Hanyang University - Seoul/ 15:30h PM.
Uma troca de olhares penetrantes indicava uma tensão palpável no ambiente. O silêncio solene da biblioteca estava prestes a ser perturbado por uma jogada vencedora vindo de Hirai Momo e sua grande habilidade no jogo de Poker.
— Full house, bitches — lançou, junto a sua mão vencedora de cartas sobre a mesa.
— Ah, o que?! — Chaeyoung se alterou ao ver o resultado, ainda pensando como poderia ter perdido se nem ao menos teve a chance de recorrer a sorte.
— Isso valeu?! Parece trapaça... — Sana se irritou, fazendo birra e espalhando as cartas sobre a mesa.
— Eu sou uma jogadora nata, crianças. Avisei que perderiam e ainda sim, quiseram apostar tão alto — disse Momo confiante, tomando para si as fichas premiadas de suas oponentes. — Quem topa mais uma mão?
— Tô fora — Chaeyoung logo se retirou, entregando o jogo.
— Eu também não quero perder de novo, obrigada — e logo depois Sana.
— Bom pra mim. Com esse dinheiro que ganhei de vocês vou comprar algo para a minha Dubu.
— Que gado — disse a Minatozaki.
— Disse a emocionada — a outra devolveu no mesmo tom.
— Teu c-
— Ei! Vocês duas! Parem de brigar. Vão acabar fazendo a gente ser expulsas da biblioteca! — Chaeyoung interrompeu a possível discussão. — Mas todo mundo sabe que a mais romântica daqui sou eu, pfft.
— Ah, nem vem!
E assim se iniciou outra discussão, desta vez entre as três para decidir quem era a mais romântica, emocionada e gado do grupo.
— Shhh....! — de repente a voz da sabedoria surgiu pedindo silêncio e somente assim para as três outras se calarem e abaixarem o tom de voz. — Estamos em uma biblioteca e tem gente aqui tentando estudar — disse Jihyo, apontando para Jeongyeon que estava a sua frente fazendo o trabalho que deveria ser para as duas por conta própria.
— Por que mesmo que viemos para a biblioteca? — Sana indagou confusa.
— É o único lugar onde podemos jogar poker em silêncio — explicou a Hirai.
— Por que vocês três não vão apostar bem longe da biblioteca? Ou sei lá! Perturbem as suas namoradas. As adultas estão tentando estudar aqui — e novamente Jihyo comentou de forma prepotente, fazendo as outras rirem de sua fala.
— Primeiro que a única adulta daqui veio chapada pra aula e acabou dormindo na poltrona — Chaeyoung apontou para Nayeon que dormia totalmente desengonçada em um acento próximo da mesa em que estavam. — Segundo que só quem tá fazendo algo aqui é a Jeongie.
— Isso é verdade — a Yoo concordou, tirando sua atenção brevemente das anotações em seu caderno para se pronunciar.
— Não é verdade, eu estou... estou... dando apoio moral! Isso é muito mais útil do que atrapalhar, que aliás, é o que vocês estão fazendo agora. Vão logo lá pra fora, não atrapalhem a gênia em processo de criação.
— Tá certo.
As três se levantaram, fazendo o máximo de barulho que puderam apenas por provocação, para enfim, deixarem a biblioteca.
— E ae, o que vocês querem fazer? — perguntou a Hirai, ainda com o baralho de cartas em mãos e os bolsos cheios de fichas.
— Eu vou atrás da minha pinguim. Falei pra ela que nos encontraríamos depois do almoço para tomar um sorvete — Chaeyoung respondeu, pegando seu celular e enviando uma mensagem de confirmação para a sua namorada.
— Eu não sei o que fazer agora. Deveria estar estudando para alguns testes, mas sei que posso pagar alguém para me ajudar com isso — Sana deu de ombros.
— Tudo pra você se resolve na base do dinheiro, é incrível.
— Ei... Espera. Eu tive uma ideia! — Momo gesticulou, tendo uma epifania épica ao ouvir o comentário de Chaeyoung quanto as atitudes da Minatozaki. — E se fizermos um desafio. Entre nós três.
— Hum.
— A maior gado-romântica-emocionada de todos os tempos — disse, olhando para um ponto fixo desconhecido acima das outras duas. — Seria como uma competição de qual das três consegue mimar melhor as parceiras.
— Uau. Agora você se superou — a Son comentou. — Como funcionária?
— Simples. Temos dinheiro. Tudo que precisamos fazer é bancar os mimos das nossas namoradas ao nível extremo!
— Uh! Uma competição que vende a ideia do amor como algo superficial e material. Eu amei! — disse Sana, surpreendendo a todas com a escolha de palavras e afins.
— Desde quando a Sana é tão inteligente-
— Isso não importa. O que importa é que tudo que temos a perder com essa competição é dinheiro e dinheiro é o que mais temos, certo?
— Certo.
— Então. O que vocês me dizem?
— Estamos dentro.
