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História Guy in the 2D world. - Segundo dia: Academias, centrífugas e lágrimas.


Escrita por: littlebluerose

Notas do Autor


Fiquei morrendo de preguiça de fazer uma capa pra esse cap u.u mas achei essa imagem tão bonitinha que eu quis colocar ela. Espero que gostem, esse é um dos meus favoritos (eu não sei bem porquê, mas acredito que é por causa do Saeran, eu tenho um amor tão grande por esse personagem vocês não fazem idéia). Também tem a primeira conversa de verdade da Mel com o Luciel pelo celular, então acredito que esse cap seja, dentre todos, meu favorito favorito msm. Obrigada por ler desde já e, novamente, espero que gostem ❤

Capítulo 3 - Segundo dia: Academias, centrífugas e lágrimas.


Fanfic / Fanfiction Guy in the 2D world. - Segundo dia: Academias, centrífugas e lágrimas.

 -ACORDA BELA ADORMECIDA - Sinto alguém me chacoalhar na cama, e as patinhas de Chat Noir se espreguiçam ao meu lado e tocam meu cabelo. Abro os olhos devagar encontrando Lauren praticamente em cima de mim. Tomo nota de seu cabelo preso, a blusa branca de ginástica que ela usa, a calça legging e os tênis de corrida. Ah não, já até sei o que ela vai pedir. 

- Lauren. - Minha voz sai rouca, e pego o celular ao meu lado - São só 9hrs da manhã. De um sábado! Como ousa me acordar tão cedo? 

 -Do mesmo jeito que você ousou dormir ontem sem nem me esperar - Ela cruza os braços me olhando, e semicerro os olhos fazendo bico. 

 -Eu estava cansada - Bocejo, me levantando devagar e sentando na cama. Chat Noir sai de meu lado e pula na mesa de cabeceira, se sentando e lambendo uma de suas patas.

 -Agora que já está muito bem descansada, pode ir na academia comigo. - Ela sorri. 

-Ah sabe o que é? Eu acho que dormi de mal jeito porque minha costa está toda dolorida e... - Começo a me desculpar, mas ela coloca a mão na frente de meu rosto. 

- Hoje não Melissa. Você vai e pronto, nem que eu tenha que te arrastar. - Ela joga uma toalha de rosto em mim, e eu esfrego meus olhos com uma das mãos.

 -Você não faria isso. - A olho, e ela já estava na porta pronta para sair do quarto. 

Quando ela me olha, engulo à seco. Lauren tinha uma expressão tão determinada em seu rosto que tenho certeza de que ela faria qualquer coisa para alcançar seus objetivos. Até mesmo me arrastar até a academia. 

 -Te dou 10 minutos. - Ao falar isso, ela sai do quarto. Bufo. Quando Lauren quer alguma coisa, ela sempre consegue.

 Me levanto da cama rápido e coloco uma blusa preta de ginástica, um shorts também preto (porque não sou obrigada a ser colorida) e meus tênis de corrida brancos que ganhei da própria Lauren no Natal, mas nunca usei. Eles estão meio apertados, mas como não sou do tipo "Faço exercícios", não tenho outro desses, o que significa que não tenho opção exceto ir com eles. Prendo meu cabelo em uma trança e vou no banheiro lavar meu rosto. 

Pego minha bolsa, coloco à toalha de rosto dentro dela e vou até a cozinha, pegando uma garrafa de água gelada e colocando também dentro dela. Termino colocando minha carteira, meu celular e minhas chaves dentro da mesma e a fecho. 

Quando vou para a sala, Lauren está de pé ao lado da porta segurando uma garrafa preta. 

- Está um minuto atrasada. - Ela me olha com os olhos cerrados, e eu bufo colocando a bolsa nas costas. - Aqui está, seu café da manhã. Tome tudo até chegarmos na academia. E não reclame. - Ela me entrega a garrafa preta, e eu cheiro pra ver se não tem nenhuma substância tóxica lá dentro. Como não sinto cheiro de nada, resolvo tomar um gole e quase sinto meu estômago se revirar enquanto faço esforço para engolir. O gosto não era nada bom, nada bom mesmo.

 -Lauren o que é isso? - Faço uma careta e torço o nariz. 

 -Vitaminado de cenoura, batata doce e abacate misturado com leite de soja. - Ela me olha de braços cruzados. - É pra te deixar bem alimentada e saudável.

 -Parece que é pra me fazer vomitar todas as porcarias que eu comi a minha vida inteira. - Faço careta e ela segura o copo, me fazendo tomar mais um gole. A mistura desce quase parando em minha garganta - Arg Lauren esse treco vai me matar. 

