Ao finalmente Charlie estacionar a frente de sua casa, Clarice apenas pediu para ele esperar dez minutos, e então saiu em disparada para se arrumar. Logo ela volta com o seu uniforme de trabalho, e ao adentrar no carro novamente, recebeu vários elogios vindos da parte de Charlie sobre como ela ficava fofa e delicada naquele uniforme justo, a deixando cada vez mais envergonhada em cada palavra dita.
O caminho até o fraise não era tão longo, mas o silêncio que predominou dentro do carro era angustiante. Então, Charlie resolveu falar algo:
- Pelo que se pode ver, você é bastante próxima de Cassiel Ross.- disse secamente. Clarice rubrou.
- Acredito, que sim. - logo Clarice começou a especular, será que ele também se considerava próximo dele? Mas outra pergunta surgiu em mente, logo a fez.- De onde vocês dois se conhecem?- parecia que Charlie havia uma roda bem extensa de colegas e conhecidos ao seu redor.
- Pois bem, nos conhecemos pois, trabalhamos juntos. Posso dizer que ele foi um grande irmão para mim.- ele cerrou os olhos e se concentrou no trânsito.
- E... agora?- ele pareceu não haver entendido, então explicou - Como vocês dois então? Agora.- perguntou novamente. Automaticamente, seus olhos se estreitaram e ele apertou firme seus pulsos no volante. Então voltou a dizer em tom mais áspero:
- Não nos falamos mais. Nossa amizade ficou no passado. - ele fez uma pausa.- Não quero que fique muito perto dele, Clarice, ele não é alguém confiável.- ele falou tudo com um tom frio em amargura, que logo seria questionado por Clarice, se eles não tivessem chegado na cafeteria naquele estante. - Bom dia de trabalho. Srta. Clarice.- seu tom mudou subitamente. Agora estava formal e educado, como era o comum. Ela agradeceu e saiu do carro e se dirigiu a entrada. Logo o opala deu partida assim que ela entrou. Agora Clarice precisava esquecer as questões em sua mente e focar em seu trabalho.
†
Clarice estava sentada atrás do balcão de atendimento, ao dar seu horário do café da tarde. Estava pronta para se retirar do local quando é interrompida pelo sino estridente na porta. Ao se virar para observar quem havia acabado de entrar, sua visão é tomada por uma garota de fios brancos e de estatura média. Ela não aparentava ter mais de dezesseis anos. Logo ela reconheceu a loira platinada que estava a sua frente: a amiga de Cassiel. Clarice, no começo, estava receosa de sua presença ali, mas logo a garota se aproximou, e inclinado a face próxima a seu rosto, em tom doce, disse:
- me encontre no bar, próximo a esquina, eu estarei lhe esperando.- com um sorriso amável no rosto, fez uma referência, se retirou. Restando apenas Clarice no ambiente tentando processar o que acabara de ouvir.
Ao chegar no local, seus olhos se arrastaram pelo ambiente, até encontrar a garota loira sentada aos fundos do bar ao lado da janela. Clarice suspirou, mesmo não entendendo o motivo daquele inesperado encontro, se foi para a frente da garota, que estava distraída olhando através do vidro. Ao vê-la, sorriu abertamente e falou:
- Que bom que veio, Clarice. Sente-se!- direcionou o acento a sua frente, e Clarice assim o fez. A garota não parava de sorrir ao olha-la, e Clarice a encarava com curiosidade eminente para que ela dissesse logo o que queria. Então percebendo isso, a suposta garota pediu perdões e bateu a palma de sua mão contra seu rosto:
- Meu Deus! Desculpa, não lhe disse meu nome. Me chamo Ariel. Ariel Mackenzie. Prazer!- ela cumprimentou Clarice com um aperto de mão apertado. Clarice se sobressaltou com tamanha força que a garota possuía. - Você de certo já me viu, sou uma grande amiga de Cassiel. Bom, sei bastante sobre vocês dois e hoje surgiu-me a oportunidade de falar com você.- ela abriu o grande sorriso de alerquina que possuía em sua face pálida. Clarice estremeceu com tal fala:
- Bem, o quanto sabes de mim?- ela engoliu em seco, como que alguém derrepente aparece em seu trabalho a chamando a um encontro e logo diz que sabe bastante sobre si?
- O bastante para querer ter você como uma grande amiga.- ela abriu um sorriso de orelha a orelha. Por mais que de primeira havia tido um certo rancor dela por pensar demais do que devia, tinha que admitir que ela era adoravelmente fofa e gentil. Clarice retribuiu o sorriso.
- Eu lhe achei lindamente sensual. Sabe quem mais achou isso? - perguntou jogando uma mecha branca para trás de sua cabeça. Clarice negou com a cabeça.- Cassiel Ross. - após ouvir isso, Clarice teve uma crise de risos junto a Ariel. Logo as duas pararam e se encararam. Ariel olhou profundamente em seus olhos, e Clarice pode observar o tom verde acinzentado que eles possuíam. A loira disse cautelosamente, mais com certeza em suas palavras:
- Não desista. É ele.- Clarice colocou fé em suas palavras. E, assim que um primeiro encontro desentendido, trouxe mais uma amizade para Clarice.
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