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História Gyeoul Seuta - Recesso


Escrita por: TheCrown

Notas do Autor


Novamente, sinto muito pela semana passada. Eu tirei print e guardei os comentários de vocês, e considerei cada um deles, e consegui sim tirar muita inspiração e referências para a história. Obrigada, gente <3<3 mesmo!

Mas pra superar o bloqueio eu tive que pular o final de Bon Voyage, ok?

Capítulo 77 - Recesso


Fanfic / Fanfiction Gyeoul Seuta - Recesso


 

Alguns dias mais tarde.

Em pleno voo à caminho de casa.

 


 

 

­— Eh? B-Billboard?

 

Foi no dia 10 de Abril de 2017, data que ficaria marcada à ferro na mente de Kim Namjoon, quando foi publicada a lista dos artistas indicados aos prêmios da Billboard Music Awards e descobriu-se que BTS estaria concorrendo lado à lado de grandes nomes da música internacional.

 

Top Social Artist.

 

Podia não ser uma grande categoria comparada às demais e, por Deus!, não almejavam nem ganhar. Só por receberem a indicação já significava muito! Aquilo era comprovar com seus próprios olhos o quão seus horizontes estavam se expandindo, era ver o mundo reconhecendo-os e saber que a mensagem transmitida através de sua música – a mesma música que trabalhavam duro eles mesmos para compor e produzir desde o rascunho até a última etapa – estava alcançando de verdade as pessoas, transcendendo barreiras de idioma e cultura. Era mais que um degrau, era um pilar na construção de seu legado.

 

O legado do Bangtan Sonnyeondam, ou como muita gente estava prestes à conhecê-los, o BTS.

 

— Isso é muita doideira! — Taehyung exclamou ainda estupidificado, checando o feed do twitter, vendo em primeira mão o quão eufóricas estavam as fãs com a notícia, tal como ele próprio. — Como não soubemos de nada até agora?!

 

— Parece que é assim que funciona, os organizadores só põem no site oficial e... boom! A mágica acontece. Como no MAMA, a diferença é que nós  já sabemos que vamos concorrer, diferente da... Billboard, né? — Hoseok respondeu também entretido em seu aparelho particular, igualmente maravilhado. — Olha, hyung, até já subiram hashtags e criaram moments com as reações. — completou debruçando-se sobre Yoongi no sofá para mostrar à ele o que encontrou.

 

— E quando as votações começam? — o Min quis saber.

 

— Hm... já começaram, eu acho. Olha, é por hashtag. — Tae respondeu.

 

Seokjin, tão feliz como se encontrava, julgou que era a hora perfeita para comemorarem – mesmo não sendo uma vitória propriamente dita, ainda era uma grande realização, e eles mereciam. E não por acaso o freezer da aeronave só possuía duas coisas no momento: hotpocket e cerveja.

 

O Kim mais velho deixou sua poltrona e foi até o galley, a compacta cozinha do jatinho, recolheu os copos descartáveis do armário e tirou do pequeno freezer – para alvoroço e estupefação de seus amigos –  cinco garrafões de Yebisu geladinha.

 

 — Hyung, de onde tirou isso? — os olhos do maknae brilharam ao vislumbrar a bebida japonesa. Era uma das favoritas do grupo, e de ótima qualidade, a Yebisu já tinha seu lugarzinho reservado na geladeira do dormitório toda vez que iam ao Japão.

 

— Nossa, faz tempo... comprei ano passado ainda em Osaka, depois do fanmeeting. E estoquei por via das dúvidas antes de deixarmos Seoul, estou surpreso que não tenham visto. — Jin deu de ombros como se não tivesse escondido propositalmente a bebida sob uma pilha de comida congelada.

 

— Meu herói. — Suga declarou simples, com um mínimo sorriso satisfeito ao fazer os demais rirem.

