História Guia de sobrevivência em Neo City - Passo 21 - Seja como Mark Lee ( Final Real)

— Dongyoung? — o mais novo estranhou enquanto ouvia o coreano praticamente derrubando a porta da garagem.

— Solta o Mark agora ou eu vou chamar a polícia! — o advogado proferia enquanto balançava a porta da garagem.

Donghyuck estranhou, mas apertou o botão para que a grade abrisse, pensando que o Kim talvez estivesse com Jeno. Assim que o portão ergueu-se Doyoung adentrou no local apressado, e logo deparou-se com o corpo desmaiado do canadense.

— O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? — Doyoung aproximou-se de Donghyuck mas este afastou-se — SAIA DE PERTO DO GAROTO!

— Não fui eu...ele...ficou preso na história do Taeyong. — Donghyuck se defendeu, sem largar o corpo de Mark — Saia você daqui, eles não querem você querem o Jeno...

— Deixa o Mark em paz! Ele não confia em você e não vai fazer o Jeno te amar!

— Confia sim! Saia de perto da gente! — Donghyuck agarrava o canadense como este pertencesse a ele. Seu coração batendo forte por perceber que o outro Lee não despertava.

— Doyoung! Doyoung! Doyoung! — a voz de Gyuri soava atrás do portão.

O coreano se moveu para tirar o controle do portão das mãos do mais novo que ainda concentrava-se em manter Mark perto de si.

— O que é isso? VOCÊS ACHAM QUE ISSO É UMA FEIRA? — Donghyuck gritou irritado vendo Gyuri e John adentrarem no local.

— Mark! Meu Deus! Meu Deus Mark! — Gyuri correu para o garoto mas Donghyuck não deixou que a garota o tocasse.

Segundos depois mais gritos foram ouvidos, Donghyuck estava nervoso, mas ainda com a esperança de que alguma daquelas vozes pertencesse a Jeno. Entretanto, quando o portão foi aberto novamente, dessa vez a força, quem entravam eram Taeyong e Yukhei.

— Que droga vocês fizeram com o Mark... — o chinês arregalou os olhos, sem entender o que estava acontecendo.

Yukhei também tentou se aproximar do canadense, mas Donghyuck o agarrava como se fosse uma leoa protegendo seu.bebê.

— POR QUE VOCÊS ESTÃO AQUI?! — Donghyuck gritou — EU JÁ DISSE QUE ELES QUEREM O JENO.

— Não seja por isso...eu estou bem aqui!

Ninguém havia notado, mas Jeno estava apoiado na barra da escada com um sorriso satisfeito no rosto. Donghyuck e Yukhei estavam em choque, mas todos os outros já esperavam que Jeno fosse voltar.

— Seu moleque! Onde é que você se meteu?! E por que não me avisou? — Taeyong correu até o mais novo.

— Eu sabia que você me procuraria... E “ele” poderia ficar com raiva. — Jeno murmurou, escondendo o segredo do irmão.

Depois do desaparecimento de Jisung, Jeno não conseguia contato com ninguém, haviam cortado sua linha telefônica, então ele não teve outro escolha se não ir até Doyoung pessoalmente. O Lee havia descoberto a partir do Kim que Mark estava em apuros, e com isso decidiu finalmente dar as caras.

— Jeno...desde quando você está aqui? V-você sabe que está correndo risco? — Donghyuck murmurou, seu coração estava fora do compasso e sua voz falhava.

— Desde o “Olá Mark, que bom que você veio”... — Jeno sorriu enquanto Donghyuck o encarava confuso. — Ah! Donghyuck você sempre contando mentiras...

Donghyuck sentiu um aperto no coração, mesmo que tivesse sido o mais sincero possível, Jeno ainda não acreditava em uma palavra que saísse de sua boca. Mesmo depois de tantos anos, Jeno nunca havia confiado o suficiente em Donghyuck... Não como Mark.

— E-eu disse a verdade... E-eu te amo Jeno. Eu queria te proteger... Queria te proteger de tudo de ruim que essa cidade trás... — Donghyuck segurava a mão fria de Mark, buscando o apoio do único que alguma vez já havia confiado em si.

Todos olhavam Donghyuck com olhares julgadores, como se o garoto fosse o próprio monstro.

— P-proteger o Jeno matando minha família? — Gyuri encarava Hyuck, seus olhos indicavam que ela vinha segurando o choro.

— Gyuri... O Ji-jisung...está lá em cima... P-por favor me entenda que eu nunca pedi por isso... O Taeil entendeu mal...eu nunca pedi pela morte de ninguém.

A garota simplesmente ignorou as desculpas, tomou a mão de John indo em direção a escadas para o primeiro andar.

— Dohyuck larga o Mark... Você e o Jeno podem se resolver sozinhos — Yukhei pediu novamente, se aproximando do mais novo.

— Então você curte o Mark hein Yukhei? Vai quebrar o coração dele também? — Jeno gargalhou, deixando o chinês confuso — Você se lembra Hyuck? De quando detonamos o idiota no manual?

Donghyuck voltou a olhar para Mark escondendo as bochechas avermelhadas, Yukhei erguia os cenhos, extremamente confuso.

