– Papai...
– Hm...
– Papaaaiii...
– O que foi, Scorpius?
– Me dê atenção, papai...
– Meu filho, papai está terminando um relatório muito complicado. Espere só mais um pouquinho...
O menino loiro resmungou alguma coisa que seu pai nem escutou e saiu da sala.
Draco respirou aliviado e prosseguiu analisando o documento.
Vinte e cinco minutos depois, o garotinho volta, puxando seu irmão mais velho, Albus Severus, pela mão.
– Scorp, papai está trabalhando, vamos deixá-lo em paz...
– Ele disse para eu esperar mais um pouquinho, e um pouquinho já passou a muuuuito tempo...
– E desde quando você tem noção de tempo, garotinho?
– Não me chame de garotinho, eu já tenho quatro anos e até sei escrever meu nome todo...
Os dois chegaram perto da porta da sala em que Draco trabalhava e olharam para dentro.
Seu pai estava na mesma posição de antes, sentado com vários papeis espalhados pela mesa a sua frente, o olhar concentrado no que tinha a mão e uma pena na outra, pronta para fazer qualquer alteração que achasse necessária.
Ele estava tão entretido em seu trabalho que não viu os dois meninos se aproximarem e pararem bem as suas costas.
Quando deitou a folha sobre a mesa e ia escrever algo nela, Scorpius tossiu atrás de si, o fazendo dar um pulo e rabiscar o pergaminho.
– Mas o que...
Os olhos de Albus se arregalaram e ele tentou sair correndo dali, no entanto, seu irmão o segurou forte pelo braço, enterrando os dedinhos ali. Com certeza deixaria marcas em sua pele.
– Pa–papai! – o garoto loiro também se assustou.
– O que eu falei com você, Scorp? Estou trabalhando em algo muito sério e você está de novo me importunando. – voltou seus olhos para o mais velho e brigou com ele também. – E você, Albus? Como o mais velho esperava mais responsabilidade, por que não impediu seu irmão de entrar aqui.
O moreninho, que tinha seis anos, ficou com as bochechas vermelhas na hora e seus olhos marejaram. – Sin–sinto muito pa–pai... – o garotinho abaixou a cabeça e seu pai pode ver uma lágrima pingar no chão.
“Mas que droga!” Draco logo se arrependeu de ter sido tão grosseiro com os meninos, principalmente com o mais velho, que era a responsabilidade em pessoa.
Ele suspirou alto e levantou–se, seguindo em direção aos dois.
Scorpius olhava de um para o outro, ainda assustado. Havia largado o braço do irmão, porém estava agarrado em sua mão direita.
Draco ajoelhou–se ao lado dos meninos. Passou a mão na cabeça do mais novo, que parecia um pouco menos abalado, fazendo carinho nele e dando um pequeno sorriso.
O garotinho pareceu acalmar–se mais um pouco e soltou a mão do irmão.
– Vá se sentar no sofá, Scorp. – o menino obedeceu prontamente, deixando o mais velho sozinho com o pai. – Albus... – ele o chamou, mas o garoto pareceu encolher–se um pouco. – Meu filho, olhe para mim... – levou o dedo indicador ao queixo do garoto e sentiu que estava molhado, um aperto em seu coração o fez suspirar novamente. Havia sido muito rígido com os meninos.
Draco então puxou seu filho para um abraço apertado, deitando sua cabecinha em seu peito. – Perdoe o papai, querido. – fazia carinho em sua cabeça. – Eu não queria gritar com vocês.
O menino não se segurou mais e chorou ainda mais, soluçando nos braços do pai. Após alguns minutos assim, ambos vertendo lágrimas sentidas, Draco afastou um pouco o filho e olhou em seu rosto.
– Me desculpe, realmente sinto muito.
– E–eu não tive culpa, Scorp me arrastou para cá... – ele falava baixinho, entre fungadas e soluços. – Eu di–disse que você estava ocupado, mas ele... ele... – e nova onda de lágrimas banhou o rostinho redondo do garotinho.
– Tudo bem, tudo bem. – Draco o pegou no colo e o levou para o sofá, onde o irmão estava sentado, bem quietinho, apenas observando a cena. Sentou–se ao lado deste, com o mais velho ainda no colo. – Vem cá no colo do papai também. – e os dois se aconchegaram no colo de Draco, escondendo os rostinhos em seu ombro. Aos poucos, Albus foi se acalmando e ficou quietinho. Draco o afastou um pouco e viu que ele havia pegado no sono. Olhou para o loirinho e sacudiu a cabeça, pedindo que se levantasse. Quando ele o fez, Draco se levantou e levou o mais velho para o outro sofá o depositando ali com todo cuidado para que não acordasse.
Ele então virou–se e encarou Scorp, dando–lhe um sorriso e o chamando.
O garotinho sorriu em retribuição e correu para os braços do pai, se aconchegando ali. – Me desculpe ter te atrapalhado papai!
– Ah meu filho, tudo bem! – ele sentou–se ali mesmo, encostou–se no sofá e acolheu seu garotinho no colo. – Está com sono também? – ele olhou o relógio e viu que eram 13:00 e talvez os dois quisessem tirar um cochilo a tarde.
– Não papai, não estou com sono. – ele espichou os olhos para o irmão ressonando no sofá. – E nem Alb estava, é que quando ele chora fica muito cansado e sempre dorme. – ele falou baixinho, como se aquilo fosse um segredo que não deveria estar revelando.
