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História Grace Mate - Bloody Purgatory!


Escrita por: BunBunny

Notas do Autor


Pessoal! Obrigado pelos favoritos e comentários no capítulo anterior, vocês me animaram bastante a continuar!
Não pensava que tantas pessoas iriam gostar de saber a versão do Cas tanto quanto eu, que bom que estou fazendo algo interessante para vocês!

Obrigada a quem leu! Quem vai continuar lendo! E mesmo aqueles que podem acabar desistindo pelo caminho >.<

Boa leitura!

Capítulo 2 - Bloody Purgatory!


Já tinha se passado uma semana dês da conversa que Sam e Dean tiveram com Cas naquela clareira atrás do Bunker, ambos seguindo o anjo minutos depois para o Bunker, procurando em cada sala e instalação, apenas para descobrir por um dos caçadores que Cas nem sequer havia entrado, então eles apenas deduziram que ele foi esfriar a cabeça dando uma volta em seu caro.

 

Seu carro.

 

Dean, apesar de ter se acostumado com o fato de Cas não ter mais asas funcionais a muito tempo, ainda era estranho as vezes ver o anjo dentro do veículo que ele tanto odiava antes, lembrando de suas reclamações sobre os carros serem muito desconfortavelmente apertados e lentos para uma viagem real. Cas conseguia ir ao outro lado do mundo em um bater de asas e voltar no outro, pensar em como ele deve ter perdido isso agora deixava-o realmente triste.

Por mais que ele não gostasse muito do expresso anjo.

Cas apareceu de volta no Bunker no dia seguinte, agindo como se nada tivesse acontecido, conversando com eles normalmente por um momento, - apenas o suficiente para devolver as luvas de Dean - antes de se enfiar entre as grandes estantes de livros da biblioteca e não sair de lá por pelo menos dois dias.

As luvas estavam muito limpas e cheiravam a amaciante, era delicioso e Dean se perguntou se Cas havia pessoalmente lavado as luvas.

Agora, uma semana depois, Dean ainda não conseguia tirar aquela conversa de sua cabeça. Ele tinha tirado um pouco mais de tempo para observar o anjo e suas ações, percebendo pequenas peculiaridades que quando ele não poupava um olhar real para Cas, ele nunca iria perceber.

Como o modo que ele uma hora ou outra olhava para trás com uma carranca, ou franzia as sobrancelhas e rolava os ombros como se tivesse tentando tirar algorealmente desconfortável de suas costas, ele também tinha esse olhar, ele nunca percebeu porque Cas estava sempre olhando para ele com aquele brilho em seus olhos, mas quando Dean os capturava de vez em quando sem a atenção do anjo em si, eles pareciam ocos, vidrados, como se ele estivesse silenciosamente lidando com uma dor intensa na cabeça, não era bom.

Eram pelo menos duas horas da manhã agora de um sábado realmente silencioso, onde Dean e Cas eram os únicos sentados à mesa da biblioteca. Sam tinha ido a uma caçada com Jack e Mary para o que parecia ser ghouls, o menino conseguindo convencer ambos a deixa-lo ir muito bem com o olhar de cachorrinho, coisa que Sam o havia ensinado sem querer e o menino conseguiu adapta-lo muito bem para parecer ainda mais adorável.

"Eu odeio esse olhar" Sam havia falado mal humorado, não por levar Jack em uma caçada, mas por expô-lo ao perigo em uma.

"Você e eu também." Dean respondeu, mas mais tranquilo que seu irmão, deixando Jack ir se ele prometesse se agasalhar bem e nunca sair da cola de Sam.

Então agora eles eram os únicos no Bunker, desde que Bobby saiu para treinar dois novatos em um simples sal e queimar, Charlie estava em uma missão com uma amiga em Oklahoma e o resto dos caçadores estavam em missão em trio ou dupla, o que restava no Bunker estava agora, obviamente, dormindo.

Exceto Dean e Cas.

O anjo estava sentado de frente para ele na grande mesa, tinha pilhas de livro de cada lado de seu corpo e depois de observar por um tempo, Dean descobriu que o da direita era o que ele ainda teria que ler e o da esquerda foram descartados como inúteis. Cas estava sentado em sua cadeira de madeira desconfortavelmente, seus ombros rolando o tempo inteiro, o corpo mudando de um lado para o outro, ele até se virou com uma verdadeira cara assassina para trás e moveu o ombro esquerdo algumas vezes, respirando exasperado e se voltando para o livro.