— Yukhei...você é amigo do Renjun e do Sicheng... Por favor converse com eles, eles estão na casa ao lado...querem machucar o Jeno... — Donghyuck murmurou morbidamente, mas esforçando-se para convencer o mais alto.

— O que? — Yukhei estreitou os olhos — Donghyuck você é o louco?

— Coitadinho do Donghyuck...ninguém acredita nele. — Jeno debochou, rindo novamente.

— Talvez...talvez ele esteja falando a verdade — Taeyong murmurou, chamando atenção de todos — Jeno você não deveria ser tão duro com ele...

— Que tipo de personalidade é essa? Você criou um Taeyong caridoso agora? — Jeno estranhou, sabendo que o irmão nunca havia gostado do outro Lee — Caso você não saiba, Donghyuck cometeu um crime...

Donghyuck estava nervoso, ele só queria que alguém lhe dissesse que tudo iria ficar bem. Ele precisava de um porto-seguro.

— Eu tive uma ideia Hyuck! — Jeno exclamou de repente — Se você me ama de verdade... Que tal se você contasse isso que você contou pro Mark pra polícia?

Haechan não podia mais aguentar o peso de seu coração. Ele achava que quando contasse a Jeno a verdade, haveria a possibilidade do de cabelos pretos o perdoar, mas agora que ele sabia que essa possibilidade não existia ele podia sentir as lágrimas quentes escorrendo sobre o rosto e caindo na bochecha de Mark.

— E-eu vou ver o-o que ele falou...

Yukhei abriu a grade e saiu correndo do local. Não suportava ver pessoas chorando, mesmo se essa pessoa fosse um suposto criminoso.

— Jeno já chega... Gyuri me contou que você disse que ele foi o mandante... Mas eu não vejo Donghyuck querendo matar alguém, você conhece ele... — Doyoung mostrou-se sensato por mais uma vez.

— Ah Doyoung...se você quer o perdoar, perdoe...mas o polícia precisa de respostas! E eu já tenho as minhas! — Jeno sorriu novamente deixando o Kim perplexo.

— Jeno...eu achei que seu objetivo era ajudar a Gyuri... Você está obcecado com a vingança... — Doyoung resolveu interferir novamente, ele não achava que Jeno estava sendo justo. — A Gyuri só quer paz, ela não quer isso...

— Ele tem razão... — John murmurou, aparecendo no canto da escada— a Gyuri disse que não quer entrar na justiça, ela escutou a história do garoto lá em cima sobre o caso...ela só quer esquecer e ficar em paz... Vocês sabem como é a justiça em Neo City, nada acontece... Ela não quer gastar o tempo dela sabendo que Taeil vai acabar se livrando da pena, sendo que foi ele a executar o plano errado.

— Que garoto...? — Jeno estava confuso, atendo-se àquele simples detalhe do relato do americano.

— Aquele de cabelos rosas...Na...

— Jaemin...

O Na havia aparecido atrás do americano, deixando Jeno assustado. Ele teria caído da escada se Taeyong não o tivesse segurado.

— Não me toque! — Jeno gritou assustado, vendo que o Na vinha em sua direção.

O Na ignorou os gritos, e abraçou o garoto chorando em seu ombro.

— Você foi embora e me deixou com ele... Eu não achei que fosse suportar. Eu sei que eu errei...mas eu sempre quis você... Jeno por favor me perdoa meu amor.

— Me solta... por favor me solta... Jaemin eu não quero te machucar.

Jeno amava o Na, mas ele sabia que a relação dos dois era difícil. Não, a relação dos dois era problemática.

— Desde o inicio foi sempre minha culpa ... Eu fiquei com ciúmes do Donghyuck, e depois do Renjun... Mas eu sempre te quis ao meu lado. Eu só quero o seu perdão...me desculpa por estragar sua amizade e seu namoro.

Jeno empurrou o Na, um tanto quanto abalado. Ele encarou de relance Donghyuck, talvez se dando conta de que o amigo realmente estava contado a verdade, mas agora já era tarde, Donghyuck só tinha olhos para Mark.

XXX

Mark acordou confuso no hospital, ele olhou para o lado e deu-se conta de que estava no Sun & Moon novamente, mas dessa vez, era ele o paciente. Os olhos pesados não haviam o deixado enxergar, mas a sala estava cheia de presenças familiares.

— Oi Mark!

Foi Chenle a dar o primeiro sorriso acompanhado de um caloroso “oi”, ele estava de mãos dadas com Jeno que por sua vez tinha Jaemin pendurado em seu ombro.

— O-o que aconteceu? C-cadê todo mundo? Cadê o Hyuck? Por que Jaemin está aqui...?— Mark estava assustado e por pouco não puxou o fio que estava preso a sua veia.

— Calma! Eu estou bem aqui!

O canadense olhou para o lado dando de cara com o outro Lee, este que ele não havia notado que segurava sua mão enquanto sorria brilhantemente.

— Eu tive um pesadelo terrível... O Taeyong vinha matar a gente...e tinha uns biscoito e...

Donghyuck gargalhou enquanto Taeyong fazia cara de poucos amigos.

