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História Half-Kingdom (Taekook - ABO) - I'm looking for an open door


Escrita por: mariihreis e felicity_nown

Notas do Autor


Olá, lindezas! Como estão? :D
Esperamos que gostem do capítulo! 💜
Muito obrigada por todos os comentários, isso motiva >>MUITO<<, então, por favor, continuem comentando 💜

Trad. do título: ''Estou procurando uma porta aberta''.

Capítulo 10 - I'm looking for an open door


Fanfic / Fanfiction Half-Kingdom (Taekook - ABO) - I'm looking for an open door

Taehyung P.O.V

 

As aulas particulares continuaram e agora estávamos no terceiro dia.

Elas ocorreram surpreendentemente bem, e a atmosfera entre mim e Jeon Jungkook continuava leve e casual... estava muito bom. Até mesmo Jimin havia notado, e claro que eu tive de aturar algumas piadinhas de sua parte, mas apenas fingi não me importar.

Durante os últimos dias, nós havíamos aprofundado alguns assuntos que eu já tinha conhecimento e, nesse momento, o alfa se encontrava feliz em minha frente, porque finalmente havíamos encontrado algo que eu não sabia muito: política. Nunca fizeram questão de me ensinar sobre o assunto. Afinal, por que era necessário um ômega saber sobre um ramo pertencente às autoridades?

Além disso, era algo que de fato só se aprende na prática e, em relação a isso, Jungkook parecia conhecer muito bem.

E era realmente engraçado vê-lo entusiasmado ao me ensinar. Mesmo que ele tentasse esconder, eu sabia que ele estava animado. Mas ele não estava assim por querer zombar de mim, por eu não saber do conteúdo, ele apenas... parecia gostar de me transmitir o conhecimento.

E eu, obviamente, já havia até brincado com isso, porque, mesmo que ele fosse mais novo que eu, parecia que ele queria ser um velho sábio. Claro, o alfa havia fechado a cara para mim quando eu disse isso, então eu apenas ri na hora.

E, só com essa lembrança, voltei a sorrir, erguendo meus olhos para olhar o rei em minha frente.

— O que você precisa saber sobre política é que, assim como a economia, ela move o reino, as duas lado a lado. – ele continuou explicando e eu assenti para ele, mostrando que estava ouvindo. — E é você quem faz a economia.

Nesse momento, eu franzi o cenho, observando sua expressão séria.

— Mas... você não faz isso sozinho, certo? Digo, há a nobreza. – eu pontuei, observando sua expressão vacilar.

— A nobreza tem tanto poder sobre o reino quanto o próprio rei, Taehyung. – ele falou, realmente sério, e eu juro que vi sua expressão quase vacilar. — E, acredite, isso é mais perigoso do que parece. Não se deve deixar que isso aconteça. – continuou, parecendo ter certeza de suas palavras.

Então eu entortei a cabeça um pouco para o lado, realmente confuso. Não eram só palavras vazias, elas realmente pareciam ter um grande significado por trás, ou melhor: uma história. O que Jungkook havia passado para que estivesse tão certo disso?

E isso me levou a outro pensamento que, por assumir aos 15 anos, ele realmente devia ter sofrido muita pressão. Era só um adolescente, afinal, e ele teve de amadurecer tão bruscamente...

E, obviamente, algumas pessoas devem ter tirado proveito de sua situação.

Arqueei uma das sobrancelhas, surpreso com meu raciocínio. Era isso então..?

— Hm, Jungkook? – o chamei, inseguro, e ele me encarou ainda sério; eu também havia adquirido o hábito de chamá-lo pelo nome, então já o fazia naturalmente.

Eu suspirei, perguntando-me se era o momento certo. Ok... estávamos consideravelmente próximos, correto? Tinha de ser agora.

— Foi muito difícil para você? Falo sobre assumir o trono aos 15... — eu perguntei e olhei para ele, inseguro.

Agora era certeza: sua expressão definitivamente vacilou e eu soube que havia feito errado ao questioná-lo.

— A aula acabou. – disse, ríspido.

Eu estiquei o braço, a fim de alcançá-lo, mas ele já havia se retirado e eu me encolhi na carteira, furioso comigo mesmo.

Ótimo. Eu havia jogado fora todo o progresso que tínhamos feito esses dias e não estava nada contente com isso. Parabéns, Kim Taehyung!

Mas a dúvida continuava vigente... o que havia acontecido?