 - Para de ser dramática Mel! Eu estou cuidando da sua saúde. Alguém tem que fazer isso por você - Ela tenta me olhar seria, mas com a expressão que faz sei que ela vai rir. Sorrio de canto. Ela só estava se preocupando com a amiga sedentária.

 - Eu agradeço mas pelo amor de Deus guarda esse veneno - Dou o copo para ela, que o guarda na bolsa. 

- Vêm, agora vamos - Ela praticamente me puxa até o subsolo, onde o Audi A8 dela está parado bem ao lado de meu pequeno Pálio. Aquele carro deixa meu bebê no chinelo. Faço bico e pretendo começar a reclamar sobre carros, mas ela só me enfia dentro do Audi e dirige o mais rápido possível até a academia, conseguindo fazer com que eu beba daquela mistura demoníaca que ela fez mais três vezes. 

A academia é maior do que eu me lembro quando chegamos lá, e me pego até achando o lugar bonito. Ah, se ele não fosse um torturador de pessoas sedentárias. Minha amiga me diz para esperar enquanto ela vai arrumar o cabelo (coisa que eu não entendo já que o cabelo dela estava perfeitamente arrumado) no banheiro, e me encosto em uma das paredes dali. 

Olho para os aparelhos de ginástica e me arrependo de não vir frequentemente na academia. Um mar de músculos invadem meus olhos, e me pego me abanando de calor após ficar alguns segundos olhando para eles.

 Um me chama atenção, e olho para a costa musculosa de um homem ruivo enquanto ele a trabalha em um aparelho que eu não sei o nome, mas com certeza é um aparelho feito especialmente para as costas. O jeito que ele se retrai cada vez que puxa o peso me faz gemer por dentro. Ele usava uma camiseta preta cavada e a calça da mesma cor. Fiquei tão concentrada no trabalho que ele fazia que, quando ele virou de frente tive certeza de que, se eu usasse óculos, eles teriam se quebrado devido ao choque que eu tomei. 

Aquele era Luciel, o técnico que cuidava dos computadores na unidade de laboratórios em que eu trabalhava.

 Senti meu rosto todo ficar vermelho, pegar fogo praticamente, e minhas pernas ficarem bambas. O vi sorrir. Ele notou que estava olhando (praticamente babando) para ele. Se eu fosse um avestruz, abriria um buraco e me jogaria inteira lá dentro.

 - Não sabia que você fazia academia também. - Ele sorri se aproximando de mim, e respiro fundo duas, três vezes, para ter certeza de que vou responde-lo sem gaguejar.  

-Eu não faço. Eu fui arrastada até aqui pela minha amiga - Sorrio sem jeito, puxando a trança que caia em minhas costas e a colocando em meu ombro - Mas você... Com certeza faz. 

 Que coisa idiota para se dizer, Melissa. 

- Só de vez em nunca - Ele sorri - Não é muito do meu feitio. Prefiro ficar na frente de computadores. Mas, como isso não é nem um pouco saudável, eu me obrigo a vir de vez em quando. Não sou um Deus grego como os caras daqui, mas tenho meu charme. - Ele dá uma piscadinha para mim. 

- Você é bem forte, se quer saber. Mas tenho certeza de que você sabe disso. - Melissa, que porra você está fazendo? Luciel da risada, ajeitando os óculos e passando as mãos pelo cabelo, que estavam um pouco molhados. 

 - Vou considerar isso com um elogio. - Ele ri - Vou voltar para o laboratório concertar algumas coisas e nos vemos de tarde tudo bem?

 - Claro claro que sim... Espera, nos vemos de tarde? Por que? - O olho confusa

 - Para eu concertar o seu celular e o da sua amiga. Esqueceu? Você me pediu. - Ele me olha confuso, e bato a mão na minha testa. 

Basta um pouco de testosterona para que você fique completamente idiota hein Melissa. 

-Desculpa. Acho que estou com perda de memória recente causada pela quantidade absurda de testosterona que esse lugar exala. Claro que eu me lembro. - Luciel começa a rir alto, incontrolavelmente, colocando as mãos em sua barriga. 

- Você é excepcional, Mel, excepcional - Ele respira fundo, parando de rir -  Te vejo as 14hrs - Luciel sorri acenando para mim, saindo da academia logo em seguida. Respiro fundo, tentando esconder minha cara de vergonha, e olho para os lados. 

Onde foi que Lauren se meteu? E como ela pode me largar sozinha numa situação dessas? 