 

Jimin por outro lado sentiu a boca secar e murchou um pouquinho. Aquilo era baixo, trazer logo uma Yebisu à bordo! Não podia beber nada alcoólico pois obviamente ainda estava amamentando, e isso na verdade tem o frustrado desde que descobriu que estava grávido. Nada de beber pelos próximos seis ou sete meses ainda!

 

— Espere só até você fazer um aninho... — comentou emburrado, lançando um olhar de canto para filha adormecida no bebê conforto.

 

— Miyeon-ssi, você aceita? — Jin ofereceu cavalheiro para a enfermeira.

 

— Bem, estou à trabalho então acho que vou ter que passar. — ela negou com elegância.

 

— Se for por nós, pode beber. Não vamos chegar em Seoul pelas próximas três horas no mínimo, até lá, nessa quantidade, não deve nem surtir efeito. — Jungkook garantiu, servindo o copo de Namjoon que estava próximo antes de servir à si mesmo. — Beba com a gente, Miyeon-ssi.

 

— É, estamos comemorando! — Jin acrescentou.

 

— Eu agradeço, mas prefiro acompanhar o Jimin-ssi num... suco de caixinha? — sugeriu a mulher, compadecendo-se do único ali que não podia beber. Jimin sorriu-lhe agradecido e assentiu.

 

— Ah, é mesmo...! — Jungkook pareceu só flagrar naquele momento, para depois dar uma golada generosa em seu copo e soltar um "ah" satisfeito. — É uma pena... está uma delícia. — comentou voltando-se para o esposo com uma carinha sapeca.

 

— Jungkook, meu amor, leia os meus lábios. — Jimin pediu numa gentileza corrupta, e procedeu em mover os ditos lábios silenciosamente formando essas exatas palavras: — "Vou chutar as suas bolas".


 

...


 

Se anteriormente o nome BTS já despertava interesse à esmo, depois da notícia da indicação à um prêmio da Billboard, o assédio aos artistas triplicou.

 

Assim que pisaram em solo coreano novamente as emissoras de televisão e estações de rádio não perderam tempo, se mostraram muito mais incisivas que antes: lotando o email da produtora com spams, congestionando as linhas telefônicas e até mesmo enviando representantes para bater diretamente na porta da BigHit. Todos loucos para pegar uma carona gratuita na popularidade e sucesso do grupo, que já alcançavam o topo de trendings internacionais. Porém a ordem de Bang PD foi clara: ignore-os. O CEO sabia exatamente com quem estava lidando, conhecia bem aquele meio tóxico, e não seria tolo em subestimar a capacidade da mídia de manipular e distorcer a notícia à seu favor.

 

Não foi por um acaso que esteve preservando e aprimorando tanto seus artistas desde o debut, e não seria agora que os jogaria aos abutres.

 

E também não era por acaso que o BTS possuía seus próprios conteúdos de entretenimento desde sempre – como as Bangtan Bomb's por exemplo, ou os episódios de Rookie King que, apesar de terem sido exibidos pela SBS, foram todos roterizados e pagos pela própria staff da BigHit –, usando o Youtube e outras redes sociais como plataforma de exibição, pois era uma tentativa de promover os garotos por conta própria uma vez que não podiam contar muito com as estações de televisão. Pois novatos no mundo do entretenimento são deliberadamente destratados e subestimados, e um grupo como o Bangtan, vindo de uma produtora pequena com zero influência e pouco capital, não tinha nem vez para promoverem sua música adequadamente. Foram muitas as vezes em que o Bangtan teve suas apresentações cortadas da edição final nos programas de música, que foram boicotados à mando de outras produtoras ou mesmo "colocados na geladeira" por alguns produtores de programas de entretenimento que não viam lucro em exibir um episódio com um grupo tão impopular. Eles simplesmente não eram bem-vindos.

 

Conquistar espaço e respeito não foi fácil, méritos estes que foram obtidos com o tempo através de seu esforço, talento e mensagens positivas em suas músicas, o sucesso também não veio muito mais tarde depois disso. E como é de conhecimento geral, sucesso alheio só atraí duas coisas: invejosos e oportunistas. Portanto no final ninguém podia julgar Bang PD tentar proteger seus artistas de ouro de tais pessoas mal intencionadas.

