impossível de ser verdade e eu logo me perguntei se eu era realmente a única pessoa na face da terra que ainda não o tinha conhecido.

— Ai, não importa! Conta logo TUDO o que aconteceu nessa festa Cyn!! — Polly pediu, impaciente, enquanto arrancava a última pipoca do cabelo.

— Tá, vou contar... — Ela disse se jogando na cama, sob o olhar reprovador da irmã e nós nos sentamos ao redor dela. — Eu saí de lá porque estava de carona e minha amiga brigou com o namorado e quis vir embora mais cedo. Eu queria ficar porque eu estava conversando com um garoto liiiindo! — Ela disse a palavra lindo de um modo tão exagerado que até eu fiquei curiosa para saber como ele era. — Mas ela não queria voltar sozinha e me encheu o saco pra voltar... Aí esse garoto, o Charlie, disse que era uma pena eu estar indo embora tão cedo e que queria me ver de novo, então marcou comigo amanhã no cinema!

— Ai Cyn, diz como ele era! — Lily parecia ter se esquecido o quanto detestava sua irmã e já estava interessada na história.

— E vocês se beijaram? — Perguntou Polly toda animada.

— Foi amor à primeira vista? Acho isso tão lindo! — Rita falava com uma vozinha delicada e sonhadora.

— E ele vem aqui te buscar? — Polly voltava a perguntar, já que ela havia ignorado sua primeira pergunta.

— Calma, uma pergunta de cada vez, vocês tão me deixando tonta!

— Bem-vinda ao meu mundo... — Eu disse me identificando mais uma vez, mas agora não tinha abafado o riso.

— Claro que eu não beijei, nem tive tempo e ainda por cima o conheci ontem! E ele não pode vir aqui, vocês ficaram doidas? Como ele é, bom isso vocês vão poder ver com seus próprios olhos amanhã...

— Como é? — Lily perguntou surpresa e desconfiada. — Você vai levar a gente pro seu encontro?

— Sim, mas veja bem, só pra despistar a mamãe, quando chegar lá vocês vão assistir outro filme ou fazer o que quiserem pela cidade...

— Humpf! E se a gente não quiser ir?

— Ai Lily, que que custa a gente ir? Além do mais eu tô curiosa! Nós VAMOS Cyn! — Polly disse quase histérica e, depois que pediu mais detalhes, a mais velha ficou lá um tempão contando tudo e eu provavelmente fui a única a cair no sono bem no meio da empolgação delas.

No dia seguinte, pela manhã, as meninas me arrastaram para o salão com elas, o que eu achei completamente desnecessário, já que o encontro era da Cynthia e não delas. Mas até eu fui obrigada a fazer o cabelo e as unhas com elas e estava imensamente feliz por Richard não estar ali mais uma vez esfregando na minha cara que eu estava adorando aquilo tudo.

Quando voltamos para a casa da Lily, achei que depois do almoço estaria finalmente livre de toda aquela frescura, mas foi um grave engano. Além de não me deixarem sequer escolher meu próprio vestido, ainda me encheram de maquiagem, não se importando com o fato de eu estar me debatendo e tentando sair dali. Quando finalmente me dei por vencida, queria olhar no espelho a toda hora, mas elas não deixavam e repetiam inúmeras vezes que ainda não tinham acabado.

— Pronto apressadinha, terminou! — Lily finalmente disse, me olhando como se avaliasse seu trabalho.

— Nossa, ficou linda! — Rita elogiava enquanto Polly me puxava da cadeira e ia me empurrando até o espelho. Demorei um tempo para reconhecer aquele reflexo estranho à minha frente. Estreitei os olhos e aquela careta formada involuntariamente me fez rir e ter a certeza de que era eu mesma ali.

No fim da tarde saímos e, chegando perto do cinema, Cynthia nos mostrou o rapaz que estava esperando por ela. Era realmente lindo, tinha os olhos tão verdes quanto o mar e seu cabelo castanho claro jogado para trás, complementando toda a simetria de seu rosto e somado ao seu físico impecável, faziam parecer que ele tinha escapado da tela do cinema para ir assistir ao filme. Eu, e aposto que todas as outras garotas também, ficaria ali por muito tempo só admirando sua beleza, mas fui arrancada dos meus devaneios pela voz de Cyn, que gesticulava exageradamente e parecia um pouco nervosa, mas quem não estaria, indo se encontrar com um garoto lindo como aquele?