 

* * *

 

Agora já era de noite e eu me encontrava no meu quarto. A tempestade parecia ainda pior nesse horário e era possível ouvir relâmpagos violentos do lado de fora. A cada vez que um deles reverberava, era um sobressalto que eu tinha.

Além disso, imagens fantasmagóricas eram projetadas na janela do meu quarto e, por mais que eu soubesse que eram galhos de uma das enormes árvores próxima à torre do castelo, minha mente insistia em pensar que eram monstros ou qualquer outra coisa sobrenatural.

Comecei a sentir medo daquele enorme cômodo tão vazio. A cada raio que era provocado, um enorme clarão era refletido por entre a janela, iluminando o quarto por efêmeros segundos, criando vultos. Meu coração estava acelerado e não hesitei em calçar minhas pantufas e apanhar um roupão fino para dar o fora daquele lugar. Eu tinha que ir atrás de Jimin.

Saí correndo dos meus aposentos, meio desastrado e com a respiração já ofegante. Eu sei que eu deveria ficar mais tranquilo do lado de fora, mas o corredor permanecia escuro, mesmo com os archotes acesos.

Cruzei rapidamente o castelo para chegar no corredor do qual o quarto do meu conselheiro estava. Bati na porta e não ouvi resposta, então imaginei que ele já estivesse dormindo e por isso decidi entrar.

Mas o quarto estava completamente vazio, sem nenhum vestígio do meu melhor amigo.

Estranhei aquilo. Onde mais ele poderia estar? Será que estava na biblioteca?

Suspirei cansado. Isso significava que eu teria que cruzar todo o castelo de novo, passar pelo mesmo caminho que fiz para enfim alcançar a biblioteca dali.

Outro trovão soou.

Encolhi meus ombros e procurei apressar meus passos, eu não conseguiria ficar mais tempo sozinho naquela construção gigantesca e agora assustadora por causa da tempestade.

Ao alcançar o corredor do qual eu vim, reparei em algo preso à parede próxima ao meu quarto. Era tipo um um suporte onde se encaixava archotes, mas este estava vazio de tochas, por isso deu para observar melhor os detalhes gravados em seu corpo de bronze.

Por que diabos eu estava prestando atenção nisso no meio do caminho para encontrar Park Jimin? Eu também não entendia, mas minha curiosidade para observar os desenhos dele falou mais alto e eu nem percebi quando estava direcionando minhas mãos para apanhá-lo.

Entretanto, ao somente encostar nele, ele se desprendeu do único prego que o segurava e fez um estrondo ao cair no chão. Foi então que eu entendi porque não havia archote nenhum ali.

Contraí minha boca constrangido porque o barulho fora muito alto mesmo e isso poderia chamar a atenção de alguém que eu não gostaria de encarar naquele momento. Procurei apanhar rapidamente o objeto pesado para sair correndo dali, mas o barulho da porta do quarto do Jungkook sendo aberta impediu meu plano de fuga.

E a presença de alfa dele estava acionada enquanto seu cenho se encontrava franzido, como se ele estivesse pronto para qualquer ataque.

— Taehyung! – ele exclamou bravo.

Senti sua presença amenizar um pouco, como se não estivesse se sentindo ameaçado mais. O que será que ele achou que era para ter ficado em alerta do nada?

— O que você está fazendo aí? – perguntou sem paciência, olhando para mim e para o objeto que eu tinha em mãos.

Eu não queria ter que ver o rosto dele tão cedo, não depois do que aconteceu durante a aula de hoje sobre política. O mais novo não gostou quando toquei no assunto do seu passado e acho que até ele não queria ter que me ver tão rápido assim.

— Só estou observando algumas coisas. – sorri forçadamente, envergonhado.

Observando algumas coisas ou as quebrando? – e arqueou uma de suas sobrancelhas, como se tivesse dúvidas das minha palavras.

— Desculpa. – pedi, já que eu o infortunei, mesmo que não fosse de propósito. Coloquei aquele suporte de tochas em cima de uma mesinha que havia ali no corredor.

— O que você está fazendo acordado? – questionou desconfiado.

— Eu fui procurar o Jimin, mas ele não está no quarto dele... – respondi. — Sabe onde ele possa estar? – indaguei.

Nesse momento Jungkook se mostrou surpreso com minha pergunta e vacilou em sua postura autoritária por um instante, mas logo retornou à pose inicial.

