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História Half-Kingdom (Taekook - ABO) - Today we fight


Escrita por: mariihreis e felicity_nown

Notas do Autor


OI!! Tudo bem? Tomara que simm! 😊 Estamos MUITO ansiosas pra esse capítulo aaaaaa já tá bem óbvio que ele vai ser super importante né kkkkkkk
❗E atenção nas notas finais viuu 👀

Enfim, boa leituraaa! 💜💜💜

Trad. do título: "Hoje nós lutamos"

Capítulo 37 - Today we fight


Fanfic / Fanfiction Half-Kingdom (Taekook - ABO) - Today we fight

Taehyung P.O.V

Eu estava aos prantos quando ouvi a porta enfim ser destrancada. Levantei-me de súbito, me sentindo um pouco zonzo logo em seguida. Mesmo que uma chama ardente de esperança tivesse me dominado, temi que Lee Hye-yeong tivesse retornado para acabar comigo e com o filhote que eu carregava. Mas, quando Namjoon surgiu na porta, minhas pernas fraquejaram pelo alívio demasiado e eu quase desabei se ele não tivesse corrido para me segurar.

— Tae! Você está bem? Ele te machucou? — perguntou extremamente preocupado, tentando me manter de pé, e eu enchi o peito de ar para conseguir me tranquilizar e me acalmar.

— Nós precisamos encontrar o Jungkook o mais rápido possível — falei, fraco. — O Lee… é ele, Nam! É ele quem está por trás de tudo isso! — segurei firme no colarinho do médico e meu choro se intensificou.

— Eu sei — ele disse, aflito. Eu o olhei com olhos arregalados. — Descobri hoje, um pouco depois que ele chegou aqui. Eu já tinha minhas suspeitas, mas tudo se concretizou quando vi a tapeçaria com a árvore genealógica da família de Jungkook e notei que Hye-yeong estava lá. Quando eu soube que vocês dois estavam conversando a sós, eu corri para te encontrar — contou, olhando ao redor do quarto, ainda me mantendo em seus braços. — Para onde ele foi? Ele te machucou?

— Namjoon, nós temos que nos apressar. Precisamos alertar todo o castelo que uma invasão vai acontecer. Ele disse que volta ainda hoje para acertar as contas — falei rapidamente, limpando meu rosto, recuperando minha postura combativa aos poucos. — Precisamos que o Jungkook volte para cá imediatamente.

— Mas o Lee faria uma invasão mesmo sabendo sobre o evento de inauguração de Daechwita?

— Sim! Principalmente porque o rei de Arryn estará aqui e assim seus… seus dois alvos estarão juntos! É promissor para ele, Nam!

— Vamos sair daqui agora.

Eu assenti de imediato e entrelaçamos nossas mãos, saindo do cômodo às pressas, correndo pelos corredores do castelo.

— Precisamos chamar Hoseok e todos os guardas-reais. Vamos precisar de uma grande quantidade de combatentes nos portões do castelo, vamos reunir ambos os exércitos — fui listando conforme corríamos, o que chamou a atenção de todos os funcionários que presenciavam nosso desespero. — Yoongi precisa ir à cavalo atrás do…

— Jungkook! — Namjoon exclamou assim que a enorme porta do hall se abriu, revelando meu marido segurando na mãozinha de nosso filho. O rei parecia, de certa forma, afobado com alguma coisa.

— O que está havendo? — perguntou, evidentemente preocupado, olhando para a cena de eu e Namjoon de mãos dadas. — Filho, procure o tio Jimin. Daqui a pouco o papai vai te encontrar — ele olhou para Eunho e sorriu minimamente, mesmo que estivesse agindo com urgência. Parecia já saber que algo estava errado.

Esperamos até que o pequeno alfa se retirasse e ficamos só nós três no hall. Jungkook levou seus olhos para mim mais uma vez, indagando mudamente o que estava acontecendo.

— É o Lee Hye-yeong, Jungkook. É ele o vilão que tanto procuramos — contei de uma só vez e a feição dele foi de extrema surpresa, sua boca entreabriu e seus olhos arregalaram. — Esse tempo inteiro ele estava armando para cima de você, desejando tomar seu reino. Ele quer ficar com tudo!

Brevemente, contei sobre todas as coisas que o alfa havia me dito quando estávamos sozinhos, sobre o pai de Jungkook e as epidemias nos dois reinos. O que falei pareceu decepcioná-lo de um jeito avassalador, pois ele contraiu sua feição em desgosto.

— Eu sabia que ele era um otário! E ainda assim confiei nele — praguejou após rosnar enfurecido. — Espera, cadê ele? Vocês ficaram a sós? Ele fez algo contra você? — disparou milhares de perguntas, chegando mais perto de mim para analisar meu corpo. Sua ira era facilmente notada. — Eu senti a marca ardendo e voltei no mesmo instante que pressenti que algo estava errado.

A essa altura Hoseok, Yoongi e Jin já haviam chegado onde estávamos, atentos à nossa conversa.

— Ele falou que vai voltar, Kookie! Ao anoitecer! Pela forma como ele disse, parece estar preparado para esse ataque há tempos — anunciei, verdadeiramente desesperado, ignorando os questionamentos dele. Nada daquilo importava agora. — Tenho tanto para te contar, mas não temos tempo! Nós precisamos agir, o Hye-yeong-

— O que você quer dizer com ''nós’’? Você não vai lutar, Taehyung — Jungkook ditou, firme, e apenas pela sua expressão ele se mostrou incontestável. — Hoseok, exija que todos os soldados se prontifiquem para essa invasão, imediatamente — se dirigiu para o beta, que até então apenas observava nosso diálogo. Ele assentiu e se retirou.

