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História Guardião por destino - Mudança brusca de planos


Escrita por: Nan_Melo

Notas do Autor


Eeeeei meus amores, aqui estou eu com mais um capitulo para vocês~

Espero que gostem! Esse capítulo não tem muito tiro

... Acho.

HEHE.

Boa leitura~

Capítulo 32 - Mudança brusca de planos


Lucas admirava a majestosa cachoeira artificial de boca aberta. Era incrível como tal elemento da natureza tinha sido recriado com perfeição dentro daquele espaço, que mesmo sendo vasto, ainda era dentro de uma base semi-militar. Félix realmente era um homem que levava suas promessas a sério.

― Planeja admirar a água cair a noite inteira ou podemos começar, querido? ― a melodiosa voz de Celestine o acordou de seu momento de admiração, o que o fez passar a mão no pescoço e rir encabulado enquanto ele olhava para a bruxa sentada em uma pedra próxima à cachoeira.

― Perdão, é que eu nunca vi uma cachoeira artificial antes.

Celestine sorriu de volta ― Compreensível, os olhos foram feitos para a admiração.

Lucas sentiu uma pequena pontada de culpa ― Perdão, eu não queria-...

― Não se preocupe, não me ofendi ― ela piscou seus olhos esbranquiçados ― E no final das contas, eu ganhei mais do que perdi. Ao perder a visão, seus outros sentidos são instintivamente aguçados mesmo que você não perceba, e isso acaba por trazer várias vantagens no final do dia.

― Oh, certo...

― Agora, preste bem atenção ― ela gesticulou na direção de uma pequena planta perto à cachoeira que possuía uma coloração mais amarelada, indicando que ela estava em seus últimos dias ― A vida não é algo que se brinque, mas há certas coisas que acontecem no momento errado. E são essas coisas, Sr. Feuerschütte, que o senhor tem que focar quando for usar as suas habilidades.

― Isso tem haver com toda aquela questão de equilíbrio, não é?

― Certamente. Se você salvar alguém que estava destinado a morrer naquele momento, outra pessoa morrerá em seu lugar para que o equilíbrio seja mantido, mas se salvar alguém que não está em seu tempo de morte, essa regra será anulada ― Celestine acariciou a pequena planta com seus delicados dedos ― E o dano revertido.

Lucas franziu ― E como exatamente eu vou saber quem está em tempo de morrer ou não?

― Toda habilidade vem com as ferramentas necessárias para que você atinja o seu maior potencial ― ela virou a cabeça em sua direção ― Diga-me, o que sente quando olha na direção dessa pequenina?

Lucas focou na planta entre os dedos de Celestine, e uma pequena pontada de angústia atingiu seu coração. Foi quase imperceptível, mas ele conseguiu identificar o sentimento, voltando o olhar para Celestine ― Me sinto estranho.

― Estranho de forma ruim, ou boa?

― Ruim... como se algo estivesse errado.

Celestine fez um barulho que remeteu satisfação ― Como eu pensei. O quão frequentemente você sente esse tipo de sentimento, em específico?

― As vezes, principalmente com vários dos meus pacientes, mas não são sempre sentimentos inteiramente ruins ― franziu ― É difícil de explicar.

Ele se lembrou das vezes que se sentia angustiado enquanto ouvia alguns de seus pacientes em estado mais crítico, mas também sentia certa paz com outros de situação igualmente grave. Era algo estranho que fazia com que ele se questionasse se não estava apenas ficando frio como os outros profissionais na área da saúde, mas agora ele estava começando a cogitar a possibilidade daquilo ser outra coisa.

E a expressão satisfeita de Celestine deu ainda mais fundamento a esse pensamento.

― Devido à sua alta percepção e sensibilidade, você pareceu desenvolver a habilidade de identificar quando alguém está passando por determinada situação em um momento indevido ― ela explicou calmamente ― Isso é uma ramificação do seu poder principal que se desenvolveu devido ao estímulo contínuo, sendo um elemento extremamente importante para que você se norteie em quais atitudes tomar quando se trata da melhor utilização de seus poderes.

― Então... A forma como me sinto em relação à situação daquela pessoa é que vai me dizer se eu vou estar fazendo uma besteira ou não?

― Precisamente, pense nessa habilidade como um pequeno alerta dentro de sua cabeça. Quando você estiver se aproximando de uma atitude que trará consequências ruins, você será alertado que é uma má ideia seguir por esse caminho.

Lucas pareceu pensativo por um segundo ― Mas e se eu ignorar o aviso e fizer mesmo assim?