— Não sei. – falou, desviando o olhar para o chão. — O que queria com ele? – quis saber, voltando seus olhos para mim.

— Queria dormir com ele. – respondi simplista. — Ele deve estar na biblioteca, vou lá-

— Ele não está lá, Taehyung. – o moreno pareceu impaciente. — Por que quer dormir com ele?

— Como você sabe que ele não está lá? – perguntei desconfiado, cruzando os braços.

No entanto, a postura do rei mostrava que ele não estava nada a fim de ser questionado e os resquícios de sua presença de alfa não me davam vontade de persistir naquele assunto.

— Por nada… – respondi à pergunta que ele fez, olhando para meus próprios pés.

Eu não sabia se estava com vergonha por causa da presença forte dele ou por causa do meu medo de raios.

— Você tem medo de relâmpagos até hoje, Taehyung? – ele perguntou desacreditado, as sobrancelhas unidas mostravam sua dúvida. Céus, eu odeio o fato de que já fomos amigos no passado e o maldito ainda se lembrava de algumas coisas sobre mim!

— Claro que não! – exclamei de imediato, negando.

Mas tenho que admitir que não soou confiante nem mesmo para mim. Então Jungkook cruzou seus braços, demonstrado que não havia comprado minha mentira. Ele transferiu o peso do seu corpo para a outra perna e continuou me olhando, como se esperasse a verdadeira resposta.

E a merda daquela presença idiota dele não ajudava em nada em minha confiança.

— Tudo bem, talvez eu ainda tenha um pouquinho de medo. – admiti baixinho, quase inaudivelmente, sem olhar nos olhos do mais novo. Ele com certeza iria me zoar muito por isso. — Não ria de mim! – pedi, mas ele sequer deu indícios que achou aquilo engraçado ou um bom motivo para se zombar.

— Não vou rir de você. – ele falou sério, como se fazer isso não fizesse o tipo dele. Mas com certeza fazia, ele só estava estranho demais para agir como o Jungkook de verdade. — Olha, eu realmente não sei onde o Jimin está. – ele suspirou frustrado, porém, não me encarava. Ele desfez seus braços cruzados. — Quer dormir aqui comigo? – perguntou como se não fosse nada demais e eu me sobressaltei. Meu coração começou a palpitar rapidamente.

— Óbvio que não. – falei ríspido, abaixando meu rosto para que não fosse possível notar minhas bochechas coradas.

— Tá, não sou eu quem está com medo. – e deu de ombros, já se virando para voltar ao seu quarto e fechar a porta, mas eu entrei no cômodo rapidamente antes que ele fechasse a entrada, porque outro relâmpago soou fortemente do lado de fora.

— Só por essa noite. – apontei meu indicador para ele, tentando ao máximo esconder meu rosto vermelho. Meu coração batia ainda mais aceleradamente e eu não sabia dizer se foi por causa do susto pelo último relâmpago ou se foi pelo fato de estar dentro daquele quarto, mais uma vez.

— Que seja. – ele deu de ombros, indiferente, mas não aguentou segurar um riso soprado.

Ele foi até o seu enorme guarda-roupa que havia ali e nas portas acima das maiores ele retirou um travesseiro e outro cobertor. Eu me dirigi a passos lentos até aquela cama enorme do moreno, da qual seus lençóis estavam levemente desarrumados, provavelmente porque o rei se encontrava deitado antes de eu fazer o estrondo no corredor.

Me sentei ali, meio hesitante. Dessa vez pude prestar atenção que o colchão era mesmo macio, assim como naquela alucinação que eu tive dentro do banheiro quando Jungkook entrou no cio.

Deus… eu ia mesmo dormir na mesma cama que ele depois de tanta negação da minha parte? Maldita tempestade! Não bastava arruinar minha volta para Haewon, ainda tinha que trazer raios consigo…

— Toma. – ele ofereceu as coisas que apanhou no guarda-roupa para mim, me resgatando do meu devaneio.

Peguei o travesseiro e o cobertor das mãos dele e posicionei tudo em cima da cama, já desfazendo das pantufas que eu usava, para me deitar ali.

O alfa já estava deitado, virado para o outro lado, e sequer me desejou um boa noite. Suspirei frustrado quando ocupei o seu lado na cama, o cheiro amadeirado dele me alcançava com sutileza, mas não menos provocativo.

