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História Happiness Is A Butterfly - O esquisitão.


Escrita por: bensolopink

Notas do Autor


Oie! Essa é minha primeira história Reylo, ao final do capítulo deixarei algumas informações para que entendam melhor os personagens e quem é quem na história. Não é uma história no universo de Star Wars mas tem muita inspiração de lá. Espero que gostem e boa leitura. ♥

Capítulo 1 - O esquisitão.


Fanfic / Fanfiction Happiness Is A Butterfly - O esquisitão.

Rey pov.

Observei seus olhos verde claro mais uma vez, sorri quieta. Um tanto quanto triste. Uma gota cai sob o papel um pouco amassado em minhas mãos, estou chorando. Fecho os olhos por alguns segundos, sentindo a dor chicotear meu estômago.

Precisei de mais de um minuto de coragem para finalmente limpar meu rosto e enfiar a foto dentro do bolso novamente. Mantive o ar em meus pulmões e depois soltei devagar, mentalizando coisas boas. Flores, animais, estrelas, um dia ensolarado. Qualquer coisa que me fizesse sentir uma pontinha de alegria.

Nada funcionou, obviamente. A saudade me atingia mais nos domingos.

Percorri meus olhos pelo local, minhas amigas ainda estavam jogadas no gramado, o céu estava quase escuro o suficiente para que meu irmão me mandasse uma mensagem dizendo para eu entrar e expulsar as garotas. Me sentei ao lado de Rose, sua mão quentinha puxou a minha para dentro do moletom cor de pêssego que ela usava. Eu a amava tanto.

— Está bem, gracinha? — Ela me conhecia bem demais para captar no ar o meu humor depressivo. Absorvi tudo para dentro de mim mais uma vez, antes de afirmar com a cabeça.

— Estou. — Jannah me estendeu um copo com alguma vodca barata e refrigerante misturado. Eu coloquei o líquido para dentro com força, ouvindo as meninas rirem e comemorarem. Paige sorriu e deu um selinho demorado em Jannah. Eu e Rose nos entreolhamos.

— Que nojo, vocês! — Rose forçou uma careta, revirando os olhos.

De repente, ouvimos vozes altas, formando gritos no que parecia uma discussão acalorada. Tranquei a respiração. De novo eles estavam brigando.

— Parece que os Solos estão prestes a se divorciar. — Paige comentou baixo. Suas pernas estavam jogadas na grama, enquanto seu cabelo estava derramado pelo colo de Jannah, a namorada fazia carinho em sua cabeça. Realmente, elas eram fofas. Mas irritantes.

— Já faz um mês disso. — Fofoco. Mordo meu lábio inferior apreensiva. A curiosidade correndo por minha mente. — Será que ele está bem?

— Aquele esquisitão?  Pelo amor de Deus Rey! Você continua afim desse cara? — Minha melhor amiga zomba de mim. Dou um leve tapa em seu braço. — Ai!

— Isso nem doeu, sua fingida. — Me aborreço. — Eu não sou afim dele, só o acho meio solitário. Além do mais, não deve ser fácil viver em um ambiente assim.

— Isso é, talvez por isso esse cara sempre foi todo estranho no colégio. — Ele havia se formado junto com Paige, os dois são mais velhos que eu e Rose, apenas três anos. — Vocês lembram que falavam que ele comia animais mortos?  — Revirei os olhos. Óbvio que aqueles boatos eram mentira.

— Será que ele ao menos fritava antes? — Jannah completa a piada e eu a fuzilo com os olhos.

Era ridículo tudo o que falavam dele quando ele ainda estudava, me lembro de como alguns alunos faziam questão de fugir dele, fingiam medo, como se ele fosse um assassino ou pior. Adolescentes podem ser bem cruéis e digo isso por que sou uma, por enquanto.

— Eu acho que vocês deviam cuidar para não terem as línguas cortadas algum dia desses, pois falam demais. — Instigo. O sorrisinho na boca de Paige some e ela me cutuca com o pé, apenas para irritar.

— Está certo, vamos parar de falar do seu namorado.

— Vá se foder! — Xingo. As risadas altas tomam conta. Os gritos na casa sessaram.

Eu dou boa noite a elas quando já são meia noite e doze, depois de bebermos o suficiente. Finn me assiste entrar da janela.