 Meu celular começa a tocar alto, e eu o pego, vendo o número de Saeran na tela. 

 -Mel eu preciso de você - Saeran diz ao atender, enquanto eu ando para um dos cantos afastados da acadêmia, tentando procurar Lauren.

- Nossa Bom dia pra você também, flor. - Rio ao ouvir Saeran praticamente ofegante do outro lado - Você parece assustado. O que aconteceu? Perdeu suas anotações de "Como ser um nerd sem a ajuda de ninguém"? 

 - Mel não é hora para brincar por favor. Estou no laboratório. Não consigo abrir a centrífuga. - Ele ofega, e percebo que, pela primeira vez na vida, Saeran está realmente assustado. Sem fingir nem nada. Parece que ele vai explodir. Mas é claro que parece, não é do feitio de Saeran não conseguir fazer alguma coisa. Ele sempre se vangloriou por ser bom em tudo. 

 - Saeran eu te ensinei ontem como abrir. Você não aprendeu? E eu não posso ir aí agora, estou na academia com Lauren e viemos com o carro dela e eu não ... - Eu ia terminar de falar quando ele me cortou. 

 - Mel eu vou te buscar, só por favor. Droga... Por favor Melissa. - Saeran implora. Arregalo meus olhos. Ele nunca, nunca abaixaria o orgulho para alguém, nunca demonstraria não ser capaz de fazer algo nem que aquilo dependesse da sua vida. Ele nunca imploraria. 

Seja lá o que for que estava dentro da autoclave, deveria ser muito importante para ele estar se comportando daquele jeito agora. 

Suspiro.

 - Tudo bem eu vou. - O ouço quase gemer de alívio do outro lado. 

 - Chego aí em cinco minutos. Talvez menos. - Ele desliga, e guardo meu celular dentro da bolsa. Olho para os lados e, como não consigo encontrar Lauren, converso com a moça da recepção e deixo um recado a avisando que eu tinha ido de última hora para o trabalho, mas que estaria de volta em casa lá pela hora do almoço. Ela iria me matar por não ter ficado na academia com ela, mas depois do feliz encontro com Luciel, ela estava me devendo uma por ter me deixado sozinha. 

Mal saio da academia e o Ronda City preto de Saeran encosta rapidamente do lado da calçada. Ele abre a porta para mim e, quando eu entro, ele não me dirige a palavra, apenas acelera com toda capacidade do city. 

Olho para ele e vejo que seu cabelo está mal penteado, seus olhos tem olheiras e ele ainda vestia o jaleco, que estava amarrotado e mal fechado em seu corpo.

 Estacionamos numa vaga perto do bloco dois e ele praticamente me puxa correndo para o laboratório. Quando vamos entrar, me lembro de um detalhe. 

- Saeran, eu... eu não posso. Estou sem meu jaleco. - Gaguejo o olhando nos olhos. 

- Usa o meu. - Ele desabotoa o jaleco tão rápido que não tenho tempo para recusar. 

O coloco e me dirijo rápido para a centrífuga, sentindo os olhos de Saeran em mim. Toco em ambos os seus lados e ouço o barulho que ela faz quando se abre. Saeran parece nem se importar com o fato de que está sem seu jaleco, ele entra correndo no laboratório e tira a amostra de lá de dentro, a colocando em um vidro de relógio rápido e se dirigindo para a balança. Quando ele a pesa, parece que uma bigorna sai das costas dele, que antes estavam retesadas. O vejo relaxar instantaneamente. 

Me seguro na mesa o olhando, decidindo se deveria ou não me aproximar. Ele parecia completamente instável. Ainda de costas para mim, Saeran fala: 

 - Essa amostra de sangue... Era a última que faltava para que eu começasse a fazer um relatório sobre o experimento. Se ela desse algum resultado errado, coisa que aconteceria caso eu a deixasse muito tempo na centrífuga, eu teria que começar meu experimento todo de novo, e esse experimento levou... sete meses. - Ele fala fraco e abaixa a cabeça, apertando a mesa a qual estava apoiado, de frente para a balança - Não acredito que não fui capaz de abrir a merda da centrífuga.

- Saeran... - Me aproximo devagar, tirando o jaleco e colocando nas costas dele - Não ser capaz de fazer uma coisa uma vez na vida não é algo que traga vergonha. É algo que te torna humano. Seria vergonhoso se você não pedisse ajuda e tentasse resolver sozinho, mas você pediu. 

