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História Guide to a Virgin Universitary - (2Yeon) - Guia 8: É a ela que o seu coração pertence


Escrita por: enbysauro

Notas do Autor


Oi, gente, então eu tinha um texto preparado para esse capítulo, mas acabei perdendo o argumento porque uma coisa muito ruim aconteceu. Resumidamente eu torci meu pulso durante um treino e agora não to conseguindo ter uma boa coordenação motora (para vocês terem noção, nem esse aviso eu estou conseguindo escrever sem que doa). Isso significa que eu provavelmente vou ficar um tempo sem aparecer. Não mais que um mês e não menos que algumas semanas. Espero que vocês entendam, de coração <3

Boa leitura.

Capítulo 33 - Guia 8: É a ela que o seu coração pertence


Durante muitos séculos o ato sexual foi creditado como algo essencial para a reprodução da humanidade. Da mesma forma funciona com outros diferentes reinos da natureza, isso incluindo animais e plantas. Óbvio que em diferentes espécies o sexo era trato de forma diferente, além de ser praticado de maneiras distintas. Com o passar dos anos e evolução da humanidade, o ato sexual passou a se tornar algo prazeroso e visto de muitas formas como algo indispensável para dar continuidade a vida e também para tornar pessoas e relacionamentos ainda mais duradouros e íntimos. Com o tempo, o sexo foi sendo modificado, modelado e enfim, retirado do seu posto de "assunto que não deve ser tratado" já que as pessoas de gerações mais atuais passaram a entender como algo bom.
A verdade é que desde o início dos séculos a humanidade enxergou de forma totalmente errada o que era para ser algo de pouca importância. Se formos falar do que as religiões acham, nem sobre esse assunto estaríamos tratando. Para a ciência o sexo tem seus próprios benefícios e malefícios, assim como descrições e ambiguidades.
Mas o que realmente é o ato sexual? Qual é o papel dele na vida das pessoas e qual a verdadeira significância para cada indivíduo?
A resposta é simples: não existe uma maneira única de responder a isso. Porque cada pessoa tem a sua maneira de enxergar as coisas, desejar e praticar o que lhes convém.

"Existem três tipos de pessoas nesse mundo: Os que fazem sexo, os que só se sentem confortáveis para fazerem quando gostam mesmo de alguém, e os que não sentem vontade e nem interesse em fazer." – Im Nayeon, 2020.

Seoul/ 13:04h PM.


A noite anterior havia sido memorável, mas como qualquer outra coisa existente teve de ter um fim. Era domingo de tarde e como de costume, Nayeon permanecia debaixo das cobertas se recusando a levantar e dar início a sua rotina. Estava exausta de tanto festejar e também arrependida por tudo que havia dito.
Não se lembrava nitidamente do que ocorrera, mas sabia que uma longa conversa com a sua amiga e colega de apartamento a aguardava.


Quando o despertador tocou pela quinta vez, Nayeon resolveu se levantar com muita resistência e preguiça. Sentia o seu corpo mole e a sua cabeça pesada, repleta de dor, tensão e problemas. Após cumprir a sua rotina diária, seguiu para deixar o quarto. Observou todo o apartamento antes de continuar a sua caminhada e percebeu que estava sozinha. Tomou o remédio que encontrou sobre a mesa junto à um copo de água e um recado escrito por Jeongyeon.


"Boa tarde. Vou fazer as compras e encontrar com a minha irmã depois. Devo estar de volta de noite. Espero que o remédio ajude com a ressaca." – Jeongie.


A forma como a Yoo conseguia tirar um sorriso, mesmo que involuntário, de Nayeon a irritava levemente.


— Só vai voltar de noite, hum. Quais as chances dela estar tentando evitar uma conversa constrangedora? — perguntou para si mesma, analisando a situação e o pequeno bilhete deixado pela garota. — Bom para mim. Não sei se quero conversar agora. Céus — murmurou, caminhando diretamente para a sala e se deitando no sofá.


O dia passou rapidamente e da mesma forma que costumava ser em todos os domingos tediosos de sua antiga vida. Faltavam alguns minutos para dar sete horas da noite. Normalmente a essa hora Nayeon já estaria se preparando para sair novamente, ou apenas marcando de assistir alguma coisa com algum dos seus amigos próximos. Porém, a situação deixou a desejar e o seu dia acabou se resumindo a diálogos prontos, possíveis acontecimentos e uma espera matadora para a noite chegar logo.


Faltando alguns minutos para as oito da noite Jeongyeon chegou repleta de sacolas e uma expressão de quem havia tido um dia cansativo. Nayeon permaneceu no sofá, apenas tentando levar normalmente o fato dela estar a alguns metros e evitando pensar muito para que a sensação de inquietação no seu estômago não se propagasse.