— O quanto você bebeu? — Seu olhar duro me analisa. Eu deixo os tênis na porta quando a fecho.

— Apenas o bastante para deitar na cama sem tirar os jeans. — Minha fraqueza para bebida já era conhecida e muito por meu irmão. Ele fez um sinal negativo com a cabeça. — Qual é, eu quase tenho dezoito anos, pare de pegar no meu pé!

Atravesso a sala, subindo as escadas devagar quando ouço ele apagar as luzes do andar debaixo. Jogo meu corpo na cama e fico observando minha parede repleta de colagens. Eu não me sentia nem um pouco adulta, para falar a verdade.

— Você sabe que para mim sempre será uma pirralha irritante. — Ele diz antes de encostar a porta. Sorrio verdadeiramente. Esse era o jeito dele de me falar que me ama.

Arrasto meu corpo pela coberta fofinha, meus pelos arrepiam com o frio que o dia trazia. Salto da cama, cambaleando um pouco, tiro o maldito jeans e a blusa azul, deixando a foto dela em cima da minha mesa. Observo meu corpo no espelho, apenas a calcinha cobria minha pele. Eu estava magra demais. Talvez pelo fato de não conseguir comer direito. Eu já sabia como controlar isso mas volta e meia acabava no hospital.

Catei uma blusa na cadeira ao meu lado e vesti de maneira atrapalhada. Meu cérebro mal conseguia acompanhar meus movimentos direito. A luz da casa ao lado, de repente acendeu. Curiosa, com a vista embaralhada e tonta, caminhei até a minha janela. Abri, sentindo o vento entrar e me deixar encolhida. As cortinas pretas estavam fechadas, mas de repente se abriram. Congelei. Seus olhos pareciam surpresos por um instante. Ele estava fumando cigarro, e a fumaça logo saiu de sua boca quando ele suspirou. Fiquei ali, quieta, apenas encarando seu rosto gélido. Seu cabelo preto estava bagunçado, tive tempo de observar antes de ele tragar o cigarro e me encarar novamente. Mas que diabos? Em todos os anos que morei nessa casa eu nunca havia o visto da janela, nunca o vi fumando. Nunca vi nada do que ele pudesse estar fazendo. E agora, estou bêbada e apenas de blusa e calcinha na frente daquele garoto.

Fechei minha janela com força, desesperada quando a sanidade me atingiu. Evitei seus olhos, fechei os tecidos da minha cortina e corri até minha cama.

— Que porra. — Enterrei meu rosto no travesseiro, sentindo minha bochecha quente. Meu corpo pareceu quente também. Odiei a sensação de vergonha que dominou cada centímetro da minha pele. — Sua idiota. Idiota. — Tentei me sufocar contra o tecido.

Mas o que importava?  Eu nunca mais o veria novamente, nós raramente nos víamos. Ninguém sabia nada da vida dele e ele tão pouco sabia sobre mim. Isso não importa. Tentei me convencer durante minutos, lutando contra meu cérebro. Ele é só um cara, afinal. E eu sou só uma garota. Não foi nada demais.

Dia seguinte.

Não contei do incidente para ninguém. Mantive meu humor como sempre, alegre e ativa com todos. Estava escurecendo quando terminei os deveres de matemática e tomei um banho longo e demorado. Finn estava com companhia, ouvi risadas no andar debaixo e me poupei de conhecer mais um dos seus namorados que só duravam uma semana.

Peguei meu computador, deixando-o em cima das minhas pernas e abrindo algumas imagens. Salvei algumas para fazer mais colagens, mas não pude evitar me sentir tentada a entrar naquela pasta. Foi um acordo com meu último terapeuta. Ver fotos dela apenas um dia da semana, para não me afundar apenas nisso e ficar obcecada de novo. Em um ciclo ocioso e depressivo. Mordi os dedos, uma, duas, três vezes. Cliquei.

E foi como afundar de novo. Todo o ar saiu de mim. Seu sorriso, sua voz nos vídeos. Comecei a chorar em silêncio. Como se uma mão apertasse meu pescoço, não conseguia soluçar, era agonizante. Coloquei o computador para o lado e agarrei meus cabelos. Foi culpa minha. Minha pele ardia, eu precisava sair.