Draco franziu as sobrancelhas com a novidade e olhou para o filho mais velho, uma sombra de preocupação passou pelos olhos acinzentados do homem. – Sério? E ele tem chorado muito, ultimamente?
– Claro que não papai! – o garoto respondeu como se aquilo fosse a coisa mais óbvia. – Somos grandes já, não ficamos chorando a toa.
– Oh, claro, como sou tonto mesmo! – Draco manteve uma expressão de arrependimento no rosto, mas internamente estava rindo da reação de seu pequeno. – Vocês dois são os homenzinhos do papai.
Scorp estava com o rosto sério e revirou os olhos diante da declaração do pai. – Não somos homens, papai. Somos meninos, homem aqui é você e o papi.
Draco bem que tentou, mas não conseguiu segurar o riso. – Certo, meu filho, você está coberto de razão.
Então ele se levantou e segurou a mão de Scorp, encaminhando–se novamente para o mesmo sofá, ambos sentaram–se, frente a frente, e seu filho adquiriu o ar sério de antes.
Draco percebeu que o garoto tinha algo a dizer então esperou que ele falasse.
– Papai, que dia é hoje?
– Hoje é segunda–feira, meu filho.
– Não, papai... – a voz saiu já impaciente. – Quero saber o número do dia?
– Ah... – Draco reprimiu um sorriso, achando extremamente fofo o olhar indignado da criança. – Hoje é dia 27 de julho, meu filho.
– Que dia é o aniversário do papi, mesmo?
– O aniversário de seu papi é dia 31 de ju... – Draco deu um salto do sofá, levando as duas mãos à cabeça. – Merlin bendito! – ele começou a andar pela sala. – Harry faz aniversário... – ele contou nos dedos, arregalando os olhos e fixando–os no filho. – ... daqui a quatro dias.
– É papai, estamos numa enrascada mesmo...
Ouviram Albus ressonar e mexer–se no sofá, balbuciando alguma coisa inaudível. Os dois olharam para o garoto, que até então estava inocentemente adormecido.
– Meu filho, temos que pensar no que vamos fazer para o aniversário de seu papi.
– Eles irá fazer quantos anos, papai?
Mais uma vez Draco pôs–se a pensar. – Humm, Harry fará 35 anos, querido.
O garoto coçou a cabeça, a cabecinha parecia fervilhar de pensamentos. – O papi merece ganhar um presente muito especial, afinal de contas, ele é o melhor papi do mundo.
Draco sorriu com as palavras do filho. – Sim, e ele também é o melhor marido do mundo.
Scorp pulou do sofá, correndo para o pai e segurando suas mãos. – Então, vamos tratar dos preparativos para fazer desse aniversário o melhor que o papi já teve.
– Sim, vamos, meu amor. – Draco abaixou–se e abraçou seu filho, deixando que o sorriso de ambos se alargasse.
Ele pegou Albus no colo e deu a mão para Scorp, os três foram em direção ao quarto do mais velho, o depositando na cama. Dirigiram–se para o quarto de Scorp e Draco o fez deitar–se também. – Agora o senhor vai tirar um cochilo também porque com a cabecinha descansada poderemos pensar no que vamos fazer para o aniversário do papi. Certo? – e ele bagunçou os cabelos loiros do garoto.
– Tá bom, papai... – ele bocejou. – Eu bem que estou cansado mesmo.
Deitou seu pequeno na cama, deu–lhe um beijo e esperou que este fechasse os olhos, logo caindo no sono.
Draco saiu do quarto, fechando a porta atrás de si e lançando um feitiço para avisar quando os garotos acordassem.
Seguiu em direção a cozinha e visualizou o relógio que a senhora Weasley dera aos dois de presente de casamento, há 14 anos. Era praticamente idêntico ao que ela possuía em sua sala, onde em lugar dos números apareciam os membros da família e alguns agregados, como Sirius, Remus, Rony, Hermione, Neville, Luna, Lucius e Narcissa. Ele havia achado estranho quando Harry pedira para incluir nomes de pessoas que não eram precisamente familiares, mas depois até entendeu o marido. Harry amava todas aquelas pessoas, bom, talvez tirando Lucius e Narcissa, mas estes foram adicionados por serem pais de Draco. Ele dissera que estava reservando espaço para os dois filhos que teriam. E Draco se lembrava muito bem da pergunta que fizera. Como você pode saber que teremos filhos, Harry? Somos homens. Seu moreno apenas sorrira e lhe dissera: Eu sei, Draco, porque nosso amor é grande demais e dele brotará duas sementinhas para alegrar completamente nossa vida.
Tudo bem que talvez sem a ajuda de Severus, o desejo de Harry não se realizasse, pois o moreno teve de se submeter a dois anos de ingestão de poções, exames, monitoramento para poder engravidar. Mas tudo dera certo no fim e ele engravidara de Albus. E um ano após o nascimento deste, Harry engravidara novamente de seu caçula.
A família estava completa.
Dobby apareceu com um pof. Desculpou–se nervosamente com seu senhor e disse que viera providenciar o chá para quando seu outro senhor chegasse. Draco logo se deu conta da hora e saiu do local, voltando para seus relatórios inacabados.
Já havia se resolvido em procurar Hermione e pedir opinião do que deveria dar ao seu marido.
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