BRUNO P. O. V
Assim que a apresentacao do grupo da Daphne acabou, o meu celular comecou a tocar.
Quando eu vi o numero, ate pensei em não atender a ligacao, mas eu precisava dar um basta!
A minha Daphne estava toda linda no palco, e mesmo com toda a nossa discussao, na noite anterior, ela chegou a sorrir pra mim. O sorriso dela significou bastante pra mim naquele momento.
Talvez ela não soubesse, mas a mesma significava muito mais do que imaginava pra mim, e eu estava amargamente arrependido de ter feito o que fiz.
Quando eu estrei, a Manu já foi logo me dizendo que ela chegou a me procurar, só não quis admitir, mas foi o suficiente para eu fazer a minha escolha.
- Manu, eu vou la fora atender uma ligacao, mas volto já. – ela assentiu e eu sai.
- Qual foi?
- Eu quero saber que horas você vai passar naquele endereco que te passei para … – o interrompi no mesmo momento.
- Eu to pulando fora. Ja briguei com a minha namorada por causa disso, e cheguei a conclusao de que vou atras de outra maneira para conseguir o que eu quero. – ele riu do outro lado da linha.
- Voce tá zoando com a minha cara, não e?
- Estou falando serio.
- Ok, se você quer sair beleza, mas tera que me pagar a grana que eu apostei em você ate amanha.
- O QUE? Do que você esta falando?
- Ontem você me fez apostar em você, mas acabou perdendo a luta. – passei a mao no rosto e suspirei.
- Quanto você apostou?
- Mil e duzentos.
- Eu não tenho essa grana agora.
- Mas tera que me pagar ate amanha.
- Qual foi a parte do : eu não tenho essa grana, que você não entendeu?
- Voce tem outra maneira de me pagar.
- Estou recusando essa maneira. E se você apostou em mim foi porque quis.
- Eu sei onde você mora, e você me disse coisas como : a minha prima, a irma da minha namorada e a minha namorada moram comigo. – travei o maxilar e encarei o chao – Voce demonstrou um carinho invejavel pela sua namorada. Seria tao triste se acontecesse alguma coisa com ela, não acha?
- ENFIA ESSA SUA AMEACA NO SEU CU.
- Voce tem vinte minutos para ir ate o local e pegar uma mochila com um parceiro meu e me trazer. Dez minutos.
- Voce realmente acha que eu vou fazer o que você esta pedindo?
- Eu não vou sair perdendo. E não me importaria de conhecer a sua namoradinha melhor e quem sabe … Tranca-la em um quarto. – ele sorriu – Tirar a roupa dela … – encerrei a ligacao e engoli seco, passando a mao no rosto.
- Merda! – entrei e falei para a Manu que eu precisava ir pra casa, mas que voltaria para busca-las.
No meio do caminho eu mandei uma mensagem para o pica-pau, e perguntei se ele tinha a grana para me emprestar. O mesmo acabou me perguntando o que estava pegando e eu acabei contando tudo.
Foi então que eu passei em casa para beber uma agua e para a minha própria seguranca, coloquei uma faca dentro do bolso da calca.
( … )
- Bruno! – ele me chamou do outro lado da rua e eu fui na sua direcao – Que parada e essa, irmao?
- Se eu soubesse que essa porra daria nesse rolo não tinha nem me metido. – disse passando a mao no rosto
- Eu vou trocar uma ideia com o Rener e … – neguei
- Esse filho da puta esta ameacando a minha namorada. Por mim eu ia agora mesmo na casa dele e faria o mesmo engolir a ameaca que fez, mas eu só não faco isso porque pode ser que quando eu chegue em casa a minha namorada não esteja, ou a Manu e a Isabella esteja estiradas no chao. Voce precisa me arrumar essa grana. Eu vou pagar assim que …
- Eu posso tentar arrumar a grana com a minha mae. – assenti e suspirei aliviado, foi nesse exato momento que tres carros da policia chegaram, e quando os policias desceram, os caras atiraram contra os policiais.
*****
- DAPHNE! – balancei ela e nada da mesma acordar, só de pensar que eu tinha perdido ela o meu coração disparou e o nervosismo tomou conta de mim. – AMOR, VOCE PRECISA ACORDA E FALAR COMIGO. – ela continuou parada sem mover nada, aquilo foi o suficiente para eu me desesperar. – DAPHNE, ACORDA AGORA!
- O que aconteceu aqui? – um policial se aproximou, e não foi preciso eu responder porque o mesmo tirou o celular do bolso e chamou uma ambulancia.
