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História Hands to Myself - Me espera, por favor;


Escrita por: AllieMaddox

Capítulo 12 - Me espera, por favor;


Fanfic / Fanfiction Hands to Myself - Me espera, por favor;

 — Allison! — um berro faz a menina acordar enfim. Depois de várias tentativas, o senhor Argent passou de simples chamados para um grito alto demais, afinal nem abrir toda as janelas e cortinas a fizera despertar.

 A menina Argent deitada desajeitadamente sobre a cama, com a barriga para baixo e ainda vestida com as roupas que usara ontem para ir à festa, agora se remexe minimamente. Entreabre o olho, mas fecha-o novamente em segundos quando a claridade agride-os sem qualquer piedade.

 — O que? — ela pergunta em um murmuro quase indecifrável aos ouvidos alheios. O sono tentava derrubá-la novamente e ela lutava contra, pelo menos até ouvir o que o seu pai queria.

 — Levanta e vai levar os cachorros para passear, agora — ele ordena.

 — Não pode ser depois? — ela pede.

 — Poderia se o Derek não tivesse que te trazer porque você estava muito bêbada para subir sozinha até o próprio quarto, e ainda teve que te ajudar em todas as vezes que você vomitou. Eu já disse que eu não quero que você beba tanto assim, Allison.

 — Desculpa, pai. Não vai mais acontecer.

 — Ótimo. Agora levanta, você tem dez minutos para descer e leva-los.

 O senhor Argent sai do quarto deixando a menina sozinha novamente.

 Allison busca coragem para levantar e assim faz. Desliza seu corpo sobre o colchão até seus pés calçados com seus tênis atingirem o chão. Se levanta e, em passos arrastados, anda até o banheiro do seu quarto.

 Com um ânimo desprezível, se livra dos seus tênis, depois do seu short, da sua blusa e peças intimas. Abre o chuveiro na água morna quase fria e adentra o box para um banho rápido, mas despertador.

 Assim que finaliza se enrola em uma toalha e se encara no espelho por algum tempo, observando como sua aparência estava assustadoramente ruim, a maquiagem que ainda restara em seu rosto contribuía para isto, então ela pegou um lenço para limpar seu rosto.

 Ao terminar escovou os dentes e penteou o cabelo, prendendo-o em um rabo de cavalo quase perfeito. Colocou a roupa mais confortável que encontrou: seu all star branco, um short de algodão e uma blusa moletom que quase cobria seu short inteiro.

 Desceu e, antes de pegar os cachorros, passou na cozinha para tomar alguns copos de água gelada. Também procurou por um analgésico que melhorasse a insuportável dor de cabeça que sentia e minimizar todo o mal estar presente em seu corpo resultado da grande quantidade de álcool ingerido na noite anterior.

 Allison brincou um pouco com os dois e só então colocou a cólera nos dois cachorros da família, ambos machos da raça samoieda.

 Levou-os para caminhar, andando sem rumo pelas ruas de Beacon Hills. Às vezes parava para trocar mensagens de texto com seus amigos através do celular, enquanto os dois samoiedas brincavam entre si, mas logo voltava sua atenção para eles, afinal não tinha muitas opções de conversa, era pouco mais de oito horas da manhã de um domingo, a grande maioria estava confortavelmente em suas camas em um belo sono.

 Quem mais estaria acordado à esta hora da manhã em pleno domingo? Scott McCall. A menina visualiza um homem moreno correndo na rua em uma atividade física matinal, e após forçar um pouco a sua visão ela o identificou.

 — Mas que merda — resmunga Allison.

 Ainda sentada na guia da calçada, abaixa a cabeça e torce para ele não vê-la, no entanto um milagre era necessário para isso. Qualquer um com um mínimo de visão conseguiria ver a única outra pessoa presente na rua, ainda mais quando esta estava acompanhada de dois cachorros consideravelmente grandes.

 Scott não só a viu, como também mudou seu caminho indo para o outro lado da rua apenas para se aproximar.

 — Você tem cachorros — ele fala com a animação e se abaixa para mimar e brincar com os samoiedas. Allison franze o cenho e o encarou sem entender a aproximação.

 — É — ela murmura.

 Quis levantar para ir embora, mas Scott parecia feliz demais com os seus cachorros, sorria feito uma criança.

 O gigante sorriso sincero dele, nunca visto por Allison antes, a fez sorrir também. Esquecendo por um momento que estava brava com ele.