— Eu também tive Mark... O Jeno jogava a culpa toda em mim... E eu ainda morria!—Doyoung comentou dramático, encarando o canadense com carinho.

— E eu que sonhei que tudo isso aqui era uma mentira? Parecia que eu tava assistindo um episódio de Black Mirror... Eu nunca mais durmo em cadeiras de hospitais!— Donghyuck entrou no embalo, rindo ao final.

— Pois eu tive um sonho muito bom... O Donghyuck ia preso! — Jeno sorriu, arrancando olhares insatisfeitos.

— V-você...é?

Mark estava chocado, ele mal podia acreditar que o garoto bonito das fotos estava ali em carne e osso.

— Lee Jeno, o melhor autor de Neo City! — Jeno sorria, contagiando o canadense — Me desculpe...eu peguei pesado, não é?

Mark fez que sim, fazendo o mais novo ficar envergonhado.

— Me desculpe por não parar Renjun, Mark... — Nana comentou tímido, sem que olhasse o canadense nos olhos.

— V-vocês...? — Mark estava confuso, por que Jeno estava ao lado de Jaemin?

— Antes que me julgue... Você gosta do Donghyuck... — Jeno o cortou, enquanto recebia olhares julgadores.

Mark achava aquilo problemático, mas preferiu não dizer nada, a final de contas nada daquilo lhe dizia respeito e ele estava mais preocupado em esconder as bochechas rubras que denunciavam sua vergonha.

O canadense não havia percebido, mas ouvir aquele fato havia deixado Donghyuck realizado. Mark não só confiava nele, como também nutria certo carinho pelo Lee mais novo.

— E o Jisung...? — o Lee desviou o assunto, preocupado com o mais novo.

— Gyuri e John estão com ele... Ele acordou e sorriu pra mim! — Chenle comentou animado — Ensinei a ele seu nome, disse a ele que você é meu super-herói favorito.

Aquela frase mexeu com o canadense. Ele que nunca tinha a pretensão de ser taxado de herói, agora carregava o título para si da melhor maneira possível.

— Obrigado... — as bochechas rubras permaneciam no rosto de Mark, mas estas agora vinham acompanhadas com um sentimento gostoso de alegria.

— Ele tem razão... Você foi incrível Mark... — Donghyuck apertou a mão do outro Lee, sorria de alegria.

O de cabelos castanhos sentiu seu coração descompassar, era sempre bom receber um elogio do mais novo.

— E o Renjun? — Mark não podia deixar de perguntar, por mais feliz que estivesse de ver todos são e salvos, ele ainda não entendia como tudo havia acabado assim.

— Yukhei tentou acalmar ele... A gente não ficou lá pra ver, mas acho que eles ficaram assustados com as sirenes da policia quando o Doyoung ligou... — Taeyong confessou, acalmando o outro Lee.

Depois daquilo, Mark fez algumas perguntas a seus amigos, mas aos poucos um por um ia se despedindo, deixando apenas ele e Donghyuck no quarto de hospital.

— Muito obrigado por acreditar em mim desde o início... — Donghyuck botou no rosto o sorriso simpático. — Eu não sabia o que era isso desde muitos meses atrás... Eu volto a te dizer Mark, eu sempre soube olhando nos seus olhos que você me ouvia e tentava me compreender por mais difícil que fosse... Eu realmente gosto disso em você...

— Do que...? — Mark proferiu aos gaguejos, a vergonha já havia consumido o mais velho.

— De como você tenta ajudar as pessoas que acha que valem a pena... De como você tenta conhecer os outros por si só... De como você me olha com carinho...

— I-isso...é porque...isso é só porque eu te acho encantador... Em todos os sentidos... — Mark confessou hesitante vendo que Donghyuck se aproximava.

O sonho do mais velho havia sido realizado, havia recebido um selar de lábios de Donghyuck, e ele era realmente tão doce quanto o garoto imaginava, lento, calmo e aconchegante como os braços de Donghyuck que o protegiam de todos.

— P-por...que? — Mark estava surpreso, na sua concepção Donghyuck amava Jeno.

— Por que não? — Donghyuck gargalhou, olhando o mais velho com carinho. — Não acho que posso perder essa oportunidade... Afinal eu não sei o que me aguarda daqui a alguns meses.

Mark lembrou-se com pesar daquilo que Donghyuck havia lhe revelado mais cedo. O Lee se entregaria para a polícia e contaria tudo, Doyoung ficaria responsável por sua defesa e todos os outros dariam suas testemunhas a favor do Lee, mirando em incriminar Taeil, e até mesmo Renjun.

— Vai dar tudo certo...você não vai ser culpado... Doyoung parece bom no que faz.

— Eu acho que você seria um advogado bem melhor pra mim... — Donghyuck gargalhou — Foi por você ter lutado por mim que tudo isso aconteceu! Você é único Mark Lee.— Donghyuck o encarou com carinho.

Tomado pelo desejo, dessa vez foi Mark que surpreendeu o mais novo e botou em prática tudo que ansiava por aquelas semanas inteiras. Beijar os lábios do vizinho nem um pouco psicopata do apartamento ao lado.