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História Hallelujah - Pilot - Lauren


Escrita por: PsychoCamren

Capítulo 2 - Pilot - Lauren


Entro em casa tentando não fazer barulho. Tateio pela parede em busca do interruptor, e acabo esbarrando no grande vaso de cerâmica da minha mãe que fica em cima da estante. Consigo segurá-lo antes que ele caia no chão, mas nessa hora a luz da lanterna de um celular ilumina a sala e a minha mãe aparece só de roupão.

 - Oi, mãe. – forço um sorriso e coloco o vaso de volta na estante – O que a senhora tá fazendo acordada à essa hora?

 - Esperando você chegar! – ela responde – Você já viu que horas são, Lauren?

 - Não. – me faço de inocente – Devem ser umas onze e....

 - Duas da manhã!

 - Ah... Meu celular deve estar com a hora errada então.

  Minha mãe anda pela sala e acende a luz.

 - Quantas vezes eu tenho que repetir que não quero você na rua depois das onze?

 - Eu me esqueci, desculpa.

 - Acho melhor parar de esquecer ou eu vou falar pro seu pai e então você não sai mais.

  Ando até ela e dou um beijo em sua bochecha.

 - Prometo não esquecer mais.

 - Hum, sei... Vai pro seu quarto, depois a gente conversa sobre isso.

  Subo as escadas e atravesso o corredor até o meu quarto. Tiro meus sapatos e me jogo na cama do jeito que estava vestida mesmo e em questão de segundos eu pego no sono.

 

  Acordo no outro dia com meu celular vibrando debaixo do travesseiro. Pego e vejo as mensagens de Dinah. Ela estava me convidando para ir à casa dela na hora do almoço. Olho as horas e já são 11:35. Me arrasto para fora da cama e vou tomar banho para tirar a ressaca.

  Depois de me vestir eu desço para a cozinha para tomar café e vejo meu pai sentado à mesa sozinho.

 - Bom dia, pai.

 - Bom dia, Lauren – ele fala sem tirar os olhos do jornal.

  Me sento na frente dele.

 - Minha mãe ainda está dormindo?

 - Não, ela levantou cedo para ir levar as doações naquela escola.

 - Ah, é.

  Minha mãe ia algumas vezes por semana levar as doações que conseguia arrecadar na igreja para um internato de freiras que ficava à duas horas de distancia da cidade.

 - Faz tempo que ela saiu?

 - Uhum... – meu pai responde distraído – Ela disse algo sobre você ter prometido ir com ela dessa vez.

  Fecho os olhos.

 - Eu esqueci completamente.

 - Chegou bêbada em casa outra vez?

 - Eu não estava bêbada... só um pouco tonta.

 - Preciso me preocupar?

 - Não.

 - Hum.

  Era disso que eu gostava no meu pai. Ele sempre estava ocupado demais com seus assuntos para prestar muita atenção ao que eu fazia ou deixava de fazer. Termino de comer e falo:

 - Vou pra casa da Dinah.

 - Se cuida.

  Levanto e subo de novo para o meu quarto para me arrumar. Meu celular vibra de novo e eu pego para ver se Dinah tinha mandado outra mensagem. Não era Dinah.

 Sinto sua falta...

 Era essa a mensagem que apareceu na minha tela. Bloqueio o celular de novo, sem responder a mensagem. Já fazia alguns dias que eu estava deixando aquela garota na vácuo. É nisso que da pegar quem você não conhece, a pessoa pode ser uma chata grudenta.

  Termino de me arrumar e desço as escadas. Meu pai agora esta assistindo à formula 1 na televisão e nem nota quando eu saio. A casa de Dinah ficava à apenas alguns quarteirões da minha casa então em questão de três minutos eu já estava na casa dela. Bato na porta da frente e depois de alguns segundos Dinah abre. Nós nos abraçamos e eu entro na casa dela.

 - Bom dia, best.

 - Bom dia, best. – ela responde - Que horas você chegou em casa ontem?

- Mais ou menos umas duas da manhã.

 - Sua mãe brigou?

 - Ela já desistiu de brigar comigo.

  Nós duas rimos e nos sentamos no sofá. Começamos a falar sobre coisas aleatórias e relembrar como tinha sido a noite passada.

 - Lembro que você ficou meia hora agarrada com a privada.

 - Fiquei mesmo – ela ri – Culpa da vodka que você me deu.

 - Eu pensei que fosse água!

 - Nossa, você tava pior que eu Lolo.

  Voltamos a rir e de repente Dinah me pergunta:

 - Aquela menina saiu do seu pé?

 - Não... Hoje mandou uma mensagem falando que sente minha falta.

 - Tadinha. Você ta sendo muito cuzona com ela, Lauren.

 - Podemos falar de outra coisa?

  Dinah percebeu que eu não queria mesmo falar daquilo e resolveu mudar de assunto.

 - Ficou sabendo do festival de música eletrônica que vai ter esse fim de semana?

 - Sim, sabe quanto é a entrada?

  Ela pensa um pouco.

 - Acho que 150 reais. Vai ser difícil fazer meus pais me darem esse dinheiro.

 - Nem me fale – respondo – Minha mãe tá brava comigo porque eu to chagando muito tarde em casa e ainda por cima esqueci de ir com ela naquele internato...

 - Aquele de crente?

 - Freira – corrijo.

 - É tudo igual.

 - Freiras são católicas

 - Quem liga?

  Suspiro.

 - Tenho que arrumar um jeito da minha mãe me dar esse dinheiro.

  Nós passamos o resto do dia conversando sobre o festival e relembrando a noite anterior e quando começou a escurecer eu voltei para a casa. Minha mãe já tinha voltado e não parecia estar de bom humor. Parei à porta do seu quarto e observei enquanto ela passava ferro nas roupas.

 - Mãe?

  Ela deu um pulo de susto.

 - Quer me matar do coração, menina?

 - Desculpa. Me da 150 reais?

 - De novo?

 - Por favor.

 - Pra que você quer esse dinheiro?

 - Pra um festival de música eletrônica.

 - Você só pensa em farra né? – ela perguntou.

  Na verdade tinha “outras coisas” que eu pensava mais achei melhor não comentar.

 - Vai me dar o dinheiro ou não?

 - Não.

 - Aff.

  Ia me preparando para sair do quarto quando minha mãe disse.

 - Você vai ter que ganhar esse dinheiro.

 - Como?

 - Trabalhando comigo como voluntaria no internato.

 - É sério isso?

 - Se você quiser o dinheiro é sério, sim.

  Penso um pouco. O festival valia o esforço.

 - Ta bom. Quando você volta lá?

 - Na quinta.

  Ainda era segunda então eu tinha 2 dias para mudar de ideia se quisesse. Saio do quarto da minha mãe e já começo a digitar uma mensagem para Dinah falando que eu tinha arrumado um jeito de conseguir o dinheiro.



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