História Gun And Peace Online - Assunto de Adulto.

Nunca guardei os meus documentos tão rápidos na minha vida quanto agora, alguns segundos antes de Susmy entrar desenfreado dentro da tenda. Ele entrou e eu já estava metros longe da irmã dele. Os cabelos cor de rosas estão todos arrepiados, mostrando que ele estava correndo fazia um bom tempo. Ele usava calças brancas justas, um casaco branco que tem uma bifurcação na parte que cobre embaixo da cintura, para facilitar a movimentação. Ele tinha luvas sem dedos da cor branca e um arco e flechas nas costas, também brancos. O símbolo da Peacenight costurado nas costas e na parte superior do peito esquerdo. Sarada arregala os olhos quando vê o irmão caçula vestido o uniforme tradicional da Peacenight.  

-Mas que merda é essa, Susmy? - Rosna Sarada, levantando-se da cama em um pulo e agarrando os ombros do menino. 

-Ué. Você vai participar da Peacenight, então eu quero participar também! 

-QUE INFERNO, SUSUMO UCHIHA! - Berra Sarada. - Você não viu que eu to sendo obrigada a participar dessa merda toda? 

-Sim. - Ele fala, também rosnando. - Eu só quero que você não passe por isso sozinha! Você é a minha irmã! Somos uma família! Você que me ensinou que a família nunca desiste da família! Nunca abandona! Eu jamais vou deixar você sofrer qualquer coisa sozinha! 

E, com essas palavras, o silêncio prevaleceu. Tenho que admitir que o menino sabe o que dizer igual a irmã mais velha. Olhos negros encarando olhos verdes. Sei que houve palavras que não foram ditas. Sentimentos que não foram expressados por palavras. Alguma lembrança que ocorreu fora de Gun and Peace Online e que eu não sou bem-vindo para descobrir sobre o que esse olhar significa. 

De repente, Sarada passou os braços em volta do pescoço de Susmy e puxou-o contra o corpo dela, em um abraço forte. Ele passa as mãos em volta da cintura da irmã mais velha e fechou os olhos, mostrando o carinho ali. Sorrio para a cena. Esses dois tem uma relação tão diferente comparada a minha e a minha irmã, Himawari. 

-Você está melhor, Sarah-nee-chan? - Pergunta Susmy, em um sussurro carinhoso. 

-Claro, Susmy-Chan. 

Sarada acabava se tornando a figura materna para Susmy aqui no jogo, já que a mãe deles não estava presente. Eu sabia que cada batalha que ela travava, ela fazia por ele e ninguém mais. Fico imaginando como seria a minha reação se eu descobrisse que Himawari entrou dentro dessa merda e que, a qualquer momento, poderia morrer. 

Susmy e Sarada se afastam. O garoto vira-se para mim, como se só agora tivesse reparado na minha presença. 

-Arigato.- Ele fala e curva-se para frente. Sinto a minha cara tingir de vermelho e eu estendo as mãos para cima, balançando-as, em desespero. 

-N-Não... Não p-precisa... D-de ta-tanta... Fo-formalidade. - Gaguejo, no desespero. 

Sarada sorri. Aquele sorriso que queria dizer que sabe das coisas e que está feliz por estar acontecendo do jeito que ela esperava. Sorrio. Esse sorriso dela me fez lembrar da minha mãe, quando ela via que Himawari e eu fizemos as pazes.  

Uma parte egoísta minha queria que Himawari estivesse aqui, para eu não me sentir tão sozinho. Mas será que eu realmente queria ela aqui? Com tantos perigos? Provavelmente eu tentaria fazer o que Mitsuki e Sarada fizeram com Shirika, mas provavelmente Hima não ficaria quieta. 

Os olhos verdes me estudavam. Olhos velhos. Olhos que parecem ter visto de tudo, mas como isso seria possível? Parando para analisar, Sarada também tem esse olhar, de que já viu de tudo. Sei que ela passou por aquele incidente que me fez separar dela na infância, mas isso... Tem mais alguma coisa que eles presenciaram e que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem de medo, só pela imaginação. Nota mental: descobrir sobre a vida de Sarah. 

Sinto uma coceira na lateral do meu nariz e eu levo a minha mão direita até lá. Eu estava prestes a dizer alguma coisa para acabar com essa tensão quando Sarada arregalou os olhos. Eu congelo no ar. O que foi? Ela me olhava como se eu fosse um completo idiota ou que, talvez, ela seja uma completa idiota. Susmy fala alguma coisa, porém ninguém deu bola para ele. Foi quando eu senti o cheiro que eu percebi o que tinha de errado. 

