Aquela mensagem era absurdamente ridícula. Alexander não poderia acreditar que tinta e tempo foram gastos para que esta carta chegasse aos Estados Unidos da América. Os revolucionários jamais desistiriam do que acreditavam, a Inglaterra nunca mais abusaria deste país.
Após toda aquela besteira proclamada pela realeza, Aaron Burr e John Laurens conseguiram acalmar o jovem caribenho. Samuel Seabury fugiu quando todos escutavam o que o Rei mandara ser dito. Os cinco amigos deixaram o Congresso com certa raiva no olhar, mas de alguma forma, o amor de cada um deles por aquele país, aumentou.
- Amanhã de manhã nos alistaremos na primeira batalha que pudermos! - Hamilton falou com convicção.
- Oui! - Lafayette balbuciou expressando o que todos sentiam.
- Aquele Rei realmente acha que nos renderemos? - Mulligan perguntou retoricamente entrando em um ataque de risos, levando a todos com ele, com exceção de Burr.
- Eu sinto muito deixar vocês, loucos pela revolução, sozinhos, mas preciso me retirar. - Aaron tentou quebrar a onda de humor e ironia.
- Irá conosco amanhã para se alistar, não é mesmo? - Laurens se atreveu a perguntar.
- Vou. Nos encontraremos no mesmo lugar de hoje. - Burr se deu por vencido, se despedindo formalmente em seguida.
Ajeitou seu longo sobretudo e pôs-se a caminhar a um lado oposto ao dos quatro amantes da Guerra de Independência. Logo a raiva nos olhares começou a passar, graças a piadas regadas em sarcasmo, que deixava tudo mais facil de aceitar. Quando notaram, estavam a jogar conversas fora, e a "Vossa Majestade" já era passado.
- Alexander, esqueci de comentar com o senhor. Meu patrão está a alugar um quarto na parte de cima de sua casa, tens interesse? A casa está localizada em frente à loja que trabalho, é perto de onde moramos. - Hércules se virou para Alex enquanto andavam.
- Muito obrigado, Mulligan. Podemos ir para lá agora, parece-me cedo, assim parava de me aproveitar da boa vontade de todos vocês. - Hamilton disse, fazendo seus novos amigos soltarem sorrisos, e entre um destes, um falso, que fora dado por John.
- Decerto que sim. Encontro vocês depois, senhores. - Hércules soltou, se despedindo do americano e do francês.
Os quatro se dividiram, partindo para diferentes ruas. Quando alcançaram as repctivas esquinas, Hamilton lembrara do pedido de John.
- Espere. Laurens! - Alexander gritou, chamando atenção do sardento, que parou sua caminhada junto ao Marquês.
O imigrante caribenho apressou seu passo, retirando do bolso esquerdo de seu casaco um envelope.
- Mil perdões, já estava esquecendo de entregar sua carta. - E a pôs nas leves mãos de John. - Escreva-me uma de volta.
Piscou seu olho direito quando finalizou a fala. Jack instantaneamente se pôs vermelho, e guardou a carta em um de seus bolsos do casaco. Ambos voltaram a seguir caminhos diferentes, Alex veria seu novo lar, e os outros dois poderiam descansar depois de uma tarde conturbada.
A Sra. Hudson estava na porta da estalagem conversando com uma senhora que aparentava ter a mesma idade que ela. Os jovens as cumprimentaram, pedindo passagem para dentro do ambiente. Enquanto subiam as escadas, Lafayette começou suas provocações.
- Pobre John, não terá mais alguém com quem possa dividir a cama. - Fingiu uma face desolada.
- Não estou triste, ele não se foi para o outro lado do mundo. Está a uma rua daqui. - Laurens respondeu.
- Isto é ótimo. Poderá visitá-lo hoje mesmo. - Disse em tom malicioso.
- Laffy, por favor, não comece. - O sardento finalizou o caminho pelos degraus.
- Meu querido Jackie, não tente disfarçar. Está completamente apaixonado por ele.