— O-o que? Óbvio que vou lutar! É minha população e meu reino que estão em jogo, Jungkook! Pode tirar essa ideia da cabeça.

— Tira você essa ideia de lutar da cabeça. Você está carregando o nosso filho, Taehyung — falou e seus olhos brilharam, num fulgor que transparecia toda sua preocupação. Vi sua postura imponente vacilar um pouco, mas ele logo a reergueu. — Fique aqui e cuide de você e do Eunho. Jin, leve Taehyung ao nosso quarto junto de Eunho. Logo mandarei guardas para vigiarem a porta — sua voz áspera soou grosseira, como se mandasse em mim. Jura que ele não me conhecia o suficiente?

— Tentar me segurar é inútil, Jungkook. Você e todos nós sabemos disso. Não vou ficar aqui parado feito uma donzela indefesa. Eu vou lutar.

— Você não vai! — dessa vez ele bradou, irado, e sua presença de alfa estava apurada, o que me preencheu de pavor instantaneamente. — Eu sou seu alfa e você tem que me obedecer! Fim de conversa. Jin, por favor, o leve daqui — seus olhos transpareciam toda a sua falta de paciência, mas sobretudo o medo que ele estava sentindo.

Eu ainda estava estático por causa daquela postura que Jungkook adotou de uma hora para outra, me deixando ameaçado e indefeso, principalmente porque ele era uma das únicas pessoas que eu jamais esperava agir comigo daquela forma. Meus olhos permaneceram vidrados. Eu estava incrédulo.

— Yoongi, fique por conta de evacuar todas as crianças e os mais velhos para o porão. Dê armas para o restante dos trabalhadores e os coloque preparados para qualquer imprevisto — o rei continuou instruindo, alheio à angústia e ao desgosto que se apossaram de todo meu interior. Mas eu sabia que, por causa da marca, ele sentia tudo aquilo. Ele estava ciente que havia me magoado.

— Vem, Tae. Vamos — Jin falou afável, me abraçando de lado, colocando ambas suas mãos em meus braços em busca de me guiar para dentro do castelo. Ele me tocou como se eu fosse um objeto frágil, e devo confessar que naquele momento eu me sentia exatamente assim.

Eu estava tão desacreditado e fora de órbita que apenas o deixei que ele me levasse pelos corredores. Minha mente só sabia repetir as palavras ácidas do meu marido e a cada vez que eu me lembrava de como ele foi duro comigo, eu sentia uma pontada em meu peito e uma vontade de chorar. Chegamos aos meus aposentos e Jimin já estava lá com Eunho. Diferente de todos nós, o alfinha parecia absorto sobre tudo o que acontecia ao seu redor, fazendo um desenho bem colorido com seus gizes de cera. E isso era ótimo, porque ele não podia se sentir amedrontado ou inseguro, me desestabilizaria totalmente. E eu sei que ele se sentirá protegido apenas com Jimin e com Jin, eu posso muito bem ir lutar pelo meu reino sem muitas preocupações.

— O que aconteceu? — Jimin perguntou com uma expressão receosa, me olhando com o cenho franzido, como se ponderasse sobre suas próprias palavras ao dirigi-las para mim.

— O Jungkook não quer deixá-lo lutar na invasão — Seokjin sussurrou para que apenas o conselheiro real escutasse, evitando que a informação chegasse aos ouvidos do meu filho.

— Invasão!?

— Shh! Depois eu te explico — meu escudeiro falou, olhando de relance para Eunho, que continuava alheio à conversa dos dois.

— E o Tae ficou… assim?

— O Jungkook foi meio… hm… — Jin pensou sobre como explicar aquilo.

— Babaca. Ele foi um babaca — completei, ainda disperso, ouvindo a voz do meu alfa repetindo aquela frase ridícula sobre eu ter que obedecê-lo. — Estão vendo por que eu nunca quis me entregar para nenhum alfa antes? Por que nunca quis ser marcado? No fim, eles sempre nos tratam como propriedade deles. Tsc — pronunciei, enojado. Eu estava furioso!

Finalmente voltei à realidade e fui até meu guarda-roupa, escolhendo vestes apropriadas para lutar na invasão e em seguida desfazendo das que eu usava. Era claro que eu não ia ficar parado coisa nenhuma.

— Tae, você vai ficar aqui, não vai? — Jimin questionou, inseguro.

— O que você acha? — olhei em sua direção, arqueando uma de minhas sobrancelhas. Terminei de colocar um colete grosso para me proteger e apanhei minha espada, fechando a bainha em minha cintura. — Cuidem de Eunho por mim. Eu vou ser rápido.

— Tae, espera! — foi a última coisa que ouvi ao deixar o quarto às pressas.

Ao sair pela porta, notei que não havia ninguém no corredor, nem mesmo os guardas-reais que iriam vigiar o nosso quarto. Menos mal. Com certeza Jungkook daria ordens para eles não permitirem minha saída. Comecei a correr e minhas botas provocavam barulhos a cada passo que eu dava, preenchendo os corredores já vazios do castelo. Pelo visto, todos os criados foram recolhidos. Sem muita demora, alcancei o pátio e logo localizei o local onde as tendas para o evento de inauguração estavam montadas. Vi um alarde começar a se fazer presente entre os convidados que haviam chegado e logo reconheci a imagem de Jungkook em cima do palco, informando sobre alguma coisa, provavelmente dizendo para todos se refugiarem no castelo.