 

Mas como já era de se esperar, claro, não era só na televisão que receberiam as opiniões e críticas do público. Afinal essa era a função principal das redes sociais.

 

"Espera, isso quer dizer que eles vão comparecer pessoalmente à premiação? Tipo, na América? Com todos aqueles artistas?!"

 

"@BTS_twt PARA QUE EU SOU CARDÍACA!"

 

"Eu estou tão ansiosa!! Espero que eles possam se apresentar também! Armys, vamos fazer isso acontecer!"

 

"J-HOPE E TINASHE!!! Ok, as b#las de quem eu vou ter que chupar pra fazer isso acontecer?!"

 

"[!] Pessoal, não se esqueçam de votar pela hashtag #BTSBBMAs [!]"

 

"Arm*s não deviam ficar tão animadas, não é como se eles pudessem competir com músicos internacionais mesmo hahaha"

 

"@Billboard é sério isso? Kpop?? Na boa, já podem demitir o responsável por essa atrocidade!"

 

"Ai, ai... vão só passar vergonha."

 

"@BTS_twt estão se achando demais, será que vamos ter que levantar de novo as hashtags de #plágio e #sajaegi pra pôr eles de volta no lugarzinho deles??"

 

"Gente, com todo respeito mas... Justin Bieber está competindo na mesma categoria, e ele é invicto à seis edições consecutivas. Não tem como ele perder para um grupo que surgiu tipo... ontem??"

 

"Beliebers não deixarão passar!"

 

"Gente, não gastem suas energias respondendo tweets de antis, nós só vamos ver o resultado se nós votarmos!! #BTSBBMAs"


 

...


 

Dormitório do BTS.

Apgujeong-dong, Gangnam-gu, Seoul.



 

Jimin parou diante da porta do banheiro de sua suíte e deu leves batidinhas apenas para alertar sua presença ao ocupante do cômodo adjacente. Ouviu apenas um pigarreio em resposta.

 

— Amor... eu já liguei para a assistência do plano de saúde e expliquei a situação. Eles disseram que vão mandar um enfermeiro em alguns minutos pra ministrar um sorinho em você. Você vai ficar melhor em dois tempos! — informou dócil o Park, sensibilizado pela situação delicada em que o marido se encontrava no momento. — Quer que eu espere aqui com você até ele chegar...?

 

— Não, pode... pode ir. Eu vou ficar bem.

 

— Tem certeza, Gguk?

 

— Sim....! Não vá se atrasar por mim, é só... s-só uma dorzinha de barriga!

 

Jimin crispou os lábios, descontente. É claro que não era só uma dor de barriga! Qualquer leigo no assunto conseguia determinar que Jungkook estava, no mínimo, sofrendo de uma grave constipação ou mesmo uma intoxicação alimentar!

 

Acharam que a náusea depois do fatídico passeio ao Luau em O'ahu foi apenas um caso isolado, entretanto Jungkook quase vomitou novamente em plena aula de surf no dia seguinte, teve dores no estômago e recorrentes idas ao banheiro. Precisou até se auto medicar durante o voo de volta à Coréia e tem ficado gradualmente pior desde então, incapacitado até mesmo de deixar a casa para ir à clínica se consultar – o pobre rapaz malmente conseguia deixar o banheiro. Por isso Jimin precisou acionar o atendimento médico à domicílio, e agora não tinha muito mais o que se fazer além de aguardar. Jungkook tomaria um soro intravenoso para limpar o organismo, um antibiótico se necessário, e, muito possivelmente estaria melhor dentro de algumas horas.

 

— Eu vou indo então. Fica bem, tá? — Jimin resignou-se à despedir-se de si, afinal estava sim de hora marcada. Consulta pediátrica da filha.

