História Guide to a Virgin Universitary - (2Yeon) - Entrevistas fracassadas

Jeongyeon revirou na sua cama durante a noite inteira. Estava pensativa e refletiva sobre o a sugestão dada por Jihyo, considerando todos os prós e contra até chegar à uma conclusão: De fato uma colega de apartamento poderia ajudar.
No outro dia, enquanto chegava na universidade acompanhada da Park, tomou coragem para engatar o assunto novamente.

— Eu passei a noite pensando sobre o que você falou ontem — inciou, um tanto incerta.

— Ah, eu sei. Deu para ouvir você revirando na cama do quarto de hospedes. Até parecia que estava com alguém...

— Credo, não! Para de pensar coisa errada sobre mim! — disse em repudia.

— Você que pediu para ser zoada.

— Posso falar agora?

— A vontade — Jihyo cessou seus passos, ficando de frente para a Yoo enquanto a mesma continuava a falar.

— Eu pensei sobre a sua ideia de ter uma colega de quarto e acho que aceito.

— Ótimo. Podemos pedir para as meninas para espalhar pelo campus a vaga. Talvez seja preciso estabelecer algumas regras sobre quem pode participar das entrevistas — a Park refletiu, praticamente falando sozinha.

— Ou! Calma. Eu estava pensando em deixar você ser a minha colega de apartamento, o que você acha? — Jeongyeon sorriu animada, recebendo uma resposta desanimadora.

— Desculpa, não vai rolar.

— O que?!

— É isso mesmo que você ouviu. Não posso ser a sua colega de apartamento. Sou a sua melhor amiga e os meus pais jamais me deixariam morar sem a supervisão deles.

— Podem até pensar assim, mas eu garanto que mudariam de ideia quando soubessem que você iria morar comigo.

— Por quê? Porque você é inofensiva? Ou extremamente organizada e empenhada? Eu sei que eles te adoram, unnie. Mas não permitiriam que eu fosse, e também não quero — Jihyo encerrou, dando a última palavra. — Você não pode morar com amigos muito íntimos, é perigoso.

— Como assim?

— Colegas de apartamento precisam se respeitar e obedecer as regras ditadas pela pessoa responsável pelo apartamento. Ou seja, morar com alguma das suas amigas mais próximas seria ruim para você e as suas milhares de regras.

— Mas nem a Momo ou a Chaeyoung?

— Tá louca?! — Jihyo exclamou parecendo assustada com as sugestões da Yoo. — Morar com a Momo é pedir para que o seu apartamento seja visitado por mulheres desconhecidas todo fim de semana. Morar com a Chaeyoung é permitir que uma anã de jardim quebre todas as suas regras e também as suas coisas.

— Ah, não. Não quero prejuízo e nem desconhecidas no meu apartamento.

— Por isso precisa de pessoas que não tem tanta intimidade, assim elas vão respeitar à você e zelar por suas coisas.

— Ok, ok. Agora entendi — Jeongyeon assentiu, voltando a caminhar com a Park. — O que eu faço agora?

— Anunciamos as entrevistas e deixamos bem claro alguns critérios bem críticos...

[...]

No período da tarde Jeongyeon e Jihyo iniciaram as entrevistas com algumas das poucas alunas da universidade interessadas na vaga e principalmente, com os requisitos específicos das duas.

— Aqui diz que você é organizada, seguidora de regras e cursa medicina, está correto? — a Yoo questionou de forma serena para a primeira candidata.

— Sim — a menina respondeu de prontidão. — Eu passo boa parte do dia na universidade, mas volto para casa por volta das dez/nove horas da noite — explicou a jovem, sorrindo esperançosa.

Jeongyeon viu o horário da outra garota como algo razoável, além de que seria bom dividir o apartamento com uma pessoa que quase não fica presente.

— Isso é bom — comentou, retribuindo um sorriso para a jovem.

— Eu tenho uma pergunta — Jihyo se pronunciou, cruzando as suas pernas e pondo as suas mãos sobre as mesmas. — Você se importa de só comer alimentos industrializados?

— Oh... — a menina pareceu desanimar com a questão da Park. — Eu tenho intolerância à glúten e alguns problemas de saúde que me impedem de comer comidas industrializadas.

Ao final da resposta da menina, as duas amigas se olharam. Jeongyeon carregava uma expressão de decepção, enquanto Jihyo apenas dizia com o olhar "eu avisei".

— Próxima.

[...]

A segunda garota parecia bastante preparada para a vaga. Tinha tudo para ser a escolhida, mesmo a segunda do dia. A Park e a Yoo tinham fé de que ela seria a perfeita, até a menina soltar uma informação um tanto comprometedora.

— Eu e o meu namorado estamos buscando por colegas há um tempo. Infelizmente os últimos que tivemos meio que nos expulsou por não conseguirmos nos "conter"... — ela riu, esperando que as outras fizessem o mesmo.

— Próxima — disseram em coro.

[...]

As horas passavam, levando as entrevistas fracassadas e o restante de esperança que restava para as garotas. A última garota tinha uma boa conversa, parecia simpática e bastante proativa, mas não ao nível hiperativo. Durante toda a converse se manteve focada na ideia de que iria respeitar as regras e principalmente, não se importava de contrair nenhuma doença grave se alimentando apenas de alimentos industrializados e fastfood.

— Você está em algum relacionamento no momento? Ou costuma se relacionar com muitas pessoas semanalmente? — Jeongyeon perguntou apenas em intuito profissional, mas não fora entendido dessa forma pela outra.