Corri até lá, segurando firmemente na base da minha espada na cintura, me mostrando preparado para qualquer ataque. Ao me aproximar mais, notei que num canto do pátio estava o brasão do reino Arryn, a perspicaz águia de asas abertas sobre o fundo azul, o que mostrava que o rei também havia chegado. Céus, péssima notícia. Os dois alvos de Lee Hye-yeong estavam num mesmo lugar: Jeon Jungkook e Moon Seojoon. Precisávamos ser rápido.

Os convidados começaram a se levantar das cadeiras, preocupados, e seguiram os nossos guardas-reais que os guiavam para fora do local. Agi rapidamente e fui até Seojoon, que já era um alfa em seus 50 anos de idade, mas era bem robusto e de aparência imbatível. Ele olhava para Jungkook com uma face de incompreensão, como se não acreditasse em nada do que meu marido falava.

— Rei Moon Seojoon, o senhor precisa sair daqui o mais rápido possível — falei assim que cheguei perto dele. Apenas pelo meu tom de voz, a emergência era notável.

Ele me olhou com nojo. Ao lado dele estava seu marido Jungmin, aquele mesmo ômega que havia me falado que eu era infértil. Inclusive, ele era muito mais novo do que seu alfa, e isso me deixou surpreso. Não pude deixar de ficar incomodado quando ele me olhou de cima para baixo, seus olhos gastaram vários segundos em minha barriga arredondada.

— Oras, onde já se viu um ômega dando ordens a um alfa!? — foi a primeira coisa que o rei falou. — Ainda mais você. Eu não acredito em nada do que você e seu marido dizem, garoto. ‘’Invasão’’!? Vocês brincam de realeza, gostam de ir contra as regras e não levam nada disso aqui a sério. Por que eu confiaria em vocês?

Abri e fechei a boca várias vezes, surpreso, e até mesmo recuei um passo para trás, sem saber exatamente o que dizer. Aquilo não me enfureceu, pelo contrário, me deixou triste. Mas eu não permitiria que me abalassem.

— Olha, Majestade, se o senhor não quer fazer isso por nós, faça ao menos por si próprio e pelo seu reino. Não estamos inventando nada sobre isso, estamos avisando pelo bem de todos — falei com uma feição séria e Jungmin, que até então apenas observava a situação, pareceu acreditar em mim, pois olhou-me receoso.

— Amor, acredito que talvez seja melhor acreditarmos nele…

— Calado, Jungmin! Ômegas não se intrometem em conversas! — bradou e o seu marido logo se retraiu. Aquilo pareceu muito natural para ele e senti meu coração apertar. O rei se voltou para mim: — Se uma invasão está prestes a acontecer mesmo, posso muito bem ficar e lutar!

Eu ia responder, mas uma voz interveio atrás de mim.

— O que está acontecendo!? — Jungkook surgiu, furioso, com seus punhos cerrados. — O que você está fazendo aqui, Taehyung?

Eu o encarei com meu nariz em pé, sem titubear dessa vez, mesmo que a presença de alfa dele estivesse acionada.

— Eu falei que era inútil, Jungkook.

Ele abriu a boca pra falar alguma coisa, mas o estampido de uma explosão fez com que todos nós nos abaixássemos por instinto. Nesse instante, senti Jungkook me abraçar, como se quisesse me proteger de qualquer coisa que pudesse me machucar. Em seguida, algo chamou nossa atenção: vários homens espalhados pelo pátio sacaram suas espadas. Suas vestimentas eram no mesmo estilo que todos os convidados ali presentes e logo imaginamos que aquele era um truque de Hye-yeong para camuflar seus aliados entre nós.

Ele disse que viria à noite, mas era claro que faria um ataque surpresa. Se antes as pessoas estavam afobadas, tudo isso piorou quando alguns desses homens fizeram vários convidados de reféns, apenas para controlar nossos guardas-reais, que já se prontificaram. Desvencilhei-me dos braços de Jungkook, saquei minha espada e me preparei para correr na direção de Jungmin para levá-lo para longe dali, mas uma mão me impediu.

— Tae, por favor, não faça isso comigo — Jungkook suplicou, fraco, e eu poderia ter me compadecido se não fosse por sua voz irritante repetindo aquela mesma frase em minha mente. ‘’Eu sou seu alfa e você tem que me obedecer!’’ — Se algo acontecer com você…

— Nada vai acontecer — desfiz do toque dele em meu braço. — Eu sei lutar.

Saí dali e fui até Jungmin, que estava acuado, cheio de pavor, enquanto seu alfa ficou estático diante do início da invasão, alheio ao medo de seu marido. Nós o avisamos sobre isso, o rei de Arryn quem não quis acreditar. Peguei na mão do ômega.

— Jungmin, venha comigo — pedi afável, mas ao mesmo tempo com precisão. — Meus guardas vão te levar para um lugar seguro. — Ele apenas assentiu e me permitiu guiá-lo rapidamente por entre a multidão de pessoas desesperadas, que disparavam para o interior do castelo.

— Taehyung… por que você está sendo legal comigo? — perguntou conforme corríamos. Nossas mãos ainda estavam juntas. Eu sabia porque ele estava falando aquilo, e ele também sabia.

— Nós, ômegas, não precisamos viver numa competição, Jungmin — foi o que eu disse, sem olhá-lo. — Podemos apenas apoiarmos uns aos outros.

