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História Guardião por destino - Imprudência


Escrita por: Nan_Melo

Notas do Autor


Oisláááááá´

... Por que tenho a impressão que vocês vão querer me matar depois desse capítulo? rs

Enfiiiiiiim~ olá meus amores, vos trago mais um pedaço dessa minha historinha polêmica. A antes de lerem gostaria de perguntar uma coisa, QUE É DO INTERESSE DE VOCÊS ENTÃO NÃO PULEM uwu mas então...

Já vi uns 5 comentários pedindo lemon, e honestamente estou incerta sobre isso porque:

1) Nunca escrevi e postei lemon na minha vida, só li mesmo.
2) Essa história só deve chegar nos 18+ devido à quesitos de violência gráfica, não sexo.
3) Eu não sei como vou focar nesse momento durante os acontecimentos dessa história.

Então assim, como tem bastante gente que lê fanfics por causa desse tipo de conteúdo, mas também tem os meus leitores que eu sei que vão se sentir incomodados com isso... eu tive uma ideia.

Para aqueles que querem, o que acham de eu escrever uma one-shot só desse momento? Tipo aqueles "extras" que vem em DvD's? Não prometo ser a melhor coisa do mundo, já que como disse anteriormente nunca fiz, mas vou tentar me esforçar pra vocês. Mas aí é decisão de vocês, porque eu planejo colocar um momento intenso nessa história... mas não vou extender para o que acontece depois, então o "extra" ficaria como o que acontece "depois do corte"~

Bem, decidam aí, e boa leitura~

Capítulo 22 - Imprudência


Narradora

Três dias se passaram. Luba e T3ddy usaram todo seu tempo disponível para se prepararem para o que estava por vir. T3ddy treinava sempre que não estava guiando Luba quando ele queria praticar com armas de fogo. No começo o ruivo apanhou um pouco para manusear os instrumentos e conseguir seguir as dicas que T3ddy dava, mas após o segundo dia T3ddy ficou surpreso em como Luba já parecia ter dominado a técnica. Como sempre, o doutor nunca falhava em lhe surpreender.

Já enquanto ele treinava, Luba sempre se mantinha por perto. Ele não se atrevia a tentar aprender combate corporal, mas gostava de admirar T3ddy treinando. O moreno não se importava, até porque ficava inquieto se Luba não estivesse em seu campo de visão por um longo período de tempo, mas não parecia perceber que o fascínio que brilhava nos olhos do amigo iam além de admiração pelas suas habilidades marciais.

O treino preferido de Luba era o saco de pancadas. T3ddy sempre usava uma regata e uma calça larga de moletom, e assistir seus músculos tensionando toda vez que o moreno atingia o saco de areia com seus punhos enfaixados fazia com que o doutor inconscientemente mordesse o lábio inferior. Passava horas a fio observando T3ddy treinar, fosse daquela forma ou fazendo exercícios rotineiros, e quando o urso questionava se ele não estava entediado, ele sempre negava dizendo que filmes de ação eram os seus favoritos por um claro motivo.

O moreno sorria e voltava aos seus afazeres, enquanto Luba continuava a admirá-lo com olhos sedentos.

Mas como os dois não iam passar o tempo todo fazendo apenas isso, também aproveitavam o tempo livre para passar um tempo juntos e se conhecer melhor, aproveitando ao máximo a paz momentânea que estavam tendo durante aqueles três dias. Enquanto treinavam, estavam focados na missão, já quando se permitiam relaxar, a última coisa que queriam pensar era sobre Godric e seus esquemas. Então procuraram relaxar o máximo que conseguiram na presença um do outro, pouco notando que acabaram se tornando ainda mais próximos. Luba as vezes não conseguia conter a necessidade de olhar para T3ddy, e muitas das vezes o moreno capturava seu olhar e assim ficavam por um certo tempo. O contato podia durar de segundos à minutos, mas um dos dois sempre parecia “acordar” e desviar o olhar, e nenhum dos dois se atrevia a comentar sobre esses momentos.

Entretanto, era hora, e enquanto arrumava seus pertences para a viagem, Luba não conseguia ignorar a sensação ruim que o atingiu desde que despertara naquela última manhã de calmaria. Tinha tido outro pesadelo com a morte de seu amado, mas esse sendo diferente dos outros. Ele sempre costumava ver o corpo de seu amado estirado no chão, com a mordida no pescoço sangrando enquanto seus olhos vazios pareciam olhar em sua direção e ao mesmo tempo na direção de nada, mas esses sonhos sempre foram silenciosos, apenas lembrando Luba da dor da perda.

No entanto, dessa vez, Lucas viu a boca dele se mexer.