 Allison e essa sua mania de não conseguir ficar brava por muito tempo com alguém. Bastava um sorriso inocente no rosto da outra pessoa aparecer para amolecer o seu coração. Isto poderia ser considerado como uma coisa boa ou ruim, dependia apenas do ponto de vista. No ponto de vista da Argent, ela era apenas uma pessoa muito trouxa mesmo.

 — Qual o nome deles? — pergunta Scott, sem olha-la, pois ainda se entretinha com os cachorros.

 — O maior é Sulley e o outro Mike — fala Allison.

 — Como Sullivan e Mike Wazowski? — ele muda sua visão para ela e pergunta com uma risada presa nos lábios.

 — Que foi? Monstros S.A. era o meu desenho favorito — ela justifica e dá uma risada baixa. — Eu já tive um peixe chamado Nemo... e uma chamada Dory. Um gato chamado Shrek e muitos outros...

 — Então, você gosta de animais? — ele pergunta e Allison responde que sim em aceno com a cabeça.

 — Você sabe que meu pai trabalha em um centro de adoção de animais de estimação, não é? Sempre que posso peço para o meu pai me deixar levar para casa, mas agora minha mãe me proibiu e disse que já está bom esses dois na nossa casa.

 — Ele trabalha em um centro de adoção? Que foda. — Ele sorri.

 — Porra, da onde você conhece meus pais, que não sabe nada sobre eles?

 — Eu sei que sua mãe é vice-diretora de uma faculdade — ele dá os ombros e se senta na guia da calçada, ficando ao lado dela com pouquíssimos centímetros de distância separando-os. Allison estranhou esta proximidade, mas não reclamou. — Bebeu muito ontem, não é?

 — Minha cara está tão ruim assim? — Ela abraça suas próprias pernas e deita a cabeça nos joelhos, observando Scott ali ao lado dela, ainda distribuindo carinho aos seus cachorros.

 — Não, você está ótima, mesmo com o rosto inchado e as olheiras... — ele diz em um tom descontraído, brincando com a menina. Allison balança a cabeça em negação e solta um riso baixo, mas permanece em silêncio. — Você ficou com muitas pessoas ontem?

 — Como assim? — ela franze o cenho. — Por que te interessaria saber com quantos eu fiquei, Scott?

 Allison percebe a reação defensiva de Scott após ouvi-la, e só então se deu conta que foi grosseira.

 — Desculpa, Scott, não queria ser rude. Mas, infelizmente eu não sou a pessoa mais dócil do mundo, é melhor você se acostumar para não se ofender sempre que eu não for delicada o suficiente.

 — Não, tudo bem, eu não deveria ter perguntado mesmo. — Ele espreme os lábios. Ficam em silêncio por mais algum tempo, até Scott resolver fazer uma pergunta que o atormentou durante as duas últimas semanas inteiras que sucederam o baile de outono: — Allison, aconteceu alguma coisa pra você ter mudado comigo? — indaga vacilante.

 — Mudei como? — questiona ela com uma voz calma, ainda observando-o enquanto sua cabeça permanecia deitada sobre os joelhos.

 — Hm, não sei, você está diferente... me evitando, se afastando. O que houve?

 Ela ergue as duas sobrancelhas, em uma expressão surpresa e solta uma risada divertida.

 — Então quer dizer que você gostava de quando eu ficava te provocando e dando em cima de você, Scott McCall — ela conclui dizendo de uma forma descontraída.

 — Não, não é isso...

 — É claro que você não ia admitir — Allison revira os olhos, espreme os lábios e balança a cabeça em negação. Tira sua visão do seu professor e muda para o asfalto abaixo de si.

 — Por favor, eu só quero saber se eu fiz algo de errado.

 — Sim, você está fazendo tudo de errado com o seu casamento e eu estou contribuindo com esta merda toda.

 — Mas, você disse que este era um erro bom e você poderia repetir todos os dias.

 — Disse, mas depois ouvi a Maya toda feliz falando que queria ter filhos logo para formar uma família. E o quanto você queria isto também. Inclusive que os dois já estavam planejando a realização deste sonho.

 — O quê? Eu nunca disse que queria ter filhos.

 — De qualquer jeito você está iludindo o sonho dela, Scott. Você não percebe?