Agora era impossível não saber que Cas estava movendo e olhando para suas asas. Dean pensou se era assim tão excessivamente desconfortável encostar nas costas da cadeira como ele fazia parecer, suas asas sentiam mesmo no outro plano? Elas estavam doendo agora? Suas penas restantes estavam coçando talvez? Dean não sabia quando ele começou a pensar nesse tipo de coisa, mas era o que mais passava por sua cabeça agora quando via Cas parecer desconfortável com algo.

"Eu quase posso contar o que resta nos dedos agora."

Foi o que Cas havia dito para resumir o estado de sua penas, e se Dean fosse pensar muito bem agora, a última vez que ele realmente viu as asas de Cas elas ainda estavam cheias e fortes, ele tinha orgulho de arqueá-las para intimidar seus inimigos e Dean tinha que admitir que isso era tão aterrorizador quanto extraordinário. Pelo menos ele tinha o anjo nerd do senhor do seu lado.

Mas então teve aquela vez, não muito tempo atrás; essa lembrança que nunca sairia de sua cabeça por mais que ele quisesse agora, afinal Cas estava ali, Cas estava bem e ali com ele, mas ele não estava a quase um ano atrás, Lúcifer o matou bem a sua frente, uma lâmina de anjo bem no peito, a ponta atravessando seu corpo de forma doentia, e a luz, seu corpo caindo no chão, o que restava de suas asas queimadas na areia, tudo pareceu estranhamente definitivo dessa vez, desde que todas as outras foram ou muito rápidas, ou muito sangrentas - talvez muito estranhas se fosse se lembrar dos leviatãs - para Dean conseguir lamentar sua morte.

Desta vez não, desta vez seu corpo estava bem ali, seu peito sangrando descontroladamente no chão arenoso, o rosto ficando cada vez mais branco e as asas... se Dean fosse ser honesto consigo mesmo, ele iria dizer que esta sim teria sido a última vez que viu as asas do anjo. Eram grandes, enormes se fosse ser sincero. Estendendo-se por metros de cada lado de seu corpo mesmo estando meio fechadas, dobradas e arqueadas em posições que não deveriam, quebradas em tantas partes que era doloroso ver, as penas de vôo esfarrapadas carbonizadas no chão pareciam mal presas aos apêndices, era doloroso ver, deixava-o zangado, irritado mesmo, e lembra-se que seu primeiro surto de luto foi chutar toda a areia ao redor do anjo com ódio, pensando que se fizesse aquela imagem desaparecer, sua morte não parecesse tão real.

—Você está encarando. - A voz do anjo o tirou de seus devaneios.

—O que? - Dean perguntou piscando algumas vezes enquanto voltava a si, vendo Cas se mover desconfortavelmente na cadeira. Suas asas estavam doloridas, talvez? Ele franziu os lábios e semicerrou os olhos, pensativo novamente enquanto olhava cada movimento do anjo.

—Você está me encarando a pelo menos quinze minutos agora, Dean, e não parece muito feliz... - Cas soltou o seu livro em cima da mesa depois de marcar a página que estava lendo. —Eu fiz algo errado?

—O que? – Dean perguntou quase exasperado. —Não! Não Cas, você não fez nada errado. - Porque esta seria, claro, a primeira coisa que Cas perguntaria para tentar descobrir o motivo de sua cara feia, Dean se xingou. —Estou apenas pensando, preocupado com Jack, se a sua suposição estiver correta, tenho a sensação de que isso pode nos morder na bunda a qualquer momento.

E era verdade, poderia não ser o que ele estava pensando no momento, mas ele também estava preocupada com o garoto.

—Oh... - Foda-se, Dean pensou, seu suspiro aliviado era quase um soco no estômago —Mas eu não acho que uma sensação possa fisicamente nos morder em qualquer parte do nosso corpo, Dean, eu nunca entendi muito bem esse coloquialismo.

Dean o olhou por um momento, e então riu, não conseguindo aguentar a vontade. Cas era tão sem tato quanto no início às vezes, incapaz de entender algumas nuances humanas básicas como uma simples expressão.

—Isso é só uma expressão, Cas. Quer dizer que as coisas podem realmente ficar ruins, você pode estar certo e Jack pode mesmo ficar doente e ainda não encontramos nada. - Dean pensou por um momento, a realização de suas próprias palavras fazendo seu sangue gelar nas veias, temendo mesmo pensar no que poderia acontecer com o garoto que veio a amar como um filho. —Eu não posso ir dormir ainda, temos que encontrar algo para ajuda-lo.