― Você obterá resultados, mas tendo plena consciência que as consequências de tal ação trarão mal agouro no futuro, e elas nem sempre cairão sobre você.

Ele mordeu o lábio inferior ― Isso é mais complicado do que eu imaginei.

― Habilidades temporais são altamente complexas, e muitas vezes perigosas. Caso você as use de forma indevida, as consequências podem ser avassaladoras não só para a sua própria vida... como para de várias outras pessoas.

― E o que eu faço?

― Seja sábio e tenha consciência que você irá cometer erros, mas certifique-se de aprender com eles para que eles não sejam inúmeros.

Aquilo o deixou ainda mais inquieto ― Certo...

― Eu sinto receio na sua voz minha criança, mas isso é completamente normal. Essa habilidade pode ser tanto uma dádiva quanto um grande fardo, então é esperado que você desenvolva certa relutância.

― É só que... você está literalmente dizendo que eu posso salvar o mundo ao mesmo tempo que posso destruí-lo, e isso não é muito reconfortante.

Ele assistiu os lábios de Celestine formarem um sorriso ― Assim como o seu caçador. Curioso, não?

O psicólogo piscou diversas vezes. Como ele não tinha percebido isso?

― Como eu disse antes, você e o Sr. Olioti estão ligados por muito mais que um elo emotivo. Devo admitir que o fardo é demasiado grande, mas nenhum papel é dado para alguém incapaz de exercê-lo.

― Eu só não consigo entender por que eu.

― E por que não você? ― Celeste rebateu, pegando Lucas de surpresa.

― O que quer dizer?

― É visível pela sua escolha de ocupação, querido. Está no seu sangue a necessidade de ajudar ao próximo e tentar fazer esse mundo um lugar melhor, mesmo que do seu jeito e aos poucos, não é mesmo? ― Ela questionou, encarando o silêncio de Lucas como um “sim” ― Então é tão difícil assim entender o porquê dessa responsabilidade ter caído sob seus ombros? Ninguém encararia tal coisa da forma que você está disposto à encarar, mesmo amedrontado e receoso. A prova disso é que você se adequou a essa realidade sem muita resistência, o que foi completamente instintivo tendo em vista que sempre foi e sempre será a sua realidade.

Ele suspirou pesadamente ― E como exatamente eu posso ser o herói de alguém se o que mais sinto é medo?

― Sentir medo não te faz mais fraco, Sr. Feuerschütte ― aquele mesmo sorriso de sempre voltou à agraciar os lábios da bruxa ― É a forma que você reage perante ele que define quem você é.

Lucas permaneceu em silêncio, enquanto parecia refletir sobre o que Celestine tinha acabado de dizer. Pouco tempo depois seus olhos estavam se voltado na direção da pequena plantinha, e quando aquela mesma angústia de antes o preencheu, ela pareceu trazer um novo sentimento consigo.

Determinação.

Ele esticou a mão na direção da pequenina, seus dedos acariciando as folhas amareladas assim como Celestine estivera fazendo antes. Ele então fechou os olhos e respirou fundo, ouvindo Celestine dizer ao seu lado ― Procure o sentimento que mais te afeta, e mantenha o foco nele, sempre se lembrando que sentimentos ruins dão resultados... mas positivos são mais poderosos.

Lucas deixou sua mente vaguear por um minuto, revisitando todas as memórias boas que ele conseguia se lembrar, até lembrar de um dia em específico que foi um dos mais importantes de toda sua vida ― quando conto aos seus pais sobre sua orientação sexual, e eles mais uma vez, se provaram os melhores pais do mundo.

Quando a felicidade o preencheu, um pequeno clarão aconteceu, o que fez Lucas abrir os olhos e encontrar a pequena planta não só revigorada, como também maior e repleta de botões de flores.

Ele encarou sua criação absorto, e logo estava se voltando para Celestine com um sorriso radiante de orelha à orelha ― Eu consegui!

A bruxa sorriu de volta ― Eu não tinha dúvidas, querido.

Lucas riu maravilhado, acariciando as folhas agora tão verdes quanto seus olhos e se surpreendendo quando as flores floresceram com o seu toque ― O que foi isso?

― Seu controle do tempo inclui o passado, o presente e o futuro. Você pode tanto retornar algo para um estado anterior quanto acelerá-lo para um estado mais desenvolvido  ― Ela então pegou sua mão, a removendo da planta ― Mas se atente que tudo tem dois lados. Isso pode ser tanto um poder milagroso quanto uma arma.

O sorriso nos lábios do rapaz pareceu sumir ― Arma?

