1. Spirit Fanfics >
  2. Half Bad (HIATO) >
  3. Meio melancólico.

História Half Bad (HIATO) - Meio melancólico.


Escrita por: Infinie

Notas do Autor


Olá, meus caros sobreviventes!
Gostaria de agradecer a todo mundo que comentou e que favoritou a fanfic.
Espero estar fazendo o certo para deixá-los felizes e com gostinho de quero mais.
Fiquem agora com um capítulo com nosso querido Daryl.
Boa leitura!

Capítulo 2 - Meio melancólico.


POV Daryl

Estou sentado há horas nesta droga de corredor imundo pensando em toda a merda que aconteceu nos últimos dias. Sempre fui um cara pessimista, mas o filho da mãe que está arquitetando essa merda toda sabe fazer uma desgraça bem feita. Sei lá, às vezes ouço a risada dele no meu ouvido, a voz como um silvo dizendo que nada acabaria bem para mim, nem para ninguém pelo visto. Ele deve ter uma porra de uma varinha de condão poderosa, porque não tem como as coisas serem piores.

De todos os lugares que já havíamos ficado, esta prisão , por um momento, pareceu o mais seguro. A fazenda do velhinho até que tinha um aspecto legal, mas era muito aberta e não me passava tanta confiança. Chegamos aqui, tivemos um trabalhão para limpar esse lugar e estávamos conferindo tudo para torna-lo ainda mais seguro .Foi então que aqueles prisioneiros apareceram e eu sabia que ia dar merda. Devíamos ter matado todos eles quando os encontramos, mas  Rick tinha que dar uma de bonzão , fazer um acordo e acabar deixando um fugir. Puta que pariu. Agora T-Dog e Lori estão mortos, Carol está desaparecida, Rick pirou, temos um bebê e tem uma droga de barulho irritante me enchendo o saco.

Levanto irritado de onde estava ,golpeando a parede várias vezes com uma faca, para logo depois   chutar a porta entreaberta que fazia um ruído infernal. Provavelmente tinha uma daquelas coisas lá dentro. Merda, merda, merda. Tiro um corpo que estava caído em frente a ela e a abro com raiva. Eu estava preparado para acertar algum dos olhos de um zumbi e atravessar a sua cabeça com um único golpe –talvez mais-, mas tudo o que vejo é Carol encostada num canto em um estado deplorável.  Toco seu queixo e ela sorri fracamente. Pego-a no colo e a levo em direção ao bloco de celas.

Coloco Carol na beliche de uma das celas e vou à procura dos outros para dar-lhes a notícia. Encontro-os no refeitório, com exceção de Glenn e Maggie.

-Entrem aqui. Vocês irão querer ver isso.

Todos me olham intrigados, mas me acompanham. Ao verem Carol surgir da penumbra da cela, uma comoção se faz e todos se abraçam aliviados. Quando os olhos dela caem sobre a  Bravinha, ela finalmente se dá conta de que Lori não estaria mais entre nós, então todo aquele clima de alívio torna-se pesado e eu decido sair dali. Não sei lidar com isso. Não sei consolar as pessoas.

Resolvo ir caçar. Ninguém no momento deve estar se preocupando com comida. Estão todos perdendo uma parte de si a cada dia e temo chegar aquele em que não sobrará nada de nós. Eu entendo a dor de Rick,assim como entendo a da Carol com Sofia.Também perdi alguém muito importante, por quem eu nutria um carinho especial.Mesmo que ela não tenha morrido eu a mandei para tão longe que é como se fosse a mesma coisa. Minhas esperanças de encontrá-la algum dia depois de toda a merda que fiz eram pequenas e agora com esse apocalipse elas se tornaram praticamente zero.

Estou muito sentimental hoje. Merle estaria rolando de rir, me chamando de mariquinha e ela estaria... Droga! Balanço a cabeça e chuto a primeira pedra que acho na frente. Ela bate na cerca externa da prisão e eu me amaldiçoo por talvez ter chamado a atenção daqueles doentes. ´Saio pelo buraco que costumávamos sair sem chamar muita a atenção e me embrenho na floresta. Não foi uma boa ideia. Definitivamente não foi uma boa ideia.