—Você não vai encontrar nada se dormir e babar em cima do livro agora, Dean.

—Ei! Eu não babo, seu idiota! - Protestou não tentando disfarçar seu tom ferido, e Cas não precisava dizer nada, Dean conhecia o anjo a tempo suficiente para interpretar perfeitamente seu olhar, e ele dizia claramente: você baba, idiota. E merda, quem era ele para discutir com o anjo que velou seu sono tantas vezes? Se Cas estava dizendo, então era verdade, mas não quer dizer que ele continuaria dizendo o contrário para qualquer outra pessoa.

—Você precisa dormir, Dean.

—Estou bem. - Dean falou teimosamente, pegando um livro em cima da mesa, nem percebendo que era da pilha descartada de Cas, seu título era: A Psicanálise dos Anjos V. I. Abrindo a capa dura e rolando as páginas até o índice ele leu: A hierarquia dos anjos, verdadeira forma, anatomia das asas, penas, graça e poderes. Dean ficou imediatamente interessado, mas não quer dizer que seu sono e cansaço, e logo no primeiro parágrafo de A Hierarquia dos Anjos, Dean já estava bocejando.

—Eu já li este. - Cas comentou e Dean não lhe deu atenção, seus olhos embaçaram e e ele tentou ler novamente, notando que tinha acabado de ler o primeiro parágrafo novamente e ainda não sabia o que estava escrito ali, frustrado ele fechou o livro e bateu na mesa, olhando para Cas e vendo que seus lábios estavam contraídos levemente para cima, um sorriso suave enfeitando seu rosto cansado. Desde quando Cas parecia tão acabado assim?

—Você também parece uma merda, tem certeza que não precisa dormir um pouco também? – Dean perguntou olhando para o rosto pálido do anjo, os círculos escuros que cobriam seus olhos e o cabelo mais bagunçado que o normal, Cas parecia uma bagunça.

O anjo rolou os ombros ligeiramente.

—Eu estou bem, Dean, sou anjo o suficiente para não precisar dormir ainda. – Cas falou quase mal humorado, olhos estreitos em fendas e sobrancelhas franzidas, a voz mais grave que o normal. Dean franziu os lábios.

—Bem, o que é então? Você não olha como o anjo mais saudável do céu no momento. – Dean tentou novamente, tinha alguma coisa lá, ele sabia disso, e ele não iria deixar passar dessa vez.

—Eu não estou no céu.

—Pode ser que não, mas não muda o fato de que você parece a morte encarnada agora mesmo. – Dean estava começando a se estressar com o anjo que tentava de qualquer jeito desviar o assunto. Ele rolou os ombros novamente.

—Eu já reencarnei várias vezes agora, realmente. Cinco vezes se for ser exato.

—Cas! – Dean brigou, abrindo os braços na frente do corpo, dizendo por expressão corporal crua que tinha se cansado da brincadeira. —Maldito inferno homem, estou preocupado com você, só isso, você não quer ou não pode me dizer o que está errado com você porque se você fosse humano agora diria que você está realmente doente.

O anjo suspirou audivelmente agora, relaxando sua posição defensiva e desviando o olhar do caçador, gesto excepcionalmente humano que ele fazia quando não queria falar sobre algo, gesto que ele realmente aperfeiçoou quando não tinha mais suas asas para leva-lo para longe e evitar completamente a conversa.

—Não há um ponto em contar, não há nada que você possa fazer para ajudar. – Cas revelou baixinho, cruzando os braços no peito e ainda evitando o olhar de Dean, ele olhou ligeiramente para a mesa e o livro que estava lendo momentos antes, pensando em pega-lo e voltar a ler na esperança que Dean fosse deixa-lo em paz agora. Ele não contou tudo, mas esperava que o caçador deixasse o assunto de lado sabendo que não havia nada que pudesse fazer sobre isso agora.

Ele estendeu a mão para pegar o livro quando Dean falou, fazendo-o parar completamente.

—São suas asas, certo? – Dean perguntou e Cas sentiu todo o seu vaso estremecer na voz de Dean, em Dean falando sobre suas asas.