Meu corpo levou um susto com o barulho de algo quebrando. Girei minha cabeça, mesmo sabendo que eu não conseguiria enxergar através das paredes. Meu coração acelerou. Eu nem morava naquela casa, mas odiava essas brigas constantes.

Por que duas pessoas brigariam tanto? Não posso deixar de pensar em como seria se minha mãe ainda estivesse aqui, se ela e meu pai estariam dessa forma hoje em dia. Tal pensamento me aterrorizou. Ignorei, sai do quarto rápido, desci as escadas correndo apenas com o celular e os fones de ouvido na mão. Finn e seja lá quem estivesse com ele não estavam no andar debaixo e eu agradeci por isso com um fechar de olhos rápidos.

Tranquei a porta com cuidado usando minhas chaves e as enfiei dentro do bolso do moletom branco. Ainda sentia as lágrimas escorrendo do meu rosto. Tudo estava borrado e eu só corri, a rua estava deserta, ninguém veria uma garota chorando. Eu gostava de correr até parar de chorar. Mas fazia tempo que eu não ocorria tarde do dia, apesar de ser perigoso, eu precisava disso.

Meu corpo parou bruscamente, sendo jogado, contudo no chão duro.

— Cacete! — Exclamei. Minhas costas estavam no chão duro. Olhei para cima e vi entre as lágrimas borradas uma figura ainda mais desesperada que a minha. Ele estava com um olhar apavorante. Os olhos com círculos roxos ao redor e baixos. Notei que eu havia esbarrado com ele já que sai correndo sem rumo. Ele estendeu a mão, depois de alguns segundos me analisando. Levantei sozinha. — Desculpa. — Murmurei.

Minhas bochechas estavam ardendo, mas talvez nem desse para notar no meio das minhas lágrimas e olhos inchados. Limpei minha própria roupa enquanto respirava fundo. Vi seu corpo ir até a moto estacionada a poucos metros da gente. Ele segurou o capacete quando sentou na mesma, depois olhou para mim e estendeu o mesmo na minha direção.

— O que...

A porta de sua casa abriu de repente. A mulher mais velha o olhou com desespero nos olhos. Ele nem sequer virou para encará-la, manteve os olhos pregados em mim. Um segundo a mais e ele abaixaria a mão. Corri até ele, coloquei o capacete e subi na moto, segurando nas laterais.

— BEN! — Ouvimos ela gritar. Ele ligou a moto, depois de maneira rápida pegou minhas mãos e as colocou ao redor do corpo dele. Eu tranquei a respiração.

Quando ele acelerou, me agarrei forte no casaco que ele usava. Mas o vento, foi a melhor parte. Sentia todo aquele vento batendo pelo buraco no capacete chicotear meu rosto, as casas passando como borrões. Me sentia uma louca, não sabia para onde estávamos indo, eu nem sequer sabia muita coisa sobre o cara ao qual estava grudada. Mas por alguns minutos, aproveitei a sensação de adrenalina passeando pelo meu corpo, aliviando aquela dor. As lágrimas iam embora com o ar que atravessávamos.

Ben diminuiu a velocidade um pouco quando chegamos a um lugar. As casas eram um tanto quanto estranhas, haviam uns caras ao redor de um latão de lixo bebendo e fumando o que não parecia ser cigarro. Ele parou a moto e eu desci devagar, tremendo. Onde diabos eu fui me meter? Suas mãos tiraram o capacete de mim e eu me senti estúpida por não ter notado que ainda estava com ele.

— Me espere aqui. — Sua voz saiu baixa, mas grossa. Uau. Assenti quieta, como um rato assustado. Fiquei atrás da moto. Quando direcionei meu olhar aqueles homens me amaldiçoei por ter saído de casa usando shorts jeans ao invés de uma calça. Peguei meu celular no bolso, pronta para discar o número de Finn caso alguma coisa acontecesse.

Os homens riram alto de algo enquanto conversavam com Ben. Ele pegou algo com eles e depois entregou uma boa quantia de dinheiro. Era óbvio que ele estava comprando alguma porcaria de droga. De repente, uma raiva subiu pelo meu pescoço. Ele me trouxe até o traficante dele?