Os tiros pararam e minutos depois os policias colocaram uns caras dentro das viaturas.
- BRUNO, AI MEU DEUS! – Manu se ajoelhou e chamou a Daphne diversas vezes enquanto chorava. – DAPHNE, PARA DE BRINCADEIRA.
- POR QUE VOCES VIERAM? – ela olhou pra mim e negou com a cabeca.
- Ela atendeu uma ligacao, viu uma mensagem e … – Manoela passou a mao no rosto, certamente assustada com tudo que estava acontecendo. – Ela saiu desesperada e eu acompanhei os seus passos. – ela fungou – Estavamos ali e ela esperou os tiros pararem para sair, eu tentei … – ela foi interrompida pelo policial, que se aproximou da gente.
- Eles chegaram!
( … )
Ficar ali sem ter nenhuma noticia estava me torturando. A Manoela tinha sido levada por uma enfermeira, para verificar a pressao.
- A Daphne não pode morrer. – disse, com os olhos umidos.
Para a minha sorte, a sala de vistas estava vazia e para o meu azar, ninguém aparecia para me dar noticias.
Perdi as contas de quantas vezes eu pensei em invadir a sala onde a Daphne estava, mas depois eu voltei atras e pensei que talvez isso poderia piorar ainda mais as coisas.
Levantei o rosto e vi uma cruz pregada na parede. Um bolo se formou na minha garganta e eu voltei a olhar para o chao.
- Ela era tudo pra mim, Daphne. – disse baixo, enquanto ela continuava alisando as suas costas. Eu estava devastado! – Ela era o motivo das minhas vitorias.
- Eu sei disso, Bruno, não vou negar que essa dor ainda continuara, mas com um tempo você aprende a suportar. Deus sabe o que faz. – me afastei dela rindo debochado, enquanto limpava as minhas lagrimas.
- Que Deus? Se ele realmente existisse teria no minimo deixado a minha avo viva. Ela era muito religiosa, quando estava boa ia para a igreja, sempre antes de dormir se ajoelha e ele nunca ouviu ela. Voce tem ideia de quantas vezes eu pedir pra ele não levar a minha avo?
- Nao faz isso, Bruno. Eu sei que você esta muito machucado com a morte da sua avo, mas você na pode perder a fe. – ri mais uma vez e franzi a testa
- Que fe? Eu não posso perder o que não tenho.
- Bruno… – a Daphne levantou e veio na minha direcao – você não pode…
- Voce vai me obrigar a adorar esse Deus que nem existe? Faca-me o favor, Daphne.
- Eu perdi a minha avo. – fechei os olhos enquanto algumas lagrimas cairam – Eu fui egoista. Agora eu vejo que a Daphne apareceu na minha vida porque na certa você queria me preparar. – ri sem humor – Eu me senti mal, eu não deveria tá te pedindo isso porque sei que não mereco, mas eu não tenho a quem recorrer. – enxuguei as minhas lagrimas – Sei que você tem todos os motivos para não me ouvir, mas eu te imploro! Nao a tire de mim, por favor. Eu me sinto muito culpado, mas não e só por isso que o meu coração esta doendo, mas e porque eu não quero perde a mulher que eu aprendi a amar. Nao quero perder a mulher que eu amo! Por favor, eu tem imploro. Deixe-a comigo. – fechei os olhos e senti a presenca de alguém ao meu lado
- Ele vai deixar ela com você, Bruno. – Manu sorriu e tocou em meu ombro
Daphne P. O. V
Abri os olhos meus olhos lentamente e tentei me mover, mas senti no mesmo momento uma dor insuportavel no meu quadril.
- Ai!
- Voce não pode se movimentar muito. – olhei para o medico que anotava algo na prancheta
- Por que eu estou aqui? – olhei para os lados – Cade o Bruno?
- Calma! Voce levou um tiro de raspao e bateu forte com a cabeca, isso fez com que você desmaiasse.
- Tiro? – franzi a testa e logo lembrei do que ele estava falando.
- Sim. O seu namorado esta la fora com a prima e, já, já entraram. Daqui a vinte minutos comeca o horario de visitas. – assenti
- Tudo bem. – passei a mao no rosto e senti todo o meu corpo doer – Ai!
- Cuidado, mocinha! – o medico se aproximou e me ajudou
Olhei para um lado, vi alguns pacientes reclamado de dor. Olhei para o outro e vi uma mulher chorando, dizendo que não queria amputar a perna.
- Quero sair daqui! – disse de olhos arregalados e assustada com tudo aquilo.
