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História Gyeoul Seuta - Mudinha


Escrita por: TheCrown

Notas do Autor


O casal Jeon-Park finalmente tem sua reunião com Bang PD para decidir o futuro da filha.

E vocês vão notar que o capítulo está mais curto que o usual, porque eu decidi que vai rolar uns paranauê aí (dos simples, sem muito angst, só para apimentar de novo o enredo ((: ) e percebi que ia ficar informação demais para um capítulo só então reparti.

Capítulo 81 - Mudinha


Fanfic / Fanfiction Gyeoul Seuta - Mudinha

 

 

BigHit Entertainment Headquarters.

Yangjin Plaza, Nonhyeon 2(i)-dong, Gangnam-gu.



 

À primeira vista a nova sede da produtora – inaugurada há pouco tempo – ainda parecia estar em processo de mudança, mas as caixas espalhadas pelo escritório nada mais eram que os presentes e cartas de fãs que chegaram em peso nos últimos dias, com preces para que a segunda parte da turnê fosse um sucesso.

 

E é necessário dizer o quão o novo upgrade agradou aos funcionários da BigHit.

 

Depois de uma série de considerações, Bang Sihyuk decidiu mover a produtora para um novo endereço em meados de Dezembro. Pois nem mesmo ter alugado um prédio inteiro da última vez garantiu o conforto e a segurança visados, não com os problemas recorrentes da edificação velha e deteriorada que usavam –  além de um senhorio muito chato e intrometido –, quase sempre lhe custando um aparelho caro em súbitas quedas de energia ou até mesmo tendo estofados e figurinos contaminados de mofo. E em menos de uma semana à procura, encontrou o lugar perfeito para nova sede no Yangjin Plaza, em Nonhyeon-dong. Não se tratava exatamente de um edifício particular inteiro só para eles, mas os últimos três andares do prédio comercial se mostraram espaçosos e confortáveis o suficiente para montar o escritório, o estúdio de dança, os estúdios dos produtores e afins; sem falar que a estrutura era nova e não enfrentava problemas com umidade, fiação velha ou "recadinhos" de fã pichados na entrada.

 

Ah, a amabilidade das Armys vinha em tantas formas! Embora fosse difícil estocar o amor delas em forma física na maioria das vezes.

 

— Jimin-ssi, já escolheu o que vai querer? Posso levar sua caixa agora? — um integrante da staff apareceu para recolher as largas caixas de papelão, cheias até a tampa com os presentes individuais de cada membro recebidos pelo correio. Os artistas sempre escolhiam uma coisa ou outra que gostariam e conseguiriam guardar consigo e então repassavam os demais presentes para o pessoal da equipe dividir, ou mesmo doar pois recebiam mais do que poderiam querer de qualquer forma.

 

O Park riu entre uma golada e outra de sua garrafinha d'água, negando.

 

— Não conseguiria me desfazer dessa aqui nem mesmo que eu quisesse. — respondeu ele indicando a dita caixa ali no canto. — Veja você mesmo.

 

O outro se aproximou então e espiou dentro da caixa, encontrando o que parecia ser uma grande pelúcia de cachorrinho, mas que para a sua estupefação se moveu sozinho! Se tratava de ninguém menos que Jeon-Park Gyuri que, vestida num Kigurumi de Corgi, brincava quietinha dentro da caixa.

 

— Oh. Eu volto mais tarde então. — dito isso ele saiu rindo pela porta do estúdio.

 

Ao longe Yoongi soltou um "aish" exagerado.

 

— Ya! Park Jimin! Tire logo ela daí ou vão pensar que está maltratando a menina! — seu hyung o repreendeu, ainda atrás do microfone no tripé, fazendo toda a sala ouvi-lo também e rir em conjunto.

 

— Mas a Gyul que quis entrar! Não vamos mexer com quem está quieto, se eu tentar tirá-la dali agora é certeza que ela vai abrir o berreiro. — rebateu em seu bom humor.