-  Meu pai sempre diz que "Atrás de um grande homem, tem sempre uma mulher revirando os olhos". Nunca achei que ele estivesse certo até agora. - Ele se vira para mim e tomo um susto quando me abraça. Seus braços fortes fazem com que eu tenha que ficar na ponta dos pés para me manter no chão - Obrigada, Mel. 

 Ver Saeran, o cara que sempre bate de frente com os professores, que sempre discute, que nunca está disposto a estar errado sobre algo, desabar desse jeito, faz meu coração se amolecer. Passo os braços pelo pescoço dele e encosto o rosto em seu peito. Finalmente estava vendo meu amigo por inteiro, todas as suas qualidades e defeitos.

 E eu amava tanto o lado ruim quanto o bom dele. 

 Ficamos abraçados por um tempo até que ele me solta e passa as mãos pelo cabelo, a expressão tão vulnerável e com qualquer resquício de sentimento desaparecendo e dando lugar para a fechada que eu conhecia muito bem.

 - Isso não vai acontecer de novo. Não me permitirei ficar tão vulnerável novamente. - Ele me olha, os olhos cinzas duros como pedra. Suspiro, passando as mãos pelos braços - Está com frio? - Olho para Saeran. O ar condicionado do laboratório faz o local ficar completamente gelado, e como o tempo lá fora já não estava tão quente, o laboratório ficava ainda mais gelado do que deveria. Faço que sim - Também, com a roupa que está usando. Acha que esse é um tipo de roupa que você deveria usar? Mulheres decentes que prezam seu corpo nunca sequer pensariam em colocar uma roupa assim. 

 Mas o que? 

Olho para Saeran, esperando que ele esteja apenas brincando, mas sua expressão está dura e ele está com os braços cruzados no peito. Saeran estava falando sério. 

 - Pra começar, esse é um shorts de ginástica e não tem nada de errado em usar ele! Eu saio de onde estava pra te ajudar e é assim que me agradece? - Cruzo os braços no peito o olhando, sentindo meu coração apertar. 

 - Eu te disse que isso não vai acontecer novamente. E você não precisava ter vindo. Eu resolveria tudo muito bem sozinho. - Ele nem sequer pisca para falar aquilo. Sinto vontade de espancar seu rosto perfeito. 

 - Não era isso que você estava dizendo à alguns minutos atrás! - Eu ergo meu tom de voz me aproximando dele, esperando que ele perceba o quão idiota estava sendo. 

 - A alguns minutos atrás eu estava vulnerável e não via a situação com clareza. Agora que estou em meu juízo perfeito, vejo que eu teria conseguido muito bem resolver tudo sozinho se apenas mantivesse a calma. Não sei porque liguei para você. Eu não precisava de você. Não precisava de ninguém - Meu coração quebra por inteiro. Não sei porque achei que a situação seria diferente. É claro, eu não pensei com quem estava lidando. Era Saeran. O orgulhoso, sarcástico e arrogante Saeran. Eu deveria ter me precavido. 

- Você é... Você é um arrogante metido a besta e bipolar! Não sei porque achei que tinha sido diferente, que você estava diferente. Eu sou uma idiota - Sinto as lágrimas escorrerem por meu rosto, e mordo o lábio tentando conte-las. Pego a bolsa que tinha deixado num canto qualquer do laboratório e saio correndo de lá.

 Não podia acreditar que Saeran tinha dito tudo aquilo pra mim, pra mim, a única pessoa que sempre esteve do lado dele mesmo quando todo mundo o julgava. 

 -Mel? - Ouço alguém me chamar, mas apenas continuo correndo. Sei que, se eu parar, vou acabar desabando. - MEL - A voz grita, e ouço passos atrás de mim, mas mesmo assim não paro até estar fora do bloco de laboratórios, até estar longe o suficiente, até ter corrido o suficiente para sentir meu coração implorar para que eu pare. Me apoio em meus joelhos e deixo as lágrimas caírem - Deus Mel, para uma baixinha até que você corre! - Seja quem for que tenha me perseguido até ali, ele para do meu lado, e posso ver seus tênis de corrida amarelos. Ele se abaixa devagar - Você.. você está chorando. Mel... - Levanto um pouco a cabeça e me deparo com os olhos dourados e calmos de Luciel. Eles pareciam preocupados por baixo dos óculos de grau. Ao olhar sua expressão, não aguento, cubro o rosto com as mãos e começo a chorar desesperadamente.