Minha mente ainda estava confusa, a última vez que dormimos juntos foi quando ele, juntamente com seus pais, ficaram hospedados no nosso castelo por um tempo e nós dois ficamos conversando até tarde no meu quarto e acabamos dormindo juntos na minha cama, sem querer. Foi um acontecimento muito bom na época, mas agora parecia tão... impessoal?

Não sei explicar, até hoje mais cedo estávamos ficando cada vez mais amigos, no entanto, depois do assunto que eu quis introduzir, foi como jogar um balde de água fria em cima da pequena fagulha que estava surgindo na nossa relação amigável.

— Por que você não riu de mim? – perguntei repentinamente, externando uma das centenas de dúvidas que eu tinha. Eu sabia que ele ainda estava acordado, apesar de continuar virado para o outro lado.

Alguns minutos de silêncio se instalou no quarto, sendo quebrado pelos trovões do lado de fora, mas eu não sentia mais medo, a presença de Jungkook ali não permitia que o medo se alastrasse dentro de mim. É como se nada pudesse acontecer comigo se ele estivesse ao meu lado.

Então o mais novo finalmente se virou, ficando de barriga para cima, assim como eu. Ele suspirou sonoramente.

— Eu não gostaria que rissem dos meus medos, por isso não ri. – justificou, olhando para o teto e depois para mim, antes de voltar a se virar para o outro lado. — Boa noite. – pronunciou, encerrando nossa conversa.

— Boa noite... – pronunciei meio aéreo, um pouco surpreso por aquilo que ele disse.

Contudo, o sono finalmente se fez presente e eu não pude ficar pensando naquelas palavras por muito tempo.

 

* * *

 

Acordei no meio da madrugada e me impressionei por não ouvir mais os pingos de chuva habituais. Eu nem tinha aberto os olhos ainda, mas já decidi me sentar na cama, mesmo sentindo muito sono. Por ter parado de chover, eu imaginei que não haveria mais trovões, ou seja, eu já poderia ir dormir no meu quarto e não encher mais o saco de Jungkook.

No entanto, eu senti tanto sono que nem vi quando meu corpo foi pendendo para o outro lado da cama e eu me deitei sobre o colchão sem travesseiro mesmo, voltando a dormir ao lado das pernas do moreno, que permanecia num sono profundo.

Só soube que isso aconteceu quando acordei na manhã seguinte, abraçado às duas pernas do rei. Me levantei de súbito, assustado com aquele gesto. Claro, inicialmente eu não me lembrei de imediato que acordei de madrugada e fiquei naquela posição, antes de me recordar disso, eu tive vários conflitos mentais.

Então ouvi a risada de Jungkook soar, mostrando que ele estava acordado, mas só de olhos fechados, como se quisesse continuar descansando.

— Finalmente o coala liberou minhas pernas. – a voz dele soou arrastada e ele nem fez questão de abrir os olhos ainda, mas um sorriso divertido estava formado em seus lábios.

— E-eu… como..? – balbuciei confuso, os olhos arregalados, então o alfa finalmente abriu seus olhos sonolentos para me olhar.

— Se estava querendo me abraçar, era só ter falado antes, não precisa apelar para os meus pés. – brincou, já se preparando para se levantar.

Fiquei aliviado de vê-lo mais leve, para ser sincero. Apesar de ainda estar meio confuso, não pude deixar passar a oportunidade de caçoar com a cara dele.

— Para de ser convencido, tive que aguentar seu chulé a noite inteira. – falei, bufando e fingindo indignação

— Você não pareceu achar ruim quando estava com um sorrisinho todo satisfeito no rosto. – refutou ao se levantar, um sorriso vitorioso estava em seus lábios. — Vem, vamos comer. – convidou.

Desfiz da coberta e enquanto eu calçava a pantufa, o mais novo já abria a porta para sair para fora, em direção à cozinha. Antes de alcançar o Jungkook, escutei uma voz bastante conhecida do lado de fora do quarto.

— Majestade. – Seokjin cumprimentou o moreno. — Por acaso o senhor sabe onde Taehyung está? Eu já o procurei por toda-

Sua fala morreu assim que saí do quarto do rei.

— Oh. – sua feição se tornou muito surpresa. — Os senhores… hm... – ele estava tão espantado que nem conseguia formular uma frase, revezando seu olhar entre mim e o alfa ao meu lado. — Vou preparar o café da manhã. – disse constrangido ao sorrir sem graça antes de se retirar dali.

Jungkook riu e eu bati minha mão na minha própria testa. Explicar a verdade para ele seria muito complicado.