 

Verdade. No momento em que a bebezinha viu as pelúcias e embrulhos de presentes coloridos saindo das benditas caixas ela quis abandonar o colo do Papai Gguk e ir investigar, o que acabou na cena que presenciavam agora: a pequena deitada sobre as pelúcias e papéis de presente rasgados, brincando entretida em seu próprio mundinho. O que era bom, porque tornou o ensaio vocal daquela manhã muito mais tranquilo. Só o casal conhecia o sufoco que era carregar Gyuri por aí pela produtora em sua bolsa de canguru, pois ela sempre dava um jeito de esticar os bracinhos e mexer em algo que não devia – obtendo ainda o grande feito de puxar o tripé do microfone do Jeon e dar com o mesmo na testa dele no processo.

 

Passado o curto intervalo, voltaram às suas posições para ensaiar a próxima track e as outras por diante. E assim as horas foram se passando rápido, e quando viram já haviam encerrado à tempo do almoço. Hobeom se adiantou e pediu Jjangjjangmyeon de um restaurante próximo para o grupo.

 

Aproveitando-se do fato de que a maioria – ­se não toda – ­a staff deixava o prédio para ir almoçar em restaurantes e lanchonetes próximas, Jimin subiu ao terraço para amamentar a filha em sigilo, mas surpreendeu-se ao descobrir que não foi o primeiro à pensar nisso. Lá estava Taehyung, deitado em uma das mesas, tomando sol. O mesmo olhou em sua direção e sorriu largo, chamando para se juntarem à ele.

 

— Não vai almoçar, Tae?

 

— Não. Eu evoluí, Chim, agora faço fotossíntese!

 

...

 

Poucas horas mais tarde, naquele mesmo dia, o grupo passava por um treino de aptidão física em conjunto na academia da produtora. Ou sofrendo em conjunto, como Min Yoongi tão eloquentemente colocava. Os rapazes faziam as repetições de aquecimento e alongamento diligentemente sobre os colchonetes enquanto Gyuri ali ao lado assistia um tanto entediada.

 

— Vejo que ela é tão flexível quanto você, Park. — comentou humorado o instrutor.

 

Com isso todo mundo virou o pescoço para vislumbrar a pequenina deitada de dorso em um dos colchonetes, puxando o próprio pezinho direito para enfiar na boca. Babando no macacãozinho temático no processo.

 

— Aigo, parece um bolinho...! — resmungou enamorado o Papai Chim, rindo consigo mesmo. Os demais também não conseguiam ficar indiferentes à fofura absurda de Gyuri.

 

No instante seguinte uma produtora do escritório se anunciou à porta, chamando a atenção de todos.

 

— Jeongguk-ssi, Jimin-ssi! O CEO-nim pediu para chamá-los na sala dele. — avisou ela.

 

Subitamente a euforia da sapequice da filha se dissipou no ar e o casal se entreolhou tensos. Estiveram esperando o dia todo por uma audição com Bang PD, quem esteve ocupado até o pescoço desde cedo e pediu que aguardassem. Inevitavelmente ansiosos e nervosos, o casal Jeon-Park pediu licença para se retirarem, e Taehyung agiu rápido em distrair a sobrinha para que ela não estranhasse a falta dos papais.

 

— Estou tão nervoso que esqueci todos os meus argumentos. — Jungkook confidenciou enquanto encaminhavam-se pelos corredores, ombro à ombro, rumo ao escritório do patrão. — Minhas mãos estão suando...

 

— Calma. Ele vai entender, meu amor, sei que vai. — assegurou Jimin com uma convicção que não possuía no momento, apenas para acalmar o amado.

 

Chegarem em frente ao dito escritório e Zifeng, o assistente pessoal de Bang PD, foi rápido em levantar-se de sua mesa e lhes dar passagem.

 

— Ele está esperando vocês. — reafirmou ele e os dois assentiram antes de entrar. Tendo a porta gentilmente fechada às suas costas em seguida.

 

— Oh... olá, rapazes. Queriam falar comigo? — o homem gorducho e de aparência exausta perguntou, organizando uma série de pastas suspensas sobre sua mesa. — Sentem-se.

