História Gotham City - Cap. 62 - O trabalho

 - Acha mesmo que ela se recuperaria melhor em casa, senhor Wayne? – o médico examinava cuidadosamente a ficha de Selina.

- Acredito que sim, ela ficaria mais confortável.

- Bom, a senhora Kyle está estável, sua recuperação está indo bem e segundo a enfermeira ela já consegue ficar levemente sentada. – ele leu as informações que constavam na planilha e depois olhou para Bruce – Olha, se o senhor me prometer que ela não vai sofrer nenhum tipo de estresse, ou esforço físico que cause o rompimento dos pontos e eu a libero.

- Eu prometo doutor! Dou a minha palavra de que nada vai perturbar a Selina. – ele respondeu extremamente sério.

- Bom, vou preparar a papelada.

O médico se afastou em direção ao balcão das enfermeiras, Dick se levantou e foi até Bruce porque não concordava plenamente com o fato de tirar Selina tão cedo do hospital.

- Ela devia ficar aqui mais um pouco!

- Não se preocupe Dick. – ele colocou a mão no ombro do garoto – Talia deu um pouco da água do poço para...

- Você vai mesmo confiar na Talia?

- Dick, por favor, confie em mim.

Bruce sorriu, mas o garoto não parecia nenhum pouco convencido e continuar questionando era perca de tempo.

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Havia uma pequena cafeteria do outro lado da rua de frente para o hospital, onde Clark e Lois pegaram uma mesa para conversar enquanto tomavam um café e comiam um pedaço de torta de frango. Foi um pouco difícil, mas ele conseguiu explicar a ela porque os testes de Selina estavam no lixo da casa deles o que a fez se sentir mal por ter duvidado do marido.

- Sinto muito por ter duvidado de você.

- Não se preocupe com isso agora. - ele pegou na mão dela e a acariciou -  Prometo que vou te explicar tudo sobre a liga.

- Eu acho bom mesmo, afinal como pode me excluir disso?

- Fiquei com medo de que você publicasse no jornal.

- Não acredito que pensou isso de mim.

- Me desculpe. – ele abaixou levemente a cabeça.

- Tudo bem, melhor deixarmos isso pra lá. – ela pegou a xícara de café e deu um gole, depois disse em um tom entusiasmado – Estou muito animada para conhecer o clubinho das esposas dos heróis.

Eles começaram a rir, mas foram interrompidos pelo celular de Clark tocando loucamente como se estivesse gritando “me atende, me atende” para o dono que ao identificar o número chamando o atendeu.

- Barry?

Lois ficou o observando enquanto terminava de comer sua torta, ele pareceu ficar um tanto preocupado e sua expressão facial ficou mais séria como se algo muito grave tivesse acontecido e não era para menos, pois Barry havia ligado perguntando sobre a suposta reunião da liga que ele havia marcado, sendo que Clark não marcou nada.

- Já estou indo para ai. - ele desligou o celular e olhou para a esposa que obviamente sabia o que iria acontecer – Preciso ir. Quer carona até em casa?

- Aceito.

Ela se levantou e foi até o caixa pagar a conta antes de irem.   

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- Está confortável senhorita Selina?

- Está ótimo.

Alfred terminou de ajeitar os travesseiros e a cobriu com o lençol, apesar de que logo não seria mais necessário já que Bruce estava entrando no quarto neste exato momento com o frasco que Talia havia lhe dado.

- Pode nos deixar sozinhos, Alfred?

- Com licença patrão Bruce. Estarei na lavanderia se precisar de mim.

Ele se sentou na beira da cama e entregou o frasco para Selina que ficou olhando sem entender o que era aquilo.

- Beba isso.

- O que é isso?

- Água do poço de Lázaro.

- Eu pensei que já tinha bebido tudo quando o Damian trouxe.

- Na verdade... – ele coçou a testa um pouco preocupado – Eu peguei esse com a Talia. Não se preocupe, pedi para o Tim verificar se não havia nenhuma substância suspeita.

- Então, você fez isso só pra mim melhorar? – ela ficou cabisbaixa e estendeu a mão com o vidro pra ele – Guarde para outra ocasião, não mereço isso.

- Do que você está falando?

- Bruce, eu... – ela o olhou nos olhos e caiu em prantos.

- Selina?

Ele a abraçou sem entender o que havia a deixado daquele jeito e por alguns minutos era possível apenas escutar os soluços de Selina que foram diminuindo junto com suas lágrimas. Assim que se soltou do abraço, ela limpou as lágrimas com um pequeno lenço que ele a ofereceu.

- Bruce, eu preciso te contar...

Era tão difícil ter que admitir que havia perdido o bebê por ter continuado a investigar sozinha o caso das garotas de programa e isso lhe causava uma enorme irritação consigo mesmo. Bruce percebeu o quanto parecia difícil para Selina contar sobre o filho que perdeu, então tomou as rédeas da conversa:

-  Tá tudo bem, Selina. – ele segurou a mão dela firmemente – Eu já sei sobre o bebê.

Ela ficou surpresa, mas nem tanto já que Clark era o único que poderia ter contato e havia dito que contaria se ela não o fizesse. A única coisa que estranhou foi a calma de Bruce, tal vez porque ele não soubesse que o acontecimento foi fruto de sua irresponsabilidade.

