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História Half Bad (HIATO) - Meio contra-atacando.


Escrita por: Infinie

Notas do Autor


Olá, sobreviventes!
Demorei mais do que queria, mas cá estou eu!
Espero que ainda estejam acompanhando a minha fanfic.
<3

Capítulo 17 - Meio contra-atacando.


POV Harley

O vento que bate forte no meu rosto quase me faz sentir-me livre. Quase.

Ele, no entanto, não pode apagar as imagens do confinamento pelo qual a humanidade está passando. Fazendas. Prédios abandonados. Galpões. Fábricas. Prisões... Tudo virou abrigo para as pessoas. Pessoas essas que nada têm em comum e que em outros tempos nem sonhariam em dividir um mesmo ambiente.

E olhe só para nós, agora corpos moribundos e constantemente com fome, tendo de lutar contra nós mesmos, seres da mesma espécie e capacidade cerebral, para protegermos o pouco que conseguimos a cada dia. Aqueles que não estão conosco, estão contra nós.

Woodbury, infelizmente, está do outro lado do campo. É o time adversário. Não por vontade própria, talvez, mas por ser conduzida por um técnico-Governador que não mede esforços para pisotear o outro time.

Esse Governador, no entanto, deu um passo em falso, planejou mal a jogada, e agora é a vez do nosso contra ataque. Armados e organizados em um time de quatro, cortamos as ruas em direção à pequena cidade.

Nossa rápida ofensiva, contudo, é surpreendida por um rastro de morte e carros abandonados no meio da estrada.

- Caramba! – É tudo que consigo dizer quando desço da garupa de Daryl e me ponho a olhar em volta.

Corpos fuzilados e sendo comidos por zumbis estavam aos montes, espalhados por entre os carros que há muitos dias atrás eu vi parados em Woodbury.

Daryl se coloca à minha frente e, juntamente com Michonne, começa a derrubar os comedores. Não posso fazer muito, já que estou sendo obrigada a usar um curativo enorme no pulso e jurada de morte se algo o fizesse sair do lugar.

Estou passando ao lado de um enorme caminhão, quando sou surpreendida por um baque súbito no vidro deste. Meu susto é tão grande que quase vou parar do outro lado da rua. A minha surpresa maior, no entanto, é ver uma mulher abrir a porta e sair de lá de dentro.

-Quem diabos é você, assombração? – Pergunto, e Rick me dá uma olhada de rabo de olho.

-O que aconteceu aqui?- O xerife pergunta e me ignora completamente.

Neste momento, todos os meus amigos já estão com suas armas apontadas para a estranha.

- Por favor, não atirem.! – Ela implora, tremendo. – Olha, a culpa não foi nossa. Nós não queríamos invadir a prisão de vocês.

-Aham, sei. – Daryl resmunga e eu solto um “é”.

- Acreditem, em mim! O Governador manipulou todo mundo. Ele disse que vocês eram terroristas e mais um monte de coisas. – Ela diz e respira fundo,  tentado recuperar o fôlego. – Mas agora eu vejo que ele é o verdadeiro terrorista.

- O que aconteceu aqui? – Rick pergunta, de novo.

-Ele queria que voltássemos e acabássemos com a prisão. Mas nós sabíamos que não iríamos conseguir, então não saímos do lugar. O Governador perdeu a cabeça e atirou em todo mundo. Matou todo mundo. Eu só sobrevivi porque consegui me jogar no chão a tempo.

-Sempre soube que ele era do tipo sádico. – Comento e dou um soquinho em minha própria mão aberta, feliz por constatar que minha suposição estava correta.

Todos me olham em desaprovação , e eu dou de ombros. Então, uma coisa passa na minha cabeça , como um relâmpago, quase instantâneo e chacoalhando o meu cérebro.

-Vocês já pararam pra pensar...- Começo a dizer e eles prestam atenção em mim. – Que neste momento... a dona aranha pode estar subindo pela parede?

Novamente recebo olhares feios , e começo a rir.

-Ela é doente? – Pergunta a mulher.

-Desculpa, gente. É o remédio que tomei pra dor.- Digo, rindo, mas logo paro.- O que eu realmente quero dizer é que o Governador pode estar neste exato momento cortando cabeças em Woodbury. Acho melhor nos apressarmos.