—Novamente, nada que você possa fazer sobre isso. – Ele tentou terminar o assunto ali, pedindo, rezando para que Dean largasse o assunto, mas ele deveria saber o quão teimoso o Winchester mais velho era.

—O que foi, elas estão doendo ou algo assim?

—Elas sempre estão doendo! – Cas estalou, os olhos brilhando com poder angelical por um momento, as luzes dos abajures piscarem enlouquecidas e Dean podia jurar que ele ouviu um farfalhar muito familiar de penas. E então tudo parou, um olhando para o outro com olhos arregalados, Castiel surpreendendo-se com o veneno em sua voz, chupando uma respiração instável antes de olhar diretamente para Dean que parecia em parte surpreso e assustado com sua pequena explosão. —Minhas desculpas, Dean, eu... elas sempre doem, entende? É uma parte do meu corpo, meu verdadeiro corpo, são praticamente ossos quebrados e queimados e doem, principalmente no inverno. Não há nada que você possa-

—Eu gostaria de vê-las. – Dean o interrompeu e Cas estremeceu novamente, o restante de sua objeção morrendo em sua língua no momento que o peso do pedido de Dean assentou em seu estômago.

Dean queria ver suas asas.

Dean queria ver suas asas feias e quebradas e queimadas e horríveis. Ele não podia, não queria mostras suas asas horrendas a Dean, não a Dean de todas as pessoas.

—Hey, hey! Cas! Respire amigo, você está próximo de um ataque de pânico agora mesmo. – Dean avisou descansando uma mão entre as omoplatas de Cas e outra em seu ombro, o anjo nem percebeu que ele havia se levantado de seu lugar, muito perdido em seu desespero para notar mesmo o maior movimento nas proximidades. —Olha, está tudo bem se você não quer me mostrar cara, eu só queria ver por mim mesmo se não tem nada que eu possa fazer. Eu entendo que isso é meio... delicado para vocês anjos, sobre mostrar as asas só para, hm, companheiros ou as pessoas confiáveis, eu não deveria ter pedido isso.

—O que...?

—Bom, eu não sou seu companheiro. – Dean deu uma risada nervosa e sem graça, desviando o olhar por um momento com a mão na nuca, mesmo que as palavras lhe dessem uma estranha pontada no peito, o coração se apertando ligeiramente. —Não da forma que os anjos vêem pelo menos, e eu também não sou exatamente confiável então, tudo bem, eu entendo.

—Dean, eu confio minha vida a você. – Cas sussurrou com um suspiro respirando ainda um pouco instável, olhando diretamente nos olhos do caçador ele respondeu. —Eu me rebelei, e eu caí, de tantas formas que é impossível rotular todas agora, mas, você... você é a pessoa que eu mais confio em todo o mundo.

—Cas...

—Você não... você não é, hm... eu, eu-eu confio em você mais do que em mim mesmo e eu definitivamente mostraria minhas asas a você se elas não fossem tão... – Cas mordeu os lábios, gesticulando com as mãos no ar e lutando com as palavras de uma forma que nunca fez antes, não conseguindo mais sustentar o olhar questionador de Dean por mais tempo ele deixou os braços caírem pesadamente em seus lados, ele lambeu os lábios e rolou os ombros mais uma vez antes de responder. —Elas não são apresentáveis, nunca mais vão ser e eu... eu não queria que você visse o quão quebrado eu realmente estou.

—Cas... eu não me importo se elas são apresentáveis ou qualquer coisa assim, também não me importo se você está quebrado, amigo. Olhe para mim, para Sam, todos dentro desse Bunker estão quebrados em vários níveis, Cas, eu não vou pensar menos de você pelo estado de suas asas. Eu escolho você, amaldiçoado ou não, quebrado ou não, lembra? – Dean tentou falar o mais gentilmente possível, vendo o quão sensível era a situação para o anjo, Cas não conseguia nem olhar para seus olhos agora, brincando com a braguilha de sua calça como uma maldita criança que tinha sido pega pelos pais fazendo algo errado.

—Sim... naquela época, na primeira vez que você me disse isso as coisas estavam... estranhas.

—Fale-me sobre isso. – Dean bufou. Era claro que as coisas estavam estranhas, mas uma das coisas que mais mexeu com Dean foi ver o quanto Cas estava danificado naquela época.