Tinha ficado pasmo, e mesmo sem conseguir ouvir uma coisa sequer, ele sentiu sua boca se mexer para questionar como o rapaz tinha falado algo. Segundos inquietantes se passaram até os olhos dele subitamente focarem em Lucas, parecendo cheios de vida como costumavam ser antigamente, e dizer em alto e bom som quebrando o silêncio dos seus costumeiros pesadelos: Cuidado.

Luba despertou depois disso, e desde então uma aflição sem igual dominou seu coração. T3ddy tinha despertado antes dele como sempre para ir providenciar o café da manhã pros dois (ele tinha adquirido o hábito de acordar o ruivo com berros e, antes que ele pudesse xingá-lo, oferecer o café da manhã na cama. Luba nunca conseguia fazer nada além de emburrar e tentar acalmar seu coração palpitante) então não tinha percebido seu estado ainda. Luba conseguia apenas recobrar o sonho diversas vezes tentando entender o porquê de dessa vez ter sido diferente. Seu namorado estava tentando lhe avisar que alguma coisa ruim iria acontecer? Ele não costumava acreditar muito nessa coisa de “além vida”, mas depois de descobrir que demônios e vampiros existem, qual é o limite?

ACORDA LUBINHA-… ué — Luba se virou para encontrar T3ddy na porta, com uma bandeja em mãos e uma sobrancelha levantada. Provavelmente não esperava ver o psicólogo acordado — Já levantou?

Luba sorriu fracamente — Bom dia urso, desculpa cortar o seu barato hoje... acabei tendo um sonho ruim.

T3ddy colocou a bandeja na mesa e foi na direção do ruivo — Não foi o Godric não é? A cantina não é muito longe daqui... — ele indagou com certo temor, mas Luba apenas negou com a cabeça, muito pro alívio do caçador.

— Não, foi com meu namorado... eu tenho esse normalmente. Trauma... por causa daquela noite — ele levantou os olhos verdes para encontrar o olhar preocupado de T3ddy — E normalmente é sempre a mesma coisa, mas dessa vez foi diferente...

— Diferente como? — perguntou T3ddy enquanto puxava Luba pela mão na direção de uma das camas (dessa vez haviam duas camas de solteiro, muito pro alívio de ambos) para que se sentassem. Luba suspirou levemente e passou a mão no pescoço.

— Ele normalmente só está lá, deitado no chão com o pescoço sangrando... sabe...? E o sonho é silencioso, sem barulho algum, mas dessa vez eu vi ele falar alguma coisa — Luba tensionou, apertando os dedos e parecendo aflito. T3ddy não estava gostando nada do que estava ouvindo. Luba voltou seu olhar preocupado para o moreno — Ele olhou na minha direção, e dessa vez eu consegui escutar... ele dizendo, “Cuidado.”

T3ddy franziu — Cuidado? Mas com o que?

— Eu... eu não sei, mas nós estamos indo pra uma missão de infiltração extremamente perigosa, não acha muita coiencidência eu ter tido esse sonho agora? — Luba apontou, assistindo T3ddy cruzar os braços e parecer pensativo — E se for um aviso?

— Acha que o espírito do seu namorado deu um jeito de te alcançar pra avisar que tem alguma coisa errada?

Luba torceu o nariz — Quando fala assim, parece idiota.

— Luba, não tem como o Godric saber que estamos chegando... — T3ddy suspirou — Félix está fazendo tudo na maior discrição, sem contar que ninguém na base além de nós dois, ele, Marzia, Celestine e suas bruxas, sabem desse plano.

Eu não sei urso... sinto que tem algo errado...

— Vai ficar tudo bem  Luba, esquece isso. Foi só um sonho ruim — T3ddy sorriu, mas Luba não o acompanhou. Ele suspirou novamente — Vem, vamos comer. Temos que sair em duas horas, fui no escritório do Félix pegar as informações da nossa saída antes de pegar o café.

— Ok...

Luba se levantou e foi até a mesa, analisando o que havia na bandeja e escolhendo alguma coisa livre de lactose para comer. T3ddy continuou sentado o observando com um olhar preocupado e um leve franzir. Não sei se tu tá tentando entrar em contato com seu namorado cara, mas se estiver, espero que esteja errado.

 

Olioti

Horas depois já estavamos indo em direção de Cambridge. Estávamos em um carro diferente. Era bem espaçoso e confortável, com a parte do passageiro muito parecida com uma limusine, então a viagem não estava sendo desconfortável.

Bem, em termos, porque Luba estava visivelmente tenso e eu estava preocupado com algo que Celestine disse.

