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História Happy beginning (SwanQueen) - Os ciúmes


Escrita por: Izobel_Lummertz

Capítulo 6 - Os ciúmes


Sempre tentamos achar um sentido para vida, nas pequenas e grandes coisas, que eventualmente nos acontecem. Insistimos em por a culpa no destino, de felicidades, às infelicidades, tudo as vezes parece vir do mais puro acaso, entre tanto sempre cometemos o mesmo erro, o de não dar a devida relevância as grandes redes de conexões sociais, capazes de mudar coisas em proporções assombrosas em nossas vidas. Por conta de um pequeno erro, que por ventura, nossos tataravôs cometeram enquanto ainda estavam vivos. A estrutura familiar pode ser afetada por longas gerações, sem ter a menor hipótese de que algum dia, talvez, um neto se rebele, pondo em xeque tudo o que a família achou ser certo por todo esse tempo.

Por esse ângulo, percebemos que o destino não existe. O que realmente existe é um punhado de seres humanos tentando encontrar uma resposta para aliviar a dor, que outros seres humanos o causaram, querendo ou não, a culpa é de nossa espécie.

§

 

Lá estava a morena sentada em sua rede verde no meio das árvores que eram tão antigas no grande pátio de sua residência. Regina Alice, estava com seu tablete de 10 polegadas, aberto no pdf que Henrique enviará a um dia atrás, a morena não poderia negar, sua fome de leitura a instigava a ler, ler sem parar, se tratando deste livro em especial, ficou ainda mais tentada a ler de uma só vezes, era fome de sonhar, misturado com a euforia de seu filho perdido, com tanta insistência que ela o lesse com carinho. Ela respirou funda a brisa gélida e agradável de outono, ouvindo ao fundo os cânticos dos pássaros a sua volta, enquanto a Robin, ele continuava dormindo e, sua esposa não estava com a menor vontade de se incomodar com as mancadas do seu cônjuge. 

 

- Era uma vez... 

 

Livro

 

Capítulo um: Encontros e desventuras.

 

Branca de neve, uma garotinha desprezível e irritante, sempre transformando a vida de sua madrasta em um verdadeiro inferno. Ela era uma pestinha, pimenta e mimada. Regina sempre tentava relevar as malcriações da mesma, não levando suas traquinagens para seu pai. O rei Marcos Valério, era um homem muito atarefado, cheio de problemas, seu reino era próspero, isso deixava os outros reinados ociosos para conquistar suas terras, sempre tendo um motim, aqui, ou ali, algumas cabeças rolavam, outros eram empalados para servir de aviso a todos que ousassem pensar em motim.

 

Os anos se passaram e com isso a jovem rainha amadureceu, chegando aos seus 25 anos de idade.

 

Branca de neve refletia uma inocência incomparável, com sua personalidade forte e até mesmo explosiva, a garota fugia sempre que os guardas do castelo estavam ocupados de mais com afazeres  mais importantes, ela com seus quinze anos fugia para floresta onde se sentia livre para ser quem era... Uma pequena ladra. Foi lá que conheceu os sete anos, e seu amado James um príncipe tão entorpecente quanto ela, uma dupla tóxica por assim dizer, ele era como sua droga particular, a alucinando em sua força máxima, fazendo a moça sonhar, enquanto corriam pela floresta, fugindo dos guardas de seu pai, que não sabiam que perseguia naquele momento, era a própria filha do rei.

 

- James! Pega.

 

A garota com seu capuz, jogou o pesado saco de cor terrosa, com alguns pertences da rainha para o homem de 20 anos, que pegou no ar em quanto ria e corria para seu cavalo. Estendeu a mão para a adolescente, que rapidamente já estava sentada em cima do equino também.

 

Tão rápido quanto o vento, eles partiram dali, despistando dos os guardas do reino, enquanto a pálida jovem se agarrava a cintura do homem.

 

Livro

- Acho que essa leitura não é muito recomendada para crianças.

Regina fala para si mesma, enquanto folhava as páginas do livro em seu tablete. A morena estava um tanto curiosa, de alguma forma, aquela escrita se assemelhava à de Emmanuella, enquanto elas ainda eram apenas duas adolescentes, planejando fugir de casa.

Regina começou a se perder nos devaneios, lembrando-se daqueles pequenos detalhes, que faziam acreditar, nem que fosse por um milésimo de segundo, que talvez, - Mas isso era só um talvez. - Que a vida merecesse ser vivida.

A morena foi para suas redes sociais, curiosa ela procurou a DJ Dimitrescu no Twitter, achando rapidamente já que a mesma tinha certa fama em seu país.

Navegando viu várias fotos, de várias festas em que ela tocou, alguns vídeos dela misturado músicas dos anos 30 e 40 com eletrônica deixaram Regina Alice um tanto entusiasmada, era uma música única, envolvente igual a dona das ideias melódicas. 

Instigada a fazer contato com a artista, a morena mandou uma mensagem ali mesmo no Twitter 

 

'Você não me passou seu numero.'

Enviar.

Regina estava com um sorriso no rosto, há tempos alguém não chamava sua atenção como aquela mulher tão intrigante e cheia de vida.

'E mesmo assim você me achou. / Emoji feliz.'

A morena sorriu sozinha na sua rede, enquanto mordeu os lábios sem perceber. 

Elas ficaram conversando por horas e horas, sem nenhuma das duas perceberem o tempo correndo sem cessar.