-Tem razão. Vamos logo.

Rick nos dá o comado e logo eu estou de volta na garupa de Daryl, apertando sua cintura enquanto cheiro sua nuca.

-Você assusta as pessoas com esse seu desequilíbrio mental, sabia? – Ele diz ao virar um pouco o pescoço na minha direção e dar a partida na moto.

- Ah, o que? Continuar te cheirando assim até o fim dos tempos? – Digo e sugo com mais força o odor de sua pele.

-Você não tem jeito, Harley. Caiu de cabeça no esgoto quando nasceu.

Dou uma gargalhada forte e jogo os cabelos para trás, vendo-os dançar de mãos dadas com o vento enquanto a distância até Woodbury vai ficando menor.

É noite quando estacionamos alguns metros antes da entrada da cidade. Rick me entrega uma pistola, ainda sem olhar muito para a minha cara, e me coloca entre si e Daryl. Aproximamo-nos de uma pilha de pneus, mas somos impedidos de avançar por tiros.

Rapidamente nos escondemos, enquanto trocamos alguns tiros com o pessoal que está de vigia. Provavelmente, o Governador não voltou para cá.

A tal mulher, Karen , dialoga com o pessoal e lhes explica a situação. Eles, no entanto, parecem meio céticos quando à veracidade dos fatos.

-Ah, minha nossa, mas que idiotice! Vão ficar aí discutindo até o Governador aparecer? Sabe, para a gente não faz muita diferença se vocês morrerem. Agora, pelo menos deixem-nos tirar as crianças daí. Elas com certeza saberão a hora correta de perguntar, diferentemente de vocês.

Rick me lança um olhar espantado. Apenas dou de ombros e me levanto quando os dois vigias começam a abrir os portões.

-Nada como um choque de realidade para deixar as pessoas mais espertas.- Comento ao ficar cara- a –cara com um homem e uma mulher, negros, armados e com cara de espanto . – Oi. Eu sou Harley.

-O que estão fazendo aqui? – O homem pergunta, e eu olho para Rick.

Só agora reparo que estavam todos com os braços ao alto em sinal de rendição. Observando os gestos dos meus amigos, coloco os meus braços, relutante, na mesma posição que eles.

-A gente vinha terminar tudo, até virmos o que o Governador fez. – Rick responde.

-Ele os matou. – O homem comenta e eu solto um ‘a-hã”

-Karen contou que Andrea fugiu para ir à prisão. Ela não chegou lá.

Espera aí. Que história é essa?

-Talvez ela esteja aqui. – Rick continua e eu me aproximo de Daryl.

-Será que já posso abaixar o braço? Tá formigando.- Sussurro para meu primo.

Daryl apenas me olha de esguelha e solta um resmungo enquanto empurra meu braço para baixo.

-Ok. Vamos tentar acha-la.

Andamos por alguns minutos até o fundo da cidade. Daryl e Rick a todo momento acompanhavam os meus movimentos e eu já estava ficando cansada de tantos olhares preocupados.

-Ai, mas que saco, esses dois não cansam, não? – Pergunto para uma Michonne mais séria que o comum.

- Eles não ficariam fazendo isso se você não fosse tão imprudente. – Ela retruca, mal humorada.

-Eu não sou imprudente. Por que eu seria? – pergunto com uma nota de raiva na voz.

Michonne não me responde, e eu sinto o vento me tocar como um fantasma, fragilizando meus ossos. Logo o peso da pistola começa a incomodar meu pulso machucado. Parece que a dor fez meus neurônios voltarem a funcionar, e agora eu sinto até um pouco de medo.

-Caralho! Que porra de susto!- Exclamo quando um bando de pássaros se agita em uma árvore e faz barulho.

Como eles ainda existem? Coitados, não vão demorar muito para serem comidos.

Olho para frente e vejo que está todo mundo me encarando. Não consigo decifrar as mentes daquelas pessoas, mas suspeito que não estão muito contentes comigo ali. Daryl e Rick são os que mais me olham feio. Eles que se danem! Acabou essa história deles ficarem decidindo o que eu devo ou não fazer. Eu sou a senhora de mim mesma. Eu decido se devo entrar em uma missão suicida ou não.