 A mudança de humor de Saeran me deixa em choque. Sinto dois braços me puxaram para perto e logo estou sentada na calçada com o rosto escondido no peito de Luciel. Ainda meio que desengonçado, o abraço me acalma. Luciel não me pergunta nada por um tempo, só afaga meus cabelos enquanto eu choro em seu peito. Quando ele percebe que eu parei de soluçar, levanta meu rosto e o limpa com os dedos

 - Quer me contar o que aconteceu? Gaguejando, explico o que aconteceu comigo e com Saeran. Ele me ouve, atento, e quando termino, ele ajeita seus óculos. - Esse seu amigo, Saeran, me parece ser uma pessoa forçada a ser forte por algum motivo. Não acredito que ele tenha dito todas aquelas palavras à sério, pelo que você me conta sobre ele. Talvez ele só estivesse se punindo por ter se mostrado tão vulnerável e isso não tem nada a ver com você. Você só estava la na hora errada. E voce o viu como ele realmente é. Isso o deixou assustado e a reação dele foi somente para se proteger. Embora eu ache errado o jeito que ele te tratou, não tem nada a ver com você. Ele não me parece ser uma má pessoa. 

 - Ele não é - Digo fraquinho limpando meu rosto, abaixando a cabeça - Só queria que ele visse que, ser vulnerável de vez em quando não te torna fraco.. Te torna mais forte ainda. 

- Talvez você devesse dizer isso a ele - Luciel sorri de canto.

 - Puff. Como se ele fosse me ouvir. Saeran só ouve uma pessoa no mundo: Ele mesmo. - Reviro os olhos cruzando os braços - Ele é muito orgulhoso. 

 - E mesmo assim você ainda é amiga dele, Mel. - Ele sorri dando uma piscadinha para mim, me fazendo rir. 

- Obrigada por... Correr atrás de mim. Não precisava - Puxo a trança por sobre meu ombro, sem jeito. 

- Eu só quis ajudar. Posso não ser um cavaleiro de armaduras, mas farei de tudo para mostrar ao cavaleiro onde você está - Ele sorri piscando para mim novamente, o que so me faz rir ainda mais. 

- Você é engraçado - Coloco as mãos no rosto rindo. 

- Engraçado é meu nome do meio! Eu sou o rei dos memes!! - Ele ergue os braços, fazendo uma careta - Bem, só queria te ver rir. Consegui! HORAY! - ele faz uma pequena dancinha de comemoração, comigo ainda sentada no meio de suas pernas. - De qualquer forma, já que eu estou aqui, deixe-me dar uma olhada em seu celular. Quem sabe eu não consiga resolver o problema agora. - Faço que sim, pegando o celular de minha bolsa e entregando a ele. Luciel olha o celular por uns minutos, mexe em alguns aplicativos, e por fim me olha - Olha Mel, seu celular realmente resetou esse personagem.... como é o nome dele? Seven? Do jogo. Ele vai resetar e voltar ao normal, mas não agora. Vai demorar um tempo, e provavelmente o da sua amiga vai demorar o mesmo tempo também. 

 - E de quanto tempo estamos falando? - Olho para ele, que ajeita seu óculos. Começo a perceber que aquela é uma mania bem fofa dele. 

 - 11 dias. - Ele me olha sem jeito.

 - Tanto tempo? - Fico assustada com a informação, e olho para meu celular o apertando entre os dedos - Tem certeza de que ele não vai voltar antes? 

 - Tenho.- Ele suspira me olhando - Você parece ser bem apegada à esse personagem. 

- Eu sou - Digo baixinho sentindo minhas bochechas corarem, e abaixando a cabeça - Ele fazia ... Bem, sei que ele não é real, mas ele fazia meus dias.. serem mais felizes. - sussurro, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. - Não sei se você vai entender... grande parte das pessoas não entende...

 - Tudo bem Mel. Eu entendo - Ele diz baixinho, e sinto seus dedos em meu queixo, levantando minha cabeça para que eu pudesse olhar nos olhos dele - Também sou apegado a uma pessoa. Mas... nós não pertencemos ao mesmo mundo, e não sei se algum dia vamos pertencer. - A expressão dele parece tão triste que sinto vontade de abraça-lo, mas seus olhos logo voltam ao tom brincalhão - Isso foi muito emotivo não?! Quantas emoções estamos vendo hoje! Enfim, vem, vou te levar para a sua casa. 

 Ele me levanta e me puxa de volta para os laboratórios, indo para uma vaga onde estava uma moto um pouco grande demais e preta, bem, acredito que seja uma Harley. Luciel coloca o capacete e entrega um para mim. Tento não demonstrar para ele o quanto gosto de motos, mas sei que ele percebe quando, ao subir, ele coloca a marcha e a acelera, e eu solto um gritinho animado e me agarro à seu peito músculoso. Ouço Luciel rir e logo estamos voando pela pista. Ele me deixa na frente da minha casa só depois de perguntar umas dez mil vezes se eu ficaria bem, e depois que eu disse sim todas as dez mil vezes, ele acelerou e sumiu na avenida. 