 

§

 

Era um jantar comum na casa da família Nolan. Barbara, mãe de Emmanuella, nesta noite em especial, fez uma bela lasanha de camarão, como só ela sabia fazer.

Henrique rodeava a mesa, enquanto sua mãe e avós conversavam e bebiam suas cervejas em temperatura ambiente, como sempre fizeram desde que Emma voltou para a cidade.

Emmanuella já estava na sua quarta cerveja da noite, porém somente estava no brilho alcoólico, afinal já era acostumada com as bebidas alcoólicas, - principalmente destilados. - Então não seriam cervejas que derrubaria essa moça. 

 

§

 

- Nós estamos bem curiosos para saber, como vai o projeto com a editora.

 Barbara toma a fala, sabia do talento de sua filha e, mesmo que preferisse que Emma optasse por medicina ou algo do tipo, aprendeu da pior forma, a respeitar os almejos de sua filha.

- Eles estão fazendo uma avaliação da minha proposta literária, mas tudo indica que eles irão lançar meu livro infantil e melhor ainda, os livros provavelmente serão distribuídos nas escolas públicas do pais. As crianças vão conhecer minha escrita, desde a pré-escola, isso me deixa deverás animada. - Disse com um sorriso generoso no rosto, orgulhosa por seu reconhecimento tão almejado.

- Parece bom, mas é sobre o que mesmo, seu livro?

 Desta vez foi a vez do pai tomar a palavra e questionar, sobre o grande projeto que sua filha vinha falando a meses, enquanto isso o mesmo levava mais uma garfada refeição da deliciosa lasanha ate boca.

 -É sobre duas primas, elas resolvem entrar em uma “casa mal assombrada”, mas que na verdade era portão para outra dimensão, a mais nova é capturada pela bruxa. – afinal nessa dimensão alternativa, as pessoas possuem uma espécie de signo.  Não confundindo com os do zodíaco. - que morava na casa e atraia almas puras para o jantar. – Não me olhem com esses rostos, esta estória será distribuída do fundamental dois para cima. - A mais velha vai ter que encontrar uma maneira de voltar para dentro da casa, para salva-la. Esse é um resumo bem resumido, mas é mais ou menos isso. 

Emma sorri genuinamente feliz, ao ver que rendendo a atenção de todos na mesa, com aquele breve resumo da estória.

- Não sei quem você puxou para ser tão criativa, mas, por favor, continue, estou adorando ver seu progresso no mundo literário.

O pai de Emmanuella realmente adorava ver como sua filha administrava suas ideias e criações. Diferente de Barbara, David nunca foi de impedir a filha de ter experiências, mesmo as vezes essas decisões sendo completamente caóticas.

 

§

Emmanuella esperou seu filho dormir para acender seu primeiro cigarro do dia, ou melhor, da noite. Não gostava de fumar perto de seu filho. Pensava que ela poderia sim acabar com sua saúde, usando tal entorpecente, afinal ela tinha o controle de sua vida em suas próprias mãos, se vivia ou morria a culpa era dela mesmo, mas seu filho não, ela não queria dar maus exemplo para o garoto, não queria que seu pequeno Príncipe se envolvesse com esse tipo de coisas mais para frente, por conta de sua influência negativa e destrutiva. 

Esse sempre foi o maior medo, quê rondavam seus pensamentos insistentemente, não ser uma boa mãe, pensar sobre isso a deixava tensa, trazendo aquelas lembranças tão amargas. Apesar de tudo ainda tinha a guarda de seu filho e era isso que importava, não poderia vacilar, nunca, não deixaria ninguém tirar seu filho.

Na rua seus olhos estavam focados, olhando as estrelas e recebendo um beijo da brisa fria da noite, ela pegou um cigarro e ali de pé, encostada com suas costas na parede marrom de sua casa, acendeu o seu objeto de prazer, dando a primeira tragada, sentindo seu corpo relaxar e a cabeça pender para trás. A loira fechou os olhos se permitindo relaxar ainda mais profundamente, em questão de segundos seus pensamentos foram direto para o seu primeiro amor, isso a atormentou, pensar que não tinha mais o controle da situação a apavorava, sabia que por causa de um impulso do passado, agora conforme a lei, Regina também era mãe do menino, já que decidiram juntas que Henrique merecia uma família, fazendo então a maior das barracas da vida de Emmanuella, registrar a criança junto com Regina, à tornando sua mãe legalmente, e Coraline sua... "sua avó".

Muitas coisas aconteceram desde a ameaça de Coraline, Emmanuella jamais perderia seu filho para aquela megera, metida a nariz empinado. Após acabar de fumar seu cigarro, Emma fez algo que não fazia a alguns meses, a loira entrou dentro de casa, no seu quartinho que chamava de escritório, abriu seu guarda-roupa onde guardava todo tipo se tralha, tirando um de seus pertences mais preciosos, a caixinha de lembranças. Algumas  pessoas colecionam livros, outras moedas antigas, já Emmanuella colecionava algo melhor, colecionava lembranças. Dentro daquela caixa grande de madeira envernizada que mais parecia um baú, estavam todas as coisas que a pertenciam, desde cartinhas de amores escolares, a pequenas caixas e papéis de presentes que havia ganhado que pessoas que prezava. No meio disso tudo estava alguns cadernos, um tanto surrados pelo tempo, aqueles eram os diários da mulher, adolescente, menina, sua vida estava em todas as folhas esquecidas de papel. Emma respirou fundo, sentando no chão com as pernas cruzadas, soprou o caderno empoeirado, revelando as estrelinhas em uma tela roxa púrpura. O abriu com delicadeza as páginas, como se ali estivesse fragmentos de sua alma, e começou a ler, palavra por palavra daquele ano relatado... E que ano, um dos anos mais difíceis de Emmanuella Nolan, isso incluía sem sombra de duvida Regina Alice Mills.