 

O Park esperou apenas um "vá com cuidado" antes de deixar o quarto. Retornando à sala, onde deixara tudo já previamente organizado, levou um tremendo susto com o que encontrou. Havia deixado Gyuri deitadinha em seu bebê conforto, segura e distraída com uma pelúcia, mas para a sua surpresa a encontrou sentada sozinha, por conta! A bebê segurava firme no puxador do assento, provavelmente tenha usado o auxílio do mesmo para conseguir erguer-se, e parecia estar confortável na nova posição.

 

— Oh, meu amorzinho! Você fez isso sozinha? — perguntou Jimin todo abobado, procedendo em se ajoelhar de frente para a pequena.

 

Gyuri o encarava de volta com aquela carinha sapeca, do mesmo jeitinho que fazia quando colocava na boca algo que não deveria ou quando fazia xixi no meio da troca de fraldas.

 

— Como aprendeu à fazer isso?!

 

Entusiasmado, Jimin encheu seu rosto gordinho de beijocas, repetindo o quão esperta era a filha. Já era de se esperar afinal, Gyuri possuía muita energia e uma mobilidade boa, aprendendo à rolar e erguer o próprio tronco com a ajuda dos bracinhos ainda por volta do quarto mês. Mas ela nunca conseguiu sentar-se sozinha antes!

 

— O Gguk Appa vai adorar saber da novidade, mas por hora é melhor não atrapalhá-lo. — considerou Jimin, olhando brevemente na direção do corredor de onde veio. — Vamos? A Dra. Choi está esperando por nós!


 

Passando o percurso inteiro dividido entre o tráfego à sua frente e sua vigilha sobre a filha pelo espelho retrovisor, Jimin seguiu sozinho até a clínica particular da Dra. Choi, e mesmo assim não teve contratempos. Essa foi a parte fácil, pois logo depois de ocupar uma vaga no estacionamento, ao descer do carro, teve de equilibrar sozinho a cadeirinha da filha, a bolsa de fraldas, sua própria pasta e ainda duas sacolas abarrotadas de presentes. E então enfrentar a subida até o consultório.

 

E, salvo pela secretária – a mesma que ainda fez a gentileza de abrir a porta para si uma vez que estava com as mãos bem ocupadas –, o consultório estava vazio.

 

— Jimin-ah! — saudou feliz a médica quando o viu passar pela porta.

 

— Noona! Que bom vê-la outra vez!

 

Jimin deixou seus pertences sobre o sofá ali no canto e partiu para um abraço com Sora, que o recebeu com o carinho de uma mãe morta de saudades. Os dois sorriram felizes ao poder voltarem à se ver finalmente, mas logo a atenção da mulher se voltou para o sofá.

 

— Ah, deixa eu ver esse pãozinho de gente! — ela exclamou animada, indo rapidinho até o bebê conforto checar Gyuri. — Ah, minha doce criança, as fotos não lhe fazem jus! Está tão linda! Se importa, Jimin-ah? — ela completou, fazendo a menção de abrir o cinto da cadeirinha.

 

— Por favor, sinta-se à vontade.

 

A médica libertou Gyuri de seu confinamento, a pegando no colo e sorrindo terna para a bebê. Gyuri a olhava um pouco desconfiada, como se tentasse decidir se aprovava ou não a intimidade, mas a menina também não era de negar colo de ninguém!

 

— Ela sequer me estranhou... que bebê mais sociável. — comentou deslumbrada a médica. — Ela é assim com todo mundo?

 

— Sim, o tempo todo. Talvez seja porque se acostumou com o fluxo de pessoas à sua volta, tem os meninos no dormitório... a equipe da produtora... estamos sempre rodeados de muita gente. Gyuri é bem vendida também, na verdade. As Coordi Noonas a adoram! — confidenciou Jimin rindo fraco.

 

— E me diga, como foi a turnê? Como está indo a vida de papai de primeira viagem? — quis saber Sora, sentando-se no sofá e fazendo sinal para que Jimin se juntasse à ela, o que ele fez rapidamente.