― Se você retornar algo ou alguém para um tempo antes de seu nascimento, ele imediatamente deixará de existir ― ela explicou com um certo tom de alerta em sua voz ― Da mesma forma que acelerar demais o tempo de alguém pode transformá-lo em pó.

― Meu deus...

― É por isso que é de suma importância que você encontre o equilíbrio, Sr. Feuerschütte. Suas habilidades são tão formidáveis quanto perigosas, e para que você não cause qualquer tipo de dano irreversível, é melhor que você sempre esteja no controle de si mesmo.

Lucas permaneceu em silêncio por um momento, até assentir e apertar a mão de Celestine de volta ― Eu vou fazer o meu melhor.

Ela sorriu satisfeita ― E mais uma vez, eu não tenho dúvidas.

― Vocês dois são honestamente patéticos ― Disse o consorte de Celestine, que tinha se apresentado como Soren para a dupla que agora ofegava ao chão ― É tudo que sabem fazer? Eu nem comecei a suar ainda!

Olioti resmungou algo enquanto esfregava o rosto, seus olhos tendo voltado ao seu estado original já que ele não conseguia mais manter o demônio acordado. Alexi, por sua vez, estava sentada e com o cenho franzido. Faziam milênios que ninguém a deixava tão cansada, e ela não fazia ideia como aquilo a faria descobrir se ela conseguiria melhorar suas habilidades ou não.

― Cara, já estamos nessa há duas horas ― retrucou Olioti, se sentando e fazendo uma careta ― Com certeza você tem outro tipo de treino que não envolva socar a minha cara até que ela vire mingau!

Soren revirou os olhos ― Você tem que endurecer seu corpo em ordem de ter controle sobre a criatura que o habita, e você não vai conseguir isso se ficar choramingando, caçador.

O moreno se levantou ― Eu nem consigo mais fazer o bicho acordar!

― Oh certo, e é isso que você vai dizer quando estivermos no meio da batalha e você falhar em proteger a pessoa que ama do seu inimigo? ― Soren retrucou, fazendo Olioti se calar imediatamente ― Estamos prestes à entrar em guerra, garoto. Eu não tenho tempo para passar a mão na sua cabeça e esperar que você aprenda com seus erros. Ou você aprende, ou vai falhar.

Olioti mordeu o lábio o suficiente para sentir o gosto nauseante metálico de sangue. Ele conhecia bem fracasso, e a última coisa que queria era que o seu próximo envolvesse Lucas. Se lembrou dos rostos desfigurados de Ana e Júlia, rostos que sempre demonstravam alegria e afeição quando ele estava por perto, e por uma pequena fração de segundo... a imagem de seu doutor no mesmo estado assombrou sua mente.

Imediatamente ele sentiu seu corpo inteiro queimar, e quando abriu seus olhos novamente, eles estavam mais vermelhos do que antes. Ele se pôs em posição de defesa ― os punhos cerrados e braços flexionados à sua frente. Braços estes que estavam lentamente sendo cobertos pelas mesmas marcas vermelhas de antes. Soren levantou uma sobrancelha para a súbita mudança no caçador, sorrindo de canto de boca ― Foi algo que eu disse, pivete?

Que tal cortar o papo e usar logo essas marretas que você chama de punhos, camarada?

Soren sorriu satisfatoriamente ― Finalmente.

E logo os dois voltaram ao seu combate.

Alexi no entanto, tinha se levantado e ido na direção onde Celestine e Lucas tinham sumido. Ela tinha quase certeza que o treinamento para ela não envolvia músculos, e Soren parecia mais do que capaz de lidar com Olioti. Então decidiu que seria melhor perguntar para Celestine o que ela quis dizer mais cedo.

Não demorou muito para ela os encontrar, e logo seus olhos estavam se arregalando com a cena; Lucas estava de olhos fechados e em posição de lótus, mas sua pele brilhava levemente com marcações que pareciam se mostrar aos poucos, enquanto a vegetação à sua volta crescia ou sumia com uma rapidez incrível. Celestine estava falando com ele― Foque em suas emoções e não deixe que nada tire sua atenção. Esse treinamento é como uma meditação; você deve se concentrar apenas no que é necessário.

Alexi assistiu Lucas franzir de leve, e a maioria das plantas ao seu redor começaram a diminuir e sumir. Celestine pareceu sentir a mudança, tendo em vista que logo o repreendeu ― Não deixe que as emoções negativas invadam sua mente. Além de acordar apenas uma fração do seu real poder elas também acordam apenas a parte obscura dele, e você não quer isso, Sr. Feuerschütte.