 

Dia 3 / 3

 

Hoje conheci um cara. Ele é bonito, mais alto que eu e o cheiro dele é espetacular, ele é mais velho que eu, é meu professor de gramática, 24 anos, solteiro, posso dizer que é um cara cheio de surpresas...

Eu sei que não deveria estar olhando para ele, até mesmo Regina disse para mim tirar isso da cabeça, mas ele é tão gostoso, que não consigo pensar em alguém da minha idade mais, ele realmente roubou meu foco.

 

Dia 7 / 3

 

Acho que Regina está com ciúmes de Graham.

Acho que ela também gosta dele, acho que ele gosta dela também, não quero magoar minha amiga, isso é tão difícil...

 

Dia 27 / 3

 

Hoje eu o beijei. Ele tem lábios tão macios, sua mão pesada\ apertando meu corpo me deixa louca, mas mesmo com tudo isso acontecendo me sinto um pouco culpada.

Alice está mudando muito comigo ultimamente, acho que eu a magoei com isso, entre tanto foi ela mesma que disse que não gostava dele, não intendo, por quê? Por que ela esta agindo assim?

 

Dia 1 / 5

 

Hoje fiz uma descoberta, Regina é lésbica... Ela está com ciúmes de mim. Ela contou para Graham e ele me contou, só não entendo por que ela não havia me contado isso, somos amigas não? Acho melhor eu me afastar.

 

Dia 19 / 5

 

Regina Alice está mudada, fria, distante, amarga comigo, mas está como uma flor aberta para o resto da sala, como ela sendo tão tímida ficou assim, não me defende mais, fala mal de mim... Sinto falta dela.

 

Dia 23 /5

 

Acho que estou gostando de duas pessoas ao mesmo tempo

 

Dia 20 / 7

 

Eu estou grávida!  Estou apavorada

 

Dia 1 / 9

 

Eu contei para ele a uma semana atrás, soube hoje que ele não nos daria mais aula. Regina voltou a falar comigo, pelo menos ela eu não perdi.

 

12 / 2

Regina e eu decidimos que Henrique, será registrado no nome dela. Ela será mais que só uma madrinha. Será a mãe também.

 

§

Emma estava com os olhos marejados, lembrar-se de tudo ainda era dolorido, mas era sua história, superar era a única opção.

Fechou o caderno de uma vez, fazendo um barulho alto, percebeu que se lembrar dos traumas que se passaram já estava mais que bom para aquele dia. Com o nariz escorrendo, deu uma fungada, levou as costas das mãos até seu rosto e tratou de enxugar as lagrimas que fugiam de seus olhos já avermelhados, sem permissão. - Limpou as gotas de lembrança que saiam de sua alma e que corriam para o lado de fora evidenciando sua dor nostálgica.

Concentrada em seu eu, na sua dor, não percebe a presença do filho, até que ouviu aquela vozinha tão familiar. Henrique estava na porta do cômodo, esfregando o olho e bocejando, era notório seu cansaço. Com seu pijama azul escuro recheado de estrelas amarelas, o menino deu um paço à frente, um bocejo acabou escapando de seus lábios mais uma vez, de um jeito tão fofo, que Emmanuella se perguntou; como seria ter levado adiante sua família com Regina Alice? Se não houvesse a interferência de outro alguém em seu núcleo familiar recém-formado, será que seriam felizes? Será que Henrique teria duas mães corujas, talvez o garoto gostasse de ter uma família de três. Era uma pena tudo ter acabado tão rápido.

-Henry, o que faz fora da cama a essa hora?

Emma questionou com um sorriso, de braços abertos ainda sentados no chão.

- Tive um pesadelo, todos morriam por causa de uma invasão alienígena.

Emma segurou a vontade de rir, fazendo seu papel de mãe, consolando o garoto.

§

Regina estava em seu quarto, deitada na sua enorme cama King, enquanto pensava ansiosamente em como seria o tal festival que teria no dia sucessor a este. Particularmente pensar em sair para uma festa com uma DJ até que famosa, porém desconhecida por ela pessoalmente até este dia, lhe revirava o estômago, o nervosismo realmente tomou conta de seu ser, fazia anos que só ficava em casa recusando todo e qualquer convite para bailes, ela não tinha a mínima vontade de interagir com outros seres humanos.

Começou a se sentir culpada, por desejar apenas estar dormindo o fim de semana inteiro.

- Regina Alice, não é hora de ser bicho do mato, ela é uma ótima companhia, não é uma opção dar o bolo em Alcina.

Repreende-se com sussurros audíveis apenas para ela.

§

Sexta-feira  chegou...

Regina foi até o seu closet, após um banho quente, pegou seu vestido favorito, justo, porem não colado no corpo de forma vulgar, a cor do mesmo era preto e lingerie. Ela sorriu suas mãos tocavam o tecido, sentindo macieis do algodão. Foi até seu quarto, frente ao espelho que era um pouco maior que sua estatura, se despiu e encarou por alguns instantes seu corpo nu, colocou as passas intimas, se encarou mais uma vez com um sorriso, a tempos não escolia a dedo um conjunto de roupa intima.