 

— Tirando as noites em claro, as cólicas e os acessos de choro... tem sido maravilhoso, Noona. Mesmo. O tempo tem passado correndo pelos meus dedos também, é como se ainda há dois dias atrás ela ainda estivesse dentro de mim. E cada momento pertinho dela faz meu coração amolecer. — confessou parecendo realmente feliz. — Jungkook então tem sido o meu braço direito! Ele se habituou tão rápido com essa... essa nova realidade. Você precisa ver, Noona! Ele está sempre se aprimorando, atento aos pequenos detalhes, ele aprendeu rapidinho à trocar fraldas, dar banho, mamadeira... Gyuri é a princesinha dele! Ele faz tudo que ela quer e a menina nem aprendeu à falar para pedir algo ainda!

 

— Ele gosta de ser pai, eu vejo. — comentou fascinada a loira. — Mas, se me permite perguntar, por que ele não veio hoje?

 

— Está doente, pobrezinho. Achamos que é intoxicação alimentar, talvez tenha sido por conta da comida havaiana... ah! Isso me lembra, eu trouxe presentes!

 

— Oh? Estiveram no Havaí?

 

Jimin assentiu, recuperando as duas largas sacolas e colocando-as sobre a mesinha de centro. Sora se aproximou da beirada do estofado para ver melhor.

 

— Quando estive em L.A. pensei em trazer algo para dar à você e à Letícia Noona, mas então tivemos essa viagem surpresa que a equipe preparou e eu resolvi trazer presentes da nossa viagem por lá. Algo sobre o Havaí torna as lembrancinhas mais especiais. — explicou Jimin, tirando sem vergonha alguma os presentes da sacola e os dispondo sobre a mesa. — Como não  poderia deixar de ser... camisas havainas!

 

A doutora riu alto quando o rapaz lhe mostrou a famosa camisa de botões com estampas de flores de hibisco. Ele prosseguiu então, lhe mostrando os demais itens, havia algumas especiarias que só poderiam ser encontradas naquelas ilhas, peças lindas de artesanato e até uma série de cartões postais da região.

 

— Obrigado, Jiminie, são lindos...! É uma pena que eu não preparei nada para o seu retorno. — lamentou Sora.

 

— O quê? Não! Não há necessidade! Eu só quis trazer um pedacinho do Havaí comigo, foram dias tão maravilhosos que eu não pûde evitar em querer compartilhar com os meus amigos.

 

Sora sorriu-lhe terna, tocada pelo fato de que o rapaz lhe via como uma amiga. Sentimental como era, chegou à sentir os olhos umedecerem.

 

— Ok! Ok! Muito obrigada novamente, Jimin-ah! — ela esforçou-se para sair de seu torpor. — Agora vamos dar um pouco mais de atenção à essa mocinha aqui...

 

Gyuri até então distraía-se com um pacotinho de especiarias em suas mãos, despreparada para o que viria à seguir. Jimin recolheu sua pasta e tirou dali de dentro a carteirinha de vacinação de Gyuri, para acompanharem as dosagens da pequena.

 

Já era dia de pôr em dia as vacinas da bebê.

 

— A enfermeira, Si Miyeon, teve mantido em dia as vacinações dela desde que começou à trabalhar conosco, aí está o carimbo pessoal dela. — Jimin estendeu o cartão para a médica avaliar.

 

— Sim, eu entrei em contato com a Miyeon-ssi, ela está preparando um relatório da viagem e vai repassar para mim quando estiver pronto. Eu quero monitorar de perto também a saúde da Gyuri, essas vacinas até os quatro primeirino aninhos são as mais importantes. — a médica comentou num tom ligeiramente mais profissional, checando a documentação com atenção para ter certeza de que não foi deixado passar nenhuma vacina. — Hoje eu vou aplicar mais duas. A terceira dose contra paralisía infantil e... a terceira também da Pentavalente.

 

Jimin concordou, e até pensou que as vacinas seriam aplicadas imediatamente, porém Sora quis fazer o check up de rotina antes, porque seria mais difícil de fazê-lo se Gyuri estivesse agitada e com dor.