Encontrei um dos nossos soldados e pedi para que ele levasse o rei ômega para ser protegido. Ele me olhou uma última vez, com olhos carregados de significado, e me agradeceu, logo me desejando boa sorte na batalha.

Voltei rapidamente para o pátio, onde alguns guardas já duelavam; a maioria dos convidados haviam conseguido sair dali e provavelmente não demoraria nada para que o local se tornasse um verdadeiro campo de batalha. Vi o Seojoon empunhar sua espada e partir para o conflito também. Suspirei, preocupado, torcendo para que nada de ruim lhe acontecesse, principalmente porque eu sabia de todas as intenções de Hye-yeong em cima do reino dele.

Abordei meu primeiro adversário, que não estava com nenhum refém, e iniciamos uma luta frenética. Percebi-o surpreso por notar que eu era um ômega e possivelmente por ter reconhecido que eu era o rei Taehyung, mas não pegou leve ao me tratar como um inimigo. Permaneci focado em nossa luta, porém ela não estava assim tão difícil e eu a considerei apenas um aquecimento para o que estava por vir. Notei um movimento estranho bem próximo de mim, só que não ousei desviar o olhar do beta o qual eu lutava contra.

Por fim, para finalizar aquela luta que eu já sabia que estava ganha, chutei o peitoral dele, fazendo-o cair no chão. Um guarda surgiu para finalizar meu trabalho. Enfim consegui olhar ao redor, percebendo que aquele movimento ao meu lado era apenas Jungkook lutando contra um oponente grandalhão e vulgar, que usava uma arma pesada. Segui para outra direção em busca de deter aquelas pessoas, já que Lee Hye-yeong não havia dado as caras ainda.

Dessa vez, o invasor que eu escolhi lutar era um alfa, seus movimentos eram ágeis e até então ele conseguiu desviar de todas minhas investidas contra si. Eu estava ofegante quando, mais uma vez, percebi em meu campo de visão Jungkook próximo de mim, lutando contra alguém. Foi então que eu entendi o que ele estava fazendo.

— Vai ficar me seguindo? — perguntei alto e nem foi preciso usar nenhum vocativo para o meu marido saber que eu estava falando com ele. Voltei a lutar contra meu adversário.

— Eu vou te proteger — ele disse, contra-atacando o beta com quem lutava. Sua respiração já estava descompassada.

— Não preciso de proteção — retruquei, finalizando meu duelo ao desmaiar o alfa com o cabo de minha espada usado fortemente contra sua têmpora.

— Por que às vezes você é tão teimoso? — o rei ralhou entre dentes, nervoso, dando o golpe final no seu inimigo.

— Por que às vezes você é tão estúpido?

O que eu falei pareceu abalá-lo, mas eu nem tive tempo para reparar em sua feição, porque um outro beta veio em meu rumo. Um guarda-real se aproximou para o impedi-lo de lutar comigo, mas eu sinalizei, mostrando que estava tudo bem.

— Eu só não quero que você se machuque, Tae — Jungkook voltou a falar assim que desviou do ataque de outro invasor. Sua voz soou quebradiça, como se ele estivesse ofendido por eu ter chamado-o de estúpido.

— Mas você fez exatamente isso quando disse que eu tenho que te obedecer. — Lembrar disso me deixou irado, então descontei tudo no inimigo à minha frente. Pobrezinho. Caiu no chão após o meu ataque ágil em seu pescoço. — Eu não me entreguei a você para receber uma marca e você ficar achando que pode mandar em mim, Jungkook.

Agora me virei para ele, limpando o suor que escorria pela minha testa e buscando recuperar um pouco de fôlego. Observei-o terminar sua luta com classe e sem hesitação, como o ótimo combatente que era. Ele se ergueu, jogou os fios de cabelo para trás e se voltou em minha direção. Ele também estava todo suado. Tornei a falar:

— Era o que eu mais temia em relação a marca e foi exatamente o que aconteceu — olhei em seus olhos, expressando todo meu desgosto e mágoa. O caos acontecia ao nosso redor, mas o que importava naquele momento era somente eu e ele.

— Tae, eu só me preocupo, não foi intenção agir estupidamente — tentou se justificar ao passo que se aproximava de mim. Seu olhar carregava arrependimento. — Eu intensifiquei minha presença de alfa e as palavras só escaparam de minha boca.

— Isso é ser babaca, Jungkook — com o indicador, cutuquei seu peito, o acusando. — Dizer que tenho que te obedecer, sério?

— Ok, eu admito que fiz errado, mas você pode entender o meu lado? Você está carregando um filho nosso!

— Eu sei dos meus limites, Jungkook, não preciso de ninguém ficar mandando em mim.

— Está bem, está bem. Me desculpe, hm? — pediu e, antes que eu pudesse lhe responder, dois inimigos surgiram para nos atacar.

Nos viramos para eles imediatamente, iniciando uma luta. Enquanto eu duelava contra o meu adversário, fiquei pensando nos pedidos de desculpas do meu alfa. Mesmo que aquelas suas palavras tivessem me machucado, agora eu sabia que ele se arrependia amargamente disso, e também que não havia feito por mal. Jungkook não merecia que eu ficasse magoado com ele.

Finalizamos nossas lutas em sincronia e, como se estivéssemos conectados, a primeira coisa que fizemos foi ficar um de frente para o outro novamente.

— Eu te desculpo, mas saiba que não vou entrar para dentro do castelo e deixar todos vocês aqui fora lutando. Eu vou lutar também — decretei, ofegante.

— Certo — ele concordou, quase relutante. — Mas que lutemos lado a lado, ok? Só por precaução… — falou baixinho, expondo todas suas inseguranças.