Depois de um café da manhã silencioso, eu e ele fomos de encontro com Félix para conversar sobre os últimos detalhes da missão e para irmos até Celestine, já que ainda precisávamos do feitiço que esconderia nosso cheiro dos outros vampiros. Quando chegamos lá ela foi amável como sempre, mas depois que o feitiço tinha sido completado e Félix saiu na frente com o Luba, ela me segurou e disse baixinho pra mim, com um tom que fez os pêlos do meu braço se levantarem enquanto me encarava com aqueles olhos esbranquiçados.

Juntos devem permanecer, ou a destruição do mundo como conhece por suas mãos virá a ocorrer.

Eu a encarei de olhos arregalados, até ela piscar algumas vezes e pender a cabeça pro lado, perguntando se havia algo de errado. Quando questionei o que ela tinha acabado de dizer, a única resposta que recebi foi, “Oh, perdão querido. Não me lembro de ter dito isso, acontece as vezes, desconsidere sim?” Eu fiz que sim com a cabeça e me despedi, indo atrás de Félix e Luba, mas admito que aquilo me abalou um pouco, principalmente depois da conversa que tive com Luba hoje de manhã.

Primeiro ele tem um sonho onde o namorado morto dele pede que ele tenha cuidado, e depois uma bruxa que faz premonições... claramente tem algum tipo de visão? Não não, tem algo de errado aqui... e pelo visto, é algo que virá de mim e do Luba se separando.

O que não vai rolar. Não deixo ele fora do meu radar por um minuto desde que saímos daquela balsa, porque deixaria agora?

Mas isso não afastava a preocupação de mim, ainda mais vendo que ele estava visivelmente preocupado com aquele sonho. Resolvi não comentar nada sobre as palavras de Celestine com ele, tendo em vista que ele já estava tenso, mas não posso negar que tinha um receio me comendo por dentro agora, e um sentimento que brotava de dentro me alarmando que alguma coisa realmente estava prestes à dar errado.

Se era meu instinto ou o demônio que reside dentro de mim, isso eu já não sei. Mas o que eu sei é que se for algo que oferece perigo ao Luba... entãõ eu vou destruir sem pensar duas vezes.

— T3ddy...? — a voz do Luba me arrancou dos meus pensamentos, mas não apenas a sua voz, como também sem tom urgente. Ele olhava na minha direção de olhos arregalados, visivelmente alarmado por alguma coisa.

— O que foi? Algo errado?! — perguntei de imediato, tirando minhas armas da cintura e olhando para fora da janela, procurando algo ou alguma coisa que possa ter deixado-o alarmado, mas de canto de olho vi ele balançar a cabeça, apontando pra mim.

— Seus olhos...

Franzi — O que tem eles?

Sem tirar os olhos de mim, Luba pegou o celular do bolso e o colocou na frente do meu rosto. Antes que eu pudesse questionar o que ele estava fazendo, dois círculos vermelhos refletiram na tela do celular, me fazendo recuar contra o banco de couro do carro surpreso — Mas que merda...?!

Por que infernos meus olhos estavam vermelhos?!

 

Lucas

Eu estava perdido em pensamentos. Não estava conseguindo tirar aquele sonho da cabeça, não importa o quanto tentasse, e isso estava me deixando tenso. Passei a mão no cabo da arma que Félix tinha me presenteado antes de sairmos, tentando me reconfortar, tentando lembrar que eu não era mais tão indefeso como costumava ser, mas não parecia adiantar. Perguntei para Félix se acontecimentos paranormais eram uma coisa recorrente para eles caçadores, mas ele apenas riu e disse que não muito. A especialização de caçadores eram monstros no mundo dos vivos, não aqueles que residem no mundo dos mortos. Havia outro ramo especializado para esse tipo de coisa, mas eles e caçadores não costumavam se misturar. Félix só sabia o pouco que sabia por causa das bruxas, que tinham uma ligação direta com o mundo dos mortos, o que me fez xingar mentalmente. Deveria ter perguntado à Celestine...

Foi então que me lembrei que enquanto andávamos na frente, T3ddy ficou para trás conversando alguma coisa com a bruxa. Levantei o olhar para perguntar sobre o que estavam falando naquele momento, mas o que encontrei me fez pular no lugar.

T3ddy estava com uma expressão aterrorizante, e seus olhos, antes castanhos e sempre gentis... agora reluziam com um brilho carmesim que lançou arrepios por todo meu corpo. Um rosnar baixo parecia brotar de seu peito, e eu paralisei por um momento enquanto o encarava. O que estava acontecendo?!