Minutos se passaram e quando as visitas entraram no quarto eu suspirei aliviada.
Eu estava com raiva do Bruno ainda, mas eu prefira mil vezes brigar com ele do que ficar aqui sozinha.
- Voce esta bem, graca a Deus! – Manoela disse se aproximando e eu assenti.
- Sim, só sinto uma dorzinha, mas nada que me faca passar a noite nesse lugar.
- O medico falou que você só recebera alta amanha. – Bruno disse e eu olhei pra ele
- O que? Mas eu não posso! Eu não quero ficar aqui. – disse
- Nem eu gostaria que você ficasse, mas e melhor a gente fazer as vontades do medico.
- Cade a Bella? – perguntei a ele
- Ela não sabe o que aconteceu. Eu não fui pra casa e a Manu esta indo agora, ela só queria entrar para te ver. – olhei para a Manoela e sorri
- Me desculpa por ter te empurrado. – ela negou com a cabeca.
- Isso foi o de menos, relaxa. Agora e melhor eu ir porque o taxi já deve ter chegado. – assenti e ela me deu um beijo na bochecha, depois abracou o primo e saiu.
- Como você se sente? – Bruno perguntou e eu fechei a cara.
- Como você acha? Por que você foi naquele lugar? Por que você se envolveu nisso?
- Voce não pode se estressar.
- E você não tinha que … – ate que eu terminasse de falar ele aproximou os lábios do meu. O Bruno pediu passagem, e mesmo com raiva dele eu acabei cedendo.
- Mais calma? – não respondi e ele voltou a falar – A Manu me contou que você atendeu o meu celular.
- Sim, mas eu acabei indo porque logo depois chegou uma mensagem de um tal de pica-pau. Ele disse que estava tendo tiros e … mesmo com raiva de você a ultima coisa que eu queria era que você morresse.
- Mil vezes eu do que você. – ele alisou meu rosto.
- Para de falar besteira. – tirei sua mao do meu rosto. – Voce não tinha que ter ido.
- O cara apostou uma grana em mim, parece que eu acabei perdendo a luta e ele queria a grana que eu havia apostado. Ou era isso ou eu teria que fazer favor pra ele. Eu falei que não iria, mas ai ele te ameacou. Foi então que eu liguei pro pica-pau e pedi a grana. – respirei fundo e encarei a parede na minha frente – Eu achei que você tivesse morrido. – olhei pra ele
- Foi um tiro de raspao e eu desmaiei porque bati com a cabeca.
- Isso nunca mais vai acontecer. Eu senti o mesmo que senti quando perdi a minha avo, foi horrivel!
- Da pra ver que você andou chorado pelos cantos.
- Eu te vi desacordada nos meus bracos e já pensei no pior. Fora que demorou uma eternidade para que eu recebesse uma noticia sua.
- Senhor – uma enfermeira chamou o Bruno, que rapidamente virou – o horario de visitas acabou, o senhor precisa se retirar.
- Mas eu não posso ficar aqui ao lado dela? – ela negou com a cabeca
- Infelizmente não. Aqui não. – suspirei, eu não queria ficar sozinha.
- Tudo bem, eu já vou me retirar. – ela assentiu e foi falar com uma outra moca, que falava com um rapaz
- A profissao e bonita, mas esse lugar e horrivel! – disse baixo e ele voltou a olhar pra mim
- Por mim eu passaria a noite aqui do seu lado, mas eu vou ter que sair. – assenti
- Eu vou ta la na sala de espera.
- Pode ir pra casa, amanha você volta e … – ele negou e me interrompeu
- Eu não vou sair do seu pe. Ja to puto porque não posso ficar aqui com você. – ele se aproximou e me deu um beijo demorado – Dorme tranquila, tá?
- Eu posso mesmo? Porque se eu dormir e amanha acordar sabendo que você saiu e voltou para aquele lugar, eu pego a minha irma e vou embora.
- Voce não vai precisar fazer isso porque eu vou pensar em outra maneira de ajudar o Alex.
- Isso se o Alex precisar e se for uma maneira correta. – ele assentiu
- Se ele precisar e for a maneira correta. – Bruno alisou meu rosto e me deu mais um beijo, depois disso saiu.
*****
- Daphne!? – minha irma pulou do sofa assim que o Bruno entrou comigo nos seus bracos, no apartamento – Como você esta? Meu Deus! Voce vai ficar sem andar?!
- Isabella, calma! A sua irma esta bem e precisa ficar de repouso. – Bruno disso e ela fechou a porta – Depois a gente conversa sobre isso. Agora vai descansar, pode ficar tranquila que eu cuido dela.