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Superman foi recepcionado na Liga por vários olhares irritados, Flash veio ao sem encontro e estava um tanto mal-humorado.

- Então, explique como você marca uma reunião que não vai aparecer?

- Bom, gostaria de dizer que não marquei nada.

- Como não? Recebemos uma mensagem!

Flash mostrou a ele o vídeo que havia recebido o deixando intrigado.

- Me deem licença, por favor.

Sem ninguém entender ele saiu apressado e foi direto até a “cela” onde havia deixado o Exterminador que estava vazia.

- Algum problema? – Flash perguntou observando a porta do local aberta.

- Eu havia deixado o Exterminador aqui. – ele disse irritado dando as costas.

- Você o que?

- Preciso ir.

- Mas o que tá acontecendo aqui?

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- Agradeço por estar sendo compreensivo, mas tem algo que você não sabe. - ela respirou fundo – Eu menti quando disse que não sabia que tinha atirado.

Bruce ficou totalmente sem reação ao escutar aquilo, mas manteve a calma precisava saber quem havia feito aquilo. Nesse momento alguém bateu na porta e eles pediram para que entrasse.

- Bruce, tá tendo confusão n...

- Vocês conseguem resolver isso sem mim.

- O que? – Damian se espremeu entre Dick e a porta.

- Dick está no comando.

Dick sorriu para Damian que revirou os olhos irritado enquanto fechava a porta do quarto.

- Tem certeza?

- Claro. Agora temos a noite toda para você me contar o que aconteceu.

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- Obrigada pela informação moço!

Arlequina estava prestes a dar uma marretada em Máscara Negra, que se encontra de joelhos no chão, quando Asa Noturna, Red Robin e Robin entraram na sala e observaram “seguranças” do Máscara Negra nocauteados a volta e a sua secretária amarrada por plantas. Eles olharam pra frente e viram o Pistoleiro, Hera, Capitão Bumerangue, Crocodilo e Nevasca os encarando feio, sem contar Arlequina que havia abaixado a marreta e colocado as mãos na cintura.

- O que fazem aqui? – Asa Noturna perguntou.

- Não é da sua conta. – Nevasca respondeu grosseiramente.

- Cadê o Batsy? – a voz estridente de Arlequina ecoou no ouvido dele, ela havia se aproximado mais.

- O Batman está ocupado. – ele respondeu sério.

- Ela não precisa saber disso. – Robin cerrou os dentes irritado.

- O Batman tá ocupado e manda os fedelhos virem fazer o trabalho, quem diria. – Hera debochou.

- Hunf! O Batsy nunca faz nada pela Selina quando ela precisa! – Arlequina a pontou o dedo na cara dele – Diz pra ele que ele é um idiota! Ele devia tá ajudando a Selina, mas não! Ele simplesmente ign...  

- Hein, bonequinha! – Pistoleiro a interrompeu– Deixa eles, já temos o que queríamos.

Arlequina bufou e se afastou dos garotos indo em direção ao grupo muito a contragosto.

- Ótimo, agora vamos embora. – Pistoleiro deu as costas indo em direção a saída de emergência.

- Ei! Não vão escapar!

- Robin, não! – Asa noturna tentou o impedir, mas era tarde.

Robin pegou a espada e correu em direção deles, pulou o mais alto que pode e tentou acertar Nevasca que bloqueou com um escudo de gelo o que deixou a espada presa, ele tentou puxa-la sem êxito, Crocodilo se aproveitou para o arremessar de volta. Robin caiu perto dos pés de Red Robin que se agachou para ver se ele estava bem, Nevasca soltou a espada e a fincou no chão.

- Vocês querem mesmo brigar? – Nevasca deu um passo a frente.

- Ei, estamos em missão lembra? – o Pistoleiro a fez recuar.

- Amanda Waller mandou vocês? – Red Robin perguntou enquanto ajudava Robin a se levantar.

- Não fale daquela vadia! – Bumerangue se exaltou e cuspiu no chão.

- Uau, que demonstração de masculinidade. – Hera revirou os olhos.

- Não estamos fazendo nada pela Amanda Waller! – Arlequina respondeu sem perder a oportunidade de alfinetar – Estamos apenas ajudando a Selina, já que o Batsy não ajuda.

- Como assim ajudando a Selina? – Red Robin voltou a questionar.

- Olha aqui se quer informações vá pedir pra gata. Só estamos fazendo o trabalho. – Pistoleiro respondeu.

- O que? Ela tá viva? – Máscara Negra se levantou e olhou para a secretária – Paguei aquele idiota pra quê?

Asa Noturna pegou Máscara Negra pelo colarinho e o colocou contra a parede, enquanto Pistoleiro e seu grupo saíam de cena.

- O que vamos fazer com ele? – Robin questionou indo pegar sua espada.

- Então, a Selina descobriu algo que você não queria e por isso mandou alguém a matar? – Red Robin o questionou.

- Eu não vou dizer nada!

- Tudo bem, o Batman vai te fazer falar!

Asa Noturna amarrou fortemente as mãos dele e o empurrou para que andasse.