Alguns dias depois e o resultado do desafio insano das garotas apareceu de modo nada sútil.
— Senhorita Myioui, é bom vê-la novamente — disse a professora gentilmente, abraçando os ombros da japonesa e guiando-a para a sala. — Eu estava mesmo querendo falar com a senhorita. Na verdade, com a sua namorada.
— Uh. Aconteceu alguma coisa senhora Cho?
— Apenas... Veja com os seus próprios olhos.
Ao adentrarem a sala de aula, Mina se assustou com a quantidade de flores postas sobre cada mesa. Além de um enorme arco de rosas em volta do seu assento e uma cesta cheia de doces.
— Meu deus, Chaeyoung. O que você fez...? — murmurou, perplexa com tamanha bagunça que a outra havia feito.
— Foi exatamente essa a reação que eu tive quando entrei na sala. Acho muito lindo toda essa coisa de casal que se apoia e fazem surpresas românticas de forma inesperada, mas comprar uma floricultura inteira e trazer para dentro da sala de aula é no mínimo... Exagerado, não acha? — a professora comentou, tentando reunir as flores na tentativa de limpar a sala a tempo da aula.
— Sim. Eu concordo senhora Cho. Vou falar com a Chaeyoung sobre esse comportamento depois. Deixa que eu te ajudo com isso — rapidamente a garota deixou seu material de lado para ajudar a mais velha na arrumação, enquanto refletia sobre a surpresa nem tão agradável da sua namorada.
Já em outro cenário, Kim Dahyun tentava se concentrar em sua apresentação de tese, mas o seu nervosismo estava a atrapalhando e fazendo com que errasse algumas das falas. Porém, o seu sofrimento teve pausa quando de repente um aluno se levantou, cantarolando o primeiro verso da canção "I can't take my eyes of you - Frankie Valli".
— "You're just too good to be true /Can't take my eyes off of you /You'd be like /Heaven to touch /I wanna hold you so much /At long last, love has arrived /And I thank God I'm alive /You're just too good to be true /Can't take my eyes off of you".
— O que tá acontecendo...? — murmurou a menina, vendo mais três dos alunos ali se levantarem e continuarem a canção romântica, indo em encontro com ela para a frente da sala de aula.
— "I love you, baby /And if it's quite alright /I need you, baby /To warm the lonely night /I love you, baby /Trust in me when I say".
Após a apresentação repentina os rapazes se despediram, dizendo fazer parte do grupo acapella da universidade e revelaram que haviam sido pagos para isso.
— Essa apresentação foi um presente romântico de Hirai Momo para a sua linda namorada, Kim Dahyun. Junto a canção ela nos pediu para que dissesse algumas palavras, então aqui vai;
E enquanto Dahyun ouvia o texto, praguejava em mente a sua namorada por arruinar a sua apresentação e envergonha-la na frente de todos de sua turma sem uma razão em específico.
[...]
Horas após todas as surpresas, Mina, Dahyun e Tzuyu se encontraram nos corredores. Irritadas pelo o que suas namoradas haviam as feito passar e também exaustas por conta dos sermões que levaram nos lugares destas.
— Hãn, Tzuyu... Qual é a do urso? — perguntou a Kim, tendo a mesma reação de choque que Mina ao verem a mais nova carregando consigo um urso de pelúcias de dois metros pelo corredor.
— A Sana enlouqueceu — fora tudo que conseguiu falar.
— Que estranho. A Chaeyoung e a Momo também — disse a japonesa, elaborando uma teoria sobre o que ocorrera. — Claramente as três estão por trás disso tudo. Eu só não sei o porquê.
— Eu também não.
— Muito menos eu — a Chou resmungou após carregar o urso por mais alguns metros. — Sério. Esse urso deve pesar uns cinquenta quilos!
— Ei! Cinquenta não! Eu tenho quarenta e oito!
De repente uma voz que parecia vir do além se pronunciou. As três meninas se olharam esperando que alguma tivesse a resposta, mas apenas quando a própria pelúcia começou a se mexer e rasgar puderam entender.
— Sana! Que porra é essa?! — Tzuyu comentou assustada ao ver a sua namorada desmembrar o urso e sair de lá dentro com uma enorme dificuldade.
— Era pra isso ter acontecido há umas três horas atrás, mas eu meio que cochilei dentro da fantasia — a japonesa riu ao se explicar.
— Ok, definitivamente tem alguma coisa acontecendo aqui — Dahyun se pronunciou, levando apenas alguns segundos para se virar e encontrar Chaeyoung e Momo tentando escaparem sem falar nada.
— Ei! — Mina chamou atenção das duas. — Aonde pensam que vão?!
— Pra lugar nenhum, ora — Momo mentiu tentando sair ilesa.
— Chaeyoung — a sua namorada chamou. — O que você tá escondendo aí atrás? — perguntou a Myoui.
— Ah... — a Son riu nervosa, trazendo os seus braços para frente e revelando estar segurando um cachorro filhote amarrado por um laço de fita. — Surpresa?
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