— T3ddy...? — perguntei relutantemente, o que fez com que ele direcionasse aquele olhar escarlate em minha direção. Respirei fundo e tentei não deixar o meu nervosismo transparecer, o que pareceu ter sido em vão.

— O que foi? Algo errado?! — Ele questionou alarmado, tirando as armas da cintura e olhando pelas janelas abertas.

Respirei fundo e balancei a cabeça, apontando em sua direção — Seus olhos...

Ele franziu, o vermelho se tornando ainda mais vivo em sua íris — O que tem eles?

Sem mais uma palavra, tirei o celular do bolso e coloquei na frente do seu rosto. Ele pareceu ainda mais confuso por um segundo, mas antes que pudesse questionar alguma coisa, seus olhos se arregalaram — Mas que merda...?!

Sua voz ficou estranha por um segundo, quase que dupla, e aquilo me alarmou. O demônio?! Mas como... achei que só acordaria se eu estivesse em perigo!

Sem pensar duas vezes, pulei para o seu lado no banco e o puxei contra mim, ouvindo sua respiração ofegante contra minha orelha e um tremor estranho vindo de seu peito. Massageei suas costas e pedi que respirasse fundo, o que ele pareceu ter dificuldade em fazer no começo, mas estava fazendo após alguns segundos. Ficamos assim por um tempo até sua respiração finalmente se estabilizar e o tremor em seu peito sumir. O afastei levemente e procurei seus olhos. Ele estava levemente ofegante, mas seus olhos estavam voltando ao normal. Brilharam vermelhos fracamente uma última vez até T3ddy piscar e o brilho sumir completamente. Seus olhos eram castanhos mais uma vez, e ele indagou ofegante — Mas o que...

— Ei, tá tudo bem  — o assegurei, massageando seu braço esquerdo — você tá bem.

Ele levantou o olhar pra mim — O bicho quase acordou...?

— Não sei, você tava bem até agora pouco... O que houve?

Ele respirou fundo mais uma vez e encostou no banco, passando a mão no rosto e encarando o teto do carro — Eu... Eu não sei. Só estava pensando na missão e preocupado se algo poderia dar errado e-... Oh. — ele se interrompeu, parecendo ter percebido algo.

— O que?

— Eu estava pensando... na possibilidade de você estar em perigo.

O encarei por uns segundos, até me dar conta do que ele tinha dito e sentir minhas bochechas arderem. Acho que tivemos a primeira prova do que Celestine estava falando ser verdade.

 

Olioti

As bochechas do Luba adquiriram aquele adorável tom de rosa, assim com a ponta de seu nariz, e ele desviou o olhar visivelmente encabulado. Toda aquela afobação e onda de temores e raiva que me acometiam simplesmente sumiram e eu me senti mais calmo, sentindo nada além de uma palpitação inquietante no meu peito.

Essa palpitação ia e vinha, principalmente durante esses três dias que ficamos mais próximos. Ele pensa que não, mas eu notei seu olhar sedento diversas vezes durante aqueles dias, principalmente durante minhas sessões de treinamento. E também teve uma noite que eu não estava conseguindo dormir... eu o ouvi chamar meu nome enquanto dormia.

Eu tinha ficado confuso achando que tinha escutado errado, então me sentei na minha cama e passei a observá-lo. Ele se mexeu um pouco e abraçou o travesseiro, e depois de alguns minutos, sussurou novamente “T3ddy... fica...

Aquelas palavras me atingiram como uma bala, e durante toda aquela noite, eu consegui apenas zelar pelo seu sono.

E agora, o olhando assim... tão incerto e temeroso, incapaz de olhar em meus olhos devido ao rubor que se encontra em seu rosto... meu coração pareceu acelerar dentro do meu peito, e eu tenho certeza que o demônio não fora o culpado dessa vez.

O que me fez pensar... ele já esteve em perigo antes. Eu literalmente tive que tirar ele das presas de 12 vampiros certa noite, e esse bicho não se manifestou da forma como tinha acabado de fazer. Tá certo que eu perdi praticamente todo o sangue que tinha no corpo e de alguma forma ainda tive forças pra lutar aquele monte de malditos, tal resistência só pode ter sido oferecida pelo demônio, mas em momento nenhum ele realmente se manifestou.

A não ser que a minha relação com o Luba ter se intensificado acabou por ter influência em como ele reage.

Mordi o lábio. Eu estava sendo um tapado não é mesmo? Qualquer imbecil já teria percebido a esse ponto, infernos, o Chris percebeu... e ainda assim, eu consegui não ver o que estava embaixo do meu nariz.