- Se ela precisar de alguma coisa você me chama?
- Eu to bem, Bella. – sorri e ela enxugou as lagrimas.
- Ta, eu vou deitar.
- Cade a Manu?
- Ta tomando banho. – assenti e o Bruno me levou pro quarto.
Eu havia pensado que o medico iria me liberar cedo, mas segundo ele eu não estava cem por cento. Entao o mesmo só me liberou quase sete de noite.
- Ta melhor assim? – ele colocou mais um travesseiro nas minhas costas
- Sim, eu estou bem. – ele sentou na cama e suspirou
- Quer comer alguma coisa? – neguei, eu estava sem fome. Eu me sentia muito fraca, não cheguei nem a comer direito a comida do hospital.
No horario do almoco, quando eu pensei em comer um rapaz vomitou na minha frente e aquilo foi o suficiente para que eu não sentisse mais vontade de comer.
- Entao eu vou ir pro sofa para te deixar …
- Pode deitar aqui do me lado mesmo.
- Tem certeza? – assenti.
O Bruno saiu para tomar banho, e quando retornou para o quarto veio segurando uma xicara.
- Assim que esfriar você toma.
- O que e isso?
- Cha. – ele sentou ao meu lado na cama e colocou o cha no criado-mudo.
Bruno deitou ao meu lado e me enrolou, eu nem se quer conseguia me mover direito que o meu quadril doia.
- Qualquer coisa você me chama.
- Eu vou ficar bem. – olhei pra ele
- Ja me livrei do cara que você falou no telefone. Ja paguei a minha divida com ele e esta tudo ok.
- Voce precisa aprender a ouvir mais. – ele assentiu
- Eu achei que estava fazendo a coisa certa.
- Acho bonita essa sua boa vontade, mas uma coisa de cada vez.
- Nao vamos passar por isso nunca mais. – ele aproximou o rosto e alisou a minha bochecha – Eu não arriscar, eu não posso ficar sem você. Quando eu pensei na possibilidade de nunca mais ouvir a sua voz e de nunca mais te beijar eu só queria voltar atras. Maas Deus me deu uma segunda chance.
- Voce disse Deus? – ele assentiu
- Eu pedi que ele não te levasse, conversei e … mesmo sentido vergonha, confesso que foi bom conversar com ele. – sorri – Eu não queria que você … – segurei o seu rosto com as duas maos e juntei os nossos lábios.
O Bruno finalizou o beijo com tres selinhos e encostou a testa na minha, ficando por cima de mim, sem deixar o seu peso contra o meu corpo.
- Eu te amo, Daphne! E com você que eu quero ter um futuro para chamar de nosso. – sorri – Acho que você já sabe disso, não e?
- Agora eu já tenho essa certeza. – ele sorriu e beijou a minha bochecha.
- Eu amo voce tambem. – ele olhou pra mim – Eu fiquei chateada com o que você fez , mas eu não posso negar que quando eu deitei aqui nessa cama sozinha senti a sua falta. Eu fui ate a sala durante a madrugada e pensei em te chamar, mas o meu orgulho não deixou. E eu ouvi todas as coisas que você disse enquanto eu dormia.
- A melhor noticia do mundo e saber que você corresponde ao que eu sinto.
- Agora que você já sabe o que eu sinto, o que acha de manerar nos ciumes? – ele semicerrou os olhos
- Pensarei a repeito, mas não posso garantir. – revirei os olhos – Essas roupas que você usa para dancar …
- Nao são lindas?
- Sim, você fica maravilhosa nelas! Mas …
- Mas só quem pode me ver sem elas e o meu namorado. – completei e deu um selinho rapido nele – As pessoas podem olhar o que tem por fora, já você pode olhar o que tem dentro.
- Nao tinha pensado por esse lado.
- Voce não acha que perde muito tempo sentindo ciumes não? Talvez você possa perder alguns minutos fazendo outras coisas comigo, e bem melhor do que ficar sentindo ciumes e ainda correr o risco de dormir na sala. – sussurrei e mordi os seus lábios.
- Acho que não sentir ciumes das suas roupas pode me trazer bons beneficios. – ele desceu as maos pelo meu corpo e eu gemi, mas não foi de prazer, mas sim de dor.
- Merda! Desculpa.
- Eu estou bem. – ri – Acho que hoje não e o melhor dia para provocacoes. – ele assentiu e saiu de cima de mim e eu deitei no seu peito.
Continua ….
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