 

— Hyung-nim. — ambos se curvaram brevemente antes de se aproximar. Ainda tensos tomaram um assento de frente para o mais velho.

 

— Bem... — Jimin deu inicio, trocando um breve olhar de cumplicidade com o marido antes de prosseguir. — Esperamos que não seja muito cedo ou inconveniente trazer isso agora, mas... queremos uma projeção, Bang-ssi. Queremos saber quando seria o melhor momento para... para apresentar publicamente a nossa filha. Acontece que tem sido um pouco exaustivo continuar à escondê-la.

 

O mais velho suspirou longamente, ficando em pensativo em silêncio por um tempo.

 

— Vamos poder fazer isso, não vamos? — insistiu Jungkook, com receio de que nunca houvesse um bom momento para aquilo.

 

— Não quero desmotivá-los, garotos, mas agora não é um bom momento. Temo que seria arriscado revelar essa criança, arriscado para o grupo inteiro. — respondeu ele, fazendo o peito dos papais afundarem em tristeza. — Tenho considerado essa ideia há algum tempo sim... mas será que o público está preparado mesmo para conhecer Jeon-Park Gyuri? As coisas tem acontecido tão rápido, rápido demais para as pessoas lá fora que acompanham as notícias envolvendo vocês. As notícias acontecem, se espalham rápido, mas a ressaca fica por mais tempo; nada é completamente esquecido depois que cai na boca no povo. Toda essa loucura que foi o ano passado para vocês... está tudo ainda muito fresco, muito vívido na memória de todos. Precisam se dar um tempo antes de chamar a atenção para si próprios novamente. Ou vão acabar desviando não intencionalmente a atenção que se deve à sua música. Conseguem imaginar o que aconteceria se aparecessem com uma criança logo agora?

 

O casal assentiu, aceitando de peito aberto o conselho. Sihyuk tinha razão, precisavam ser cautelosos para que sua vida pessoal não se sobreponha ao seu trabalho.

 

— Ainda no começo do ano vocês revelaram publicamente que estavam namorando, o que dividiu opiniões e foi uma confusão danada, levou meses para baixar a poeira... então mais tarde houve o desmaio no shopping que tentamos abafar o máximo possível com o alistamento militar. E funcionou, cegou o público de todo o resto, foi tudo no que falaram quando dizia respeito à vocês. — relembrava o diretor, refrescando suas memórias. — No concerto de aniversário do grupo vocês anunciaram o casamento e mais alvoroço surgiu, sem falar no tumulto que aconteceu no mesmo dia e na repercussão ruim que acarretou aos nossos organizadores, acerca dos problemas na segurança e dos feridos; foi muito nobre da parte da família da garota que foi pisoteada colaborar em sigilo conosco depois de tudo, e, nos deixar bancar as despesas médicas, poderiam ter nos arruinado se assim quisessem, poderiam ter nos processado ou nos difamado na mídia... Mas então veio o escândalo da W Magazine sobre Jimin ser supostamente uma mulher logo depois disto, e mesmo com a retratação o estrago foi grande. E por fim o acidente de carro, com direito à perseguição de saseang e tudo. As pessoas ainda falam sobre o acidente...

 

Jimin franziu o cenho em distresse, não gostava de relembrar do acidente.

 

— Sabe o que ainda falam, Jiminie? — insistiu Bang PD, empático.

 

— Não.

 

— Bem, algumas coisas bem negativas sobre você. São a minora ainda, felizmente, mas existem fóruns por aí à fora que te criticam por ter abandonado o serviço público no orfanato. Recebemos denúncias de algumas fãs furiosas que exigem que tomemos uma atitude legal contra esses comentários maliciosos. — confidenciou para a surpresa dos dois jovens. Nunca ouviram nada à respeito. — Esses K-netz acreditam que você foi privilegiado como idol, Jimin-ah, ou que comprou o médico que fez seu laudo de exoneração para se livrar do período de serviço.