— Ah, olá — disse a Yoo para o cachorro que fora até si alegremente. — Você se comportou hoje? — nessa hora Gaenun latiu e divertiu as duas que o assistiam. — Olá para você também — Jeongyeon lançou para a garota sentada em frente a Tv. Logo tomando o rumo da cozinha e deixando as compras sobre os balcões.

— Oi.

— Está com fome? Eu posso preparar o jantar hoje. Comprei ingredientes para fazer uma sopa ótima.

— Ah, pode ser — Nayeon retornou seu olhar para a Tv, engolindo em seco o seu nervosismo.

Algumas horas se passaram e os diálogos eram sempre resumidos a respostas curtas. Nenhum assunto durava mais que quatro a cinco frases trocadas e logo o silêncio desconfortável retornava. Nem mesmo no jantar, a hora em que mais conversavam sobre o seus respectivos dias estava animado.

— Então... Como foi o seu dia? — perguntou a Im, na tentativa de quebrar o gelo imposto desde o momento em que sentaram a mesa.

— Foi exaustivo. Mas não tanto quanto um dia normal de aula. Só foi... — a outra respondeu, levando os hashis até a sua boca com certo desânimo.

— Monótono?

— Sim — ela suspirou pesadamente. — Mas enfim. Como está o jantar?

— Agradável.

— Bom...

E novamente o silêncio voltou. Algo além da compreensão de ambas as impediam de fixar um assunto ou trocar olhares mesmo que breve. O fato era que ambas sabiam o que precisavam fazer, mas não queriam fazer ou simplesmente estavam com medo.

O amor é um sentimento contraditório. Ao mesmo tempo que aquece, ele queima. Ao mesmo tempo que é doce, pode se tornar amargo. O amor é um misto de sensações indescritíveis e duradouras que podem, ou não, machucar. Quem busca apenas felicidade não busca amor, e quem busca dor não encontra o amor. Porque ele está sempre entre essas duas coisas, buscando equilibrar e presentear quem tem a sorte de o encontrar.
Agora, o que o amor e o sexo tem em comum? Ah, meus amigos. Vocês estão prestes a descobrir.

Mais tarde naquele mesmo dia, Nayeon finalizava a sua tarefa de lavar a louça do jantar, enquanto encarava a porta cerrada do quarto de Jeongyeon. Já fazia alguns minutos que a Yoo havia se despedido e adentrado o cômodo alegando estar indo estudar e logo depois dormir. Nayeon via aquilo apenas como outra desculpa para evitar uma conversa e estava tudo bem, afinal, ela estava tentando fazer o mesmo. Mas por quanto tempo ficaria assim? Como seria amanhã? Como sentariam na mesa junto às suas outras amigas e fingiriam que o final de semana apenas não existiu. Não era saudável fugir para sempre e Nayeon sabia disso.
Foi aí então que ela assumiu o controle e toda a responsabilidade por suas ações. Se as coisas estavam estranhas entre elas, a culpa era totalmente sua. Ninguém a obrigou a beber na noite passada, ninguém a obrigou a chama-la para dançar e ninguém a obrigou a se apaixonar.

Não demorou e já estava em frente a porta, a mão erguida e o punho fechado, prestes a prosseguir e bater na madeira. Até que sem o menor esforço a passagem fora aberta e Jeongyeon surgiu tão surpresa quanto a Im. As duas se olharam por um longo período de tempo, até Nayeon ter novamente a iniciativa de dar continuidade ao que veio fazer.

— Precisamos conversar.

— Eu sei — a Yoo respondeu de prontidão.

— Não sei se consigo continuar escondendo isso.

— Não precisa.

— Jeongyeon.

— Sim?

— Eu me apaixonei por você. Me desculpa.

— Por quê?

— Porque eu estou sendo uma péssima amiga. Deveria estar te ajudando a encontrar a pessoa certa, não alimentando sentimentos amorosos por você.

— Quem disse? — Jeongyeon lançou. — Você fez exatamente o que disse que faria, trouxe até mim a pessoa certa. Eu só demorei para perceber que você estava o tempo inteiro aqui.

— Ok. Nós podemos pular essa conversa?

— Por favor... — ela riu divertida, puxando a garota para entrar no quarto.

Nayeon fechou a porta sutilmente, não perdendo tempo para cortar a distância entre as duas. A Yoo contribuiu um tanto nervosa, levando ambas as suas mãos ao rosto da outra e seguindo para selar seus lábios.

— Não precisa ter medo — murmurou em um tom baixo, vendo que a Im parecia hesitando quanto a retribuir o contato e por as suas mãos sobre o seu corpo. — Está tudo bem.

Nayeon fechou seus olhos, deslizando suas mãos sobre a nuca da maior, aprofundando o beijo lento que desfrutavam.