- Lafayette! - O baixinho repreendeu.
- O que? Estou mentindo? Estão até trocando cartas! - O francês falou animado.
- Não estamos trocando cartas, ele me escreveu um texto, apenas. Com certeza tem algum tema sobre política.
- Ou talvez seja sobre você.
- Sobre mim? Como poderia ser sobre mim? - Parou em frente a porta, se virando curioso e talvez até furioso, para o mais alto.
- Sobre você estar completamente louco por ele, fato comprovado por sua vermelhidão quando estão próximos. Não precisa mentir, meu querido, o próprio Hamilton já tem consciência disto. - Lafayette foi sincero.
Laurens bufou desejando mudar de assunto urgentemente. Abriu a porta com agilidade e se jogou na primeira poltrona. Abriu o envelope, querendo se livrar logo destas provocações do imigrante europeu. Leu a primeira linha. "Meu querido, John Laurens". Aquela vírgula após o "querido" podia significar muitas coisas. Passou seus olhos pelas linhas seguintes. Não podia acreditar no que lia. Aquilo era uma declaração amorosa?
Seu coração desencadeou a bater cada vez mais forte, suas mãos tremiam em nervosismo e seus olhos não piscaram uma vez se quer. Ficou alguns bons minutos estático. Lafayette já sabia o porquê, então apenas deixou que o rapaz morresse de amores por aquela mensagem. Hércules chegou em outros minutos passados, percebendo o claro desespero do rapaz de olhos verdes.
- Hamilton ganhou a confiança do alfaiate, já se acomodou no quarto. - Soltou em uma conversa com o Marquês. - O que aconteceu com John?
- Amor. E o melhor, correspondido. - O mais alto proferiu.
- Amor? Martha escreveu-lhe uma carta?
- Martha? Jesus, não é possível que não tenhas percebido.
- Percebido o que? - Mulligan perguntou fazendo Laffy rir da situação.
Após um tempo, Jackie levantou-se da poltrona, trazendo os olhos da sala para ele. Guardou o envelope, agora fechado, novamente em seu casaco.
- Mulligan, Hamilton está em frente ao lugar onde trabalhas, certo? - Perguntou depois de momentos em profundo silêncio.
- Sim. - Hércules respondeu com certa confusão em seu olhar.
Laurens alcançou a porta, retirando-se da sala com sentimentos confusos. Desceu as escadas pensando no que faria. Não tinha calculado tal situação. Bateria na porta de Alexander, e então? O que diria? "Li sua carta. Você está apaixonado por mim? Ótimo, também estou!" Queria muito dizer estas palavras, mas faltava-lhe coragem, principalmente quando a figura de seu pai o chamando de promíscuo e sujo, pairava em sua cabeça. Mas Alexander não o julgaria, pois sentia o mesmo que ele.
Abriu a porta da estalagem ansioso, começando a andar ás pressas pelas ruas escuras de New York. Não podia desistir, conversaria hoje com aquele jovem imigrante. Avistou a loja onde seu amigo inglês trabalhava, e percebeu o dono a entrar em uma casa. Iniciou uma conversa com este senhor, e o perguntou se poderia subir para falar com Alexander.
As escadas eram afastadas da parte principal da residência, o que dava garantia de alguma privacidade. Percorreu os degraus rapidamente e ao alcançar o último andar pensou em desistir. Poderia se fingir de desentendido em relação a sua carta. Nunca teria de ter esta conversa com Alex. Esta era a solução, iria embora.
- Jack? Já veio me ver? Não aguentou? - Hamilton perguntou em tom brincalhão, aparecendo na porta do que deveria ser seu quarto.
- Alex, eu... - Não conseguiu completar sua frase.
Os últimos quarenta segundos foram intensos. Não sabia se corria ou fingia conversa com o outro. Talvez pudessem beber um chá e jogar falas sem pretensão. Nunca precisaria tocar naquele assunto. O imigrante manteve seus olhos no mais velho, esperando alguma ação vinda do outro. Laurens precisava agir rápido. Correria?