O vestido marcou sutilmente suas curvas bem desenhadas. Com um decote discreto look traspassava sensualidade misturada com poder. Sorrio de canto, satisfeita, enquanto olhava para sua própria beleza se sentindo o máximo.

Suas mãos passeavam por suas curvas, apreciando com satisfação seu reflexo no espelho. Era ela, seu corpo, sua essência.

Ela podia se acostumar com isso. Se sentir poderosa dona de si mesma, entre tanto, sabia que toda essa animação passaria, assim que se depressão viesse com tudo para derruba-la, trazendo tona mais uma vez suas inseguranças e medos.

Houve um motivo maior em tempos passados, para Regina desistir de ter vida social, para não mais a festa alguma.

Toda vez que ela ia se divertir, em algum momento da saída ela se sentia culpada, seu coração doía, as lágrimas corriam, era triste, era vazio, ela não entendia o que estava fazendo ali, de repente as coisas simplesmente não faziam mais sentido.

Porém dessa vez ninguém poderia parar-lhe, ela iria se divertir com sua nova amiga, se divertir com Alcina.

Alcina Dimetrescu uma mulher tão linda capaz de tirar o fôlego de todos até mesmo dela, mas não há  almejava, ou assim pressupunha, ela queria como uma confidente, uma amiga, uma boa amiga.

Alcina chegou exatamente na hora marcada. A morena alta sempre foi muito pontual, nunca gostou deixar as pessoas esperando, até porque entendia que se não quisesse ficar plantada, o mínimo que deveria fazer era o que ela desejava para si mesmo, e neste caso em especifico era pontualidade. Onze horas em ponto, a morena estava ali em seu carro prata, buzinando em frente a casa de sua nova conhecida Regina Alice.

Ela estava entusiasmada para levar a mulher do seu “amigo”, para curtir. Curtir a noite, curtir a vida, ser livre de algemas e amarras, iria ser à noite das garotas, à noite onde Alcina proporcionaria a Regina Alice um momento normal, divertido e descontraído.

Alcina estava já fantasiada pronta para o seu show, é claro que ela seria a última da noite. Afinal era a atração principal. Seu chapéu estava no banco traseiro. Seu vestido estava bem apertado em suas curvas, fazendo os seios quase saltarem, suas luvas pretas de couro davam tom de soberania para a romena.

Ela apertou a buzina uma, duas, três vezes, para chamar atenção de Regina que desceu correndo sua escada pronta para uma festa de arromba.

Robin que estava na sala assistindo o aparelho Tele Visão, não assimilou muito bem, o que estava acontecendo. Olhou para Regina de cima à baixo, notando toda a produção, da até então, reservada e caseira professora de fundamental. Seus olhos claros encaravam o corpo esbelto no vestido preto e sensual de algodão, seu salto alto Prada e a maquiagem impecável, começou se questionar da fidelidade da mais nova... – Como se pudesse exigir algo.

Perguntava-se em pensamento possessivos, aonde sua mulher e iria com aquele batom vermelho, na qual tão chamativo em seus lábios acentuados e se beijaria naquela noite.

É claro que ele não tinha direito de sentir ciúmes, ou questionar aonde sua mulher iria, afinal ele a traia com todas que podia, pois era galanteador, ia para aonde queria, usava e abusava das substancias que tinha vontade, já sua mulher era esperado que ficasse em casa e nunca questionar a conduta do marido sendo boa ou ruim, afinal a vida era dele, foi neste momento o homem percebeu que talvez, estivesse sentindo ciúmes.

Não tinha direito nenhum de nutrir tal sentimento, sendo que ele em certas ocasiões havia sido muito, mais muito ruim, com sua esposa, mesmo sabendo que certas coisas a machucavam de maneiras inimagináveis, ele não pensava duas vezes, em trai-la, em deixa-la sozinha em momentos de crise para curtir com os amigos, beber todas e usar drogas, mesmo que ela ficasse chorando e ameaçando acabar com a própria vida, enquanto pensava em seu filho que foi levado pela outra mãe, e o mais novo que morreu antes mesmo de nascer, por conta de um aborto espontâneo.

Pensando nos filhos que jamais poderia ter, por seu útero ser tão fraco e incapaz de sustentar uma gestação. Era triste pensar que a pessoa que deveria estar do seu lado cuidando doa, não estava nem aí para o seu bem-estar, na verdade estava só se importando consigo mesmo, isso tudo atormentava o coração de Regina, mas aos poucos ela aprendeu que não precisava de ninguém para viver. Ela podia viver por si mesma, ser feliz da maneira dela, sem que ninguém pudesse criticá-la.

Porém sua mãe era exceção.

Ela poderia criticá-la, poderia fazer de sua vida um inferno.  Afinal era sua mãe, não podia ir contra sua própria mãe. Podia?

Coraline queria seu bem, não é mesmo?

Ora, ela nunca faria mal para sua própria filha, pelo menos era isso que Regina Alice pensava.

Ela passou por Robin, que fingiu que não ouvir o barulho dos seus altos ecoando pela casa.

Aquilo a fazia sorrir.

Ela estava saindo depois de meses, estava se sentindo bem. Começou a se questionar do porque a tarde ela estava pensando sinceramente em não ir.

Ela olhou para o relógio em seu pulso – ele era prata, com ponteiros delicados e com números romanos, tão sofisticados quanto o resto da passa que custava no mínimo quatro mil dólares.