Entrei no apartamento sorrindo, e vi um bilhete de Lauren colado na porta de nosso quarto, que dizia: 

"Mel. 

 Você escapou de mim hoje, mas hoje, SÓ HOJE, eu te perdôo. Vou sair, achei um... amigo, na academia e só vim em casa para trocar de roupa. Recebi seu recado, espero que esteja tudo bem no seu trabalho. Enfim, pretendo voltar tarde. Não precisa me esperar. Unnie." 

 Amigo? Hmmm... Talvez seja o Marcos, o amigo dela de faculdade. Eles saem bastante , então eu não ficaria surpresa se ela tivesse saído com ele. 

Tiro a roupa de academia e vou para a banheira, a enchendo e me permitindo ficar um tempo nela, apenas relaxando e fuçando em vídeos do EXO no meu celular. É quando recebo uma mensagem. Olho para o nome na tela de meu celular e meu coração para por um segundo. Esta escrito "707". Por um momento, acho que o jogo voltou ao normal e corro para ele, mas ele estava do mesmo jeito. Então vou para as mensagens e percebo que tem um número no meu celular marcado com esse nome. 

Curioso, não me lembro de ter dado esse apelido para ninguém. 

 Abro a mensagem, que dizia: 

 "Confesso que não gosto muito de moto, mas após ver sua animação encima dela, passei a aprecia-la haha. Oh, não se assuste, aqui é o Luciel. Gravei seu número no meu celular e o meu no seu. E, sobre o nome, eu só pensei que você parecia tão triste. Quis fazer algo para te alegrar. Então saiba que vou ser seu Seven durante esses 11 dias! Conte comigo para o que precisar! THE GOD SEVEN-ZERO-SEVEN, DEFENDOR OF JUSTICE, IS HERE FOR YOU! JUST SCREAM MY NAME AND I SHALL COME TO YOU" 

Ri com a mensagem, resolvendo responder para ele. 

 "SEVEN-ZERO-SEVEN, DEFENDOR OF JUSTICE, HELP! I NEED YOU"

Deixo o celular no chão do banheiro, esperando a resposta, e vejo Chat Noir passando pela porta e vindo até mim. Jogo um pouco de água nele, que desvia da minha tentativa de molha-lo e para num canto banheira me olhando. Meu celular vibra e corro ver a resposta.

 "Wow! Você é rápida! É engraçada eu gosto disso. Se ao menos alguém do meu trabalho tivesse o humor que você tem, seria tão mais divertido! Se bem que... Eu posso correr ate onde você trabalha só pra poder rir com você, 'my princess' ^^" 

 "Não tão rápido, Don Juan. Eu tenho um guardião que me protege de caras bonitões como você"

 Tiro uma foto de Chat Noir, que me olhava com seus olhos verdes brilhantes, e mando para Seven. Poucos minutos depois recebo uma resposta: 

 "AH MEU DEUS VOCÊ TEM UM GATO. ELE É TAO LINDO EU QUERO ABRAÇAR ELE E RODAR COM ELE E APERTAR ELE E RODAR COM ELE NO AR ATÉ FICARMOS ZONZOS" 

Sinto minhas bochechas corarem e rio alto com a mensagem, fazendo Chat Noir me olhar como se eu fosse uma doida. Recebo outra mensagem de "Seven": 

 "Isso é água? Isso são bolhas? VOCÊ ESTÁ NUMA BANHEIRA E MANDA FOTOS ASSIM PARA MIM? Menina... abusada. Não vou ceder aos seus truques" 

 Faço uma careta e mando um simples "Meow" com uma carinha fofa para ele. Logo recebo a mensagem de volta e não consigo parar de rir. 

"NÃO ME SEDUZA COM ESSAS SUAS BOLHAS E ESSE SEU GATO E VOCÊ É MUITO FOFA DEIXA EU TE APERTAR NÃO SEVEN, NAO CAIA NAS GARRAS DESSA SELVAGEM. EU VOU REZAR PARA DEUS, ELE NÃO VAI ME DEIXAR CAIR NAS SUAS GARRAS, NÃO GOD SEVEN-ZERO-SEVEN. NÃO FAÇA MEOW PARA MIM DE NOVO!"