Nos cinco segundos restantes deu-se uma resposta a si mesmo. Correu. Mas em direção contrária à escada, direto para os braços de Alexander. Pôs suas mãos sardentas em seus negros cabelos, enquanto o beijava com ferocidade, em comunhão de desejo. Hamilton se assustou em primeira reação, mas logo se animou com toda a situação, apertando as mãos de John. Fez um completo trajeto de seus macios dedos, passando por todo seu braço, infelizmente, coberto. Até aportar naqueles cachos. Como queria tocar naqueles cachos. Por Deus, a boca de Laurens era como o paraíso. Suas línguas disputavam domínio, traçando danças rítmicas que enlouqueceram por completo o caribenho. Estava beijando John Laurens! Era como um sonho perceber isto. Levou suas mãos para a cintura do baixinho, aproximando seus corpos. Jackie sentiu a ereção evidente de Alex. Depois de tanto esperar, Hamilton precisava tê-lo, agora.
Levou a mão direita para a maçaneta, enquanto trazia o sardento para o lado de dentro. Fechou a porta, tateando até a pequena chave, para tranca-la. Laurens ouviu o leve barulho. Alexander certamente queria toma-lo, e ele não negaria. Nem ao menos reclamou quando o mais novo retirou seu casaco, expondo uma leve blusa de pano branco. O imigrante retirou seu sobretudo com muita velocidade, para que não se afastasse do americano por tanto tempo. Logo enganjou em um novo beijo, mas dessa vez com mais calma e paixão. Estavam tão embalados, em uma conexão nunca sentida anteriormente, que nem perceberam as peças de roupa voando pelos quatro cantos do quarto, até estarem apenas com roupas íntimas. Laurens levou suas mãos até o tronco de Alex, percorrendo-o lentamente, enquanto o outro traçava pequenos beijos em seu pescoço. Alcançou sua orelha externa em pouco tempo, logo soltando um leve gemido, seguido de algumas palavras.
- Jack, eu preciso ter você. Agora. - O outro proferiu em tom baixo, causando arrepios por todo seu corpo.
- Não se arrependerá? - Tinha de ser medroso, como odiava isso.
- Nunca. Eu queria tê-lo desde o primeiro momento que te vi. Você é tão lindo. - Trouxe suas mãos para a face do americano. - E fica mais bonito ainda quando cora. - Passou as costas de sua mão em suas maçãs já vermelhas.
- Alex... - Gemeu, como se concordasse.
Envolveu o mais novo em seus braços, enviando mensagens pelo seu corpo para que fosse levantado. Hamilton beijou sua boca levemente, e acariciou suas pernas, puxando-o para seu colo. Os membros se encostavam, e esta fricção causou excitação no baixinho. John era incrivelmente leve, por isso Hamilton poderia intercalar sua mão direita para segura-lo e a esquerda para apertar sua bunda. Virou-se enquanto se beijavam transbordando sentimentos. Laurens nunca sentira tal conexão em sua vida, nem mesmo com sua esposa, mulher pela qual seus olhos nunca brilharam. Alex não conseguiria nunca neste plano terrestre descrever o que sentia. Era simplesmente perfeito. Os dois se encaixavam, como alma gêmeas, predestinadas a ficarem juntas.
Alexander deitou o rapaz na cama, fazendo uma linha de múltiplos beijos, desde seu pescoço até sua cintura. O americano realmente tinha simples sardas por toda parte. Aquilo atraía, e muito, o jovem caribenho. Trouxe suas mãos para a borda da última vestimenta do sardento, olhando-o como se pedisse permissão para retirar aquele maldito pedaço de pano que o atrapalhava. John entendeu a mensagem trazendo suas mãos junto das de Hamilton, impulsionando para que ele fizesse. O rapaz de cabelos negros não se intimidou, começou a retirada da peça de roupa, deixando Laurens totalmente exposto. A vermelhidão em sua face se acentuou, queria enterrar o rosto em qualquer lugar que pudesse.