Constatou sorrindo que estava acontecendo. – Ela iria sair.

Pegou as chaves reservas da casa para ter certeza que não ficaria para fora quando chegasse.

Regina encarava a chave na porta logo em seguida a de sua mão, com sorriso abobalhado, levaria a chave da porta da frente pela primeira vez ela estava se sentindo livre, única. Ela poderia se divertir sozinha, ou melhor, com amigos.

Finalmente ela estava sendo alguém individual, alguém dela,  para ela e isso ninguém poderia tirar de Regina Alice.

A buzina tocou uma, duas, três, vezes fazendo os olhos castanhos escuros brilharem ao se da conta de sua euforia, apos fechar a porta atrás de seu corpo de parecia quase gelatina. Com sorriso de orelha a orelha ela vai de encontro a Alcina, senta no banco do passageiro, e beija os rostos da mais velha que cora automaticamente pelo toque não esperado. Regina sorri de canto percebendo a reação da mulher com vergonha.

- Ponta para se divertir? – disse Dimitrescu dando partida no carro, sem ao menos olha-la, com medo que Regina reparasse em seu nervosismo desnecessário.

- Você não imagina o quanto.

§

Emmanuella deixou seu filho na casa da avó do garoto, barbara adorava aquele moleque bagunceiro.

Era por volta das 7 horas da noite, quando Emma se despede de seus pais e filhos, voltando para seu adorado apartamento, que por hora estava confortavelmente vazio.

Arrumou-se, colocando a melhor roupa a seu ver, um conjunto social, de calca e blusa preta, deixou alguns botões da blusa aberta para expor um decote generoso, passou batom vermelho nos lábios e colocou cílios postiços, penteou seus fios de cabelo cor de ouro, o amarrando em um coque rebelde, botou um salto bege que a deixando com 1 metro e 75. - 10 cm mais alta.

Ela estava pronta, esperava por Rosália, sua nova namorada já fazia um mês. 

Ambas já combinavam ir a sememas, para comemorar o primeiro mês de namoro no festival Selection. 

Esperando por sua acompanhante sentada na cama, se perguntava por que Regina retornou a sua vida, mas é claro que era tudo por conta da sua amiga que fez a colocar seu filho no meio do ano na Escola da sua ex-namorada... ( mas no cartório diz, ex esposa) ...

Giovanna fez por vingança uma Vingança boba por sinal.

Ela lembrava os olhos castanhos fitando-a na hora que entrou pela porta da sala.

A sensação de Emmanuella era quase palpável, ela podia sentir como se fosse naquele dia, na sua barriga a vontade de sorrir, equiparado a vontade de sair correndo.

Não foi fácil revelar o medo, a angústia e a indecisão, que dominaram ela.

 Não um único minuto que não misturando todos os sentimentos, deixando tudo muito confuso, porém atrativo.

 Ela não sabia descrever o que sentia, ela não queria descrever o que sentia, até porque escreveram sentimentos já não faziam mas sentido.

‘diário é coisa de criança. ’

A olhos de mar, já estava aborrecida. Era tolice, pelo menos em sua cabeça era tolice. Sua racionalidade dizia; não pense nisso;  mas seu coração. - Ah seu coração. Seu coração era um traidor e Emma sabia disso.

Perdido em seus devaneios, não ouviu quando a porta abriu e a mulher loira de cabelo curtinho, se aproximou por trás.

Pé por pé, a moça foi chegando mais perto e mais perto, até que estava lá, atrás da sua namorada, sorrateiramente já levantou as mãos tocando em seus ombros bruscamente, falando Grande ‘Bu’, assustando a mais velha, que deu um pulinho ao se assustar virando para a loira atrás de si.

- Se você pretende me matar do coração, faça isso de novo, Rosália. - afirmou enquanto tentava se recuperar, seu corpo se mexia quase que involuntário do por conta  do nervosismo.

Com a mão no peito, dando a entender que seu coração estava batendo muito forte o sangue, Rosália somente riu, riu muito da situação que causara automática Emmanuella também riu abraçando sua cintura enquanto olhava os olhos azuis piscina em sua frente.

-Uhum, você está linda. 

-Feliz um mês. – Emma a beija com volúpia.

§

E lá estava Regina, completamente solta pela bêbada e cigarros, que havia consumido em menos de 2 horas.

Dançando loucamente ao som das músicas eletrônicas da festa, Alcina a acompanhar nos passos, - Já que a mesma só tocaria depois das 4 da manhã.

 O suor escorria no rosto de ambas, enquanto os cabelos negros eram jogados de um lado para o outro, esfregando os corpos com um copo de cerveja em mãos, com o cigarro aceso em outra.

Os olhos da menor estavam fechados, enquanto transcendia alucinada, pelas batidas da musica envolvente. Já Dimitrescu a admira, tentando entrar na mesma energia densa e sensual de Regina Alice Mills.

Aquela experiência estava sendo no mínimo entusiasmante para a mulher que a muito tempo não saia para se divertir.

Alice abriu os olhos, fitando diretamente os olhos castanho mel e penetrantes de Alcina, com um sorriso de canto, virou-se de costas, fazendo seus corpos colarem em um encaixe perfeito, esfregou-se no ritmo da música ao corpo da maior.