 

* * *

 

Já estava de noite novamente. O dia passou estranhamente rápido e imaginei que foi porque tive mais coisas para serem feitas hoje, afinal, tive que suportar um Jimin e um Seokjin, cada um ao lado do meu corpo, fazendo indagações incessantes sobre minha noite com Jeon Jungkook. O que mais me irritou foi que nenhum deles acreditaram quando eu falei que não aconteceu nada entre a gente.

Tentei pressionar Jimin contra a parede também, contando que fui atrás dele e este não estava em seu quarto. Em seguida, exigi que me revelasse onde é que ele estava ontem à noite.

O ômega ficou vermelho como um tomate, mentindo que ficara estudando na biblioteca até mais tarde, mas eu sabia que era mentira. Não porque Jungkook me disse que ele não estava lá, mas sim porque eu conhecia meu melhor amigo o suficiente para perceber quando ele estava escondendo algo.

Agora eu já me encontrava de frente para uma lareira, numa das salas de estar que havia no castelo. Era a sala mais fechada que tinha ali e a escolhi propositalmente, pois a noite estava extremamente fria. Jin me cobriu com dois cobertores e eu estava bem próximo do fogo, mas meu corpo ainda continuava um gelo. Eu tentava ler meu livro, mas é difícil quando se tem seus braços enfiados dentro das cobertas.

Jungkook chegou há pouco tempo, estava sentado em uma poltrona a poucos metros de distância de mim e vestia uma bata larga como camisa, da qual havia um decote mediano na frente; e uma calça preta. Ele estava jogado no assento macio, as pernas abertas de qualquer jeito, e isso me fez pensar que talvez ele estava passando muito tempo comigo. Eu me impressionei pelo fato de que seu ar poderoso como um rei jamais se fazia ausente, mesmo todo descontraído assim.

Hoje tivemos aula e eu consegui aprender mais sobre as famílias de cada reino, coisas surpreendentes, que eu jamais conseguiria imaginar. Muita coisa acontecia por trás da cortina da realeza e isso chegava a ser um pouco assustador.

O alfa voltou ao normal comigo e eu me senti aliviado, sinceramente. Não queria ter perdido o pouquinho da amizade que conseguimos cultivar nesses dias que passamos juntos. Eu prometi para mim mesmo que tentaria ao máximo não tocar em algum assunto do passado dele, era melhor se ele o fizesse sozinho.

Ele estava tão tranquilo sem nenhum agasalho que isso me fez sentir raiva.

— Como você não está com frio!? – perguntei indignado, segurando firmemente aos meus cobertores.

O mais novo tinha um cálice de vinho em mãos e degustava da bebida de vez em quando, observando o fogo aceso na lareira à nossa frente.

— Eu já sou muito quente naturalmente. – ele sequer me olhou, os olhos vidrados nas chamas de diferentes cores. Um sorriso malicioso estava esboçado em seus lábios e eu entendi aquela ambiguidade.

— Verdade. – tive que concordar. — Não podia ter uma oportunidade que você vinha como um doido em minha direção. – falei baixo por causa de alguns servos que estavam ali no cômodo, mas Jungkook ouviu e entendeu perfeitamente o que eu quis dizer.

Vi sua feição se tornar desafiadora quando ele entreabriu os lábios, surpreso, e semicerrou os olhos para mim. Eu havia o provocado.

— Até parece que você não se sentia da mesma forma quando eu estava próximo. – disse e eu soube que ele falava da quentura. Céus... ele nunca esteve tão certo. — Você acha que eu não sei o que você fez quando entrei no cio? – sussurrou, acusatório.

Não sei como fora possível, mas meu corpo gelou ainda mais. Eu estava incrédulo.

— Como você sabe? – indaguei sem reação. Fui pego no flagra.

— A audição de um alfa fica bem apurada nos dias de cio, sabia? – o moreno contou, o corpo estava inclinado na minha direção. — Escutei tudinho o que você fez naquele banheiro. – seu tom de voz erótico fez com que eu sentisse um arrepio na nuca. Então ele tomou um gole do vinho que tinha em mãos, vitorioso. Agora foi minha vez de me sentir desafiado.

— Huh, nem precisei ter uma audição apurada para te ouvir gemendo meu nome. – murmurei, também me inclinando na direção dele.

— Você fala como se não tivesse feito isso também, né? – riu soprado e meus olhos arregalaram enquanto eu franzia o cenho. Eu não tinha gemido o nome dele! Ou tinha..? — Você fez antes de mim até. – expôs pomposo, endireitando a postura.