 

O queixo de Jimin caiu. Aquilo era absurdo!

 

— M-mas isso nem faz sentido...! — contestou subitamente Jungkook, perturbado. — O acidente foi à público, todos viram a van capotada e... e... todos os outros feridos naquele dia. Jimin passou um mês inteiro internado se recuperando! Como eles podem dizer isso depois de tudo?

 

— Estão apenas incomodados porque o Jimin saiu do hospital direto para os palcos novamente, acredito eu. — concluiu PD por si mesmo, encolhendo os ombros cansadamente. Preferiu não mencionar à eles, mas alguns comentários tinham a audácia de exigir um hiatus para o Park, ou que voltasse para o serviço militar pois estava "saudável e perfeitamente bem para pular num palco". — É só um motivo que encontraram para alfinetar, na verdade, pois com o ganho de popularidade levantamos um alvo imenso em nossas costas. Vão nos criticar não importa o que fizermos, entendem?

 

Os garotos assentiram em frustração contida. Não havia muito o que pudessem fazer quanto à isso, era como as coisas funcionavam e já sabiam disso. Um silêncio desconfortável se instalou logo mais, contudo não levou muito tempo antes do diretor se manifestar outra vez.

 

— Estão vendo todas estas pastas?

 

Ele indicou as pastas suspensas ali em cima da mesa e Jungkook e Jimin assentiram.

 

— São propostas que tenho estudado com a equipe de marketing. Contratos à serem negociados, e eles não param de chegar. Vocês não teriam nem tempo na agenda para atender à tantos compromissos. — confidenciou ele incentivando-os à abrirem as ditas pastas, encontrando os nomes e logos conhecidos. — Fechamos um acordo com o Youtube, as gravações dos bastidores da tour vão ser compiladas e transmitidas pelo canal pago deles. Fechamos outro acordo com a Naver Corporation, e o BTS em breve começará à trabalhar numa parceria com a Line Friends. Fora os nossos próprios projetos, como o Bon Voyage, Army Zip e afins... vai ter muita coisa acontecendo em breve. Além do novo álbum que está para sair, o "Her". Por isso... por isso eu peço que tenham um pouquinho de paciência e eu prometo que encontrarei uma solução até o ano que vem.

 

Céus! Tanto tempo assim?

 

— Certo. Obrigado, hyung-nim. — suspirou Jimin, conformado.

 

Bang PD assentiu, sensibilizado pela sua situação.

 

— Eu sinto tanto, rapazes... mesmo.

 

...

 

Ai que coisinha mais linda! A vovó quer te apertar e encher de beijos até não poder mais! — choramingava a Vovó Park do outro lado da tela, e Jimin riu-se fraco. Que saudades eu estou de você, minha mudinha de flor!

 

Com os compromissos já batendo à porta, Jimin decidiu fazer uma chamada de vídeo com a mãe para matar a saudade antes de ir. Contudo, Gyuri sentada em seu colo e espalmando a tela do tablet, logo roubou a cena. Não que ela precisasse de muito para isso, de fato, a bebêzinha só precisava piscar seus belos olhinhos ímpares e tinha qualquer um aos seus pés. Jungkook até mesmo já manifestou sua apreensão em ter que lidar com uma filha tão bonita assim quando mais velha, ela certamente arrebataria corações à torto!

 

Ah! Isso me lembra... — a mais velha levantou-se desajeitada e saiu caminhando pela casa até o que parecia ser a varanda da frente e recolheu um pequeno vaso de planta ornamentado. — Esta é a mudinha de Cerejeira que plantei para a Gyul quando ela nasceu, ainda é muito nova e delicada para começar à podar e dar forma, mas esta crescendo forte. Não é uma gracinha?

 

A plantinha ainda era sim bastante modesta, com um caule mais fininho e alongado e folhas de um verde bem clarinho, as flores ainda não haviam desabrochado mas os botõezinhos estavam ali germinando. Nem parecia mais as sementinhas mergulhadas no algodão que viu pela última vez. Sorriu terno, sua mãe era tão atenciosa com o seu jardim e não pecou em nada ao plantar a pequena árvore da neta.