 

“Acima dos antigos vulcões
Au dessus des vieux volcans

Deslize asas sob os tapetes do vento
Glissent des ailes sous les tapis du vent

Viagens, Viagens
Voyage, voyage

Eternamente
Éternellement

Das nuvens aos pântanos
De nuages en marécages

Do vento da Espanha à chuva do equador
De vent d'Espagne en pluie d'équateur

Viagens, Viagens
Voyage, voyage

Voe para as alturas
Vole dans les hauteurs”

Alice sabia que Emmanuella estava ali, já tinha visto ela desde o momento em que chegou, e mesmo não gostando de joguinhos, não conseguia raciocinar com o tanto de álcool em sua mente alterando totalmente sua percepção pessoal de ridículo.

 A mulher atrás de seu corpo se sentiu tentada a por a mão em sua cintura, tentando há aproximar um pouco mais, mesmo sabendo o real motivo de tudo aquilo, afinal percebeu que vez ou outra a morena encarava certa loira a direita delas, que um tanto afastada.

Acima das capitais
Au dessus des capitales

Ideias Fatais
Des idées fatales

olhe para o oceano
Regardent l'océan

Viagens, Viagens
Voyage, voyage

Além da noite e do dia (viagem, viagem)
Plus loin que la nuit et le jour (voyage, voyage)

Viagens, Viagens)
Voyage (voyage)

No espaço inacreditável do amor
Dans l'espace inouï de l'amour

(Desireless – Voyage, Voyage)

 

Alcina também já estava mais pra lá que para cá, queria aproveitar a noite, e era exatamente isso que estava fazendo, se inclinou um pouco para depositar um beijo no pescoço de sua acompanhante, que ao sentir os lábios em sua pele segurou o pescoço a DJ para ficar um pouco mais de tempo naquela região. Emma viu tudo, seu semblante que já não estava dos melhores, agora refletia uma raiva descomunal e sua acompanhante percebeu isso, pegou Emmanuella pelo braço e a arrastou para o banheiro, com uma irritação que não costuma sentir no dia a dia. Eram ciúmes.

- Por que você não para de olhar para aquelas mulheres? Você veio comigo! E está me faltando com respeito.

- Não sei do que está falando. – Emma estava seria, dissimulado mesmo com a irritação estampada em sua cara

- Ah não sabe? Você está olhando para aquele casal, com cara de quem queria apertar o pescoço de alguém. Emmanuella se é pra ficar assim, deste jeito, então devemos acabar logo nosso relacionamento, que já não estava muito bom por sinal, você claramente ainda não superou sua ex. - Ameaçou, tentando trazer Emma para a realidade.

- Tudo bem. - Foi seca e insensível em suas palavras. 

- Tudo bem? Você está de brincadeira comigo não é, Emmanuella Nolan?

- Não. Estou cansada da sua histeria Rosália, seus ciúmes me sufocam e já não é de hoje. Se estiver tão ruim para você é melhor acabarmos por aqui.

- Ok

- Ok. - E foi assim que Emmanuella levou um senhor tapa na cara, que a deixou sem reação enquanto sua atual ex-namorada voltava para pista.

§

As horas se passaram e Emmanuella não conseguia mais se divertir, se é que em algum momento conseguiu aquela noite.

Sentada numa das poucas mesas que tinha ali, virava sua cerveja com o olhar fixo em Regina e sua acompanhante - Que por algum motivo parecia familiar.

Desviando poucas vezes o olhar para Rosália, viu que se esfregava em uma mulher que tinha acabado de conhecer. Isso fez Emma revirar os olhos, se perguntando seriamente como conseguiu ficar naquele relacionamento tóxico por tanto tempo.

 Assim que deu 03h 55min da manhã, a loira viu a mais alta selar seus lábios no da sua Regina Alice e se afastar, foi aí que ela percebeu que  a mulher era ninguém mais, ninguém menos do que a DJ mais famosa do seu país, tendo certeza quando a "altona" colocou o seu icônico chapéu e tomou o lugar da outra DJ que estava na mesa de som. 

"Como assim? Regina tá ficando com ela?"

 

A DJ começou a tocar

 

O melhor tinha ficado para o final. Todas estavam eufóricas a DJ mais esperada finalmente iria tocar. Porém o desejo de Emmanuella de ouvir música foi anulado pela situação.

Aquela música em especial, estava fazendo a veia da sua testa saltar pela raiva, ela via como a mulher focava seu olhar em uma pessoa especifica da plateia.  

Emma sai de onde estava, tentando não ir até sua ex tirar satisfações, como se tivesse direito a algo.

Comprou mais uma cerveja, pega seu maço de cigarros, vendo que só tinha um solitário ali, era tudo que ela precisava. Pega seu pequeno isqueiro roxo, acende o mesmo, o pondo entre os lábios, enquanto pagava o rapaz, enquanto esperava ele abrir a garrafa.

A loira se sentiu relaxada depois de duas tragadas em seu cigarro mentolado. Aos poucos foi se aproximando da morena, que estava no meio da pista, já sem copo ou cigarro na mão.

Emma ficou a observando por trás, de certa forma estava se divertindo com sua ex mergulhando na musica enquanto seu corpo reagia às batidas.

Os olhos verdes perseveram uma interação estranha acontecendo ali, a moça que estava chegando perto demais de Regina, não passando confiança para a loira. Até que ela tem certeza de suas suspeitas.

Quando Regina não estava olhando, a moça coloca MDMA dentro de seu próprio copo de bebida, oferecendo logo em seguida para a morena, que nem se quer teve o raciocínio lógico, de que talvez a bebida pudesse estar batizada. Mas afinal quem fazia isso era homens e está era uma festa só para mulheres...