— Own, você quer que eu te proteja, Kookie? — brinquei ao fazer uma vozinha fofa propositalmente. Ele riu e isso acabou desfazendo a tensão entre nós dois.

— É exatamente isso — sorriu, acariciando minhas bochechas com seus dedos.

Eu poderia ter aproveitado aquela carícia, mas uma cena atrás de Jungkook roubou toda minha atenção. Minha feição pasma preocupou o meu alfa e ele se virou para observar o que tanto me surpreendeu, se deparando com a cena de Lee Hye-yeong duelando contra Moon Seojoon, o rei de Arryn.

— Precisamos ajudá-lo, Jungkook. Ele não é páreo para o Lee, o reino de Arryn é do interesse dele — falei. Eu não estava pressentindo algo bom sobre aquela luta.

— Eu vou até lá, preciso acertar as contas com o Hye-yeong também. Você pode ir tentando conter o caos dessa invasão enquanto isso, o que acha? — sugeriu e eu assenti rapidamente, concordando. Não era como se eu quisesse enfrentar o rei nojento de Seoul. Ver a cara dele me dava vontade de vomitar. — Mas procure sempre ficar por perto, e não se esforce tanto.

— Está bem, está bem — ri soprado, apesar de me sentir um pouco tenso. — Boa sorte e tome cuidado, não permita que ele te machuque.

— Não vou deixar, eu prometo — ele sorriu, em busca de me trazer tranquilidade. Afaguei a pele de sua bochecha. — Já já nos encontramos.

— Certo — sorri. — Até logo..

— Até.

Então, eu parti rumo ao restante dos inimigos.

* * *

Jungkook P.O.V

Fiquei parado por um tempo, apenas observando o intenso combate entre os dois reis. Ao ver o rosto de Lee Hye-yeong, um ódio subiu pelas minhas veias e me lembrei das coisas que Taehyung havia me dito algumas horas atrás, relatos que expunham que aquele alfa era responsável por todas as atrocidades que me perseguem antes mesmo de eu ter assumido o trono, começando pela morte do meu pai, ocasionada por uma terrível doença. Doença essa que foi provocada por aquela pessoa ali.

Se ele achava que sairia impune dessa invasão e de todas as outras coisas que fez comigo, com Taehyung, com Namjoon e com os povos de Haewon e Chinhwa, ele estava muito equivocado. E se ele realmente queria o meu trono, que viesse tomá-lo de mim cara a cara, e não usando uma doença manipulada para isso. Corri até onde os dois reis lutavam e já podia sentir a ira me dominar. Agora que Taehyung não estava por perto, eu poderia usar todo meu ódio contra meu adversário sem me preocupar com cenas fortes demais. Aquele Lee merecia uma lição.

Minha intenção era intervir no duelo, sabendo que Moon Seojoon já era um homem de idade e sua performance numa batalha não era das melhores, ainda mais contra Hye-yeong, por isso procurei chegar sem muito alarde, justamente para pegar o rei de Seoul de surpresa. No entanto, antes de eu me aproximar por completo, o Lee foi rápido o suficiente para, num único golpe, desfazer da espada que o seu adversário tinha em mãos. Em seguida, Hye-yeong imobilizou-o, ficando atrás dele, e posicionou um punhal de lâmina brilhante em seu pescoço. O rei de Arryn suava de desespero conforme respirava de maneira descompassada, suplicando por ajuda através de seus olhos. Foi só assim que minha presença foi finalmente notada.

— Ora, ora se não é meu priminho querido — Hye-yeong pronunciou carregado de deboche, um sorriso malévolo estava em seus lábios ao mesmo tempo que ele apertava aquele alfa entre seus braços, impedindo-o de se mexer. — Fique distante ou eu o mato — ameaçou entre dentes.

— Deixe-o ir e vamos resolver isso, só eu e você. Não o envolva em assuntos nossos — ditei firmemente, percebendo toda a apreensão de Seojoon por estar naquele estado de ameaça.

— Quem disse que o reino Arryn não é um assunto meu? É claro que é! Assim como Chinhwa e Haewon, Daechwita, ou sei lá como vocês chamam hoje em dia. Eu quero tudo! — o olhar sanguinário dele quase dava medo, mas minha fúria estava num nível alto demais para que eu me sentisse intimidado. — Renuncie, Moon Seojoon, e eu o deixo ser um de meus servos em seu próprio castelo — falou ao pé do ouvido dele, rindo com escárnio logo depois.

Desci meus olhos para o rei que estava imobilizando, quase roxo por causa do aperto de Hye-yeong em seu pescoço. Ele suava e transparecia desespero, mas mantinha-se firme.

— Eu prefiro morrer a ceder meu trono a você! — bradou com dificuldade por estar quase sem fôlego. Lee arqueou uma de suas sobrancelhas e olhou para mim.

— Eu tentei, pelo menos.

Após dizer isso, ainda mantendo o contato visual comigo, o rei de Seoul deslizou o punhal pelo pescoço da vítima em seus braços, fazendo sangue jorrar, e o corpo deslizou para o chão, a vida esvaía a cada segundo. Senti meu estômago embrulhar e um calafrio intenso percorreu todo meu corpo, me arrepiando por inteiro diante daquela cena fria e sangrenta. Hye-yeong o matou sem ao menos vacilar em sua postura.

— Menos um — sorriu de uma maneira meio sádica. — Você é o próximo?

— Você é o próximo — rosnei e levantei minha espada, já me dirigindo na direção dele.