Colido com um corpo e tenho de parar a caminhada. Tento entender por que raios todo mundo foi parar no meio de um corredor. Então é aí que eu noto uma poça de sangue de tamanho considerável no chão.

Ergo minha pistola e me coloco ao lado de Daryl quando Rick faz menção de abrir uma porta. O estrondo que ela faz quando se abre é irritante, mas eu não tenho tempo de me incomodar com isso, pois o corpo de um Milton ensanguentado, mais um par de pés no chão, nos surpreende.

Michonne entra no recinto como uma bala, chamando por Andrea. Esta estava abatida, com marcas de sangue e escorada na parede. Quando a espadachim move a mulher, já sei que foi mordida.

Empurro Daryl e Rick para o lado e me agacho, ficando na altura da loira.

-Eu tentei impedi-lo.- Ela sussurra, com a voz bastante fraca.

Levo minha mão até sua testa e pescoço e confirmo o que já imaginava. A transformação há havia começado.

-Está queimando em febre.- Michonne comenta e me olha, aflita.

Andrea me faz um sinal e eu movo sua jaqueta, revelando a todos a mordida grotesca em seu ombro esquerdo. Abaixo a cabeça, sentindo-me mal por aquela mulher. Apesar de não ter convivido com ela, e de ter sido grossa nas poucas vezes que tivemos contato, eu não a odeio. Sei que ela é importante para todo mundo da prisão.

Rick solta uma lamúria e Daryl se move, angustiado.

-Carl, Judith, o resto deles...- Ela começa a falar, a voz já saindo embolada.

-Nós. O resto de nós.- Rick a corrige.

Tento ajuda-la a conseguir uma posição melhor. No final das contas, eu tenho uma grandiosa massa gelatinosa no lugar do coração. Estico suas pernas e lhe retiro o cabelo do rosto. Andrea me sorri fracamente em agradecimento.

-Ainda estão vivos? – Pergunta.

-Sim, estão. – Rick responde depois de buscar os meus olhos e os de Daryl.

Michonne está inconsolável ao lado dela. Eu sei o que ela sente. Eu perdi Merle e ainda dói.

-Que bom que os encontrou. Não dá mais pra viver sozinho– Andrea diz à amiga.

-Antes também não dava. – Ouço a voz de Daryl e logo sinto suas mãos apertarem meus ombros.

Olho , surpresa, para ele e sinto minhas lágrimas rolarem. Eu já estava à ponto de chorar, mas com aquela sua declaração não consigo mais me segurar.

-Eu só... não queria que ninguém morresse. – A loira diz e toca seus dedos nos meus que estavam no chão. Então, move-se à procura de algo.-Eu cuido disso, enquanto posso.- Diz referindo-se a ter de mata-la .

Michonne nega, mas ela está convicta. Rick entrega-lhe outra pistola e eu me afasto, enlaçando Daryl pela cintura enquanto tento desembaçar as vistas borradas pelas lágrimas. Dou uma última olhada para aquela pessoa, mais alguém querido que agora se vai, e saio pela porta, com o xerife e o caipira ao meu encalço.

Depois de um tempo, sobressalto-me quando o barulho do tiro corta o silêncio.

 

**

O sol havia acabado de nascer quando estamos de volta à prisão, nós e mais um ônibus escolar repleto de pessoas. Ex-moradores de Woodbury e que agora seriam parte da gente.

Desço da moto de Daryl e passo pelo pessoal da prisão, indo até Karen e Tyresse, o homem da vigia, e os ajudando a descer crianças, adultos e idosos do ônibus. Quando todos já estão do lado de fora e sendo acolhidos por Carol e Hershel, vou até um Rick, pensativo, e o abraço.

Ele parece se assustar e não retribui o meu abraço, porém eu não me abalo com isso. Devo tê-lo tirado de um de seus devaneios com a esposa morta.

-Estou feliz com a sua decisão de trazê-los para cá. Foi o certo. – digo quando me afasto.

Daryl me lança um olhar suspeito e se escora na caminhonete para nos observar.

-Acho que sim. – Rick diz, indiferente, fazendo-me voltar a prestar atenção nele.