O franzir desapareceu do cenho de Lucas, e após respirar fundo, ele pareceu conseguir voltar a se concentrar. Foi então que Celestine virou a cabeça na direção de Alexi, e quando a vampira estava prestes à falar, Celestine levou um dedo aos lábios, pedindo silêncio.

Alexi atendeu ao pedido e ficou apenas observando. Depois que alguns minutos se passaram, as marcas na pele de Lucas se intensificaram, adquirindo uma cor mais forte e se destacando na pele alva do rapaz. Os desenhos branco-azulados que cobriam seu corpo tinham um padrão muito parecido com os de Olioti, e quando ele abriu os olhos e os focou em Alexi, ela não conseguiu evitar em dar um passo para trás.

Eles estavam completamente cobertos pela mesma cor branco-azulada reluzente que agora adornava a pele de Lucas e brilhavam por baixo de suas roupas. A ausência de íris era aterrorizante, principalmente quando ele a encarava daquela forma. Silêncio se instalou entre eles por um tempo, até Lucas piscar e tanto seus olhos quanto sua pele voltarem ao normal. Ele levantou uma sobrancelha na direção da vampira, que tinha uma expressão assombrada no rosto ― Oh, ei Lexi. O que você está fazendo aqui?

A vampira piscou diversas vezes, confusamente ― Você não estava me vendo?

― Uh, não? Eu estava de olhos fechados.

Alexi então se virou na direção de Celestine ― Ele não sentiu isso?

― Ele estava em um estado de relaxamento quase profundo ― a bruxa sorriu ― Seu espírito e corpo estavam em total equilíbrio e paz, o que provavelmente o permitiu começar o despertar de seus poderes e eles tomaram de conta de seu corpo.

Lucas se virou para ela ― Eles apareceram?!

― Sim, mas brevemente. Você ainda tem um longo caminho à percorrer.

Aquilo não pareceu desanimá-lo ― Certo!

Tendo em vista que Lucas tinha acordado de sua meditação, Alexi respirou fundo e se virou para Celestine, planejando falar sobre o assunto pelo qual ela tinha ido de encontro a eles, mas antes que ela pudesse falar alguma coisa os olhos de Celestine se arregalaram e ela pareceu congelar, o que imediatamente alarmou a vampira ― Celestine? O que foi?

A pergunta pareceu despertar Lucas de seu esturpor, e logo ele estava se levantando e indo até a bruxa com uma expressão preocupada ― Ei, o que está acontecendo?

Subitamente, ela começou a balbuciar coisas que Lucas não conseguia compreender. As poucas palavras que ele ouviu pareceram ser em uma língua que ele desconhecia, e quando ele olhou para Alexi, ela parecia tão perdida quando ele.

Ele estendeu a mão para tentar acordá-la do transe, mas a voz alarmada de Soren o interrompeu ― Não a toque! ― Ele ordenou, correndo na direção deles com Olioti em seu encalço. Logo Alexi e Lucas abriram caminho e o consorte logo estava se ajoelhando na frente de sua esposa, analisando suas feições e prestando atenção em seus múrmurios. Não demorou muito para ele constatar ― Ela está tendo uma visão.

Alexi arregalou os olhos enquanto Lucas e Olioti se entreolharam ― Visão?!

― E pelas coisas que ela está dizendo, não é nada bom ― Soren continuou, segurando as mãos de Celestine e esperando pacientemente.

Um silêncio cheio de aflição se instalou entre os 4, e depois de minutos que pareceram horas, Celestine respirou fundo e pareceu despertar do transe, tombando para frente e logo sendo apartada pelos braços de seu marido. Ela ofegava e parecia extremamente abalada, seus olhos exalando nada mais que aflição ― My love, what was it? What’s coming? (Meu amor, o que foi? O que está vindo?)

Ela ofegou, se virando para Soren ― It’s bad, we don’t have time. We have no time at all. (É terrível, não temos tempo. Não temos tempo algum.)

― Ei, o que tá rolando? ― Olioti perguntou, parando ao lado de Lucas. Quando nenhum dos dois respondeu, ele pressionou ― Ei!

Soren lhe direcionou um olhar irritado, mas Celestine logo estava acariciando o braço do marido para acalmá-lo. Ele bufou e se virou para ela, enquanto ela se voltava para o trio confuso ― Nós temos que evacuar a base imediatamente.

Todos arregalaram os olhos, mas foi Lucas quem se pronunciou primeiro ― O que? Mas por que?!

― Godric ― ela ofegou ― Ele tem a nossa localização. Está marchando para cá nesse exato momento.

Alexi ofegou e cobriu a boca, enquanto Lucas e Olioti deram um passo para trás com expressões alarmadas.