— Oh, priminho — Hye-yeong entoou cheio de ironia e limpou o sangue de seu punhal na roupa que usava, tentando manter uma postura descontraída diante da minha presença de alfa, que sem dúvidas estava fortíssima. Ele recuava ao passo que eu me aproximava. Em seguida, guardou a pequena arma na bainha, substituindo-a por sua espada. Ele sabia o que estava por vir. — Você não ficou decepcionado comigo, ficou? — e forçou um bico em seu lábio inferior.

— Eu sempre soube que você não tinha nenhum valor, mas ainda assim decidi confiar em você — balbuciei, apontando minha espada para ele. A distância entre nós dois ficava cada vez mais curta, já que agora ele parou de recuar.

Eu sentia ódio por causa de muitas coisas. Por causa dele e por causa de mim, porque passei esse tempo inteiro incriminando um inocente como Namjoon ao passo que Lee Hye-yeong estava em seu reino sã e salvo, rindo conforme planejava diferentes maneiras de me prejudicar e sabotar outros reinos. Como pude ter sido estúdipo ao ponto de acolhê-lo em meu castelo como um amigo?

— Coitadinho… Não queria ter te magoado — aquele bico e a voz forçada apenas aumentavam ainda mais a minha cólera. — Como Taehyung escolheu um alfa tão ingênuo assim? Fala sério, o que ele viu em você? Confesso que sou muito melhor, veja só tudo isso que planejei — e abriu os braços, querendo mostrar o caos que aquela invasão provocou por todo o pátio e consequentemente desestabilizou todo o nosso reino. — Pensei em cada detalhezinho, atenciosamente, durante todos esses anos. Consegui te fazer cair numa mentira esfarrapada que só idiotas cairiam e você conviveu diariamente com alguns de meus aliados sem perceber. Pobre coitado. Taehyung não te merece, Jeon.

Eu não respondi nada, pelo contrário, decidi agir. Dei um soco bem dado em seu queixo e o ímpeto dessa ação deixou-o atordoado, porque ele demorou alguns segundos antes de voltar seu rosto em minha direção, mas quando o fez, um sorriso maquiavélico estava em seus lábios. Eu sentia os nós de meus dedos queimarem, porém nada era mais ardente do que o ódio dentro de mim.

— Não gosta que falem do seu ômega, hm? — ele cuspiu sangue, limpando a boca com a mão. — Mas eu não disse nenhuma mentira. Sei que no fundo você sabe disso — e tentou me socar também, mas eu me esquivei, dando outro soco em seu rosto. Isso pareceu deixá-lo puto de raiva, entretanto, ainda assim ele quis agir como se não fosse nada. — Na verdade, acho até que vocês dois se merecem. Não passa de um casal de tolos, burros. Taehyung sempre me tratou bem e confiou em mim por todo esse tempo. Veja só no que deu — ele arrumou a mandíbula no lugar, mas sem expressar dor em sua feição, e sorriu, mostrando aqueles dentes que eu desejava quebrar.

Investi com minha espada contra ele, que foi rápido o suficiente para se defender, desviando o meu golpe.

— Taehyung tem um bom coração, só isso — defendi, rangendo os dentes.

— Pff, bom coração! Que papo de mariquinha é esse, Jeon Jungkook? Acho que está passando tempo demais entre os ômegas — debochou, avançando em minha direção com sua arma, mas eu pulei para fora de sua mira, chutando o lugar exato onde a mão dele segurava a haste da espada, fazendo-o recolhê-la de súbito. — Você sabe melhor do que qualquer um que ter ‘’bom coração’’ não funciona entre as pessoas da realeza — disse e sua voz mostrava que ele sentia dor por causa do meu chute. Passou a espada para a outra mão e sacudiu a que foi atingida por mim.

— E agora você vai dizer que o errado é o Taehyung por agir assim, e não a nobreza por ser ridícula como ela é? — ataquei-o com a lâmina mais uma vez, o que provocou um corte no braço dele. Isso pareceu acentuar a sua raiva.

— Vocês e esse papinho de querer mudar as coisas. Não é assim que o mundo funciona, Jungkook. O bem e o mal sempre vão existir — falou e arremeteu sua espada contra mim, mas usei a minha para bloquear aquele ato. Aproveitei que nossos rostos estavam próximos e sussurrei:

— Você está certo quanto a isso, mas cabe a nós escolhermos o lado correto.

Minhas palavras pareceram o atingir, mas não lhe dei tempo para pensar. Levantei minha arma com brusquidão, desfiz do contato entre os dois metais e afastei nossos corpos. Busquei preencher meus pulmões com fôlego para retornar à luta, não queria prolongá-la por mais tempo. A verdade é que meu corpo estava começando a ficar cansado.

Foi Hye-yeong quem deu continuidade à nossa luta e eu me defendia de todos seus ataques, investindo com o mesmo frenesi que ele. Dessa vez estávamos calados, concentrados demais em cada movimento do outro, focados naquela luta que sabíamos que daria na morte de um dos dois. E eu tinha a certeza de que não seria a minha.

Recebi um corte em minha coxa e outro na minha barriga, mas nada se comparava aos chutes e socos que eu dei no corpo daquele rei, que sequer conseguia se manter de pé sem cambalear. Estávamos no ápice de nossa luta, os músculos cansados imploravam por trégua e a falta de ar era um sinal que a qualquer momento sucumbiríamos. Eu precisava acabar com aquilo logo.