-Fiz alguma coisa errada? – Pergunto, já cansada de receber somente frieza por parte dele. – Olha, se você estiver me ignorando só para me repreender por...

-Eu não estou te repreendendo , Harley. – Ele me corta e dá dois passos para longe de mim.

-Então você admite que está me ignorando.

-Eu não estou...

-Ah, por favor, não venha mentir pra mim. – Digo e lhe dou um soco no peito, me arrependendo logo depois ao sentir uma fisgada no pulso.

Ele nota e esfrega os olhos, exasperado.

-É por isso que eu fico com raiva de você. Você não pensa quando o assunto é as outras pessoas, e ainda fica me escondendo as coisas. - Ele diz e eu fico sem entender.

-Escondendo as coisas? Que coisas que eu...- Um estalo na minha cabeça quase me desorienta. Fico sem fôlego por um momento, mas logo estou tomando uma postura mais cautelosa em relação ao meu amigo.- Olha, se for sobre mim e Daryl, me desculpa , tá legal? Fomos infantis em ter ficado se pegando às escondidas...- digo e Rick arregala os olhos. – Só queríamos entender primeiro o que estava acontecendo entre a gente, pra depois dar a cara à tapas.

-Dar a cara à tapas? – Rick me pergunta.

- É. A gente estava com medo da reação de vocês. Sabe como é , né, sobre a gente ser primo e tal.

O xerife fica em silêncio por um momento, mordendo os lábios enquanto olha para o horizonte. Vejo uma nuvem de angústia passar por seus olhos, mas ela logo se vai, deixando só aquele seu céu azul e límpido me encarando.

-Eu só estou... surpreso. Não posso julgar vocês por nada. Não estão fazendo nada de errado. – Ele diz depois de um tempo, mas não acredito muito na sua falsa postura de aceitação.- Pronto. Isso não importa mais. Só me preocupo com a sua imprudência às vezes.

-Nossa, já me chamaram de imprudente duas vezes hoje. Não quer emendar uma terceira, não, Daryl?- Pergunto ao meu primo, sarcástica.

-Imprudente. – Ele retruca e eu fico com raiva.

-Dane-se. – cuspo as palavras e me volto para Rick, de novo.

-Não se preocupe, tá legal? Sei me cuidar. – Digo e o xerife olha para o meu pulso.- Isso é um mero detalhe. E outra coisa, não precisa ficar com ciúmes. Apesar de eu estar pegando o Daryl, eu não irei te deixar em paz. Tenho que me esforçar para substituir o seu lugar como líder da prisão.

Rick me olha por alguns segundos e depois ele e Daryl começam a rir.

-O que? Que que é?- pergunto, tentando pegar a graça que deve ter passado por ali correndo.

Meu amigo apenas balança a cabeça, rindo, e depois caminha para dentro da prisão. Pirado.

Vou até Daryl e dou-lhe um tapa no ombro.

-Por que é que você está rindo? Eu disse algo engraçado? – pergunto.

Daryl para de rir e me puxa para si, deixando-me colada ao seu corpo, que ainda estava escorado na traseira da caminhonete.

-Então quer dizer que você está me pegando, não o contrário? – pergunta encarando meus lábios.

-É claro. Eu decido a hora de beijar. Se eu não estiver afim de te beijar, eu não te beijo nem você me beija. Ponto.

Daryl arqueia uma sobrancelha e depois aperta a minha bunda.

-Ei.

-Você é muito idiota, sua maluca.

Quero protestar, espernear , espancar aquele homem. Só o que consigo, no entanto, é corresponder ao seu beijo.  Aperto Daryl  contra o carro e sinto a pressão de sua boca na minha ficar maior. Um arrepio sobe pela minha espinha quando ele aperta o meu traseiro com uma mão, de novo, enquanto a outra se enrosca nos fios do meu cabelo.

Lady Gaga, hoje o meu fogo só será apagado com toda a água do oceano Pacífico. 


Notas Finais


O que acharam? HAHAAH
Só pra lembrar aqui, gente: Eu NÃO irei abandonar a fic. Pode ser que eu demore a atualizar, como dessa vez, mas eu não irei deixar vocês na mão. Prometo!


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