 — Allison, acredita em mim, por favor, eu não quero ter filhos e a Maya sabe muito bem disto. Aliás, ela fala muitas coisas e nunca nem sequer citou que queria ser mãe, ela sequer gosta de crianças, não sei porque ela disse estas coisas.

 — Está bom, suponhamos que foi tudo um mal entendido. Por que você quer que eu fique te provocando, dando em cima de você e o caralho todo para você me negar em todas as vezes? Ou então, resistir e ficar na defensiva? Eu até poderia tomar a atitude por você, mas depois você vai ter a cara de pau de me dizer que não queria, que não pode mais acontecer, que é uma ideia louca...

 — Não é assim, Allison.

 — Então, é como? Eu já deixei claro de todas as maneiras possíveis que eu te quero para caralho e você disse para eu parar, quando finalmente eu paro você vem me questionar porque eu mudei? O que mais você quer que eu faça? Não acha que é você quem deve fazer agora? Se me quer, fala com todas as letras, porra. Me beija se sentir vontade, me abraça, me toca, demonstra interesse e o principal, termina este casamento. Agora se mudou de ideia e quer viver a família teoricamente perfeita com a Maya me diz logo e me deixa em paz que eu também te deixarei. Mas, me diga com clareza, porque eu não quero ter que ficar decifrando meias palavras com múltiplos sentidos.

 Allison suspira e espreme os lábios. E o silêncio se estabelece mais uma vez ali.

 — Me desculpa.

 — Te desculpar por quê, Scott?

 — Por eu ser um cuzão, ou um covarde como você diz, e não conseguir resolver a minha vida.

 — Você só deve pedir desculpa a si mesmo. Eu estou e continuarei muito bem com você sendo um covarde ou não, sua falta de coragem vai apenas me resultar em uma foda a menos, já para você pode custar a tua felicidade, o que é uma pena. Desculpa se eu estiver errada, mas você não me parece ser a pessoa mais feliz e realizada do mundo. E se não for você mesmo para consertar o que está de errado na sua vida, quem vai?

 Allison ri com ela mesma, assim que termina de proferir a última frase.

 — Depois desta frase acho que estou pronta para escrever um livro de auto ajuda. — Ela nega com a cabeça, ainda com um ar de riso em seu rosto. — Tchau, Scott, estou indo — diz ao se levantar.

 Scott assente e dá um último afago nos dois cachorros, se despedindo de ambos.

 — Se eu te fizer uma pergunta agora, você me responde com sinceridade? — ele questiona antes de começar a andar. Olhava para baixo em direção ao rosto do homem que ainda permanecia sentado na guia da calçada. Scott confirma em um aceno com a cabeça. — Se a gente estivesse exatamente na mesma situação, eu com dezessete anos você com vinte e quatro, você sendo meu professor e colega dos meus pais, e a única diferença fosse que você estivesse solteiro. Você já teria ficado comigo?

 Ele hesita por um segundo, mas acaba dando a resposta que ela queria ao balançar a cabeça em confirmação.

 — Então, a única coisa que te impede de verdade é esse seu casamento, os outros não são problemas de fato — ela concluiu em um pensamento alto. Espreme os lábios e assente, só então dá continuidade à sua caminhada com o Mike e o Sulley.

 Scott observa a menina se afastando, em cada passo calmo e cansado que ela dava.

 O homem saca o celular do bolso, vai até os contatos e efetua uma chamada para o melhor amigo, porém não é atendido. Não contente, liga mais uma vez e ligaria quantas vezes mais fosse necessário.

 — Espero que tenha um bom motivo para você estar me ligando a esta hora da manhã de um domingo — fala Stiles com uma voz sonolenta.

 — Te acordei?

 — O que você acha?

 — Desculpa — diz Scott e dá risada do mau humor do amigo por ser acordado.

 — Desculparei se o motivo da ligação for muito bom... e urgente.

 — A Allison tem dois cachorros da raça samoieda, são lindos — fala com animação, voltando a olhar para menina que caminhava na rua com os dois animais de estimação ao lado. — E ela também é linda, aparentemente não só por fora, queria poder conhecê-la mais.

 — Você me ligou mesmo para falar da Allison? — Stiles parecia desacreditar no que acabara de ouvir, não exatamente pelas palavras ditas, mas por Scott ter ligado às exatas 8h43m da manhã apenas para dizer isto, ele não poderia mandar mensagem? Ou quem sabe ligar depois da uma hora da tarde?