 Sorrio mordendo o lábio e mando outro "Meow" para ele. Recebo a mensagem de volta: 

 "Ah, sua bruxa, você me tem. Você definitivamente me têm. Eu cedo a você hahahahahaha. Mel Mel Mel doce Mel, o trabalho me chama. Volto mais tarde para conversar com você. SEVEN-ZERO-SEVEN, DEFENDOR OF JUSTICE, IS OUT NOW" 

 Deixo o celular do lado da banheira e termino meu banho, ficando dentro dela por alguns minutos à mais, com Chat lambendo a pata e me olhando. Quando saio, me enrolo na toalha e vou até o quarto, colocando uma roupa qualquer e deixando meu cabelo molhado, sem secar. Vou para a sala, encho o pote de ração de Snoopy, que novamente aparece do além só para comer. Chat passa ao lado dele e vejo Snoopy rosnar, mas ainda assim não parar de comer a ração. Sento no sofá e deixo Chat se sentar no meio de meu colo, ligo a TV e fico assistindo à programas aleatórios até a hora do jantar.

 Ligo para o Rei-chan e peço vários sushis e bolinhos de arroz para entregar e, quando eles chegam, praticamente os devoro.

 Volto a receber mensagens de Seven às 20hrs: 

 "Finalmente em casa. Agora posso morrer na minha cama. Nem parece final de semana quando tudo que você faz é trabalhar" 

 Me pego sorrindo ao simplesmente ler o nome dele na tela, e respondo:

 "Concordo. Você deve descansar um pouco, 707. Como um bebê carneiro!"

 Recebo a resposta dele segundos depois: 

"Zzzzzz 1 Carneirinho Zzzzzz 2 carneirinhos zzzzzzzz 3 Yoosungs zzzzzzzz 4 Yoosungs"

 Era incrível, ele estava até falando como o Seven do jogo e citando nomes dos personagens do jogo, como o Yoosung, um dos melhores amigos do Seven. Sorrio toda boba ao ler a mensagem. 

 "Vai dormir Seven. Dorme direitinho, por favor. Tenha uma boa noite, babe"

 Demora um pouco dessa vez até eu receber a mensagem dele, provavelmente porque ele estava quase caindo de sono:

 "Boa noite, babe. Nada de ficar acordada até tarde. Lembre-se de comer três refeições saudáveis durante o dia. Te vejo amanhã (QUEM SABE EU PASSE AI PARA VER SEU GATO MUAHAHAHA). Muah"

 Não respondo pois sei que ele foi dormir. Apenas fico sorrindo olhando o nome dele no celular. Quem diria que eu iria encontrar um Seven na vida real.

 Ah! As voltas que o mundo dá.

 Resolvo sair para dar uma caminhada, já que não estou com nem um pingo de sono. Olho para Snoopy, que desde que Chat tinha subido em meu colo não tirava os olhos da gente. Levantei com meu gato, que estava dormindo, em meu colo e o levei até o quarto, o deixando em minha cama. Voltei para a sala, coloquei os tênis de caminhada, meu moletom da adidas e olhei para Snoopy.

 - Quer passear garoto? - Ele abana o rabo na hora e vem até mim pulando. Rio pegando a coleira dele e colocando nele, que assim que faço isso corre até a porta e fica latindo para a mesma. Pego a chave do apartamento e abro a porta, indo com Snoopy para fora.

 Ando com ele até uma praça que tem ali perto, onde, mesmo que seja de noite, tem bastante gente fazendo caminhada.

 Começo a correr com Snoopy e só paro quando estamos os dois cansados. Ando devagar, e vejo algo familiar a alguns passos de mim.

 Os cabelos loiros escorregavam por sua testa, e ele estava suado. Vestia uma camisa branca e uma blusa da adidas preta e aberta por cima. Os tênis de corrida verdes dele eram a única coisa colorida naquele ambiente escuro. Meu ex namorado Victor sempre foi muito bonito. Mas agora, aos meus olhos, ele estava tão feio. 

 Talvez fosse porque eu conhecesse a cobra que ele é por trás daquele rosto angelical. 

 Tentei passar despercebida, mas Snoopy reconheceu Victor e começou a latir para ele, que estava se alongando. 

-  Mel? - Ele me chama pelo apelido, e a voz dele dizendo um apelido que eu gostava tanto simplesmente me faz ter vontade de vomitar.

 -Oi, Victor. - Me viro à contragosto para ele, dando meu melhor sorriso falso. Ele me olha da cabeça aos pés à cabeça e sorri. Vagabundo. 

