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História Hallows of the time - Dois adolescentes normais


Escrita por: jujuba3104

Notas do Autor


Queria agradecer os leitores incríveis que vocês são<3 eu amo vcs demais :')

Boa leitura<3

Capítulo 19 - Dois adolescentes normais


Fanfic / Fanfiction Hallows of the time - Dois adolescentes normais

Rose Granger Weasley






Nunca me senti tão vazia. 

Os dias que se seguiram depois que fiz um acordo com Lorcan foram de longe os piores da minha vida, mentir para o meu primo e amigas foi terrível. "Ele me prometeu que iria mudar…" repetia o mesmo discurso decorado para todos "ele me trata muito bem e senti saudades dele, não vejo o porquê de não voltar". Sentia vontade de me jogar de uma torre todas as vezes que falava essas palavras.

Parei de conversar com Scorpius, Não podia correr o risco, se por acaso fossemos pegos por algum amigo do Lorcan nós dois estaríamos ferrados. Era engraçado como eu estava pagando por algo que não havia sequer feito.

Bati a porta do banheiro atrás de mim e me encostei deslizando as costas até estar sentada em posição fetal no chão.

meu nome é Rose Weasley e eu não sou o que finjo ser – repeti meu mantra e suspirei.

Lorcan havia me beijado muitas vezes naquele dia, o que fazia a sensação de sujeira se apoderar de mim, mas já comecei a me acostumar. Limpei uma lágrima que desceu solitária pela minha bochecha e abracei meus joelhos, se me concentrasse um pouco conseguia fingir que nada disso estava acontecendo e que quando eu saísse Louise iria rir para mim, falar alguma besteira antes que eu fosse me encontrar com Scorpius na biblioteca. Sorri com esse pensamento. 

Passei mais alguns minutos sentada no chão frio antes de me levantar, queria sumir por algum tempo então resolvi ir para o único lugar em que me sentia bem (ou menos pior). Sala precisa.

Andar pelos corredores sem ser notada sempre foi o meu forte, então não tive problemas em chegar ao quinto andar e ir para o único local em que eu não me sentia outra pessoa. Respirei fundo sentindo o cheiro de livro novo e móveis de madeira que a sala ostentava e fui diretamente para o piano "Obrigado por ter me ensinado, vovô" agradeci em pensamento enquanto tocava a primeira música que me veio à cabeça, como as coisas tinham acontecido tão rápido em um único ano? Entrei para o time de Quadriboll, fiquei amiga de uma das pessoas que menos esperava, fui a uma festa, terminei um namoro que achava ser bom para mim, minha mãe se tornou ministra da magia, descobri ser apaixonada pelo o único menino que eu não devia me apaixonar, minha prima iria se casar, fui intimidada por uma menina que sequer conhecia e por fim chantageada a voltar com Lorcan, isso sem contar o fato de Alice e Alvo terem sido atacados por sabe se lá o que na floresta proibida. 

– Eu conheço essa – escutei depois de ter terminado de tocar a quinta ou sexta música. – Can Can, não é?

Me virei espantada e Scorpius, que estava encostado na porta de entrada, começou a andar na minha direção. Ele ainda estava usando uniforme, só que havia se livrado do suéter, os primeiros botões da camisa haviam sido abertos e sua gravata estava frouxa, combinado de forma perfeitamente com os cabelos milimetricamente bagunçados. Por Merlin, como ele era lindo.

– Scorp….– sussurrei me levantando enquanto ele chegava mais perto – o que faz aqui? 

– Eu ia te perguntar a mesma coisa– se jogou na mesma poltrona da última vez em que estive aqui com ele. Mesmo a uma certa distância podia sentir seu perfume amadeirado

– eu perguntei primeiro– insisti e ele me encarou por alguns segundos. Reparei que ele estava com o rosto inexpressivo desde que entrou na sala, não exibia nem o seu costumeiro sorriso sarcástico.

– Queria pensar – disse por fim e me dei conta de que, por mais que ele estivesse a meio metro longe de mim, sentia que havia um abismo entre nós– e você?

Me Larguei no banco do piano olhando para as minhas próprias mãos

– queria pensar...– falei e olhei de canto para ele que me lançou um sorriso mínimo, voltando a ficar inexpressivo em seguida. Respirei fundo voltando a olhar para as minhas mãos– se quiser ficar sozinho eu posso…

– Não – respondeu rápido e levantei a cabeça para analisá-lo, ele se desencostou da cadeira e apoiou os braços um em cada joelho – Quando foi que você decidiu voltar com ele?