 — Eu só tenho você, com quem mais eu poderia falar? — Scott dá os ombros.

 — Não é óbvio? Fala com ela, fala com a Allison. E aliás, ela parece combinar muito com você pelo pouco que sabemos dela, quem sabe se você se apaixonar perdidamente pela Allie, você finalmente consegue dar o foda-se para tudo e, por fim, se livra daquela mulher que te obriga a ter sentimentos bons por ela e ainda é tão alucinada que acredita na mentira que ela mesmo criou... Olha, imagina você e a Allison andando de moto por aí sem rumo, depois vocês voltam para casa e são recebidos pelos seus inúmeros cachorros, e finalizam com uma transa inesquecível.

 Scott gargalha baixo com tudo o que Stiles dissera.

 — Parece bom, realmente bom — sorrio —, mas eu não posso.

 — Você vai mesmo desperdiçar esta oportunidade, sem nem tentar? Você é muito burro, Scott.

 — Queria só ver se você estivesse no meu lugar se continuaria achando que as coisas são tão simples e fáceis assim.

 — Eu nunca estaria no seu lugar, porque o meu pai é apenas o melhor pai deste mundo. Mas, voltando ao assunto Allison: nesses últimos quatro anos, todas as mulheres que você se envolveu não passaram de uma noite de sexo onde um nem sabia o nome do outro, a Allie é a única com quem você está mantendo contato por mais de um dia, o que já a torna diferente das outras. E olha que vocês nem chegaram a transar de fato. Mais que isto, está surgindo dentro de você um interesse além do carnal, que você não pode negar já que me ligou à esta hora da manhã só para me dizer que ela tem dois cachorros, confessando depois que queria conhecê-la mais. Talvez ela é a oportunidade que a vida está te dando para você ser feliz em um relacionamento sincero, pensa nisso.

 Os dois trocam mais algumas poucas palavras em despedida antes de finalizarem a ligação.

 Scott guarda o celular no bolso novamente e se levanta para dar sua continuidade à sua corrida matinal após agradáveis e breves minutos de descanso que teve ao lado da menina Argent, do Sulley e do Mike. Estes três chegavam só agora ao final da rua, pois caminhavam em passos extremamente calmos. Scott fitou-a por segundos e quando percebeu já estava correndo na direção dela.

 Ao se aproximar o suficiente, se colocou atrás dela repousando a mão direita na cintura fina da menina, simultaneamente sua boca depositou um beijo na bochecha dela. O contato repentino e inesperado, acabou assustando-a.

 — Você é foda. Tenha paciência comigo e me espera, por favor — ele sussurra no ouvido dela, com os lábios roçando nas extremidades da orelha da menina, antes mesmo que ela pudesse ter qualquer reação.

 Em outro movimento igualmente rápido, deposita um beijo no pescoço dela antes de separar seus corpos.

 Allison que havia fechado os olhos no exato momento que escutou a voz baixinha com uma rouquidão extremamente sexy em seu ouvido, abre-os novamente com calma e avista o homem já em uma distância mediana. Scott tinha voltado a correr. Allison observava-o parada em seu lugar, completamente atordoada. Só foi tirada do estado hipnótico que Scott lhe causara quando sentiu seus cachorros puxando-a impacientemente para dar continuidade a caminhada.

 — Meu Deus, Scott McCall — murmura. Morde o lábio inferior, e sorri maliciosamente.

(...)

 Scott adentra a casa que morava após terminar o seu treino matinal. Andou em direção à cozinha em busca de uma refrescante água gelada para tomar.

 — Bom dia, Sam — o homem cumprimenta a mulher baixinha de cabelos grisalhos distribuindo um beijo no topo da cabeça dela juntamente à um abraço. Em resposta, recebeu múrmuros e caretas da senhora. Não reclamava do abraço e do beijo em si, mas sim do fato dele estar todo suado por ter acabado de praticar exercícios. Scott apenas dá uma risada divertida e vai até a geladeira pegar a garrafa de água.

 — Estou fazendo panquecas para a Maya, você quer também? — pergunta Samantha docilmente, enquanto se mantinha concentrada na preparação do café da manhã da loira.

 Samantha Foster era quem cuidava de todas as tarefas domésticas aos finais de semana, enquanto de segunda à sexta Grace Collins tinha esta função. Elas cozinhavam, limpavam e organizavam. Executavam qualquer serviço domésticos que era pedido à elas e eram muito bem remuneradas para isto.

