História Half Bloods - Interativa - Ridiculous - Hoon

– Yunya, você tem quantos anos? Abre essa merda agora! – E esse sou eu batendo e gritando na porta do quarto de Yumin. – Você tá agindo feito uma criança birrenta, abre logo isso porque eu tô ficando irritado.

E realmente, ela já tá me deixando irritado, o que é muito raro.

Eu, apesar de não parecer, sou o tipo de pessoa que não perde a calma com facilidade, ainda mais com ela, que vive tentando me tirar do sério.

Tudo isso começou ontem, quando Heajung disse que teríamos uma folga hoje, o dia inteiro. A maioria de nós foi ver a família, incluindo os membros novos, e o resto.... Bom, o resto, inclui os casais do grupo e nossa querida maknae.

Sei que Chesyeo deve estar em um encontro com o príncipe encantado Park Chanyeol, já Mei e Minsoo ficaram bem pacíficos ultimamente, o que me faz suspeitar desse futuro casalzinho. Além de Kyth e Lilly que tem estado estranhamente próximos também.

Mas eles não vêm ao caso.

De qualquer maneira, chamei Yunya para sair já que acabaríamos ficando sozinhos no dormitório.

Combinamos de nos encontrarmos em um café perto da empresa já que ela queria fazer umas compras antes.

Eu estava planejando uma coisa incrível para ela já que recentemente, várias coisas tem a deixado um tanto chateada.

Yunya não está conseguindo acompanhar as aulas de japonês, apesar de ser boa em línguas em geral, está tendo dificuldades para aprender.

Além dela estar se esforçando demais ultimamente, é uma ótima dançarina, mas até na coreografia está tendo problemas, o que faz com que tenha que praticar muito mais.

Ela tem andado muito distraída e insegura, o que realmente tem me preocupado.

Então decidi fazer uma surpresa em comemoração a nosso “namoro oficial”.

Como eu nunca a dei nada de presente e ela está sempre reclamando sobre isso, decidi comprar alguma coisa que oficializasse de verdade nosso namoro.

Então, fui até uma loja e comprei uma corrente para Yumin antes de nos encontrarmos. Depois disso, voltei para o dormitório para me arrumar, mas... deitei na cama por alguns segundos e peguei no sono.

Um sono de quatro fucking horas.

Quando acordei, saí correndo feito um maluco até o café, mas aí, chego naquela merda e ela tá lá, sentada, rindo com outro cara.

Cara, se eu fosse garota teria feito um escândalo. Mas sou contido.

Mentira, não aguentei e a tirei de lá a puxando pelo pulso. O que não era a minha intenção inicial.

Ela ficou muito brava por eu tê-la praticamente arrastado daquela maneira na frente do cara e então acabamos discutindo. Isso nunca tinha acontecido antes e nem sei porque fiquei tão irritado com ela, mas quando vi aquele garoto todo felizinho e ela rindo... Cara, que sensação de ódio.

Agora voltando a Yunya, ela se trancou no quarto e está me ignorando.

Não quero me desculpar, mas quero esclarecer as coisas.

– Yunya, você não vai abrir a porta? – Tentei dizer calmamente e esperei para ver se haveria resposta.

Em vão, ela me ignorou mais uma vez.

– Yunya?

Yumin não sabe o significado da palavra limites, cara. Cansei, que saco, essas frescuras de garota me deixam puto.

– Ah, quer saber? Se ferra aí então, você não quer conversar? Não conversa, cara!

Me virei e fui em direção ao meu quarto.

– Ótimo para mim! – Gritou com a cabeça para fora do quarto.

Ela tá de brincadeira, né?

– Ótimo! – Entrei no quarto e bati porta.

Me joguei na minha cama e peguei a caixinha de veludo que estava na cômoda, a abrindo logo em seguida.

Encarei o pingente por alguns minutos. Yunya realmente teria gostado daquilo, se eu tivesse entregado. Cacete, Yumin.

Fiquei algumas horas mexendo no celular para relaxar depois de perceber que ela havia me bloqueado em todas as redes sociais possíveis.

Yunya é uma pessoa incrível e tem um coração enorme apesar de tudo, é por isso que eu gosto dela. É bem pacífica na verdade, mas quando fica brava, é como se um campo de flores se tornasse um campo minado em segundos! Além dela se tornar extremamente teimosa e infantil.

Dei um último suspiro e guardei a corrente na caixinha, a colocando no bolso da minha blusa antes de pegar no sono.