Meu coração apertou e olhei para as teclas do piano ao meu lado 

– Foi uma surpresa para mim também...– falei e comecei a sentir as palavras se embaralharem  na minha cabeça. Podia mentir para qualquer um, mas não para ele– É só… ele...isso é o melhor para mim…

– Não, não é – Scorpius respondeu na hora olhando para mim de tal maneira que me sentia meio hipnotizada– Você merece alguém que cuide de você, alguém que não seja um babaca! Eu até cheguei a pensar que… que você...

Senti um arrepio

– Que…?– encorajei e ele desviou o olhar 

– Nada – Seu tom foi gelado – mandou a carta para o seu tio?

– mandei – demorei um pouco para raciocinar a mudança de assunto repentina. Desejei internamente que ainda estivéssemos no dia em que cheguei a acreditar que seria beijada por ele, se pudesse mudar o passado eu jamais teria me afastado. Fiz um maneio de cabeça para afastar esse pensamento, não dá para voltar atrás agora – você… você vai assistir ao jogo amanhã?

Foi uma pergunta idiota mas estava desesperada para manter a conversa, uma semana não era muito tempo, mas parecia uma eternidade sem falar com ele. Scorpius olhou para mim com o cenho franzido

– É claro que eu vou! – respondeu o como se fosse óbvio, e era mesmo, mas se empertigou e disse com entusiasmo: – Não perderia a oportunidade de ver a Griffinória perder por nada!

– Uau, fico lisonjeada com a sua confiança no meu potencial – completei sentindo meu estômago dar um solavanco. Eu ia disputar o pomo com Thiago.

Meu desespero deve ter sido tão aparente que ele se inclinou para frente e pegou uma das minhas mãos, exatamente como eu havia feito com ele dias antes. Esse gesto fez uma corrente elétrica passar pelo meu corpo

– Você capturou um pomo que estava a dez centímetros da minha cabeça sem me atropelar, é lógico que eu acredito em você!– ele deu o seu costumeiro sorriso sarcástico e fiquei levemente sem ar. Merlin, me ajude.

Consegui dar uma risada antes de responder

– Me convenceu – disse e ele sorriu mais abertamente. Conversamos até anoitecer sem ver o tempo passar e, por um momento, nada mais importava.

Só ele e eu. Sem chantagem, sem medos, sem preocupações, sem problemas… apenas dois adolescentes normais.








   *        *

       *








Pensei que depois de ser ameaçada, chantageada e ter levado um balaço nas costelas as coisas não podiam ficar piores. Lição número 1: as coisas sempre podem ficar piores, não importa o que seja.

– Alice Longbottom acerta mais um gol com perfeição! 20×50 para a Griffinória!– Jordan comemorou no microfone

Praguejei baixinho e me concentrei em procurar o pomo, as coisas não estavam indo muito bem para a Corvinal no fim das contas. Todos achavam a Sonserina um time violento e competitivo mas a Griffinória não ficava muito para trás

– Cuidado, Rose! – olhei em volta rápido o suficiente para ver o outro balaço lançado pela Griffinoria que vinha na minha direção e conseguir desviar, em seguida a batedora da Corvinal passou raivosa por mim e rebateu a bola com tanta força que ela mais pareceu um meteoro indo em direção a Hugo 

– Essa deve ter doido...O Goleiro da Griffinoria levou um balaço daqueles! Êmica aproveita e… Ponto para a Corvinal!– Jordan exclamou

Lição número 2: Nunca, jamais, nem em um milhão de anos me envolver em uma briga com Amélia Bones

Pedi aos céus que Hugo estivesse bem e voltei meus olhos para o campo. Pomo… pomo… Do outro lado do estadio Thiago fazia a mesma coisa com o olhar concentrado, sua expressão lembrava levemente a de um animal prestes a dar o bote.

Comecei a sobrevoar o campo sem muito sucesso em achar a bolinha dourada, tinha pensamentos que me traziam um gosto ruim na boca 

"Quem eu estou querendo enganar, nunca vou conseguir encontrar o pomo antes dele.."

O que aconteceu a seguir pode ter sido pura sorte ou só um delírio mesmo, mas olhei para Scorpius na arquibancada Verde e Prata e ele estava encarando o outro lado do campo. Nesse exato momento um reflexo dourado passou na frente dele, sútil como se jamais tivesse estado por ali.