 — Não precisa, Sam, obrigado — recusa. Scott pretendia comer qualquer fruta que encontrasse. Mas isto depois, primeiro ele precisava esclarecer algumas coisas: — Onde a Maya está? — pergunta, enquanto guardava a garrafa de volta na geladeira.

 — Ela estava no quarto e pediu para chama-la quando eu terminasse de preparar o café da manhã... — responde.

 — Está bom, obrigado.

 Scott sobe até o segundo andar e adentra o quarto deles, encontrando a mulher sentada na grande cama. Ela mexia em seu celular e quando percebeu a presença do marido, ergueu os olhos para ele e sorriu.

 — Por que você está dizendo para as pessoas que queremos e iremos formar uma família? Eu não quero ser pai, não iremos ter nenhum filho, Maya — fala, mas sua voz não era rude e nem um pouco agressiva, ele falava tudo calmamente.

 — Eu quero ser mãe. Os meus pais e o seu pai querem ser avós, não vejo nenhum problema, está mais do que na hora de termos um filho — ela cruza os braços sobre o peito e emburra a cara.

 — Desde quando você quer ser mãe, Maya? Você sequer gosta de crianças.

 — Gosto sim.

 — Você perde a paciência com uma criança ficando menos de cinco minutos perto de você, imagina um bebê. Você vai passar por todos os sintomas negativos de uma gravidez e depois que o bebê nascer só irá piorar: noites sem dormir, choro a todo instante, os primeiros meses ele precisará do leite materno e de toda a atenção especialmente da mãe, trocar fralda, levar ao pediatra sempre, esquecer de si mesmo para dedicar as vinte e quatro horas do dia a ele. Você quer enfrentar tudo isto? Ou melhor, está preparada para enfrentar tudo isto? Eu tenho certeza que não.

 — Eu contrato uma babá para essas coisas — ela dá os ombros.

 — Contratar uma babá? Por Deus, Maya. Uma criança merece todo amor e carinho dos pais, merece se tornar prioridade na vida deles. Se você quer ter filho tem que ter consciência de todas as responsabilidades que virão, não simplesmente falar que vai contratar uma babá para cuidar de todas as partes teoricamente desagradáveis por você.

 — Eu não me importo com esta tua opinião, não vejo nada de errado em contratar uma babá. Eu quero ter um filho, Scott.

 Scott tentava manter toda a calma do mundo para uma digna conversa de adultos, mas Maya não contribuía para isto.

 O homem bufou e passou a mão pelo rosto impaciente.

 — Você quer ter um filho para quê? Me fala! Apenas para ficar exibindo para os outros? Porque cuidar já vimos que você não vai — agora Scott utilizava um tom irritado. — Nós não vamos ter um filho.

 — Vamos ter sim! — a loira se levanta da cama e abandona o quarto, deixando-o falando sozinho.

 — Maya, volta aqui! — chama Scott, mas é ignorado. O moreno bufa mais uma vez.

 Estava tão irritado que seu sangue fervia dentro de si, o rosto se coloria de vermelho e as veias quase saltavam. Todos os palavrões passavam em sua mente.

 Cogitou ir atrás dela para terminar a conversa, mas pelas últimas experiências, sabia que nada resolveria.

 Levantou e foi tomar um banho. Quem sabe com um longo banho quente ele conseguiria ficar um pouco mais calmo. Já que Maya conseguiu tirar em menos de cinco minutos toda a calmaria e paciência que ele guardava dentro de si.

 Andou até o banheiro, tirou suas roupas, ligou o chuveiro e entrou debaixo da água quente. Ficou ali por um bom tempo, pensativo. Refletia sobre a sua vida, enquanto a água caia sobre o seu corpo.

 Seu momento só foi interrompido quando escutou o toque do seu celular soar. Scott abriu a box e esticou o braço para pegar o celular que havia deixado em cima da tampa do vaso sanitário. Tomando cuidado para não molhar, atendeu a ligação que recebia. Era o seu pai.

 — Pai — ele cumprimenta.

 — Estou sabendo que você está tratando a Maya mal — o senhor McCall diz ao filho sem ao menos cumprimenta-lo primeiro.

 — O quê? — indaga.

 — É bom que você trate-a como uma rainha, Scott — diz em tom de repreensão.