- Você é tão maravilhoso. - O caribenho proferiu, vendo a clara vergonha do baixinho. - Encontrei uma parte do seu corpo que não possui sardas. - Deu um belo sorriso carregado de malícia.
- Alexander! - John falou, entendendo a mensagem.
O rapaz pegou a almofada que estava ao seu lado, e afundou sua face, escondendo-se daquela situação. Alex riu de sua timidez, mas não poderia deixar que ela acabasse com aquele momento. Aumentou sua dose de beijos por toda a cintura do sardento, criando uma trilha calma até sua virilha. Laurens, coberto de prazer, mordeu a almofada. Hamilton continuou com beijos castos, até alcançar a intimidade do americano. Segurou seu membro com paciência, fazendo calmos movimentos de vai e vem. Apesar do som abafado da voz do mais velho, Alexander conseguia ouvir os gemidos, por isso soube quando avançar. Abocanhou o órgão de John, engolindo aos poucos. Sugava cada vez que descia mais, causando contorções nas pernas do jovem deitado, trazendo, indiretamente, o imigrante para mais próximo de seu corpo. Ele começou a depositar beijos por toda sua extensão, e voltava a atividade passada para conseguir extrair mais gemidos do outro. O chupou até perceber que estava próximo ao seu ápice, ali deveria parar, pois eles estavam apenas começando.
Seu corpo se levou mais para cima, ficando na altura do baixinho. Alexander tirou a almofada que cobria sua bela face, e tornou a admira-lo por alguns segundos.
- Você é muito bom nisso. - John admitiu, se referindo a atividade passada.
- Acreditaria se dissesse que nunca fiz isto antes? - Perguntou retoricamente, partindo para a boca do outro.
Engataram em um beijo quente, onde as línguas caminharam para uma segunda disputa naquela noite. Laurens agarrou a cintura do mais novo pelas pernas, e com a aproximação dos corpos, sentia seu membro rígido. Maldita peça de roupa que ainda os separava. Sem precedentes, começou a empurrar com os pés tal vestimenta, demonstrando certa impaciência não esperada, visto que apresentava vergonha há alguns segundos atrás. Alex o compreendeu, e passou a retirar o último pano que os distanciava do toque final. Não retirou por nenhum momento as bocas de sua união enquanto agia. Finalmente se mostrou completamente nu. John não sabia onde deveria por as mãos. Em seus cabelos, suas costas, sua bunda ou seu membro? Queria retribuir o que o outro o fizera antes, mas uma pergunta, que alguns diriam, indecorosa, chegou aos pés do ouvido do sardento.
- Como faremos isso?
Era evidente que o imigrante queria preenche-lo, fazendo uma viagem em sua entrada. Mas não poderia, sem antes ter a confirmação do outro.
- O que quer dizer? Está me pedindo permissão ou algo assim? - Laurens respondeu com indagações.
- Quero lhe perguntar como você quer que isso aconteça. Você decide, Jackie. - Finalizou beijando sua maçã do rosto.
John não sabia o que responder. Nunca chegara a está etapa em suas relações homoafetivas, pois sentia medo do que estaria por vir. Mas aquele sentimento não o pairava quando estava perto do caribenho. Ele queria provar cada coisa com ele. Nunca se sentira confortável com nenhuma outra pessoa em suas relações, nem as que fizera escondido de seu pai, nem as que realizou com sua esposa. Porém agora ele se sentia bem, e sabia exatamente o que Alexander queria ouvir, por isso não demonstraria covardia.
- Eu... quero lhe sentir dentro de mim. - Proferiu praticamente em um suspiro.
Aquela simples frase fez Hamilton endurecer por completo. Queria fode-lo e se derramar dentro daquele rapaz. Soltou por final um gemido, alarmando ao sardento a consequência de sua frase em seu psicológico.
Desceu seu corpo, guiando as pernas de John até seus ombros. Desta forma conseguiria ter mais facilidade na penetração.