Seus olhos esverdeados, suas feições harmoniosas que carregavam ambas delicadez e masculinidade, sua boca carnuda, seu corpo... Ele realmente pensa que é o único que lança olhares “discretos”, mas nunca pareceu perceber enquanto eu inconscientemente admirava seu corpo quando ele não parecia olhar. Não vou descrever cada detalhe que memorizei agora porque não sei o que isso vai me causar, mas digamos que suas pernas grossas e bunda arrebitada não passaram despercebidas.

No entanto, nada disso se equiparava com o seu olhar. Eu amava olhos verdes, e os dele me capturavam com uma intensidade que muitas vezes... eu não conseguia simplesmente desviar o olhar. Imaginava se isso não era algo que devêssemos discutir em algum momento, mas ele nunca se pronunciou sobre, pensei que talvez devesse deixar quieto.

Milhares de coisas traziam um “porém”. O meu trabalho, a sua vida, a situação que estamos passando agora, o fato que ele acabou de perder alguém extremamente importante, todas essas coisas deviam ser mais do que o suficiente para brecar o que eu desejava no momento, mas assim que ele voltou aquela imensidão esverdeada que eram seus olhos na minha direção, eu me encontrei incapaz de me conter.

Minha mão foi de encontro ao seu queixo, o que pareceu surpreendê-lo por um segundo. Seus olhos se alargaram  levemente e eu ouvi ele sussurrar meu nome de forma incerta. Lentamente, trouxe seu rosto para mais perto. Já conseguia sentir a sua respiração acelerada contra a minha, e seus lábios entreabertos pareceram cada vez mais convidativos. Poucos centímetros nos separavam agora, e eu mal podia esperar para me deleitar em seu gosto, que há tanto me torturava imaginar.

Um centímetro a mais, e...

— Senhores, chegamos! — a voz do motorista soou por trás da proteção entre o motorista e a parte do passageiro do carro, fazendo com que eu e Luba nos afastássemos subitamente. Ele tinha os olhos arregalados e a mão contra a boca, enquanto eu piscava rapidamente, completamente desorientado — Senhores?

— J-já vamos! — eu respondi prontamente, ainda tentando organizar meus pensamentos. Luba me encarava sem dizer uma palavra, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele estava abrindo a porta do carro e saindo.

Fechei os olhos e praguejei mentalmente. Merda!

 

Lucas

Ele quase me beijou?! Mas o que... por que...?

Cambaleei pra fora do carro e fui de encontro com a árvore mais próxima, me escondendo atrás dela enquanto tentava acalmar meu coração. Mas o que acabou de acontecer? Por que ele quase fez isso? Seria influência do demônio? T3ddy nunca...

Nunca...

Oh Deus, não... agora não, seu urso idiota. Como você pôde fazer isso comigo justo numa hora como essas?

Ouvi a porta do carro bater e sua voz me chamar e tensionei de imediato. Seu tom parecia temeroso e urgente, e apenas isso me fez sair do meu esconderijo e ir em sua direção. Ele estava visivelmente tenso, e olhar em sua direção foi mais que o suficiente pro meu coração acelerar mais uma vez. — Luba... eu...

— No... no que você está pensando, Olioti?! — vociferei, tremendo — Olha a situação que estamos, olha tudo o que tá acontecendo, como você simplesmente-...

— Eu sei, eu sei! Me desculpa... — ele suplicou, me fazendo precisar respirar fundo — Eu só... Eu precisava...

Meus olhos encheram de lágrimas — Não. Eu não quero ouvir, não agora. Preciso de um tempo — fui na direção do carro, pegando minha mochila com as minhas coisas. Ele tentou falar mais alguma coisa, mas eu não ia ouvir. Não dá — Vai se aprontar pra missão e me deixa.

— Luba... por favor espera... eu preciso te falar uma coisa...!

Sem deixar ele proferir mais uma palavra sequer, disparei em direção à porta aberta da pequena base que nos acolheria, deixando um T3ddy extremamente transtornado para trás junto do motorista confuso.

Merda Lucas Olioti. Depois de tudo o que passei, depois de ter perdido minha última paixão de uma forma tão violenta e repentina, depois de ter passado o dia sentindo que estamos indo de encontro com a morte certa...

Como você é capaz de tentar dizer que me ama... justo quando pareço tão perto de te perder também, seu urso idiota?!


Notas Finais


... só quero lembrar que se matarem não tem mais capítulo, tá? Tá. :3 #Desculpa

Se ajuda, o próximo capítulo é a parte que eu imaginei antes de TUDO nessa história. Sabe aquela parte que você não vê a hora de chegar? Pois é, então só consigo prometer que vou recompensar vocês por ter aguentado toda a dor e sofrimento até agora~

Até loguinho!


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