 - O que está fazendo à essa hora da noite fora da sua casa? Que eu saiba você nunca foi uma "coruja noturna" - Ele se aproxima de mim, e Snoopy começa a rosnar para ele. Bom garoto.

 - Que eu saiba, o que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta. - Respondo apenas o olhando com os olhos cerrados.

 -Nossa, afiada. - Ele ri, com as mãos na cintura. - O que aconteceu com minha doce Mel?

 - Você a cornou e ela morreu. - Respondo curta e grossa.

 - Ah, que peninha. Não queria te causar tanto sofrimento - Ele faz bico, e sinto uma raiva enorme passar por mim. 

- Não causou. Essa Melissa é bem melhor do que a outra. 

- Sabe... Minha nova namorada é tão boa de cama. - Ele se aproxima de mim, segurando meu rosto - Ela é tão sexy e ela geme de um jeito... Nossa. Tão melhor que você. 

- Como se eu ligasse. - Começo a sentir minha voz falhar. Droga, ele sempre soube como me machucar. Sempre. 

 - Você não é um pingo de pessoa que ela é, aliás, você não chega e nunca chegará aos pés dela. A melhor coisa que eu fiz na minha vida foi terminar com você. Você não passa de uma criança mimada que...- Ele não terminou. Não terminou porque um soco foi acertado no rosto dele e ele caiu no chão antes de ver as lágrimas que escorriam por meu rosto. 

Me virei para ver de onde o soco tinha vindo e vi Saeran vermelho e ofegante ao meu lado, pronto para soca-lo de novo.

 - Ela não é mulher pra você, porque um cara como você não merece o tipo de mulher que ela é! - Saeran praticamente gritou o olhando - Você não passa de um BABACA que não merece e nem nunca vai merecer o amor que ela tinha por você! E se você se atrever a dirigir a palavra para ela de novo eu juro que eu... 

 Recobrei a consciência quando vi que Saeran ia partir para cima de Victor se eu não fizesse algo para impedir. Segurei o braço dele.

 - Saeran. Esta tudo bem. - Disse baixinho acariciando seu braço. Ele voltou seus olhos cinzas cheios de fúria para mim e, quando notou que eu estava chorando, foi tomando uma expressão preocupada. 

 - Vêm. Vamos sair daqui. - Ele puxa a mim e a Snoopy, que pula encima de Saeran a cada segundo, como se ele ter aparecido ali fosse a coisa mais feliz do mundo.

 Saeran me acompanha até o apartamento sem me dirigir uma palavra e, quando chegamos na frente do prédio, ele segura meu rosto e limpa o caminho molhado de lágrimas que tinham nele. 

 -Você não é nada do que ele disse. - Ele diz baixinho enquanto olha em meus olhos, e seus olhos cinzas nunca foram tão sinceros. - Você é gentil e se preocupa com os outros. Você tem o maior coração que eu ja vi, que foi capaz até de aceitar uma pessoa como eu dentro dele. Se alguém não te merece, esse alguém é ele, e o fato dele tentar te fazer sentir inferior com palavras tão baixas só prova o quão inferior à você ele é. Você é melhor do que qualquer outra pessoa. Nunca dê ouvidos a alguém como ele, entendeu? E... Mel, me desculpe por hoje de manhã. Me desculpe. Eu... não sei o que deu em mim. Me desculpe. Vá descansar - Ele beija minha testa, fazendo meu corpo todo se arrepiar - Não precisa me dizer nada agora só... Entre, descanse e fique bem. Por favor, fique bem. Boa noite Mel.

 Saeran desaparece tão rápido quanto tinha aparecido, me deixando completamente atônita. 

Tento processar o que tinha acabado de acontecer enquanto entro no apartamento e coloco meu pijama, e mesmo assim não consigo acreditar que o mesmo cara que me tratou com tanto desprezo de manhã tinha me tratado com tamanho carinho de noite. Ele era bipolar. Só podia. Não tinha outra explicação. Meu coração palpita quando penso em tudo que Saeran me disse. Tento não pensar muito nisso e apenas me deito na cama. Chat Noir se deita ao meu lado, e só consigo dormir alguns minutos depois, com a cabeça lotada e confusa por tudo que foi capaz de acontecer em um só dia. 


Notas Finais


EITA SAERAN DEVE TA CANTANDO TOMA GATINHA QUE HOJE EU TÔ DIFÍCIL HUEHUEHUE AI ADORO ELE.
OBRIGADA POR LEREEEEEEEM SUAS LINDAS❤ Prometo postar mais logo logo!


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