― Mas isso é impossível, como ele conseguiu nos achar?! ― Olioti indagou exasperado, mas Celestine apenas balançou a cabeça.

― Isso não importa agora, mas esse não é o único problema ― ela então se voltou para Lucas ― Ele tem uma prisioneira.

O coração de Lucas passou a martelar em seu peito ― O-o que?

― Uma jovem por volta da sua idade e com a ponta dos cabelos azuis.

O chão pareceu sumir debaixo dos pés do psicólogo, e ele acabou caindo sentado no chão com os olhos arregalados em choque. Olioti chamou seu nome, mas foi inútil já que ele mal piscava enquanto tentava engolir o que tinha acabado de ouvir.

Gabi estava entre as garras de Godric, e como ele estava marchando para lá nesse exato momento para aniquilá-los, ela provavelmente seria usada como refém para fazê-los se render.

Subitamente, ele não se sentia mais tão no controle de suas emoções.

Em Cambridge, Godric saía de dentro de uma sala coberto de sangue e com uma expressão indiscernível. Dentro da sala jazia o corpo imóvel de Robert preso à uma cadeira, demonstrando marcas visíveis de tortura. Por entre os corredores que andava, haviam corpos de diversos caçadores jogados pelos cantos, e inclusive alguns de seus homens se aproveitando da situação para beber um pouco de sangue.

Ele ignorou a todos, e continuou a marchar pelos corredores ensanguentados até sair da pequena base secreta dos caçadores e encontrar um de seus homens.

― Milord, what are your orders? (Meu lorde, quais são suas ordens?)

― Follow me, the time to hunt down some hunters has arrived. (Sigam-me, é chegada a hora de caçar alguns caçadores.)

O guarda assentiu, gritando ordens para os outros enquanto Godric ia na direção de outros dois, que tentavam manter uma desesperada e algemada Gabi sob controle. Ela berrava e chutava, ordenando que a soltassem e explicassem o que diabos estava acontecendo, e os homens estavam claramente tendo dificuldades em se controlar para não acabar com a garota ali mesmo. Quando viram Godric se aproximar, logo abaixaram as cabeças e o cumprimentaram respeitosamente.

Gabi cessou a sua luta e encarou Godric com olhos aterrorizados ― o sangue cobrindo as vestimentas do vampiro certamente não eram indícios de alguém amigável.

― Tudo bem rapazes, podem soltá-la ― ele sorriu, expondo suas presas e fazendo Gabi ofegar ― Ela é nossa convidada de honra, afinal de contas.

O guardas jogaram Gabi no chão com uma força exagerada, fazendo-a soltar um grito. Ela choramingou enquanto Godric se agachava à sua frente ― Devo pedir perdão pelos brutamontes, eles não estão muito acostumados com etiqueta, sabe?

Gabi, com dificuldade, conseguiu se sentar no chão, e apesar do pavor que estava sentindo, fuzilou Godric ― Quem diabos é você?

Ele riu ruidosamente ― Corajosa. Se eu tinha alguma dúvida que é amiga do doutor, agora não tenho nenhuma.

Gabi arqueou a sobrancelha, até que realização pareceu atingí-la ― Doutor? Espera, você conhece o Luba?

― Certamente. Tivemos um belo encontro alguns dias atrás, mas o seu amigo e o namorado dele acabaram por ir embora de forma brusca ― ele apertou o rosto de Gabi, fazendo-a choramingar novamente ― E agora eu vou usar você para atraí-lo para fora da toca.

Apesar das lágrimas em seus olhos, Gabi voltou a fuzilar o vampiro ― O que você quer com o Lucas? E que papo é esse de namorado?! O namorado dele morreu semanas atrás!

― Oh, então ele não te contou? ― Godric sorriu cruelmente ― Será que são tão bons amigos assim?

Gabi franziu e Godric soltou o seu rosto, deixando marcas vermelhas em suas bochechas rosadas ― O que quer dizer com isso, seu babaca?

― Suspeito que você logo vai descobrir, minha jovem ― ele então voltou a caminhar, gesticulando com a mão em sua direção ― Guardas.

Logo braços estavam a removendo do chão e a arrastando contra sua vontade, e ela então voltou a berrar e a tentar lutar contra o aperto sobre-humano dos guardas. Godric ignorou os esbravejos da garota e passou a marchar na direção de Brighton com seu exército de vampiros em seu encalço.

― Vocês não vão escapar dessa vez, humanos.

E em um piscar de olhos, o exército desapareceu por entre as folhagens.


Notas Finais


Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E agora huh?

Até a próxima bbs! ;)


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