—Depois que... Quando os Leviatãs tomaram total controle do meu corpo eu ainda sentia. Eu via o que estava acontecendo, eu sentia... tudo. Foi excruciante o processo até eu morrer naquele reservatório. – Cas sussurrou olhando ligeiramente para cima por um momento, apenas para vê-lo abaixar os olhos novamente e Dean sentiu mais uma vez a estranha sensação no peito, ele se apertava, contraía-se com dor. —E então tudo se desligou. Das ultimas vezes foi rápido, quase indolor, mas isso foi...

—Traumatizante? – Dean supôs, Castiel pensou por um momento, e achou que essa poderia ser uma palavra para isso, então assentiu, o olhar triste que Dean lhe deu o fez desviar o olhar para o colo. —Faz sentido você ter voltado a seus pés sem memórias.

—Eu não deveria ter voltado. – Castiel falou com uma certeza que fez Dean ficar mais alerta, ele não via Cas mostrar seu lado autodepressiativo desde que ele havia dito sim a Lúcifer.

—Cas...

—Não, você não entende, eu não deveria ter “voltado aos meus pés”, Dean, eu morri, e Ele, aquele... Ele me trouxe de volta. De novo. – Castiel suspirou, passando as mãos pelo rosto. Dean não sabia o que dizer, então continuou quieto, o que foi bom, porque Cas começou a lhe contar mais de seu ponto de vista do que aconteceu. —Pelo menos algo bom veio disso, não? Eu consegui tirar os traumas de Sam da jaula.

—Sim, a seu próprio custo. – Dean bateu, suas mãos, cruzadas na frente do peito, se apertaram em punhos.

—Eu precisava. – Castiel disse sem margem para Dean questionar e o caçador apenas bufou. —Era ainda muito pouco do que eu merecia levando em conta... tudo, e depois disso, quando me curei lentamente naquela clínica com a ajuda de Meg eu... não sentia mais nada, e ainda assim sentia tudo.

—Como assim?

—Pode parecer loucura, mas quando eu estava “louco”, tudo estava muito mais claro do que antes, os sentimentos, as sensações, e era muito e então eu fugi disso, eu me lembrava de tudo. De quando te tirei do inferno, de quando mandamos Lúcifer de volta para a jaula, Crowley, tirar Sam do inferno, minha traição a vocês e ao céu, os leviatãs, a dor e eu apenas... desliguei. Não queria mais lutar, não queria mais tentar e acabar errando e decepcionando você novamente, Dean, então sempre que você me pedia ajuda eu fugia, e então teve Dick e apenas eu poderia ajudar e eu tinha tanto medo...

—Mas não era medo de enfrentar Dick, era medo de errar, e eu não tive oportunidade de dizer isso quando nós discutimos... daquela vez, da primeira vez que você não se importava em eu estar quebrado, foi que me fez perceber que não estava ajudando o suficiente.

—Cas... não, não! Eu era... eu não deveria ter colocado aquela merda toda em você, você não estava bem, você precisava da minha ajuda, e Sam, e nós negligenciamos você...

—Compreensivel, os leviatãs estavam prestes a comer o mundo, literalmente, isso era muito mais importante do que os meus sentimentos sobre qualquer coisa. – Castiel deu de ombro, uma certeza com a falta de importância de sua antiga situação que fez o estômago de Dean revirar e o coração já apertado se contrair ainda mais.

Jesus, o quanto eu fodi com Cas?

—De qualquer forma, você disse que me escolheria, quebrado ou não, amaldiçoado ou não, e eu percebi que precisava fazer aquilo... e então eu cometi mais um erro, e você foi parar no purgatório.

—Isso não foi sua culpa, Cas! Vamos lá, ninguém iria saber que Dick explodir criaria uma passagem só de ida pro purgatório!

—Eu deveria pelo menos supor que isso poderia aconteceu, poderia ter te protegido, tentar voar com você de lá, mas era tarde demais... a unica escolha que tive foi me afastar de você lá dentro, Dean, sinto muito que você tenha ficado preocupado e me procurado, mas eu-

—Se você disser que você merecia aquele maldito inferno, eu juro que te bato, Cas! – Dean falou não conseguindo conter a raiva em sua voz enquanto batia as mãos com força na mesa, fazendo o anjo dar um pulinho assustado com a explosão repentina, mas logo suavizando ao se lembrar que muitas vezes o caçador demonstrava seu afeto e preocupação pela raiva.

—Dean... Eu liberei assassinos canibais na terra.