 

A bebê foi colocada sobre a mesa acolchoada, e Jimin foi capaz de presenciar em primeira mão Gyuri no processo de se sentar sozinha. Ela rolava um pouco para o lado e apoiava-se nos bracinhos, tentando erguer o tronco, até que finalmente conseguia sentar, um pouco curvadinha para frente para manter o equilíbrio.

 

— Poxa, eu não sabia que já havia aprendido à fazer isso. Que bracinhos fortes! — comentou a médica, ajeitando o estetoscópio no ouvido.

 

— Também não sabia, fui pego de surpresa hoje mais cedo.

 

— Hahaha!

 

A doutora então prosseguiu com o exame de rotina, virando a criança de ponta à cabeça, não deixando passar nada. Por fim determinando que a menina estava mais que bem, com o umbigo completamente cicatrizado; olhos e ouvidos em ordem; bons reflexos e no geral boa saúde. Isso até chegarem no peso.

 

— Vocês marcaram a última pesagem? — quis saber, depois de anotar o novo peso da bebê.

 

— Não lembro... acho... acho que não pesamos a Gyuri desde que deixamos Seoul. — confessou sentindo-se embaraçado pelo descaso.

 

— Não se preocupe, talvez tenha algo no relatório da enfermeira. Eu só quero ter certeza de que o ganho de peso mensal está em ordem, porque veja bem... Gyuri está um pouco gordinha para a idade.

 

— Mesmo? — subitamente o pai ficou terrivelmente preocupado.

 

— Sim. Nada muito alarmante, mas... o ideal é por volta de sete quilos nessa idade e Gyuri já está com nove e meio. — explicou já indo preparar a seringa. — Talvez o metabolismo dela seja apenas um pouco mais lento, não tenho certeza... ou alguém andou comendo além da conta! — completou rindo-se.

 

Oh.

 

As papinhas e o leite enlatado.

 

— Oh não, Noona. Acho que a culpa é minha, eu passei à alimentar ela com papinhas e leite enlatado nas últimas semanas, ela não parecia estar satisfeita só com o meu leite então achei que... aigo! Eu deveria cortar, não deveria? — quis saber um pouco alarmado.

 

— Você continua dando à ela de mamar no peito? Além de dar as papinhas?

 

— Sim.

 

— Então talvez seja o caso de cortar o leite enlatado e diminuir a ingestão de papinhas.

 

Jimin suspirou derrotado, lastimando algo sobre quase ter deixado a filha doente por não saber alimentá-la direito. Nem imaginou que isso poderia ser tão sério.

 

— Não se preocupe, a situação ainda está sob controle. — garantiu Sora, vestindo as luvas descartáveis. — Mas seja cauteloso pois isso afeta sua própria saúde também, se você tirar a Gyuri do peito muito cedo o seu leite pode acumular, ficando espesso, e acabando por empedrar dentro de você. E é bem doloroso pra tirar depois.

 

— Entendo...

 

A doutora voltou sua atenção para a bebê e, com uma paciência impressionante, conseguiu convencer Gyuri à tomar a medicação em gotinha (no caso a VOP que era dada oralmente) e já em seguida ministrar a vacina da VIP antes que ela percebesse. A pobrezinha só foi abrir o berreiro segundos depois, quando a dor em sua derme se manifestou. Jimin imediatamente a pegou no colo, para consolá-la.

 

— Está tudo bem, meu amorzinho. Logo passa... papai está aqui com você. — paciente, Jimin ia repetindo palavras doces assim, massageando em conforto as costas da bebê. Gyuri soluçava, chorando e puxando o cabelo em distresse. — Ei... vai ficar carequinha assim! Não puxe o próprio cabelo... — ele prosseguiu então em tomar as duas mãozinhas gordinhas na sua e depositar bitoquinhas carinhosas ali.

 

Não demorou muito para o choro ir decrescendo para apenas um soluço, arrancando pequenos espamos da menina que se recompunha.