Regina pega o copo sorridente, estava prestes a beber, mas Emma agiu rápido, foi ate a mais velha, abraçando sua cintura, com uma intimidade que não tinha.

- Amor, onde você estava?

Deu um selinho repentino, a morena mal conseguiu assimilar, pela quantidade de álcool que estava em seu sangue.

- Toma, trouxe sua cerveja.

A loira da na mão de Regina, que a olhava confusa. Emmanuella tira o copo da mão da mais nova e devolve para a outra mulher.

- Acredito que seja seu.

A estranha o pegou de volta e evaporou, certamente ficou assustada.

- Tu bateste com a cabeça, Regina? Que porra, quase trinta anos e ainda não aprendeu que não se aceita bebidas de estranhos? Aquela mulher quase te drogou sabia. - Falou Emma enquanto estiolava com o cigarro na mão, com o semblante irritadiço.

- Eu... Ei, eu não preciso da sua ajuda

- Não é o que esta parecido, vem vou te levar para casa

-Nem fodendo, Emmanuella Nolan, nem fodendo.

Emma estava prestes a arrastar Regina para casa, quando seu celular tocou.

-Alô, mamãe?  O que aconteceu com Henry. – atende seu celular cinza, ultima geração, deixando a outra um pouco de escanteio, voltando completamente sua atenção ao menino.

Ao ouvir o apelido tão conhecido, Regina deu adeus aos sintomas da bebedeira, naquele momento sua preocupação de mãe foi maior. Focou sua atenção na loira, tentando pegar no ar informações do que teria acontecido, ao seu amado menino.

-Ok. Estou indo. – A morena a olha, com aquele olhar tão conhecido de pergunta. Emmanuella nem ao menos deixou a professora proferir uma só palavra, já se pondo a responder instantaneamente. – O tempo pode ter passado, mas esse pequeno detalhe, fez a mais velha perceber que inda intendia a mulher a sua frente como a palma da mão.

- Henry passou mal, mamãe disse que deve ser algo que comeu, eu particularmente acho que foi isso mesmo. Mas você sabe como e minha mãe, então eu tenho que ir, se cuida. – Alice torceu o nariz ao ouvir aquela palavra tão pequena, ser pronunciada pelos lábios de sua ex.

Regina odiava Barbara com todas suas forças.

Mesmo com aquele gosto ruim na boca por conta de seu passado infame, ela decidiu ignorar esse detalhe que sempre a alfinetava. Pois seu pequeno filho sempre seria a prioridade.

- Não. – a morena segura o pulso de Emma, parando os passos da mesma no meio do caminho.

- Eu também irei. Alcina intendera com certeza.

“Alcina” essa foi à palavra que ecoou na mente da escritora, que se perguntava quando foi que as duas ficaram intimas, qual era o nível de intimidado... Ela achou melhor parar de pensar, caso contrario, acabaria vomitando o almoço.

- Tem certeza?

- Ele é meu filho também. –Foi incisiva, Emma na fez além de concordar com a cabeça.

Ambas foram até moto da mais velha, Regina encarou a situação ultrajada por tamanha irresponsabilidade a outra mãe de seu filho.

- Bateu com a Cabeça? Eu não subirei, muito menos você, estavas bebendo ate agora, então é sem chances de subir na moto!

- Eu não bebi tanto assim, ao contrario de você gosto de permanecer sóbria. Acha que consegue ir na garupa, ou prefere que eu chame um táxi? – falou enquanto ja colocava seu capacete, e estenda o outro para a mulher que lhe encarava com um bico de negação na boca.

Emma sabia como a sua ex funcionava, sabia que a mais nova pegaria era obvio em sua cabeça. E assim foi, pegou o capacete mesmo a contra gosto, e subiu agarrando firme na cintura de Emmanuella, que não conseguiu evitar o pequeno sorriso enquanto olhava para frente, onde Regina não o poderia ver.

Alguns minutos e ambas já estavam naquela casa tao conhecidas, cheia de lembranças, mistas lembranças.

Regina Alice engoliu em ceco dando o primeiro passo a frente, parando estática logo em seguida.

- Está tudo bem. – sentiu o toque gelado da mão da loira, assim que a mesma pegou na sua mão. As duas ainda encaravam a casa

- Não somos, mas adolescentes, não estamos mais a mercê deles. Não precisa ter medo. – Desta vez olha para a morena, que também encara a loira.

– Desta vez vou ficar com você.

Aquelas simples palavras fizeram a garganta da mais jovem secar, mas deu a confiança da qual ela precisava para enfrentar um dos seus maiores traumas. “A Casa”.

Ambas entram, Emma pede para Regina espera-la na sala, ela iria pegar um remédio para dar um alivio na bebedeira de Regina. A loira volta com o remédio em uma mão e o copo de suco em outra. A morena sorri ao sentir o sabor de seu suco favorito. Suco de laranja natural, aquele sabor com certeza era o sabor de sua infância.

Depois de uns minutos com Emma já tendo avisado seus pais da ilustre presença da mãe de seu filho, Regina entra no quarto do garoto, com um pequeno sorriso. O menino emocionado a abraça forte, enquanto sente um carinho confortável em sua cabeça.