Eu não sabia que era possível, mas eu corei violentamente, lembrando onde essa mão estava alguns minutos atrás. E com Susmy alguns centímetros longe dela.  

(Sarada me contou, depois, que a preocupação dela era totalmente diferente da minha naquele momento.) 

Minha preocupação era que, querendo ou não, minha mão estava com aquele cheiro de sexo e que, talvez, Susmy tenha sentido o cheiro e, vai saber o que esse menino sabe. 

(Como eu era o primeiro cara – e, acabei sendo o único - que Sarada teve relações sexuais, ela achou que o cheiro em minha mão não era normal. E que eu acharia nojento [Mal sabe ela que eu amo esse cheiro. - Sim, não precisa dizer, eu sei que sou um tarado, mas hoje sou um tarado por ela].) 

E, foi assim, que Sarada e eu pagamos o nosso primeiro mico. Com o nosso desespero de tirar Susmy da tenda, acabamos falando coisas sem nexo como forma de desculpa. Susmy, sem entender, olhou para Sarada na entrada da tenda e disse: 

-Eu ia dizer arigato por ter salvado a sua vida, Sarah-nee-chan! Eu fiz alguma coisa errada? 

-N-na-não! - gaguejamos juntos. - Quer dizer, - Ela fala, limpando a garganta, suas bochechas estavam totalmente coradas. - você fez certo, é só que... É só... Que... 

-Sarada e eu precisamos resolver assuntos de adultos! - Falo, sem pensar. Essa desculpa sempre fez Himawari cair, porém não era a Himawari que estava ali e sim Susmy. 

-Assunto... De adulto? - Ele repete, levantando a sobrancelha, desconfiado. 

Sarada me fuzila com o olhar antes de olhar de volta para o irmão caçula. O olhar que Susmy lançou para nós fez com que eu quase desmaiasse de vergonha. Sarada fez aquela cara assustadora dela, quando está furiosa, e bate com toda a força que ela tem no momento na cabeça dele. 

-SHANNARÕ, BAKASUSMY, HENTAI! COMO VOCÊ OUSA? SEU PERVERTIDO! QUEM FOI QUE TE ENSINOU ISSO? CERTEZA QUE FOI O BAKABORUTO! SHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANNARÕ! 

Coço com a mão esquerda a minha cabeça, dando o meu maior sorriso para aquela cena e sinto um carinho enorme. Acho que, involuntariamente, acabei pegando a responsabilidade de Susmy para mim. Olhando para os dois irmãos, agora não consigo imaginar a minha vida sem eles. Sarada é tão forte para os olhos dos outros jogadores e, olhando agora, consigo ver que ela só quer proteger aquele baixinho e ela daria a própria vida por ele. Consequentemente, eu também daria a minha vida por eles. 

Susmy enche Sarada de desculpas e explicações, mas a morena parecia não dar bola para o que ele diz. Eles devem ter uma história tão complexa... E eu não sei quase nada sobre eles... Olho para a expressão de Sarada, para o seu rosto pálido e sério, mas com aquele olhar carinhoso para o irmão caçula. O que eles passaram? Sarada dá um sorriso de canto do olho e, no meio da explicação desesperada de Susmy, ela cutuca a sua testa com o dedo indicador e do meio.  

-Até a próxima. - Ela fala. 

Susumo leva a mão direita até a testa, no ponto exato que Sarada cutucou. Suas bochechas coraram e ele abriu um sorriso que eu jamais havia visto nele. Seus olhos se iluminaram em reconhecimento. E com isso, ele deu uma última olhada para a irmã mais velha e saiu, deixando-me sozinho com Sarada novamente. 

E, com tudo isso que aconteceu, descobri que eu anseio por mais de Sarada. Mais do que o corpo dela. Quero mais da história dela. Mais do que a tornou a uSaradaChan. Quero conhecer a alma de guerreira dela. 

Ela olha para mim, com as bochechas rosadas, mas sem qualquer expressão. 

Sarada...  Deixe-me conhecer cada detalhe seu? 

Deixe-me fazer parte da sua vida totalmente? 

Deixe-me lê-la como um livro? 

Seja minha...