Na medida que exploravam seus próprios limites, iam se aproximando da cama, chagando ao nível de permanecerem deitadas lado a lado. Quando o ar se fez necessário, calmamente encerraram o beijo. Nayeon sorria minimamente, observando cada traço bem detalhado do rosto de Jeongyeon. Suas mãos acariciavam suas bochechas delicadamente.

— Você é tão linda. Faz ideia do quanto me doía te observar de longe? — disse em um tom divertido.

— Ah, eu imagino que bastante. Mas você deveria ser mais discreta. Não só eu quanto qualquer outra pessoa que parasse para te olhar percebia o quanto você estava se matando por dentro, pfft.

— Idiota... — ela riu.

— Mas sabe?

— Hum?

— Eu também costumava te assistir bastante.

— Oh. Parece que eu tenho uma admiradora. Como você conseguiu ser mais discreta que eu?

— Qualquer pessoa consegue ser mais discreta que você, Im Nayeon, entenda — Jeongyeon brincou, dando uma risada baixa.

— Pelo menos eu tentei — Nayeon riu, suspirando profundamente antes de voltar a selar seus lábios.

Ao longo dos anos a visão do amor foi modificada inclusive em diversos romances clássicos. Algo que variou entre histórias trágicas e melodramáticas, até romances leves e de grande alívio cômico. Mas a pergunta que não quer calar é: "Qual é a real ligação entre o amor e o sexo?".
Aqui lhes vai a resposta: Ambos funcionam muito bem juntos, assim como também sozinhos.

O amor é algo complexo demais para se resumir a uma noite só. É a escala mais alta de conexão que se pode estabelecer com alguém. Ele funciona bem com ou sem sexo, porque nada se resume a isso.  E o sexo? Ah, ele também tem a sua perfeita funcionalidade sem o amor. Não tem nada de errado nisso, entenda. Juntar os dois é algo natural, é belo e satisfatório. Mas não se pode esquecer que na realidade ambos vão continuar existindo, mesmo na ausência do outro. Não é ciência, não é magia, é apenas o jeito como as coisas funcionam.

[...]

Era manhã, faltava pouco mais de cinco minutos para o despertador tocar, mas nem isso foi necessário. Nayeon despertou por conta própria, sentido o peso do corpo da Yoo sobre a sua pele quente e desnuda. O seu rosto repousava contra o seu peito e alguns fios de seu cabelo permaneciam colados em sua testa devido ao suor. Enquanto a observava cochilar, sorria involuntariamente e sentia as borboletas de seu estômago um pouco mais calmas, mas ainda existentes. Gostaria de permanecer naquela mesma posição até enjoar, o que poderia nunca vir a acontecer. Então apenas riu, se lembrando de que em alguns minutos teria que se levantar e arrumar as coisas para mais um dia de aula, entretanto, sabia que estaria em boa companhia.

Eu amo você — sussurrou, passando os dedos sobre as mechas escuras da Yoo, que para a sua surpresa, estava acordada já tinha algum tempo.

— Que bonitinha — respondeu a mais nova,  se retirando dos seus braços para desligar o despertador e se sentar na cama. — Eu também amo você. Mas não vamos matar aula para ficar na cama, se é o que você pretende.

— Hein?!

— O que? Achou mesmo que eu ainda estava dormindo? — Jeongyeon riu, logo se levantando. — É impossível dormir quando tem uma louca mexendo no seu cabelo.

— Ah, mas-

— Vamos, Nay! Eu não quero me atrasar para a aula! — exclamou, jogando algumas peças de roupas da própria Im em sua direção.

Nayeon resmungou algumas coisas desconexas, se jogando novamente entre os lençóis e pressionando um dos travesseiros contra o seu próprio rosto. O dia parecia prometer grandes novos acontecimentos.


Notas Finais


Então, esse capítulo esclarece algumas coisas mas eu sinto que ainda preciso esclarecer muitas para vocês.
Primeiro que: sim, não haverá hot. Eu não decidi isso de última hora, apenas fiquei pensando muito sobre até chegar o momento certo e decidir que as coisas vão funcionar assim daqui pra frente. Segundo que: a sexualidade da protagonista (Yoo Jeongyeon) ficou bem clara desde o início que era demissexual – que são basicamente pessoas que só sentem atração sexual em casos bastante restritos, ou seja, quando sentem algum tipo de ligação emocional ou intelectual com uma determinada pessoa. Inclusive tá nas tags da estórias e bem nítido na sinopse ("Jeongyeon!Demi(ssexual)").
Eu só estou falando isso para não ter desentendimentos ou especulações sobre alguma coisa.

Caso vocês ainda tenham dúvidas eu posso responder nos comentários.

Anyways, já disse tudo que eu queria dizer e espero que vocês entendam. Até mais <3


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