História Hacker Love - (BTS - Park Jimin) - Capítulo 15

Eu e Jimin estávamos tão absortos no que estávamos fazendo que nem percebemos a hora passar.

Só nos demos conta de como estava tarde, quando a mãe da Lisa me ligou pra saber onde eu estava.

JM – Se puder esperar meia hora, posso mandar o motorista te levar.

No fim, desligamos os computadores e fomos pro lado de fora da enorme mansão do Jimin. Estava um tanto geladinho. Eu ainda estava de farda, mas tinha levado o casaco da escola então dava pra ficar por lá. Sentamos nas escadas e começamos a conversar. De alguma forma, Jimin despertava assuntos em minha cabeça.

Mas a verdade, e que eu estava devendo demonstrar certa gratidão por ele ter me ajudado tanto hoje.

GB – Eu queria agradecer por você ter ficado comigo hoje.

JM – De nada!

GB – Eu to falando sério!

JM – E você queria o que? Que eu te abandonasse no banheiro?

GB – Se eu tô agradecendo por você ter me socorrido é porque não né?

Ele riu olhando pra frente.

GB – A visão que eu tinha de você, antes de te conhecer, não era muito diferente da que tenho agora sabia?

JM – Sério? – Ele virou pra mim parecendo surpreso.

GB – Em parte. Mas a maior parte.

JM – O que você pensava de mim antes?

GB – Você sempre foi muito prestativo. Eu já vi você ajudar várias pessoas em diferentes momentos antes. Até a Lisa uma vez, quando ela torceu o pé no treino. Foi você que levou ela pra a enfermaria lembra?

Jimin apenas sorriu. Daquele jeito que deixa ele com o olho menor que tudo.

GB – Quando vi você na sala com ela quase desisti de entrar.

JM – Isso foi no início do ano passado.

GB – Acho que sim.

JM – Eu lembro bem disso. – Minha vez de olhar pra ele.

GB – Lembra?

JM – Foi a primeira vez que eu reparei em você.

GB – Reparou em mim?

JM – É!

Eu realmente fiquei com vergonha de perguntar o que aquilo significava. Muita mesmo.

GB – Você gosta de ajudar as pessoas. Isso te coloca em várias profissões interessantes no futuro.

JM – Eu não quero fazer nada além de engenharia ou ciência da computação.

GB – Mas você poderia dar um bom advogado também.

JM – Não sou bom com palavras como sou bom em raciocínio.

GB – Procurador ou investigador talvez! – Ele virou pra mim com a testa franzida.

JM – Porque você não gosta da área de informática?

GB – Quem disse que eu não gosto?

JM – Você nega suas próprias habilidades no dia a dia. E toda vez que falo sobre o assunto você dá um jeito de dizer que não gosta ou não quer isso pra você.

GB – Não é que eu não goste. É só porque eu vejo outras possibilidades. E não imagino você trabalhando atrás de um computador por horas, vestido como executivo ou coisa assim.

JM – Nem eu.

GB – Então...

JM – Não pretendo trabalhar em grandes empresas e ser refém desse padrão!

GB – HUMMMM, falou bonito. – eu comecei a bater palmas e ele virou pra mim com raivinha.

JM – Eu não tô brincando.

GB – Eu tô!

JM – Aishhh!

Nós ficamos lá fora só rindo e no caso dele reclamando por um tempinho.

Até Que o silêncio que eu detestava tomou conta do ambiente.

JM – Eu tô feliz que você está comigo.

GB – Eu já disse que essa coisa sentimental não combina com você!

JM – Quer parar de ser tão rabugenta!

GB – Não sou rabugenta.

JM – É sim!

GB – Eu só prefiro ser chata antes de você, porque você é do tipo que alisa e depois dá o tapa.

JM – Não sou assim não!

GB – Comigo é!

JM – Tá legal. Eu sou um pouco assim! – Eu ri com a fala dele. – Mas só sou assim com quem eu gosto!

Eu não sei bem porquê. Mas ele me pareceu sincero.

GB – Eu queria que não fosse assim.

JM – Assim como? Você queria que eu não gostasse de você?

GB – Não seu idiota. Eu não queria ter que ativar meu mecanismo de defesa com você tantas vezes!

Ele fez que ia falar. Depois olhou pra frente novamente. E quando eu olhei pra ele, ele estava encarando o chão com raiva.

GB – É o tipo de coisa que eu faço quando não estou bem.

JM – Achei que não gostava quando eu ficava sentimental.

GB – Apenas não me dê forinhas desnecessários, e já está de bom tamanho!

Ele concordou com a cabeça.

JM – É o que eu faço quando não estou bem!

GB – Vamos fazer um trato então. – Eu virei meu corpo pra ele. – Enquanto a gente trabalhar nisso juntos, não vamos nos fazer sentir desconfortáveis um com outro.

JM – Porque eu tenho a impressão que você vai me abandonar quando isso tudo acabar?

GB – O que?

JM – Você vive falando que só estamos próximos por causa do sistema do Banco!

GB – E não foi por isso que você se aproximou de mim?

JM – Sim.

GB – Então?

JM – Ah, agora você acredita em mim!?

GB – Não!

JM – Então se sabe que eu estou mentindo quando eu digo que me aproximei de você apensa por causa disso, porque acha que eu quero me afastar de você depois que conseguirmos entrar no sistema do Banco?

GB – Porque você continuaria amigo meu? Nós fazemos parte de mundos diferentes!