Naquele dia eu estava tão bêbado pela presença e pelo cheiro do rei que infelizmente eu não duvidava de ter mesmo feito isso e nem ter percebido.

— O que? – questionei confuso. — E-eu… quer dizer… eu, não… – tentei formular uma frase, mas uma voz irritante em minha mente me dizia que ele não estava mentindo. Meu rosto esquentou e eu soube que estaria corado em questão de segundos. — Jungkook, para, há servos aqui, eles podem nos ouvir. – falei a primeira coisa que me veio à cabeça, tentando encontrar uma saída para tudo o que estava sendo revelado ali.

Se ele continuasse com aquelas provocações, iria desencadear coisas dentro de mim que eu estava lutando há dias para manter guardado.

— Eu sabia. – ele disse, convicto até demais, balançando a cabeça negativamente, em reprovação. Um sorriso idiota de vitória estava esboçado em seus lábios.

— ‘’Sabia’’ o que? – indaguei confuso.

— Que você viria com suas desculpas. – ele riu soprado ao se encostar na poltrona. O alfa mexia o cálice em sua mão, de um lado para o outro, com uma postura muito sexy para minha sanidade mental. — Só estou esperando você sair fugindo por aquela porta, já que é só isso que você sabe fazer: fugir. – ele pronunciou essa última palavra e passou aquela língua inquieta pelos seus dentes superiores, me desafiando.

Aquilo foi meu ápice.

Eu me levantei num impulso, o livro que estava em meu colo, juntamente às cobertas, escorregaram pelo meu corpo até alcançarem meus pés descalços. Eu poderia ter sentido frio imediatamente, mas meu corpo inteiro, agora em brasa, não permitiu isso. O mais novo havia despertado o que eu passei muito tempo tentando manter desacordado.

E ele ia ter o que merecia.

— Hm, pessoal, vocês podem me deixar à sós com o rei? – pedi aos servos que estavam a uma distância consideravelmente respeitosa de nós dois.

Meus olhos não desgrudaram dos de Jungkook em momento algum e o maldito suportou aquele contato visual com maestria, sem vacilar por nenhum segundo sequer.

Esperei até que todos os criados se retirassem do local, fechando a porta em seguida. Com certeza eles saíram dali pensando que iríamos matar um ao outro.

Mas eles mal sabiam que só iríamos ceder aos nossos desejos carnais mais impuros. E isso ficou perfeitamente claro por causa da atmosfera de volúpia criada entre nós dois.

Então, dei os primeiros passos curtos em direção ao Jungkook.

— Você disse que eu só sei fugir, hm? – minha voz saiu mais rouca que o normal enquanto eu mantinha meu olhar convicto sobre aqueles olhos predadores dele.

— Sim, Taehyung, você só sabe fugir. – ele reafirmou, um sorriso divertido brincava em seus lábios.

Findei a distância entre nossos corpos ao posicionar cada um de meus joelhos ao lado do corpo do moreno, que se manteve sentado na poltrona espaçosa, apenas esperando saber o que eu ia fazer em seguida.

Me sentei em seu colo, logo apanhando o cálice de sua mão e entornando goela abaixo o pouco do líquido que restara ali, Jungkook me olhou surpreso. Um fio escarlate do vinho escorreu pelo canto de meus lábios, manchando a roupa que eu usava.

Soltei um suspiro de satisfação quando terminei de beber a bebida doce, que mais pareceu ser uma dose de coragem. Joguei aquela taça de bronze no chão, fazendo soar um tilintar metálico com a queda.

— Você está errado, Vossa Majestade. Só para variar. – pronunciei baixo e sorri ladino antes de extinguir a distância entre nossos rostos.


Notas Finais


Irriiiii, queima quengaral KKKKKKKK
Agora esse castelo pega fogoooo 🔥🔥🔥🔥 salve-se quem puder!

O que acharam? Finalmente né? Ninguém aguentava mais tanta tensão acumulada kkkkkkkkk

Entrem no nosso grupo para surtar com a gente :D https://chat.whatsapp.com/HXPxPUqrigOLd4phfy6hXd
Até o próximo capítulo e assistam o trailer! (principalmente porque esse capítulo tá cheio de referência dele)
https://www.youtube.com/watch?v=frHGVWyD0Is
@felicity_nown & @m4ry_tk


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