— Não, não. Estou solteira e não curto muitas aventuras sexuais, prefiro um relacionamento sério, sabe? Sou bastante caseira — a outra garota lançou um sorriso duvidoso para a Yoo, mantendo o olhar sobre o seu. — Qual é a sexualidade?

— Eu sou-

— Não interessa à você. Com licença — Jihyo interrompeu qualquer possível flerte futuro, se levantando e puxando a outra menina para a saída. — Até mais! Não ouse ligar para a Jeong unnie, sua vaca! — finalizou, nem ao menos deixando a garota finalizar o que tinha para dizer.

— O que? — a Yoo se pronunciou, se levantando do sofá e indo até a Park. — Por que fez isso? Ela era perfeita.

— Não, não era. Claramente estava tentando algo com você.

— E o que que tem? Eu ia explicar para ela quer eu sou assexual e que estava aqui apenas pelo profissionalismo. Não é como se a garota fosse tentar algo a força comigo, jihyo!

— Vai saber? Essa gente é doida — Jihyo deu de ombros, voltando para o sofá. — Falta mais quem?

— Ela era a última.

— Uh, sério?

— Sim. Bom, pelo menos eu acho que sim — Jeongyeon releu as folhas na prancheta que tinha em mãos. — Ah, não. Falta uma garota.

— Quem?

— Não sei, ela não se identificou.

— Suspeito.

— Se for uma completa perda de tempo a gente esqueça essa ideia e nada muda — deu de ombros, avançando para se sentar, mas sendo impedida pelo som inesperado da campainha.

— Deve ser a menina misteriosa. Vai lá atender.

Jeongyeon voltou para a entrada do apartamento, abrindo a porta e se surpreendendo com quem estava do outro lado, abrindo um sorriso desengonçado e arrumando os fios do seu cabelo bagunçados pelo capacete que tinha em mãos.

— Desculpa o atraso — disse, se curvando em reverência para a outra. — Posso entrar?

— Ah... Claro — a Yoo pareceu ter desligado do mundo no momento em que viu Nayeon parada em sua porta. Tentava raciocinar o que estava acontecendo e automaticamente associou a amiga que as duas tinham em comum como pivot do dito "acaso".

— Nayeon?! — Jihyo fingiu surpresa ao ver a Im adentrando o apartamento, retirando algo do bolso de sua jaqueta e entregando à anfitriã. — O que faz aqui?

— Eu vim para a entrevista — respondeu simples.

— O que tem aqui? — Jeongyeon perguntou, observando o pequeno recipiente de plastico.

— Biscoitos com gotas de chocolate. Espero que goste — Nayeon disse, antes de se sentar no sofá ao lado de Jihyo.

— Ok. Eu não tenho ideia do que está acontecendo aqui, então quero explicações sinceras e para já.

— A Jihyo me contou sobre a vaga de colega de apartamento, e eu vim. Simples assim.

— Sério? Pensei que teria algo à mais.

— E tem — Jihyo comentou, iniciando um diálogo. — Eu contei para a Nayeon porque ela me pareceu perfeita para a vaga.

— E como eu já estava pesquisando sobro novos lugares para morar, esse me pareceu o perfeito.

— O que te leva a pensar que é a "perfeita" para vaga?

— Quer que eu separe os tópicos para você? — Nayeon riu.

— A vontade — a Yoo afirmou, se sentando no sofá à frente das duas.

— Sou uma excelente cozinheira, na maioria das vezes sigo as regras, quase nunca estou em casa e tento o máximo possível viver em um ambiente tranquilo e organizado.

— Ok — Jeongyeon assentiu, mantendo uma expressão neutra. — Jihyo, podemos conversar rapidinho? — a Park afirmou, seguindo a outra até o seu quarto. — O que te levou a pensar que a sua melhor amiga motociclista e assustadora seria uma boa colega de apartamento para mim? Você só pode estar brincando comigo!

— A Nayeon não é assustadora — Jihyo riu. — Ela é muito adorável, você vai ver. E o que me levou a pensar isso? Simples, o desafio.

— Jihyo, eu sei que isso parece uma brincadeira para você, mas não é. Eu não posso aceitar uma pessoa como ela na minha casa.

— Jeong, você não está entendendo — a Park levou ambas as suas mãos ao ombro da maior. — Você não tem outra opção. Os seus requisitos para a vaga são específicos demais, não tem como você achar outra Yoo Jeongyeon por ai. O jeito é aceitar uma Im Nayeon, que apesar de ser muito errada,  tem tempo e disposição suficiente para te ajudar à estudar, trabalhar e viver.

— Mas ela disse que quase nunca está em casa.

— Isso porque ela passa o fim de semana inteiro na baderna, mas não se preocupa, ela normalmente aparece na outra semana sóbria e arrependida.

— As chances de isso dar errado são enorme...

— As de dar certo são mínimas mas são existentes. Seja positiva! — Jihyo sorriu, empurrando a Yoo de volta para a sala. — Boas notícias, você ficou com a vaga! — anunciou, fazendo a Im se animar.

— Sério? Muito obrigada! — Nayeon sorriu um pouco sem jeito.

— Nada... Eu só preciso saber como você pretende pagar o aluguel. Porque eu prefiro pagamentos em bitcoin — disse Jeongyeon, carregando uma expressão de incerteza.

— Sobre isso... Eu meio que estou sem um meio fixo de pegar agora, então achei que poderia retribuir a estadia cozinhando e cuidando do apartamento... — a Im desviou o seu olhar para o chão, com receio da resposta.

— Perfeito! — Jihyo respondeu pela Yoo, ainda sorrindo animada.

— Mas o que-