As lembranças dela me acertam como facas e  não consigo tirá-las  de mim por muito tempo, pois elas voltam me machucando de novo, e de novo e de novo. Toda vez é assim. Quando Sofia se perdeu eu quase tive um troço, imaginando ela no lugar da filha da Carol. Fui até o inferno para achar a menina e mesmo assim foi inútil.

Recuso-me a pensar que talvez ela já não esteja mais neste mundo. Mas, às vezes rezo para que já tenha ido para um lugar melhor, que esteja infernizando os anjos do tal paraíso que nem sei se existe , só para não ter que encarar todo esse show de horrores que venho assistindo e enfrentando nos últimos tempos.

A floresta me traz lembranças. A primeira vez que ela saiu comigo para caçar foi um desastre doloroso, lembro enquanto mirava em um esquilo que estava subindo em uma árvore. Não podia deixá-la com o Merle, mas temia que ela fizesse demasiado barulho, espantando a caça. Ela era muito hiperativa. Me surpreendi ao notar seu silêncio e cuidado habilidosos e absolutos enquanto me seguia. Mal ouvia sua respiração enquanto ela caminhava colada a mim. Explicava com calma todos os sinais e técnicas para se rastrear e ela me ouvia atenta, sem perguntas. Ela foi a primeira a achar a trilha de um cervo, deixando-me espantado com sua percepção. Encontramos, satisfeitos, o nosso glorioso almoço, que comia grama tranquilamente. Com minha velha besta atirei nele, que caiu com um baque surdo no mato. Pisquei para ela, que deu pulinhos empolgados enquanto dava aquele seu sorriso inocente que fazia todo o céu se abrir. Deixei a besta perto dela e caminhei até o animal, esquecendo-me da sua irritante mania de querer descobrir das coisas por si mesma. Tentei arrastar o cervo, mas ele era pesado demais, então teria de colocar muita força ali. Preparado para carrega-lo nas costas, não percebi uma flecha vindo em minha direção, apenas senti a dor no meu ombro direito, caindo gemendo no chão e ouvindo o grito horrorizado dela.

Balanço a cabeça tentando afastar essa lembrança e me sinto tonto, perco o equilíbrio ,faço barulho e perco o esquilo de vista. Inferno. Caminho com mais cuidado tentando achar mais um e atiro uma flecha na cabeça de um zumbi que vinha em minha direção. É melhor ter mais cuidado. É melhor ter mais cuidado, foi o que eu disse a ela quando esta desabou em lágrimas ao meu lado e se desmanchou em pedidos de desculpas. Garotinha curiosa e irritante, a repreendi gritando com ela e me arrependendo logo depois ao notar o quanto aquilo a afetava . Já tínhamos gente demais gritando conosco e nos ameaçando, não poderia ser eu mais um a fazer isso com ela, justo ela que era tão frágil , apesar de às vezes nada delicada.

Porcaria. Vejo que demorei mais do que devia no meio daquele mato e ainda não tinha pegado nada. Não posso voltar de mãos vazias. Tento mais uma vez me concentrar e encontro alguns coelhos pelo caminho, dessa vez conseguindo captura-los. Chega de esquilos.

Volto novamente para a prisão e me certifico de que está tudo em ordem com as cercas. Já que Rick estava ausente, eu deveria fazer esse tipo de trabalho. Noto sangue no pedaço da cerca da qual passei, além de um rastro no chão. Confiro se tinha me furado em algum lugar e noto que não. Também sei que mais ninguém, além de mim, passou ali. Pode ter sido algum zumbi.

Entro no refeitório e a primeira coisa que vejo é Beth carregando a Bravinha. Jogo a meia dúzia de coelhos que encontrei para Maggie e pego o bebê do colo da loira.

