- Bom dia filha! Está na hora de levantar. – acordo com minha mãe ao meu lado.
- Estou atrasada? Que horas são? – pergunto dando um salto da cama e correndo em direção ao closet.
- Não, acordei você mais cedo. – diz ela.
- Por quê?
- Preciso de ajuda para organizar alguns papéis, é simples, você vai conseguir.
- Mas e Sarah? Ela não pode lhe ajudar com isso? Ela sabe mais que eu. – digo escolhendo uma roupa para o café.
- Ela não está. – Minha mãe suspira. – Saiu com Paul.
- Ah! – exclamo só para não deixar um silêncio pairar pelo ar, mas mesmo assim isso acontece. – Um dia ela vai ver quem é Paul mamãe, é só ter paciência, Sarah é esperta, vai perceber logo quem ele é. – digo tentando confortar minha mãe.
Paul é o mais novo namorado de Sarah, mamãe não confia nele pois é o principal suspeito do assassinato de Tânia Foxter, uma ex-colega minha que foi assassinada a 3 meses atrás.
Tânia era uma menina CDF, daquelas que gabaritam exames de faculdade mesmo tendo apenas 16 anos. Ela era capaz de entrar em sites com segurança reforçada e sair deles sem que ninguém descobrisse.
Ela não tinha muitos amigos, praticamente todos os alunos a ofendiam e a derrubavam pelos corredores da escola. Falei com ela uma vez, quando fui obrigada a fazer um trabalho de ciências com ela. Ela foi simpática e se ofereceu para fazer o trabalho sozinha, o que eu particularmente odiei.
Combinamos de nos encontrar em minha casa dali a dois dias para planejarmos o trabalho. No dia combinado ela veio, mas estava estranha, estava assombrada, com medo de algo. Entrou sem eu nem mandar e fechou a porta sozinha como se estivesse entrando em um esconderijo secreto. Achei tudo muito estranho. Mas aí ela sorriu e disse:
- Acho que tinha um cachorro me seguindo. – retribuí o sorriso mas continuei desconfiada.
Durante o trabalho ela observava cada canto de minha casa e pedia para ir ao banheiro, sempre com sua bolsa, a cada dez minutos. Desconfiei que ela estivesse roubando objetos de minha casa, então ofereci chá. Ela recusou. Parecia que ela estava desconfiada de mim.
- Ok! Vou pegar um chá para mim então. – respondi sorrindo e saí da sala.
Meu plano era derramar chá na bolsa dela e me oferecer para limpar. Mas não deu certo. Quando cheguei na sala, ela havia sumido. O trabalho estava pronto em cima da mesa de centro.
Corri para meu quarto checar se ela estava lá, mas ela não estava. Procurei-a pela casa toda. Ela havia fugido. Corri de volta para meu quarto, entrei em meu banheiro, tirei o espelho do lugar e abri meu cofre.
Digitei a senha. Esperei abrir. E quando ele abriu, estava vazio. Ela havia roubado meu pendrive. O pendrive que continha todos meus segredos.
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