 

— É  linda, mamãe. — sibilou carinhoso.

 

Sua mãe conseguiu identificar entretanto, mesmo através das lentes de uma câmera, certa melancolia no olhar do primogênito.

 

— Tem algo te incomodando, meu bem? — ela perguntou atenciosa, acabando por despertar a dor que descansava no íntimo do rapaz. Jimin sorriu-lhe melancólico, sentindo a garganta apertar e as narinas arderem num choro contido, e assentiu.

 

— A mudinha é tão linda, mamãe. Perfeita. E é tão frágil também... eu rego ela com carinho, afofo a terra, troco o vaso... exatamente como aprendi com a senhora. E ela tem crescido tão rápido que tenho medo de piscar e perder algo... — divagava ele tristonho, acariciando com a ponta dos dedos o moinho de cabelo escurinho e selvagem da pequena em seu colo, e, Gyuri por sua vez cedia facilmente ao carinho, escorando-se em si e piscando letárgica. O loiro aspirou o cheirinho gostoso de bebê ali e seus olhos marejaram, dando à Park Eunseo a certeza de que não era à uma planta que ele se referia. — Mas ainda assim eu falhei com ela.

 

Era uma metáfora.

 

Jiminie, sua mudinha é saudável? — perguntou a ela, significativa, depois de um instante de silêncio.

 

— É. É sim, mamãe.

 

— E você a ama?

 

— Mais que à mim mesmo...

 

Eunseo então sorriu terna.

 

— Então como possivelmente você poderia ter falhado com ela, meu bem?

 

— Eu... eu tenho medo por ela, mamãe. O mundo é um lugar perigoso e eu preciso protegê-la, mas a única forma de fazer isso é escondendo-a numa caixinha, longe de tudo e todos. Onde a luz do sol não alcança. — ao passo em que respondia, as primeiras lágrimas já lhe rolavam o rosto. — O que vai ser da minha mudinha sem luz?

 

Flores não sobrevivem sem luz. E tudo que Jimin menos queria era privar a sua de seu lugar ao sol.

 

Ele não precisou explicar com todas as palavras, sua mãe já entendia o que aquilo significava, e lhe doía ver tanta aflição corroendo o peito de seu filho. Sua primeira mudinha. Eunseo sabia muito bem o que era gerar e ver crescer algo tão lindo – passou por isso duas vezes, oras! –, sabia o que era amar uma criação tão pura e temer por sua integridade, defender sua felicidade. Decisões difíceis precisavam ser tomadas, e, na maioria das vezes, estas machucavam.

 

— A s-senhora precisa ver... c-como ela ama conhecer coisas novas! E-eu v-vejo seus... seus olhinhos b-brilharem quando vê a-as l-luzes e... e as pessoas, a-as cores e tudo mais da j-janela do carro! — soluçava Jimin aos prantos, trêmulo e incapaz de segurar direito o aparelho em uma mão enquanto abraçava a filha junto ao peito. — Eu sinto tanto, m-mamãe...! T-tudo que e-eu posso oferecer à ela a-agora s-são quatro paredes! É uma r-realidade fria demais p-para alguém tão p-pequena...

 

Eunseo tentava reprimir as próprias lágrimas àquela altura, sentindo o peito afundar ao assistir o filho desmoronar. Nunca antes desejou tanto fazer nula a distância entre eles e poder lhe abraçar, dizer que ia ficar tudo bem. Pois este era um sacrifício que ela mesma já teve de fazer há muito tempo: deixar sua mudinha crescer, e ir pra loge, pois sabia que era coisa certa à se fazer.

 

E Jimin poderia estar sofrendo agora, mas também estava fazendo a coisa certa ao proteger sua pequena.

 

Está doendo, eu sei. — sibilou ela com a voz embargada. — Vai doer por algum tempo, mas isso não significa que você falhou, meu bem. Não se culpe. Seja forte, Gyuri precisa de você. Acredite em mim, ela precisa mais de você que qualquer outra coisa para viver. Você é o sol dela e enquanto estiverem juntos, bem pertinho, vai ficar tudo bem.