Esse gesto desativou uma memoria na outra mãe do garoto, que se lembrou de quando ainda eram uma família, Regina sempre acariciava os fios castanhos do menino, para ele se acalmar, sempre dava certo. Desta vez não foi diferente. Quando Emmanuella se deu conta ambos, já haviam dormido. Emma resolveu dormir também, abraçou-se a seu filho, assim como a morena e em algum momento da noite suas mãos entrelaçaram os dedos, como sempre faziam antes de tudo acontecer.  

§

Depois deste episodio em “família”. Emma combinou com Regina de deixar o garoto sair no fim de semana com ela. Para Emmanuella ainda tudo era novidade quando o quesito era guarda compartilhada, mas sabia que era o certo a se fazer...

 

-Henry, nem pense por os pés na água. - Regina em um tanto dura fala, ao perceber seu filho observar a poça de água e lama.

O garoto muito travesso soltou a mão direita de sua mãe mais velha e correu entre os pingos de chuva, deixando Regina Alice para trás com seu guarda-chuva preto.

Henrique pulou, se encharcou e alguns respingos caíram na morena, que deu um grito de surpresa e nojo contidos, a água estava tão perto do latão de lixo, que só de pensar dava náuseas.

-Henrique! - Exclamou sua mãe em voz alta, fazendo o pequeno garotinho de cabelos castanho mel, olhar para sua mãe a muito perdida, com a feição mais linda e serena de desculpas. Regina nunca havia visto tamanha doçura, no olhar de uma criança.

'Então é assim que se sente quando se é mãe?'.

Regina pensou, em quanto seu coração trasbordava de um estranho amor. Um amor que ela sabia ser diferente só como mãe ela poderia sentir isso por uma criança.

“Os olhos verdes do garoto, com certeza são de Emma.”

 A morena refletia, enquanto Henrique pisava em todas as poças d’água possíveis.

'Como até hoje consegui viver longe de meu filhinho? Como deixei ser convencida por Cora e Luiz? Como eu não percebi que Emmanuella planejava me abandonar, como ela pode me enganar deste jeito, era para termos ido embora juntas, era nossa fuga para uma vida melhor, longe de nossos pais... '

Pensava ela, como das incontáveis e dolorosas vezes.

Como sua mãe pode priva-la de tantas coisas boas, ela se sentia traída. Sendo assim ali, numa tarde chuvosa, foi que a mulher fez uma promessa em meio as gotas d’água.

 ‘Eu nunca serei como meus pais!’. 

Falou baixinho, para somente e a ouvir, e os céus confirmaram com uma bela trovoada. Regina sorri logo em seguida.

Ela tinha certeza que não seria assim, para o seu pequeno herdeiro, seu única filho, mesmo não tendo material genético da mesma no sangue, na sua certidão de nascimento, constava o nome dela como a segunda mãe do garoto. Ela poderia lembrar como se fosse ontem a ida de ambas ao cartório com o garoto em seus braços e um lindo sorriso nos lábios da sua ressente esposa.

“- Henrique Mills Nolan”

Ela ainda podia se lembrar de Emma repetindo o nome do menino para amoca que a olhava com um olhar terno, com uma felicidade genuína.

§

 

Estendeu mão para seu filho, feliz.

Feliz com o conforto que seu menino transmitia pelo olhar, naquele dia com o céu cinza.

Enquanto as folhas da árvore dançavam como o vento, ele segura a mão da maior entre risos e cuidados para não suja-la  – Ele ainda estava entro de uma possa. - Já que Regina Alice não tinha a menor vontade de se molhar.

Saindo da possa, eles caminharam pelo parque com suas capas de tecido resistente a água de cor preta, as pessoas passavam por eles, com suas capas e guarda-chuva na mão.

Henrique não conseguia esconder o sorriso por estar passado o dia com sua outra mãe, finalmente esse era o final de semana que ele tanto sonhava ao longo de sua vida.

Regina essa tarde levaria o garoto a uma cafeteria, que particularmente era sua preferida ela adorava o Macchiato dali. O estabelecimento ficava perto da casa da outra mãe de Henry, deixando Regina ate um pouco surpresa ao saber deste pequeno detalhe.

A mais velha quando se deu conta mais sedo em meio a uma conversa amigável frisou que a melhor bebida do estabelecimento era Capuccino, ficando assim como nos velhos tempos em um debate bobo sobre qual bebida era a melhor. O garoto não ficou de fora, dizendo que as duas estavam equivocadas! e que na verdade a melhor bebida era o Toddynho!

Todos gargalharam depois disso.

E foi por isso que Regina deu preferencia a uma caminhada até o local, era perto e tinha plena consciência que uma caminhada renderia mais emoções do que ir em seu carro. Mesmo com algumas gotas chuva, ir andando entre os pingos, com certeza rendeu uma experiência maravilhosa para a professora primaria. Tal experiência nunca esqueceria, iria guardar com carinho e afeto em seu coração.

Ela se sentia nas nuvens, vendo meu filho segurando sua mão, enquanto falava como era bonito ver as folhas amarelas e vermelhas caindo por causa do forte vento de outono.

- Da próxima vez podemos trazer a mãe Emma. – Disse o garoto naturalmente.

Às vezes a morena se espantava com a facilidade na qual ele a chamava de mãe. Mas sendo sincera consigo mesma, ela adorava ser chamada de mãe pelo menino.   


Notas Finais


chegou até aqui?

então deixarei um bônus.

Na parte em que elas dão a mão no meio da noite, quando elas acordas elas ficam com tanta vergonha, que Regina chega a cair da cama quando solta a mão bruscamente.


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