 

– Ok, estão todos aqui? – Yang perguntou, vendo alguns de nós assentir. – Então, Heajung noona me mandou mensagem e....

Parei de prestar atenção no que ele falava quando notei que Yunya me encarava fixamente, a expressão emburrada. Essa garota... Aish.

Franzi o cenho e decidi a encarar também. Nunca tinha a visto tão séria daquele jeito.

Tenho quase certeza que ela acha que pedirei desculpas, mas cara, não vou fazer isso.

Entendo que me atrasei, mas ela estava com outro cara! Na verdade, eu nem a deixei se explicar... é verdade, eu nem a deixei se explicar.

Mas... ah, que merda.

– O que há com vocês dois? – Lilly nos perguntou.

– Ele é um idiota. – Yumin respondeu virando o rosto.

– Você que age como uma criança birrenta de cinco anos e eu sou o idiota? – Respondi, revirando os olhos.

– Criança birrenta? – Ela me encarou, ofendida. – Você é ridículo! E beija mal! – Disse e abandonou a sala.

Beija mal...? HAHAHAHAHA.

Porra, Yunya, não é isso que você costuma dizer, cara.

Esse é outro problema que ela tem: falar as coisas sem sentido e contar coisas que não deve quando está com raiva.

– Err... As coisas são sempre assim? – Mad nos perguntou.

– Na verdade, não, e é por isso que você deveria nos contar o que está acontecendo, Hoon-ah. – Eunhee disse me encarando séria.

– Ué, você beija mal? – Kyth me perguntou fazendo alguns membros rirem.

– Ela... ah, foda-se, vai. A gente tem uns rolos faz uns cinco meses. – Dei de ombros. - E eu não beijo mal, pergunte a ela quando estiver em um estado normal e não irritada comigo.

Ri levemente quando percebi as reações de cada um deles, uns estavam surpresos, outros indignados e a maioria duvidava do que eu dissera.

– Estou falando sério. É por isso que a gente brigou, eu me atrasei para o encontro e quando cheguei ela tava com outro cara, simples assim. Tô dispensado, Yang hyung? – Me levantei.

– Não, senta aí. – Ele respondeu e apontou para o sofá. – Você deveria falar com ela, mais calmamente.

– Ela quer que eu peça desculpas, não vou fazer isso, eu a vi com outro cara. – Retruquei sem pensar.

– Hyung, se você realmente gosta dela, você deveria pedir desculpas mesmo se estiver errado. – Takumi disse, me dando um tapinha nas costas.

– E também, a unnie poderia estar falando com um amigo ou mesmo um fã, Hoon oppa. – Chesyeo disse sorridente como sempre.

– Aish... Tudo bem, eu falarei com ela. Mas, agora?

– Acho melhor esperar ela esfriar a cabeça um pouco... – Ming falou pensativa.

– Isso tudo aconteceu hoje, né? – Eunhee perguntou, me vendo assentir. – Bom, também acho melhor esperar um pouco.

– Hyung, você foi um idiota. – Takumi me disse, batendo no meu braço.

– Yah, isso dói, cara. É, agora pensando, eu fui meio idiota. – Cocei a cabeça me levantando.

– Você tem até amanhã para resolver isso, Hoon-ah. – Yang me avisou. – Se não resolver sozinho, nós vamos interferir, entendeu?

– Aish, tudo bem. Posso ir para o quarto agora? –Indaguei.

– Pode, estão dispensados. Vão dormir porque teremos um dia cansativo amanhã.

 

Mas que droga.

Não consigo dormir, faz quase três horas que eu tô girando na cama.

Levantei com calma e abri a porta do quarto, indo até o corredor e andando silenciosamente.

Fui até a sala e vi Yunya assistindo, pelo que parece, um filme de terror na TV com todas as luzes apagadas.

Garota corajosa... gosto assim.

A encarei por alguns minutos e me aproximei, sentando ao lado dela.

– Yunya?

– O que foi? – Murmurou enrolada em um cobertor no sofá.

– Olha, eu...

– O nome dele é Lee Yunje, Hoon-ah. – Me interrompeu e se sentou. – E nós somos primos.

– Vocês são... O que?

Não acredito que fui tão estúpido assim cara. NÃO ACREDITO NISSO, LEE JIHOON. GENIAL, JIHOON, GENIAL.

– É, pois é. – Se deitou, dando de ombros.

– Cara, me desculpa. Sério, eu fui um idiota.

– Você sempre é, mas as vezes você exagera na dose de idiotice.