 

 Essa foi a maneira que a Vovó Park encontrou de retirar sua proposta, não insistiria em separá-los, mesmo que isso custasse um pouquinho de liberdade da menina. Estava mais do que óbvio que Jimin precisava da filha mais do que ela precisava dele.


 

[...]


 

Cerca de um mês depois.


 

 Até a metade de Maio a Wings Tour já havia passado com grande sucesso pela Tailândia, Indonesia, Filipinas e Hong Kong antes do novo recesso. De pouco menos de uma semana. E seguindo a agenda, voltariam para Seoul onde filmariam mais dois episódios de "Run! BTS" e descansariam pelo tempo restante até pegarem a estrada novamente, rumo à Sidney na Austrália.

 

Ou esse era o plano até receberem um convite irrecusável.

 

— O que são essas roupas todas, Noona? Figurinos novos? — Taehyung pediu interessado, assistindo a estilista ensacar cuidadosamente de ternos e paletós à blazers, e, pendurá-los em seguida numa arara no cantinho do quarto.

 

Não se assemelhavam em nada ao que costumavam usar nas apresentações, não eram do tipo descartáveis, adaptados à mão ou cheios de paetês; eram roupas de grife. Do tipo que usavam em ocasiões especiais como premiações e grandes festivais.

 

— Ah... gostou? — ela perguntou cúmplice, conhecendo de antemão o bom gosto do Kim para alta costura. — Passei o dia todo rodando pelas lojas atrás das peças perfeitas.

 

Taehyung imediatamente deixou a poltrona do hotel na qual esteve praticamente fundido na última hora – acompanhando de longe a equipe se preparar para deixar Hong Kong –, e juntou-se à ela, admirando as peças de pertinho. Notou ainda caixas de sapato e gravatas ali perto.

 

— Parece caro, é Armani...? — quis saber o Kim, à procura da etiqueta num blazer em particular que chamou sua atenção.

 

— Saint Laurent.

 

— Daebak...! Onde vamos vestir isso?

 

— Na premiação da Biilboard, é claro.

 

Eh?

 

Taehyung sentiu seu queixo cair. Como assim? Ninguém avisou que iriam comparecer pessoalmente!

 

— Não estamos de voo marcado para Seoul, estamos? — perguntou significativo ele.

 

— Não. Direto para para Las Vegas. — respondeu no automático a moça, mas passado exatamente um segundo ela tapou a própria boca num tapa e olhou horrorizada para o rapaz. — Omo! Eu não devia ter contado ainda, Hobeom-ssi vai me matar!



 


Notas Finais


@MiaMiatzo me deu um toque esses tempos sobre um detalhe que eu deixei passar (obrigada, flor) , que foi a exoneração do Jimin depois do acidente e eu queria esclarecer algo então caso mais gente achou que ficou um pouco tosco talvez:

Jimin saiu do serviço civil bem fácil sim por conta do acidente de carro, porque foi um acidente em "exercício da função" (um acidente de percurso no caso, já que ele voltava do orfanato quando o carro capotou, ou seja, ele ainda era responsabilidade do governo como servidor público) mas isso foi só uma ideia minha, não é 100% embasado em um procedimento real. Ele ficou um mês internado, mas quando saiu Bang PD pediu que ele voltasse à seguir a agenda do grupo, e ele foi. Então muita gente ficou puta porque ele conseguiu "se livrar" do serviço militar apenas para voltar à trabalhar logo em seguida, pareceu que ele foi privilegiado ali e escapou de 2 anos de serviço obrigatório. "Se ele estava tão ferido que não poderia voltar à servir a pátria, por que não entrou em hiatus então? Por que saiu em turnê tão rápido pra fazer dinheiro?", esse tipo de pensamento que proliferou.

O acidente de carro foi uma tática minha justamente pra tirar ele do serviço militar, admito.


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