Bravinha se parece com ela. Olho para Carl e para a bebê no meu colo e me lembro de nós dois.

-Como vai, Bravinha? Está com fome? Acho que você está com fome, sua carinha não está nada boa. – Falava com  ela enquanto a balançava de um lado para o outro. Carol vem até mim e me entrega, sorrindo, a mamadeira. Ela parece melhor do que mais cedo.

-Então você tem mesmo jeito com crianças, hein?!

Olho para a bebê em meus braços que tomava, ávida, a mamadeira e dou de ombros.

-Apenas experiência. – Digo e um silêncio mortal se instala no refeitório. Imbecil. Abriu demais o bico e agora ninguém vai te deixar em  paz.

-Como assim ?- Perguntam em coro e eu solto de uma vez todo o ar dos meus pulmões. Saco.

-Uma prima.- Respondo e pondero no que mais dizer.- Estava brincando com os garotos na rua quando Merle apareceu me chamando desesperado. Achei que alguém tinha se matado. Chego em casa e descubro que minha tia tinha morrido e que agora teríamos de cuidar da filha dela que tinha acabado de nascer. Merle e eu ficamos chocados, meu pai surtou e minha mãe não disse nada.

-Uau! -  Exclama um Carl muito animado com a história.

- Minha mãe conseguiu cuidar dela um pouco até seus dois anos, antes de morrer. Depois, então, ficamos só eu e Merle como dois tapados pensando no que fazer. Merle queria dá-la para a adoção, mas eu não consegui. Fui eu quem dei o nome a ela, afinal. Sou bom em nomes, não é Bravinha? – Pergunto à bebê com a minha atenção ainda totalmente voltada a ela.

-Estou sentindo até pena da pobre garota antes mesmo de saber que nome é esse.- Maggie diz fazendo todos rirem, inclusive eu.

-É diferente. Não é feio não.

-Qual é Daryl?! Vai ficar enrolando até quando pra dizer?- Maggie fica impaciente.

-Como você é chata, magrela!- Xingo ela , que apenas ri. Seu olhar curioso não desvia do meu. Mulheres!- Harley Quinn. Esse é o nome que dei a ela.

Todos me olham espantados por um momento. Beth cai na risada e eu não entendo. Será que ela achou ridículo? Meus amigos achavam maneiro.

-Harley Quinn, Daryl? De onde você tirou isso? -Ela pergunta .

- O que? Achei essa porra muito louca.

-Louca porque é o nome de uma marca de moto. – Maggie diz com o cenho franzido. Glenn gargalha forte.

-É um nome maneiro, Daryl, tenho que admitir.  Achei que seria algo como “Quebra-ossos” , ou “Durona” , ou “Fortona” e por aí vai.

-Coréia, cala a boca antes que eu vou até aí. -  Ameaço e ele não leva a sério. Ninguém tem medo de mim mais nessa merda?

Entrego a Bravinha para Carol e vou indo em direção às celas pegar uma roupa e ir tomar um banho. Ouço a voz do coreano me chamar e me viro em sua direção.

-Não vou falar sobre nomes durões com você agora,ok? –Ele diz prevendo meus pensamentos.- É sobre o Rick. – Ele diz baixo e olha com cuidado para o Carl. Puxo-o pelo braço e nos afasto do pessoal.

-Desembucha.

-Cara, eu e Maggie ficamos praticamente a tarde toda enfurnados naqueles corredores e blocos de cela e nada do Rick aparecer. Fizemos o mesmo percurso umas cinquenta vezes e não o achamos.

-Espera, o que você está querendo dizer?- Pergunto já sabendo a resposta.

-O Rick sumiu, Daryl. Ele não tá aqui.

-Tem certeza? – Pergunto e ele assente.- Está faltando algum carro?.

- Não. Droga! E agora, o que vamos fazer?

-Não é óbvio, coreano? Vamos atrás dele.


Notas Finais


Daryl e sua mania de dar nomes.
Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...