Então, acumulei minhas últimas forças restantes para chutar para longe a espada que estava nas mãos do alfa. Ela caiu no chão, a longos metros de distância de nós dois e, antes que Hye-yeong pensasse em correr para apanhá-la de volta, a arma foi capturada por Taehyung, que arqueou as sobrancelhas numa expressão que significava que aquela luta havia chegado ao fim.

Lee olhou para mim com uma feição perdida em seu rosto. Seus olhos logo se tornaram brilhantes e ele ergueu ambas as mãos, num sinal de rendimento. Permaneci com minha espada apontada para ele, caminhando em sua direção ao passo que ele recuava. Me preparei para, finalmente, cravar a espada em seu peito.

Contudo fui surpreendido por uma ardência colossal nos olhos. O alfa à minha frente simplesmente tirou uma espécie de pó do seu bolso e jogou-o contra meu rosto, que no mesmo instante começou a arder e pinicar, como se mil agulhas adentrassem minha pele. Rugi de dor.

— Que porra é essa? — bradei num rosnado, não conseguia sequer abrir os olhos.

Foi então que eu senti os braços firmes de Hye-yeong me agarrarem, um no meu pescoço e o outro segurava meus braços. Eu estava imobilizado, frágil e vulnerável. Hye-yeong roubou minha espada e a pressionou, de forma firme e inexorável, perigosamente próximo ao meu pescoço.

— Um pouco de pólen misturado com cloro. Nunca falha — riu de um jeito diabólico. — Agora te tenho nas mãos. — Ele realmente tinha, e eu não podia fazer nada, absolutamente nada além de aceitar aquilo.

Pensei em Taehyung, naquele sorriso retangular e bonito que sempre era estampado em seu rosto, e pensei em Eunho, nosso filho. Ah, como eu queria vê-lo se tornar um grande artista... Pensei em Yoongi, que desde sempre esteve ao meu lado, e todas as vezes que ele me jogava verdades sem se importar com meu título de rei. Pensei em Jimin, Jin, Hoseok e em Namjoon. Pensei que jamais poderia ter a oportunidade de perdoá-lo pelo meu grande equívoco. Pensei também que jamais conheceria meu outro filhote, que estava prestes a nascer. E, muito menos, teria uma despedida decente das pessoas que eu amo.

Foi inevitável recordar do toque de Taehyung, das suas mãos macias contra a minha, do seu beijo quente e da forma como ele acariciava meu rosto como se eu fosse a maior preciosidade do universo. Céus, eu só esperava que a morte fosse rápida.

— Lee! Não faça isso! — ouvi uma voz conhecida, alta e clara, chamando a atenção de Hye-yeong.

— E por que eu o escutaria, Taehyung? — questionou, firmando a espada contra o meu pescoço. Senti um filete de sangue escorrer, provocando-me uma breve náusea.

— Porque você venceu, Lee — ele admitiu e eu forcei meus olhos a abrirem, por mais que ainda doesse. Com a vista embaçada, vi o momento exato em que meu marido jogou a sua espada para longe, causando um estampido alto no lugar. — Você terá o que quer.

— Terei mesmo?

— Terá! — disse, sem hesitar. Ele não parecia brincar com aquelas palavras.

— Taehyung... você não precisa-

Tentei falar, mas Lee Hye-yeong pressionou ainda mais a espada contra o meu pescoço, numa tentativa de me calar a boca, e eu acabei lamuriando de dor. Olhei para o meu ômega, extremamente surpreso. Eu não acreditava que Taehyung abriria mão de um sonho, de uma coroa, e de três reinos inteiros apenas para que eu ficasse vivo. Soava um absurdo! E…

Entreabri os lábios, em choque. Só então, eu compreendi.

— Por favor, Lee, eu imploro. Você terá tudo aquilo o que sempre quis, todo o dinheiro, todas as terras, toda a população… tudo, tudo mesmo. Por favor, só peço que não o machuque! — clamou, e vi seus olhos cheios de água. Ele não queria me perder.

O brilho atípico em seus olhos revelava que seu medo que me machucassem era real. Pude ver que, ao fundo, Taehyung se controlava para se manter firme, e com êxito. Meu coração contraiu ao saber que me ver machucado também doía nele.

— Eu terei você, Taehyung? — Hye-yeong perguntou, em um tom extremamente presunçoso e nojento, que me fez ter vontade de socá-lo ali mesmo, mas eu estava incapaz. E a resposta de Taehyung me deixou perplexo por um momento.

— Sim — balançou a cabeça, afirmando. Vi seus dedos trêmulos irem em direção à coroa, e em alguns segundos ele segurava o objeto pesado contra o peito, parecendo ter tomado uma decisão. — Eu renuncio a tudo, Lee, apenas para que Jungkook não se machuque.

Houve um silêncio ensurdecedor quando Taehyung jogou a coroa para longe, e foi como ver toda sua luta para chegar onde estava sendo arremessada junto ao acessório. O único barulho foi o som metálico e alto que a coroa fez ao encontrar o chão. E, aos poucos, para completar a nossa surpresa, vi o ômega cair de joelhos, rendido. Me mantive estático por alguns segundos. Taehyung estava quebrado e vulnerável, e a culpa era toda minha. Ele estava arriscando tudo, inclusive sua dignidade, por minha causa. Então, meu coração se despedaçou junto com ele.