Quando ele voltou coloquei o capacete com raiva.

— Eu quero ir para casa. — Sussurrei. Ele pareceu surpreso, o meu olhar não era dos melhores. Me encachei de novo atrás dele.

— Eu não vou voltar para lá ainda. — Disse antes de fazer a moto ranger. — Ninguém mandou subir na minha garupa.

— Você que ofereceu! Eu quero voltar! — Falei mais alto.

— Pode descer e ir andando sozinha ou pode esperar. — Ele resmungou. A moto andou e eu o segurei com raiva. Mas que filho da puta!

Dessa vez ele andou com ela mais devagar, estava tudo escuro exceto pelas luzes nos postes.

— Não acredito que me levou até o seu traficante, você não tem noção? — Falei em seu ouvido, ainda brava.

— Considerando que foi você que subiu na moto de um desconhecido, acho que você é quem não tem noção, eu poderia ser um assassino ou pior. Seus pais não te ensinaram nada? — Ele sorriu de lado. Fiquei quieta. Ele tinha razão. Eu me coloquei nessa situação ridícula. Fechei o capacete, evitando falar e ouvir qualquer coisa.

Nós andamos por mais uma meia hora, até ele finalmente fazer o caminho para nossas casas. Ele estacionou na frente da casa dele e me esperou descer. Tirei o capacete com uma carranca enorme no meu rosto. Ele se encostou na moto, colocando o capacete ao seu lado. Pegou o maço de cigarro do bolso e acendeu um bem ali, na minha cara. Bufei e espantei a fumaça com minha mão.

Antes que eu pudesse xingá-lo ou repreendê-lo por qualquer coisa, Finn apareceu abrindo a porta de casa com raiva.

— REEEEY! EU VOU MATAR VOCÊ. — Arregalei os olhos. Ben me olhou desconfiado.

— Até nunca mais. — Falei antes de correr em direção a minha casa. Passei por Finn igual um furacão, fugindo.

— VOLTA AQUI! — Ouvi ele dizer enquanto corria atrás de mim pela casa.

Me tranquei no quarto enquanto ele insistia em batidas frenéticas.

— Amanhã eu converso com você, quando você não estiver ameaçando me assassinar! — Falei alto do outro lado do quarto.

— Eu juro que se eu ouvir a sua respiração nesse quarto eu arrombo essa porta, garotinha! Vá dormir. AGORA! — Sorri. Em silêncio, ouvi ele se afastar da porta devagar após uns segundos e suspirei aliviada.

Mordi meus lábios gelados e fui até a janela, sem a abrir, espiei pela cortina, mas ele não estava lá.

Se ele for um assassino em série, então o que pode

Acontecer de pior com uma garota que já está machucada?

Eu já estou machucada

Se ele for ruim como dizem, então acho que estou condenada

Olhando em seus olhos, acho que ele já está machucado

Ele já está machucado

Happiness Is A Butterfly — Lana Del Rey


Notas Finais


Antes de tudo, qualquer erro de português será revisado.
Bom, vamos lá. Rey é irmã de Finn. O pai deles é o Lando Calrissian e a mãe é a atriz Jodie Comer. A mãe da Rey, como a sinopse diz, morreu quando ela ainda era criança, isso ainda vai ser apresentado na história. Finn e Ben tem a mesma idade, são mais velhos do que Rey. Eles tem 20 anos e ela 17. Porém, ela fará 18 em breve.
A Rey está no último ano do colégio junto com Rose que é sua melhor amiga. Rose tem sua irmã Paige que também é mais velha e namora Jannah, da mesma idade. Enfim, todos se conhecem por terem estudado no mesmo colégio.
Agora vamos as fotos de cada um:
Família da Rey: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/BLwYZcI
Família do Ben: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/a06CY8w
Família do Luke: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/4TLaFkY
Poe: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/GkgLuO0
Rose: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/A-MbFbU
Paige: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/gcYh9p8
Jannah: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/gbOE1XQ

É isso por enquanto. Alguns personagens não vão aparecer tanto quanto outros. Sei que é difícil imaginar essa galera no auge dos vinte anos mas tentem, hehe. Se gostaram da história por favor deixem um comentário. Até a próxima. ʕ•́ᴥ•̀ʔっ♡


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