História Good for you - Twelve

Niall entrou no café e o sino que estava em cima da porta soou, anunciando sua chegada, fazendo com que diversos olhares das pessoas que estava dentro do café se voltassem para ele.

Era um dia comum em Londres, as ruas estavam vazias devido a chuva que caia há uns três dias seguidos sem trégua aparente. Nada que os Londrinos não estivessem acostumado. Como de rotina, Niall seguiu para o balcão, para pegar seu café expresso e voltar a fazer seu trajeto para a escola.

O atendente, que se chamava Peter já estava acostumado a atender Niall, ele era um cara simpático e também muito paciente. Depois de fazer seu pedido, Niall varreu os olhos pelo local, após checar o horário no telefone e ver que ainda tinha tempo de sobra para tomar calmamente seu café e ir até a escola depois, caminhando despreocupadamente.

Achou uma mesa vazia perto das grandes janelas de vidros que agora se encontravam meio embasadas graças ao ar condicionado quente que estava ligado dentro do café.

Pegou seu celular no bolso, conferindo as mensagens naquele grupo que haviam criado, que estavam os populares. Sinceramente? Niall achava aquele grupo desnecessário. Porque criar um grupo assim? Os populares eram populares, eles não se metiam com os não populares, e normalmente não falavam com nenhum deles, só quando queriam cola de alguma prova, ou até mesmo para enfiar a cabeça de algum nerd na privada.

Certo, talvez ele estivesse exagerando. Mas quem ligava? Niall realmente nunca tinha ido com a cara dos populares.

Principalmente com a cara de Zayn Malik, ele achava que nunca iria entender porque as pessoas gostavam tanto dele. Ele era alguém antipático, se não fosse do jeito que ele quisesse nada estaria certo. E Niall odiava esse tipo de coisa. Odiava pessoas que pensavam assim.

Anônimo: Bebido o luar, ébrios de horizontes,

Anônimo: Julgamos que viver era abraçar

Anônimo: O rumor dos pinhais, o azul dos montes

Anônimo: E todos os jardins verdes do mar.

Anônimo: Mas solitários somos e passamos,

Anônimo: Não são nossos os frutos nem as flores,

Anônimo: O céu e o mar apagam-se exteriores

Anônimo: E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Anônimo: Por que jardins que nós não colheremos,

Anônimo: Límpidos nas auroras a nascer,

Anônimo: Por que o céu e o mar se não seremos

Anônimo: Nunca os deuses capazes de os viver.

Assim que checou as mensagens vendo que todas elas vinham da pessoa que tirava seu sono há dias, Niall escorou a testa sobre a mesma fechando os olhos, enquanto respirava fundo, tentando não chorar.

Ele só queria saber quem era.

Niall nunca gostara de mistérios. Ele sempre fora o menino que optava por olhar algum filme da Disney a ter que olhar filmes de suspense que Louis gostava.

E agora, sentado em uma mesa qualquer, de um café que ele frequentava com uma grande frequência, Niall se viu derrotado, se viu cansado. Ele queria saber quem era com todas as suas forças, mas ele não imaginava quem poderia ser. As vezes, o não loiro pensava que poderia ser algum popular querendo tirar uma com a sua cara pra depois espalhar pra Deus e o mundo o quão patético Niall foi por acreditar em um estranho. Mas no fundo, bem lá no fundo, Niall sabia que estava mentindo. Sabia que, quem quer que fosse seu admirador secreto ele era diferente. Diferente de todos os caras que Niall gostou, diferente de todos os caras que Niall conhece e/ou conheceu.

Ele esperava que suas suposições estivessem certas, o loiro não queria sofrer. Não queria ter que passar pelo tão conhecido coração quebrado, não queria ser a pessoa responsável por catar os caquinhos de seu coração e cola-los um por um.

Mas estava com medo, e para ele, seu medo era totalmente plausível. Niall nunca fora também, fã de perguntas sem respostas, gostava de pensar que sabia todas as respostas, por mais complexas que as perguntas fossem as respostas estavam ali, com Niall Horan.

Mas com o tempo as coisas começaram a ficar complexas, Niall havia jurado que não iria desistir, mas lá estava ele, engolindo seco com a tentativa que aparentava ser falha de não chorar na frente de desconhecidos. Talvez se eles soubessem o que Niall andava sentindo entenderiam, certo? Mas o loiro não iria gritar, não iria fazer de seus problemas, que eram pequenos, os mais importantes. Outras pessoas tinham problemas piores que os seus. Niall só estava sofrendo porque a pessoa que ele gostava não dizia seu nome.

E sinceramente? Isso doía. E se ele não falasse quem é porque sente vergonha do modo como Horan age?

E se ele não dissesse o nome porque era algum amigo seu tentando ajudar Niall em sua vida amorosa?

E se no pior dos casos, fosse sua mãe tentando ajudar o filho a arranjar um namorado falso?

Niall estava pirando com todas as perguntas sem respostas. Suposições e metáforas. Ele só queria jogar tudo isso para cima, como se fossem folhas de anotações que ele não dava a mínima, e receber a sua tão esperada resposta. Sua tão esperada resposta.

Mas acima de tudo, até mesmo das respostas, Niall queria parar de sentir medo. Queria não ter medo de quem estava demonstrando seu amor para si. Queria não ter medo do que estava para vir. Queria não ter medo de morrer sem respostas.

Niall estava começando a gostar de seu admirador secreto, estava gostando de cada palavra que ele enviava, por mais tosca e pequena que fosse porque essas palavras enchiam o coração do não loiro o deixando aquecido, elas faziam ele se sentir amado por outra pessoa que não fosse do seu circulo rotineiro de amigos e familiares.

Niall o desejava tanto, desejava como nunca desejou alguém, desejava com todas as suas forças.

E ele só não queria quebrar a cara agora que estava começando a retribuir esse mar de sentimentos bons que recebia do estranho.

Niall o queria, e isso o deixa frustrado por não o ter por perto para beijar ou simplesmente abraçar. O queria por perto para andar por aí de mãos-dadas sem preocupações. Porque sabia que essa pessoa estava, aos poucos, se tornando seu porto seguro.