 

— Viu? Já passou. — Jimin sorriu olhando em seus olhos molhados e então tratou de recolher uma toalinha na bolsa de fraldas, usando-a para secar o rostinho molhado de lágrimas e corisa. Com Gyuri distraída Sora conseguiu colocar o pequeno band aid de florzinha em seu bracinho sorrateiramente. — Olha, o dodói desapareceu! — Jimin completou, fazendo carinho em seu braço.

 

Gyuri buscou então o local da picada, ainda sentindo uma certa ardência na região, e encontrou um curioso adesivinho rosa que chamou muito a sua atenção. Ela tocou com delicadeza o band aid, apenas cutucando com a pontinha do dedo, e ainda checando esse dito dedo depois para ter certeza que não tinha algo nele. Intrigada ela procurou o olhar do seu papai, e inclinou o bracinho em sua direção, mostrando para ele o estranho objeto.

 

— É o seu dodói? O papai vai dar um beijinho pra passar! — Jimin declarou, derretido com a fofura da filha, e então depositou um longo selinho em seu braço.

 

Gyuri o observou em dúvida num primeiro momento e então arriscou repetir o gesto, empurrando o bracinho em sua direção. Jimin riu-se e depositou um novo beijinho ali. A menina então abriu um sorrisinho charmoso, gostando muito de receber os beijinhos carinhosos de seu papai.

 

— Isso é tão lindo...! — comentou Sora enamorada, assistindo a cena de pertinho. — Eu sinto muito, Gyuri-ah. Me perdoe por fazer dodói em você!

 

Mesmo sendo muito nova para compreender muitas coisas, Gyuri já atendia pelo nome quando a chamavam, e se voltou para a médica quando ouviu seu nome ser chamado. E surpreendentemente ela esticou seu bracinho em sua direção, como se pedisse para Sora beijá-lo também.

 

— Oh, eu posso mesmo? Tudo bem.

 

A médica depositou um beijinho carinhoso no dodói e a menina alargou seu sorriso, não manifestando ressentimento pela picada. Quão preciosa podia ser aquela menina?!


 

Sora e Jimin tomaram ainda um chazinho juntos, servido pela secretária, e papearam mais um pouco. Até mesmo Gyuri aproveitou a liberdade que lhe foi dada, sendo paparicada pela médica até não poder mais, e só deixando o colo da mesma quando a fome falou mais alto. Foi aí que Jimin a aconchegou em seu colo e afastou a camisa de botões, lhe dando de mamar. Gyuri foi ficando rapidamente sonolenta, brincando com os próprios cabelos enquanto mamava calminha, seus olhinhos focados em seu papai quase fechando-se já.

 

— Já aluguei demais o seu tempo, Noona. Foi muito bom vê-la novamente mas acho que já está na hora de ir.

 

— Eu entendo... talvez da próxima vez, numa folga quem sabe, você possa ir me visitar lá em casa. Letícia também adoraria vê-lo, ela disse que amou o último comeback.

 

— Talvez eu deva levar um album para ela então.

 

Com cuidado para não despertá-la, Jimin colocou a filha na cadeirinha e passou o cinto; recolheu seus pertences e por último ergueu o bebê conforto. Sora adiantou-se em abrir a porta para si e já estavam para se despedir quando ela se manifestou subitamente:

 

— Oh, já ia me esquecendo...! Jimin-ah, tem algo que eu gostaria de te deixar à par antes que você fosse.

 

— Sim?

 

— É sobre aquela paciente em coma, a vítima de pisoteamente durante o seu concerto. Lembra-se dela? — assim que mencionada foi como um baque para Jimin. Por algum tempo esteve tão ocupado com a própria vida que esqueceu da vítima do infeliz incidente daquela vez, durante o concerto surpresa de aniversário do grupo. Esqueceu da pobre menina vegetando numa cama do St. Mary e seu coração pesou.

 

— O... o que houve com ela? — perguntou apreensivo.