- Tenha calma e seja gentil. - Laurens pediu carinhosamente para o rapaz.
Alexander passou suas mãos pelos cachos do mais baixo, dando-lhe um leve sorriso, para que tivesse confiança nele.
- Serei gentil. - Praticamente prometeu, olhando fundo nos olhos verdes.
Juntou as bocas, mas desta vez sem competições, e sim em um beijo leve. Depositou alguns outros ao redor de seus lábios e em seguida por toda a sua face. Tentou ser o mais gracioso possível. Parecia ter medo do outro quebrar. Encostou, por alguns instantes, seu órgão na entrada de John, e depois ao redor dela. Suas mãos deixaram os macios cachos e partiram para a boca do mais velho, atrapalhando o beijo.
- Preciso que você os molhe. - O caribenho proclamou em relação aos seus dois dedos que pediam passagem nos lábios do baixinho.
Laurens obedeceu de bom grado, sugando seu dedo indicador e o dedo médio, mantendo-os completamente úmidos com sua boca perfeita. Quando molhados partiram em uma viagem até a entrada do sardento. Jack segurou os lençóis. Prazer e dor se misturavam como em uma receita, causando certa confusão mental. Mordia os lábios, enquanto Hamilton se introduzia cada vez mais, tentando deixa-lo mais confortável para o que fariam em seguida.
Retirou seus dedos, levando novamente sua mão até o cabelo de Laurens. Selou seus lábios no dele, e quando percebeu que o outro já estava basicamente implorando por aquilo, adentrou. John era tão apertado. Alex não conseguiu avançar muito na primeira tentativa, mas aquilo já era dolorido o suficiente para o americano apertar a coberta, quase a arrancando da cama. Alexander deu mais um passo, tentando ser paciente.
- Estou te machucando? - Indagou verdadeiramente preocupado. - Posso parar, se assim desejar.
- Não, por favor, não pare. A dor... - Solta um gemido. - A dor irá passar.
Trouxe sua boca para o pescoço coberto em sardas, tentando amenizar toda a situação beijando carinhosamente aquela área. Enquanto isso penetrava cada vez mais a cavidade anal do cacheado. Algumas gotas vermelhas insistiram em escapulir para os lençóis limpos, causando preocupação em Laurens, por mais que o mesmo já tinha consciência de que tudo aquilo era normal.
- Continuo? - Alexander perguntou aflito, rezando para que não ouvisse um "não" como resposta.
John assentiu positivamente com a cabeça. Alex introduziu-se mais profundamente em seu orifício apertado. Desta vez o gemido proferido pelo baixinho soou mais alto, coincidêncidemente no mesmo momento em que o caribenho entrou por completo. Jack agarrou suas costas com a mão direita. Doia imensamente, mas era mil vezes melhor que qualquer outra experiência sexual que já tivera. O prazer de sentir Hamilton em seu interior era maravilhoso. Seu membro dilatava enrijecido, encostando na barriga do imigrante. Alexander dilatava dentro de si. Os dois buscavam freneticamente pelo contato labial um do outro, enquanto aproximavam seus corpos em abraços desajeitados. Ambos gemiam, sendo como música para cada ouvido. O corpo do sardento já tinha se acostumado com a presença ilustre do membro do caribenho. Precisava de mais, porém o outro parecia ter medo de prolongar suas estocadas, preocupado se aquilo iria machucar o rapaz por quem se apaixonara. Por isso manteve movimentos leves. Mas John, desejava mais, precisava de mais. Estivera tanto tempo privado de tal coisa, e agora só queria mandar seu pai ir à merda, e receber mais de tudo aquilo.
- Alex. - O chamou gemendo.
- Diga, Jack. - Este o beijou na testa.
- Faça mais forte.