– Foi mal, Yunya. Sério, só me atrasei por que... por que fui comprar isso para você. – Peguei a caixinha do bolso e a abri.

Sorte que ainda estava com o mesmo moletom, estão vendo?

Até a sorte está a favor do nosso relacionamento.

Ela se levantou me encarando e após alguns segundos olhou para a corrente, rindo levemente.

– Isso é sério, Hoon? Você realmente tinha ido...

– É... Você tem me preocupado esses dias, pensei que isso pudesse te ajudar.

– Um pingente de estrela? – Disse se virando e levantando o cabelo para que eu colocasse a corrente nela.

– É para você se lembrar que... – Comecei passando a corrente pelo pescoço dela. – Não importa o que, você já é uma estrela. E para mim, vai ser sempre a mais brilhante no meu céu. – Abracei por trás, apoiando minha cabeça em seu ombro. – Me desculpe.

– Está sendo romântico demais, você não é assim, Hoon. – Senti quando Yuin sorriu levemente enquanto falava. – Eu posso dizer uma coisa?

– Não precisa me pedir desculpas e nem agradecer, eu realmen...

– Eu amo você.

Levantei a cabeça e a encarei por trás, completamente surpreso.

Senti quando minhas bochechas esquentaram. Essa Yunya... A única pessoa que conseguiria me deixar vermelho. Que vergonha, Lee Jihoon, perdendo a compostura dessa maneira...

– Todo mundo me ama, é normal sentir isso por mim, Yunya. – Ri e beijei sua bochecha.

– Aproveite porque não vou dizer isso novamente. – Riu e virou o rosto, me beijando.

– Vamos assistir esse filme ou não?

– É “Sobrenatural 2”, você vai querer assistir mesmo? – Me perguntou, se virando e encarando a TV.

– Por que está dizendo isso? Se você ficar com medo, pode me abraçar.

Ela arqueou as sobrancelhas e começou a rir.

– Não sou eu que odeio qualquer coisa de terror, já assisti esse filme três vezes, Hoon-ah. Vou colocar desde o início.

Se levantou para pegar o controle e aproveitei para me deitar no sofá.

– Mas então... – Falou um tanto envergonhada e se deitou ao meu lado, colocando a cabeça em meu peito. – O que eles disseram depois que eu saí daqui?

– Ah, é verdade... eu beijo mal?

– Eu estava brava! Você sabe que eu nunca diria aquilo.

– É, eu sei, eu beijo bem, todo mundo sabe disso.

– Ah, olha, Hoon-ah. – Apontou para TV.

Fiquei prestando atenção no filme e em segundos levei um susto com aquela bruxa que enforcava a médium.

– Porra, Yunya! – Me virei para o sofá e a abracei fechando os olhos.

Não nego, eu odeio qualquer coisa relacionado ao gênero terror, odeio mesmo.

Ela começou a rir e passou a mão nos meus cabelos. Yumin está estranhamente carinhosa hoje. Talvez deveria brigar com ela mais vezes...

É brincadeira, nunca mais vou fazer isso.

– Que bonitinho, assim nem parece o Lee Jihoon que todo mundo conhece. Você odeia essas coisas, né?

– Tem muitas coisas que odeio, mas você não é uma delas.

– Não começa...

– “Eu te amo”. – Ri e copiei a voz dela.

– Nossa, que babaca. – Deu um tapa no meu braço. – Nunca mais vou dizer isso.

– Deveria dizer, eu gostei.

– Aí, cala boca. Eu vou dormir, vou para meu quarto.

Yumin tentou se levantar, mas a puxei e a deixei cair sobre meu peito.

– Vamos dormir aqui.

– Mas eles...

– Eles já sabem.

– Você contou?

– Você que deixou claro, senhorita-você-é-ridículo-e-beija-mal.

– Não devia ter falado... Desculpa, Hoon-ah.

Sorriu envergonhada pela atitude.

Ainda me pergunto como é que esse sorriso consegue me deixar bobo em segundos. Sério, Yunya, cara, você é muito linda.

­– Tudo bem, de qualquer maneira, vamos assistir logo isso.

Passamos um tempo vendo o filme e conversando antes dela se ajeitar no meu ombro e fechar os olhos.

– Eu vou dormir, Honnie. Obrigada pela corrente, você é incrível...

– Yunya, cara... você já... aish. Eu amo você. – Sussurrei em seu ouvido depois de ter certeza que ela tinha dormido.

E realmente, cara, eu amo essa garota.