—E eu admito que não foi seu ponto mais alto, Cas, mas você não sabia que isso iria acontecer, você estava tentando impedir o apocalipse 2.0. – Dean tentou fazê-lo entender, ele precisava entender que ninguém merecia aquilo, muito menos Cas, mas o anjo o olhava com tanta simpatia que quase beirava a pena, e isso apenas fez o caçador sentir seu sangue esquentar ainda mais.

—De qualquer forma... – Castiel continuou ao notar que o Winchester estava pronto para explodir. —Eu tive que ir, e nesse momento eu já não era mais como depois que peguei a loucura de Sam, eu sabia que precisava proteger você, então eu fugi, levando mais da metade dos monstros que nos cercavam.

—Você fez o que?! – Dean rosnou, mas Cas não lhe deu ouvidos.

—Eu deveria imaginar que você fosse me procurar, e eventualmente me achar, e dês desse momento, meu objetivo foi tirar você de lá. – Cas falou não olhando diretamente nos olhos de Dean. —Então Dean... nunca mais se culpe por eu ter ficado no purgatório, nada que você fizesse, poderia me tirar de lá, porque eu não queria sair, e eu te disse isso.

—Sim, grande merda! Eu juro Cas, se eu soubesse, se eu tivesse a mínima suspeita do que você iria fazer, eu te amarraria e jogaria por aquele portal, porque ninguém merece aquele lugar, muito menos você. E nem tente argumentar! – Dean falou quando viu o anjo abriu a boca para replicar. Levantando-se de sua cadeira para ficar ao lado de Cas. —Esta é a minha palavra final, eu sei que você cometeu erros, eu, Sam, todos nesse Bunker cometeram erros, Cas, mas não é se torturando que você vai concerta-los. Eu preciso de você amigo, não pelo que você pode nos oferecer, mas por quem você é.

Cas ficou em silêncio olhando para Dean de olhos arregalados, e Dean se perguntou se todas as vezes que Cas o ouviu dizer que precisava dele, ele pensava se Dean precisava dos seus poderes, ou do seu conhecimento, ou qualquer outra coisa que Cas pudesse oferecer e Dean instantaneamente se sentiu doente.

Suas mãos tremeram no ombro do anjo por um momento e então Cas parecia acordar, soltando o ar que nem deveria saber estar segurando enquanto lentamente, mas muito visivelmente, as maçãs de seu rosto começavam a se avermelhar. Ele não conseguiu deixar de sorrir levemente ao olhar mais atentamente para Cas e ver a ponta de suas orelhas extremamente vermelhas também, o anjo percebendo, voltou a encarar o chão.

Eu consegui fazer o anjo fodão do senhor apenas corar agora mesmo, uh-oh!

Dean pensou sentindo seu coração bater mais rápido, um sorriso sútil fazendo curva em seus lábios, ele deu mais um aperto no ombro do anjo, e então se afastou, encostando o quadril na mesa com os braços cruzados e vendo Cas rolar os ombros distraidamente, lembrando-se do assunto anterior imediatamente.

—Eu ainda quero ver suas asas, Cas. – Dean falou e o anjo parou o movimento não intencional imediatamente, seu corpo ficando rígido por um momento antes de ele criar coragem para olhar o caçador nos olhos novamente.

—Se você... se você realmente não se importa em vê-las-

—Não me importo, eu tenho pedido por isso nos últimos vinte minutos agora.

 


Notas Finais


E está chegando Naomi~
Cas virando humano~ (vai ter um pouco mais de AU nessa parte)
Dean quebrando Cas na porrada
O feitiço de Rowena
Cas dizendo Sim para Lúcifer
Os britânicos
Jack
E atualmente, como Cas se sentiu quando Dean disse sim a Michael~

Anywaay~
Pessoas do meu Heartu, eu juro que queria ter posto mais angst nesse capítulo, pq se tem uma coisa que eu nunca vou superar, é o Dean falando que não se importava se o Cas estava quebrado, comigo não tem essas merdas, mas vou guardar minha raiva real pra quando Cas virou humano, pq se tem uma coisa que quase me fez deixar de shippar destiel foi o Dean chutando Castiel pra fora do Bunker.
Eu pensava: ELE MERECE COISA MELHOR SEU SONOV A BITCH!!
Mas eu me acalmei, felizmente ou não eles foram feitos um para o outro 🤷🏻‍♀

Bem, é isso~
Esperem ansiosos pelo próximo capítulo! 🤭


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