Era tudo que Hamilton precisava ouvir, e como gostou de ouvir. Levou sua boca até o pescoço do americano, deixando marcas por toda sua extensão. Trouxe as pernas do baixinho mais para cima, e quando o ambiente já estava propício o suficiente, saiu por completo do interior do outro. Viu por alguns segundos a imagem mais bela de todo o universo. Aquilo era algum tipo de sonho? Não esperou que lhe fosse respondido, confirmando por si só o que era a realidade ao enfiar todo o seu órgão genital em John Laurens. Repetiu isto diversas vezes, cada vez mais forte. O que era dor, se cobriu de luxúria, e quando o sardento percebeu já estava se desfazendo, sujando sua barriga e a de seu amigo, talvez amante. Logo Alexander o acompanharia. Deu fortes estocadas, causando belos gemidos do outro. E quando atacou sua boca, que neste momento formava um perfeito "O", se derramou dentro de Laurens. O líquido aparentava estar ainda mais quente em seu interior. Gemeu "Jackie" por uma última vez, até sair de dentro daquele delicioso corpo, e deitar ao lado do homem que conquistara.
Os jovens, agora cansados e ofegantes, estavam sem palavras, olhando o teto alto do pequeno quarto. Alexander apenas precisava se recuperar por um instante para por tudo em ordem. Sabia que John ficaria deitado em eterna vergonha se não fizesse nada, por isso levantou aos poucos, logo tocando seus pés no chão frio. Adentrou no pequeno banheiro com porta para seus aposentos, buscando por um pano que pudesse umidecer. Saiu com o pequeno pedaço de tecido branco em suas mãos, caminhando na direção de Laurens. O mais velho notou sua aproximação e se pôs sentado na cama, caçando com as mãos um cobertor dobrado na beirada, para cobrir suas intimidades. Alex sorriu.
- Como pode continuar com vergonha? - Perguntou brincalhão. - Eu preciso que você tire o cobertor da frente, para que eu possa te limpar.
Jack o olhou ainda sem confiança, mas deveria aceitar o fato que o outro já vira todo o seu corpo, e se desfrutou dele. Retirou lentamente o lençol, se expondo mais uma vez para o rapaz caribenho.
- Deite-se. - O imigrante disse, sendo obedecido.
O pano úmido passou dentre as pernas do jovem, indo para sua entrada, um pouco suja do líquido vermelho, mas que principalmente estava melada. Assim como sua barriga. Beijou a perna esquerda do baixinho, que respondeu com um leve gemido. Tinha se acostumado com o pano gélido lhe causando uma boa sensação, porém o pedaço de tecido tomou viagem para o tronco do mais novo. Ao finalizar largou o objeto, agora sujo, no armário atrás de si. Deu meia volta e se deitou ao lado do americano.
John tentava persistentemente não olhar para seu lado direito, virando sua cabeça para a parede. Hamilton guiou sua mão direita para os cachos desorganizados do sardento, tocando seus fios calmamente. Poderia fazer isso quando quisesse agora? Rezava para que a resposta fosse sim. Laurens sentiu suas bochechas ruborizarem. Queria que Alex continuasse, mas a culpa estava tomando conta de seu ser. Suas mãos partiram rapidamente para seu casaco, que estava jogado próximo a cama, e dele tirou um relógio de bolso.
- Eu... eu preciso ir, já está tarde. - Falou apressado, se levantando.
- O que? Não. Fique esta noite. - Alexander pediu carinhosamente.
- Não é como se morasse sozinho. Não vê que é perigoso?
- O Sr. Banks parte para o trabalho ás seis em ponto, tudo que temos que fazer é não sair do quarto antes disso. - Tentou convencer o rapaz sentado em sua cama.
- Alex...
- Por favor, não vá. - Ele segurou o braço coberto de belas sardas.
O americano queria ficar. Já havia compartilhado a cama com aquele rapaz anteriormente, mas agora era diferente, suas ações para com o caribenho iriam mudar. Não entendia ao certo o que tinha se tornado para aquele jovem, e tinha medo de sentir o que sentia. Mas não iria deixar que as palavras de seu pai fizessem sua cabeça mais uma vez. Se manteve sentando na cama.