 — Eu não fiz nada.

 — Então, por que ela me mandou mensagem?

 — Ah... — Ele entende enfim o que estava acontecendo. Era claro que a loira iria mandar mensagem ao senhor McCall para reclamar do Scott e se fazer de vítima, como sempre acontecia após qualquer pequena discussão que eles tivessem. — Ela disse que quer ter filho e...

 — Isto é ótimo! — ele interrompe, parecendo extremamente animado com a ideia.

 — Não — nega. Balançava a cabeça de um lado para o outro, tamanho era sua repulsa. — Eu não quero ser pai.

 — Você quer teimar em ser um ingrato egoísta? Se ela quer ter um filho, então tenham um filho.

 — Desculpa, pai, mas as coisas têm limites. Eu não vou ter nenhum filho com ela, este casamento já é mais que o suficiente, não acha?

 — Você precisa entender que nós precisamos dela.

 — Você precisa dela — corrige Scott em um murmuro baixinho, mas ainda assim o senhor McCall consegue ouvir.

 — Eu não acredito no que acabei de ouvir, eu terei mesmo que ir até aí para ter uma conversa com você?

 — Não, me desculpa, pai. 

 


Notas Finais


Ei, o que acharam do capítulo? Me falem tudo nos comentários <333

Eu decidi adiantar e explicar resumidamente algumas coisas sobre a história para deixar claro, porém tudo ainda será mais desenvolvido e fará mais sentido com o decorrer da fic, então vamos lá:

1. Prestaram atenção no que o Stiles falou? Isto explica muito um dos motivos do porquê o Scott se apaixonar por ela, mais rápido e primeiro. Há quatro anos que ele está com a Maya contra a própria vontade e sem sentimento algum. Nesses anos ele não teve a oportunidade de conhecer ninguém para começar a desenvolver qualquer sentimento mais profundo e sincero, as mulheres que ele ficava era só por uma noite e ele nunca mais via ou mantinha qualquer contato. A Allie é a única que ele ficou (só os beijos por enquanto mesmo né, mas enfim) que está tendo contato por mais de um dia tendo a oportunidade de conhece-la. Ela ir atrás dele inicialmente contribuiu tbm, porque como viram no fundo ele gostava disto. Essa personalidade dela conquista-o, dela falar o que pensa, ser sincera, verdadeira, desinibida; de correr atrás do que quer, sem medo; Além dele ter ficado animadíssimo por ela também gostar de duas paixões dele motos e cachorro/animais; Deu para entender? Ele sentia a falta de ter um relacionamento amoroso sincero, precisava de um para se sentir feliz, mas infelizmente havia perdido as esperanças e vivia no conformismo, e então ela apareceu.

2. “Ah, Aline, porque ele não fica com ela logo então?” Por que ainda tem o motivo que faz o Scott ficar com a Maya. Como deduziram Scott está com a Maya e suporta-a por causa do senhor McCall. E ele tem medo de prejudicar/foder com a vida do pai por uma garota que ele nem conhece direito >ainda<. (mas, eles podem ficar escondidos por enquanto, todos nós prometemos guardar segredo, não é? U_U)

3. O Scott não odeia a Maya e não tem guarda sentimento muito horrível em relação à ela, mas também não guarda nenhum sentimento bom. Ele apenas não sente NADA, entende? O Scott só se irrita >>e muito<< com ela às vezes/sempre e fica puto quando ela fica obrigando-o a fazer algumas coisas absurdas que ele não quer. Por quê? Imagina você casado e morando sob o mesmo teto com uma pessoa, se você alimentar só sentimentos ruins, sua vida viraria um verdadeiro inferno e seria totalmente insuportável conviver, concordam? Inicialmente ele tentou fazer isto dar certo, mas apesar de tentar muito ele continuou não conseguindo sentir nada por ela, nenhum sentimento sequer. Por isto, como eu já disse, agora ele vive no CONFORMISMO.

4. Mas, talvez alguém esteja bagunçando a rotina dele e ajudando-o aos poucos a acabar com este conformismo aí; não disse quem, ausaçahsu. Tudo que a Allison fala para ele não entra por um ouvido e sai pelo outro.

5. Sobre a Maya, como o Stiles disse: ela acredita na mentira que ela mesmo criou.


É isso gente, até semana que vem <333
Obrigada por estarem acompanhando a fic e por todos os comentários *u*


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