— Agora vão, vão! Me encontrem em frente ao chafariz da praça às 7 e se me virem por aí antes disso nem pensem em falar comigo, não quero que ele pense que ando cercada de crianças!

— Ei, eu não sou criança! — Lily reclamou irritada, mas sua irmã sequer ouviu e já caminhava apressadamente até o rapaz.

— Nossa, ele é...

— Perfeito! — Polly completou a frase por mim.

— Ela é uma sortuda! — Rita dizia quase suspirando. — Quem me dera ser como ela...

— Pelo visto é hoje seu dia de sorte, Rita! — Lily disse cutucando a amiga e apontando em uma direção logo à nossa frente.

— Ah não! Vamos embora daqui! — Ela disse desesperada, enquanto eu e Polly olhamos curiosas para ver do que elas falavam.

— Achei que você gostasse dele, Rita. — Eu disse, fitando Paul McCartney, que caminhava sem rumo pela praça.

— Sim, eu gosto, mas... Vamos embora logo!

— Se você gosta deveria ir lá falar com ele, oras!

— A Meggie tem razão, Rita, vai lá! — Polly incentivou maldosamente.

— Vem Rita!

Eu não entendi muito bem essa lógica de gostar de alguém e sair correndo, mas eu tinha sido arrastada para lugares demais desde que havia aceitado passar o fim de semana com elas e agora era a minha vez de impor alguma coisa. Segurei seu pulso, usando toda minha força para puxá-la na direção dele, mesmo que ela relutasse.

— Megan, para com isso, volta aqui com ela! — Lily pedia achando que eu iria parar, mas nem dei ouvidos, continuei arrastando Rita e ela estava tão assustada que nem conseguia falar, apenas tentava parar de andar, mas era umas tentativa inútil, porque eu estava determinada a levá-la até ele.

— Olha, se fosse você eu andava direito, o que ele vai achar se perceber que você fica tão incomodada ao chegar perto dele?

Ela soltou um gritinho agudo, que provavelmente era uma tentativa de dizer não, ou "para com isso pelo amor de Deus!" e olhou para trás, como se estivesse pedindo ajuda às amigas. Mas quando percebeu que Paul já tinha nos visto, parou de agir como boba e começou a andar normalmente.

— Pronto, Megan, feliz? — Ela murmurou entredentes.

— Agora sim! — Respondi baixinho e sorri satisfeita. — Ei, Paul!

— Olá meninas! — Ele parou de andar e nos olhava confuso, como se esperasse que explicássemos de onde o conhecíamos, mas parece que ao ver Lily Powell se juntando a nós, entendeu tudo.

— Ah, vocês são do Liverpool Institute, né?

— Somos sim. — Eu respondi, visto que nem Polly se atrevia a falar com ele, o que era estranho, porque ela sempre se animava para tudo. — Você tá aqui sozinho? — Perguntei curiosa, porque era de se esperar que ele também tivesse um encontro sábado à noite como Cyn, já que ele era tão popular na escola.

— É, não tinha nada pra fazer em casa e resolvi dar um as voltas, sabe? Como se chamam?

— Eu sou Megan e essas são minhas amigas, Polly, Rita e Lily. — Apresentei até a Lily, como se isso fosse realmente necessário e houvesse alguém na escola que não soubesse seu nome.

— Legal encontrar vocês por aqui! O que acham de tomar sorvete pra gente se conhecer melhor e tal?

— Nós adoraríamos! — Lily se apressou em dizer sorridente, afinal era uma vergonha que a menina mais antissocial que ela conhecia fosse a única do grupo que, mesmo tendo acabado de chegar, já estava ali conversando abertamente com Paul McCartney.


Notas Finais


Desculpem a demora, eu ia postar ontem (e ainda assim já estava atrasada 3 dias 😝) mas fui atacada por uma crise de sinusite e não estava em condições nem de olhar no celular por tanta dor, mas finalmente estou um pouco melhor e vim trazer um capítulo novo pra vocês, espero que tenham gostado dele... Ainda mais pelo Paul! ❤


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