JM – Como assim?

GB – Você é popular, gosta de esportes, gosta de conversar, gosta de sair, gosta de conhecer pessoas novas, gosta de lourinhas...

JM – Não gosto não!

GB – Eu sou completamente diferente de você!

JM – Você não gosta de louros?

Eu ri debochada. Jimin tinha mesmo o dom de me fazer perder o fio da meada.

GB – Essa não é a questão! – Eu falei praticamente rindo da cara de mágoa que o Jimin fez. – A questão é que eu não acho que vou ser companhia interessante pra você depois que isso acabar.

JM – Eu discordo em gênero, número e grau com você!

GB – Como, garoto?

JM – Eu tenho me divertido na escola pela última semana como não me divertia em meses.

GB – Você se divertiu muito hoje em me ver surtar?

JM – Não, mas essa é a graça da coisa toda. Descobrir sobre as franquezas faz a gente exercitar a cabeça. E era sobre esses desafios que eu estava falando.

GB – Eu não sou uma pessoa legal pra conviver Jimin.

JM – Quer apostar?

Eu olhei pra ele. Ele estava com a palma da mão virada pra mim. Mas ao invés de apertar a mão dele eu dei um tapa.

GB – Para com isso!

JM – Aiiii!

GB – Eu to falando sério.

JM – Sem querer ser sentimental, até porque você também é chata em certos momentos. Em um monte deles, aliás... – Eu me virei com raiva e ele se afastou um pouquinho de mim. – Mas, também é a pessoa mais legal e interessante que eu conheci esse mês. Então se você quiser se afastar de mim, depois de tudo, eu vou ser o cara mais insistente que você já conheceu na face da terra.  

GB – Você é maluco.

JM – Quer saber o que eu pensava sobre você, antes de conhecer? Porque eu reparei em você no dia da enfermaria?

GB – Porque?

JM – Já eram quase dez horas na noite. E você estava lá na arquibancada, parecendo um Hermione Granger. Com os cabelos todo bagunçado, estudando, apenas pra esperar Lisa. E quando você percebeu que ela tinha se machucado, você entrou em desespero. Ficou com ela até a enfermeira liberar, enquanto todas as amigas dela foram embora.

Eu senti meu coração acelerar ao ouvir ele falar de mim daquele jeito. Eu nem lembrava disso. Na verdade, parecia algo tão idiota que eu nunca tinha parado pra prestara tenção.

JM – Você foi amiga de verdade. E isso a gente não vê todo dia. Então eu sei que se um dia eu precisar de você, você vai me socorrer daquele jeito também.

GB – Talvez não. Você é muito mais chato que a Lisa.

JM – Parece que gostar de gente chata, também é uma especialidade sua.

Eu coloquei pra rir.

A bem lei da verdade, aquilo não era mentira.

Então o carro parou em nossa frente e nós dois nos levantamos. Eu coloquei a mochila nas costas.

GB – Tchau, Jimin! Obrigada pelo jantar. E pela conversa!

JM – Amigos servem pra isso.

Eu revirei os olhos pra ele, e fiz sinal de negativo com a cabeça, mas acabei rindo horrores enquanto ia até o carro.

GB – Você vai sofrer muito se quiser ser meu amigo.

JM – Eu aguento!

Então entrei no carro e dei um xau bem breve antes de fechar a porta.

No caminho até em casa, foi que me de conta do que Jimin tinha falado.

Ele queria ser meu amigo.

Meu Deus.

Mas como ser amigo de alguém que era rodeado de pessoas que se materializavam como meus maiores pesadelos?

...

Quando o carro sumiu da vista de Jimin, automaticamente ele ficou pensando na conversa que tinha acabado de ter com Gabriela.

Ele realmente foi sincero nas coisas que falou. O que era algo estranho demais.

Segundo Jin, ele só precisava entender como ela conseguia bolar sistemas tão perfeitos e depois conseguir fazer um tão bom quanto pra poderem invadir o sistema da Amazon. Mas a bem lei da verdade, é que ele estava gostando de estar com Gabriela. Ela estava mesmo fazendo ele se divertir.

Até a chatice dela era divertida.

E foi voltando pra casa, que ele lembrou do dia em que Lisa se acidentou no treino.

Era bem verdade que ele achou o senso de amizade de Gabi muito legal. Mas ele reparou nela desde a arquibancada. Quando ela estava sentada estudando o livro de geografia, com os cabelos ondulados jogados de lado e o rosto inerte a qualquer barulho.

Ele a achou linda naquele momento. E não entendeu como nunca havia reparado nela antes.

E quando ela desceu pra ver como Lisa estava, e a timidez dela o fez passar direto por ele e voar na amiga. Ficou reparando de longe. A garota era diferente. A pele branca, contrastando com os cabelos castanhos. O volume bonito, e logo abaixo o corpo perfeito escondido por uma calça jeans bege clara bem apertada.

Aquilo fazia mais de um ano.

Mas ele tinha guardado numa área da memória onde não tinha dado tanta importância. Mas agora isso veio com tudo na cabeça dele.

JM – Ah, que merda Jimin!

Ele falou consigo mesmo em voz alta sem querer.

Se queria ser amigo de Gabriela, ia ter que escantear qualquer pensamento do tipo da cabeça.

Mas como?

Agora ele estava vendo ela com a roupa da escola, e de alguma forma, aquilo tava começando a afetar ele.

JM – Foco Jimin. Foco!