- Eu desejo ficar, mas também sinto medo de tudo que aconteceu. - Confessou.
- Medo? Eu não entendo.
- Isto é errado, Alex. O que sinto por você é errado. O que fizemos é errado. - Seus olhos já estavam marejados.
- Ambos sabemos o que sentimos, e por mim, digo, é a coisa mais maravilhosa que já senti. O que fizemos hoje foi esplêndido entre mil outras coisas, mas bem longe de ser errado. Não pense desta forma, Jack. - Sentou-se na cama, afagando a ponta da cabeça do baixinho.
Ele tornou seu rosto para o jovem imigrante, captando o mesmo olhar de quando o viu pela primeira vez. Seus belos olhos negros lhe causavam conforto, lhe puxando para um transe. Laurens começou a se aproximar, quebrando a barreira que criara quando o mesmo levantou-se. Infelizmente, sua insegurança o travou no meio do caminho.
- Se quer me beijar, faça. - Alex proferiu trazendo suas mãos para o dorso nu do outro rapaz.
John mais uma vez o obedeceu aquela noite. Embalou um beijo intenso, que traduzia todas as suas preocupações para o moreno. Suas mãos manchadas percorreram o cabelo macio do imigrante, aproximando seus corpos. As mãos de Hamilton procuravam pelas pernas do sardento, o puxando para seu colo. Alexander estava pronto para uma outra rodada.
- Alex, não. Estou dolorido. - Avisou, saindo do beijo.
- Perdoe-me. - Riu simpaticamente, acariciando gentilmente a bunda do baixinho. - Apenas vamos nos deitar.
Hamilton guiou o corpo de Jack novamente para repousar no macio colchão. Deitou ao seu lado, enquanto o outro se espreguiçava graciosamente. Alex dormiu com o americano apoiado em seu peito. Seus cachos fizeram cócegas por um tempo em seu pescoço, mas logo sentiu-se confortável. As pernas se entrelaçaram e os rapazes finalizaram a noite abraçados.
Após algumas horas o céu abandonou a cor escura que antes ostentava, e se tornou claro. Apesar do sol aparente, o tempo em New York não se desvirtuou do famoso frio. Quando o Sr. Banks saiu de sua casa precisou colocar dois casacos. Atravessou a rua indo de encontro a seu aprendiz, que estava acompanhado de seu alto amigo.
- Olá Sr. Banks. - Mulligan o cumprimentou com um belo sorriso. - Já conhece o Marquês de Lafayette.
- Bonjuor, Sr. Banks. - O francês estendeu a mão para um amistoso cumprimento.
- Veio visitar a loja? - Perguntou sorrindo.
- Na verdade vim visitar meu caro amigo, Alexander Hamilton. Ele está em casa?
- Não o vi sair ontem, então provavelmente está. Tome as chaves. - O senhor retirou o objeto de seu bolso e entregou de bom grado. - Aproveite os pães fracos na cozinha se não tiver tomado café da manhã. - Avisou com simpatia.
- Obrigado, senhor. - Laffy o agradeceu, segurando a chave por entre seus dedos.
- Tenho de avisar que hoje sairei mais cedo, se assim permitir. - Hércules comunicou.
- Pedidos e mais pedidos. Deixarei apenas porque és um bom funcionário, Hércules.- Banks foi compreensivo.
Lafayette se despediu dos dois alfaiates e cruzou a rua para adentrar na casa. Demorou alguns segundos para encaixar a chave correta na fechadura. Abriu calmamente a porta, e sentou-se em uma das cadeiras da cozinha. Esperava ansiosamente pela saída de um dos dois revolucionários de algum canto da casa. Tinha certeza que algo acontecera na noite passada, e queria presenciar as faces envergonhadas do dia seguinte.