Ah Scorpius, se eu pudesse te daria um beijo! Me inclinei na vassoura e fui em direção ao pomo com o máximo de velocidade possível

– … a goles está… Espera aí, a apanhadora da Corvinal está a toda velocidade! Ela avistou o Pomo!! Ela avistou o pomo!! – o vento assobiava nos meus ouvidos mas eu me permiti sorrir enquanto estendia a mão o máximo que podia para agarrar a bendita bolinha 

Não sei se Thiago estava na minha cola, provavelmente sim, mas não me importei com isso, aproveitei o fato de que as características de baixinha e magricela, que muitas vezes me incomodavam, faziam com que eu fosse cada vez mais rápido.

Fechei minha mão em torno da bolinha e escutei o familiar apito alguns segundos depois.

A arquibancada Azul e prata explodiu em vivas junto com a da Sonserina, que jamais perderia essa oportunidade.

Quando parei no ar ainda segurando o pomo, vi meu primo poucos metros longe de mim com uma expressão de raivosa admiração

– Sorte de princípiante! – ele gritou e eu dei de ombros

– Não tente arrumar desculpas, Thiti – provoquei não me preocupando em controlar meu sorriso. Tá, talvez eu esteja passando tempo demais com Scorpius – Diz aí: sou boa no que faço, não sou?

Ele revirou os olhos 

– Pode esperar sentada – disse e voou até o chão em direção a sua equipe, fiz o mesmo em direção a Lenna que abraçava Luckas e Henry em meio a uma multidão

Assim que desmontei da vassoura um mar de alunos correu para me cumprimentar, Lorcan abriu caminho entre eles e me deu um abraço forte seguido de um beijo. Não foi legal, nem um pouco. Quando ele me soltou, ainda estava meio desorientada mas não foi preciso muito para ver Alvo vindo na minha direção junto com Scorpius.

– Rose, você conseguiu! Eu não acredito!– meu primo gritou em seguida me abraçou tão apertado que achei que as costelas que tinham levado um balaço já tinham virado poeira

– obrigada...– ri e olhei para Scorpius por cima do ombro do Alvo. Ele sorria de uma forma tranquila, como se não houvesse alvoroço nenhum a nossa volta. Me permiti retribuir o sorriso

– Falei que você ia conseguir –disse e eu concordei soltando meu primo

– Desta vez você acertou – admiti

Só Desta vez?– arqueou uma sobrancelha e revirei os olhos 

Antes que respondesse, um braço forte envolveu meus ombros. Lorcan.

Senti meu sorriso de desfazer

– Potter – cumprimentou – Malfoy

– Scamander – meu primo respondeu torcendo os lábios, como se aquele nome trouxesse um gosto ruim na boca. Não o culpo, trazia mesmo

Scorpius se contentou com um maneio de cabeça

– Ótimo...– Lorcan falou e em seguida olhou para mim, a mão no meu ombro desceu pelas minhas costas até parar na base da minha cintura. Reprimi ao impulso de sair correndo– Vamos para a comemoração então, Rosie

Suspirei e concordei com a cabeça, olhei para Alvo e Scorpius com um olhar de quem pedia desculpas. Meu primo cruzou os braços e olhou para o outro lado, minhas desculpas não foram aceitas. Mas Scorp olhava para mim, seus olhos Azul acinzentado estavam me encarando com uma expressão que eu não consigo descrever em palavras….Súplica? Incredulidade? Indignação?

Sei que, mais do que nunca, queria largar Lorcan, gritar para Scorpius que era tudo uma farsa e que nunca na vida eu voltaria com o idiota com quem perdi um ano da minha vida se não estivesse na situação que estou

Scamander afagou minha cintura

– Sabe o que eu acho?– perguntou

– Não, e agradeço a Merlin por isso– disparei e ele riu 

– cuidado com a língua, Rosie– alertou me puxando mais para si enquanto passamos pelo corredor do primeiro andar ainda no meio da multidão

– vai me chantagear para que eu te trate bem, também?– perguntei e ele sorriu de lado 

– Eu não diria chantagear… mas, sabe, eu consigo ser bem persuasivo quando quero– olhei para ele franzindo o cenho 

– você é nojento– ele riu de novo e chegou perto da minha orelha para sussurrar 

você não viu nada ainda – aproveitou a proximidade e deu um beijo no meu pescoço. Engoli um insulto – fique feliz que eu ainda não te… persuadi a ir para a cama comigo, Rosinha

Minhas pernas ficaram bambas 

Não. Aquilo não. 

– você… você não seria baixo a esse ponto...– falei mais para mim mesma do que para ele 

– como eu estava dizendo antes: cuidado com a língua, meu amor 

E me arrastou para a Corvinal










Notas Finais


Obrigada por ler<3


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