 

— Ela está se recuperando. — respondeu a mulher para o seu imediato alívio. — Oh Gayeon o nome dela. Ela não acordou ainda entretanto foi registrada uma maior atividade cerebral recentemente, e isso é muito promissor. Existe agora uma chance de que ela vá acordar, talvez muito em breve.

 

— Que ótima notícia, Noona! A família dela deve estar tão feliz. Céus! Eu... por favor me mantenha à par da situação. Quero poder visitá-la pessoalmente quando acordar.

 

— Sim, sim, claro! Lembre-se de avisar para os outros garotos.

 

— Eu vou com certeza.


 

...


 

De espírito renovado Jimin voltou à embarcar no carro, e quando travava a cadeirinha no banco do passageiro seu celular tocou. Jimin recolheu o aparelho do bolso de trás dos jeans e sorriu ao olhar para o identificador de chamada onde exibia "Nochu".

 

— Oi, amor. Já foi medicado? Está se sentindo melhor? — perguntou fechando a porta de trás e se encaminhando em seguida para o assento da direção.

 

Muito melhor. Eu precisei tomar um litro inteiro de soro, mas felizmente já passou... me deu uma fome agora, inclusive. — se queixou com manha seu marido e Jimin riu, aconchegando-se no banco. — À propósito, teremos visitas.

 

— Quem?

 

— Eu estava no chat da 97' liner agora há pouco e Yugyeom me disse que estava livre hoje. Convidei ele pra vir conhecer a marrentinha antes que a gente vá pra Tailândia. Ele vem hoje à noite, pode ser?

 

— Claro. O que vamos jantar? Precisa que eu leve alguma coisa?

 

Nós podemos pedir algo depois... ele come qualquer tipo de noodles, não é muito exigente. — brincou o maknae e Jimin mordeu a língua para não rebater que seu marido não era muito diferente do amigo. — Mas você pode trazer uma torta? Daquela loja de bolos maravilhosa à caminho de casa, em Sinsa-dong... como é nome mesmo? É alguma coisa com "a".

 

Jimin refletiu brevemente e estalou a língua quando chegou à conclusão.

 

— "Conversation"?

 

— É! Essa mesma!  Eu to morrendo de vontade de comer uma torta de chocolate meio amargo. Traz pra mim, hyung... por favorzinho.

 

Jimin riu soprado.

 

— Você deve estar desesperado para estar usando a carta do "hyung" tão depressa. Deixa eu adivinhar, chocolate está na lista de coisas que você não deveria comer até seu estômago melhorar?

 

— Talvez... mas eu sei que você também gosta. Vamos, hyung, só hoje!

 

Jimin não pensou duas vezes de qualquer forma antes de aceitar atender ao capricho do marido. Gostava muito quando Jungkook agia como maknae e se deixava ser mimado, coisa meio rara consigo uma vez que o Jeon vivia por satisfazê-lo e paparicá-lo – especialmente durante a gestação, época em que tratava Jimin como se fosse de vidro. Jungkook não gostava de mostrar suas próprias fraquezas, mas até mesmo ele se cansava às vezes, geralmente quando adoecia como era o caso agora, e Jimin estava mais que feliz em agir como seu hyung e cuidar bem dele.

 

— Araseo! Mas não reclame se ficar tão assado quanto eu depois que a dor de barriga voltar!


 


Notas Finais


Esse capítulo foi um oferecimento de:
@Ximy, @LucyScorpions, @Narissi, @Sadboy1990s (muito bom ver você de volta nos comentários já que não estamos mais podendo conversar tanto <3), @Ayllaleroy, @Novapandamminni, @Karoline-00, @Ayoongi-ah, @Supercilia, @Fau, @QuelParkie, @Martian (obrigada, anjo, foram dicas particularmente muito boas), @MarksonGot7, @Pornjeon, @SraT, @Seu_Nome_Aki (percebi que você tem ótimas ideias para plot e gosta particularmente de um draminha pra apimentar rçrç) e @SRAYoon

Muito obrigado pelo apoio e paciência!


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