O imigrante foi o primeiro a se levantar, dando um casto beijo na testa de Laurens. Realizou todos os seus movimentos em plena calmaria, para não acordar o mais velho. Desceu as escadas apenas com uma calça escura, chegando sorridente na sala. Tudo aquilo só podia ser um sonho. Com os olhos brilhantes, adentrou na cozinha, observando um rosto familiar esperando-o.
- Alexander Hamilton. Teve uma boa noite de sono? - Sorriu malicioso.
- Lafayette?! O que faz aqui? - Perguntou assustado.
- Vim visitar meu novo companheiro de revolução. Algum problema? - Bebericou algum líquido escuro localizado em uma xícara transparente. - Mas aproveitando que estou aqui, me permita perguntar, por acaso viu Jack? Ele não dormiu em casa esta noite, estou preocupado. - Fingiu um olhar triste e distante.
Hamilton não respondeu. Apenas conseguiu segurar por poucos segundos uma gargalhada. Ambos riram loucamente, já entendidos de toda situação.
- Sr. Hamilton...
- O que eu posso dizer... - Tentou falar entre os últimos risos.
- Onde ele está? - Indagou respirando ansiedade.
- No segundo andar, dormindo. - Sentou-se em uma cadeira de frente para o Marquês.
- Vinho? - O mais alto ofereceu.
- Está bebendo vinho a esta hora?
- Sempre é uma boa hora para beber vinho. Mas logo farei chá para nosso querido amigo. Se desejar, lhe darei um copo.
- Eu aceito.
Os dois jogavam conversava fora quando o vinho terminou na bela xícara. O francês levantou-se iniciando a preparação da bebida preferida do jovem americano. Em alguns segundos um som vindo das escadas fez ambos se dispersarem.
- Alex? - John perguntou com os olhos semi cerrados, que tampavam sua visão por completo em conjunto com as mãos trêmulas que os coçava.
Era uma figura extremamente fofa, e Alexander poderia até dizer, excitante. Ele vestia suas roupas íntimas e a camisa do caribenho. Sua graciosidade aumentou ao perceber a presença do Marquês, corando assustado.
- Lafayette?!
- Olá, mon ami. Se acidentou noite passada? - Indagou ironicamente, visualizando as marcas em seu pescoço. - Por acaso caiu? - Fingiu preocupação.
- Sim, o Sr. Laurens caiu diretamente em minha boca. - Alexander comentou gargalhando em conjunto com o imigrante europeu.
Jack enterrou sua face nas mãos, tentando se esconder daquela situação constrangedora.
- Eu odeio vocês. - Bufou caminhando de volta para as escadas.
- Jack! Não, volte aqui. - Alex correu para seu encontro, dando-lhe um forte abraço, que o impedia de prosseguir. - Desculpe-me. - Falou em meio a risos, tentando acalma-lo com beijos em seu pescoço.
- Alexander! - Laurens gritou.
Lafayette não estava conseguindo controlar tantos risos. John estava completamente envergonhado, tentando escapar dos braços do belo rapaz de olhos negros.
- Eu odeio atrapalhar tais momentos, mas nos atrasaremos. Tomem logo este chá.
- Certo. Iremos ao congresso, tinha me esquecido. - Hamilton falou, carregando o baixinho até a cozinha, em seus braços.
- Alex! Solte-me! - O americano protestou.
- Nunca. - Alexander sussurrou em seu ouvido, causando arrepios em todo corpo do sardento.
O imigrante certamente desajaria viver até seus últimos dias junto daquele belo rapaz por quem se apaixonara perdidamente. Permitiu que Laurens sentasse ao seu lado para tomar o açucarado chá feito por Lafayette. Comeram alguns pães italianos, partindo a rirem, pelo fato do Marquês ter entrado na casa do Sr. Banks e realmente ter se aproveitado de suas bebidas e comidas. Terminaram o café da manhã, apressados, vestindo mais peças de roupa com a finalidade de enfrentarem o intenso frio de New York. Saíram às oito da casa do alfaiate. Caminhavam juntos pelas ruas. Hércules encontraria com os três amigos às dez.
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