— Tarde demais, Taehyung — pisquei algumas vezes, extremamente surpreso com a fala do rei de Seoul. Vi Taehyung levantar a cabeça rápido, igualmente em choque. — Eu sei que você só está me enganando! Você dará um jeito de virar o jogo, eu sei que vai. Então você vai poder salvar o seu namoradinho e ainda me pôr direto na guilhotina. Mas eu não sou bobo, Taehyung, conheço o seu tipo. Afinal, somos muito parecidos — uma risada alta veio após a sua fala. Senti o ferro pressionar ainda mais o meu pescoço e uma tontura me atingir devido ao sangue que eu perdia. Eu já sabia o que viria a seguir. — No final, é a cabeça do famoso rei Jeon que será meu grande prêmio.

Fechei os olhos com força, voltando a desejar que a morte fosse rápida. Pensei, novamente, no sorriso bonito de Taehyung e no seu beijo quente, no seu toque terno. Pude ouvir o meu ômega, ao fundo, gritar. Então, um segundo urro alto e esganiçado cortou o lugar. Os braços que me prendiam afrouxaram, e a espada que pressionava meu pescoço, caiu.

Abri os olhos com pressa e me virei, encontrando Lee Hye-yeong caído aos meus pés e Kim Namjoon, ofegante, segurando uma lâmina banhada de sangue. Meu raciocínio trabalhou rapidamente e recuperei minha espada caída no chão a fim de me preparar para cravar no Lee. Entretanto, seu olhar de pavor me satisfazia, e eu percebi que gostava até demais de vê-lo assim.

Agora ele quem estava frágil e vulnerável, tossindo sangue. As vestes nobres e caríssimas já estavam banhadas de vermelho também. Eu poderia brincar um pouco mais com isso.

— E-e se eu disser que agora escolho o lado do bem? — ele sorriu forçado ao se referir a nossa conversa de um tempo atrás, como se aquela fosse sua última chance de me convencer. E, bom, era mesmo.

— Deveria ter pensado nisso naquele dia em que decidi confiar em você, quando te contei tudo o que me afligia. Eu quis confiar em você, Hye-yeong, e veja só o que você fez — falei, cheio de fúria. Meus olhos o encaravam em puro ódio, mesmo ainda vermelhos por conta do pó usado contra mim.

Ele engoliu em seco e se afastou com as mãos no ferimento, à procura de conter o sangramento. Percebia a gravidade em minhas palavras. Por um efêmero momento, notei arrependimento em seu olhar.

— E o papo de ter um bom coração? — ele tentou de novo, ainda mais sem graça do que antes. Permanecia rastejando para longe conforme eu caminhava em sua direção, mas não havia para onde correr mais. Ele estava fraco. A vitória era minha.

— Taehyung tem, sim, um bom coração — falei, para que apenas ele escutasse. — Mas eu não sou o Taehyung — sorri de um jeito malévolo e cravei a espada em seu peito.

Seu corpo caiu no mesmo momento, sem vida. Tirei dele a espada encharcada de sangue, gostando daquele gosto de vitória. Senti um peso se jogar contra mim, e vi que Taehyung me agarrava fortemente, como se não quisesse que eu saísse dali nunca mais. E, sim, eu não queria mesmo.

Estávamos ainda muito ofegantes e agitados por conta da adrenalina, mas ainda assim permanecemos juntos, compartilhando do mesmo alívio. Vi, ao canto, Kim Namjoon com a mão na própria testa, cansado, mas dava pra ver que ele claramente achava estar incomodando o nosso momento. Taehyung finalmente me soltou, então, eu não hesitei em inclinar a cabeça, chamando Namjoon até nós. Ele pareceu surpreso, mas veio caminhando até onde estávamos, sendo bem recebido.

— Nam, eu... — falei baixinho, receoso em usar o apelido pelo qual o chamava quando éramos menores. Ainda assim, as palavras não saíam da minha boca, presas na garganta, mas ainda bem que ele compreendeu tudo.

— Tudo bem, Jungkook — ele falou, calmo e com sinceridade. A suavidez da sua voz acalmou-me. — Eu te perdoo.

E, por fim, pude me sentir acolhido no abraço dele, que há tanto tempo não sentia.


Notas Finais


AAAAAAAA SURTOOOO! Uma coisa de cada vez, certo? kkkkkkkkk Primeiro que bateu uma nostalgia do JK sendo chatinho e das briguinhas deles, né? Ainda bem q eles se resolveram depois 😅

E old que o Tae ARRASA na lutaaa 😳 E ainda GRÁVIDO, serioooo ele faz tudo! 🙇‍♀️ E o que vocês acharam num geral? Acharam que íamos perder por algum momento? E aquele final, com o Tae quase cedendo e o Nam aparecendo e salvando a cena? Ele perdoando o Kook, meu pai 🤧

Estamos muito emocionadas com essa reta final, sério 🥺 Todas as pontas soltas já foram explicadas, tudo já foi resolvido, e agora só resta o último capítulo que vai mostrar a vida deles depois da história 🥰 Aff nem estamos preparadas pra dizer adeus 😔✋🏻 Mas esperamos meeesmo que estejam gostando 💜

❗Não há previsão de postagem para o último capítulo! Podemos pegar vcs de surpresa hihi

Com amor, @felicity_nown e @m4ry_tk
Nossos tts: @/felicity_nownn e @/m4riihreis
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Deem uma olhadinha em nossas outras fanfics:

Magic Shop (taekook/friends to lovers/magia) ~>
https://www.spiritfanfiction.com/historia/magic-shop-taekook-21819326

Três é melhor do que dois (taekook/abo/vottom): ~> https://www.spiritfanfiction.com/historia/tres-e-melhor-do-que-dois-taekook--abo-20695893


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