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História Hard Carry College - Interativa. - Bitter Chocolate


Escrita por: SlytherinNay

Notas do Autor


Anyeonghaseyo \0/
Fiquei animada com as fichas que recebi e usei tal inspiração para apresentar a minha personagem. ^^
Espero que gostem dela tanto quando eu gostei. ^^

Capítulo 2 - Bitter Chocolate


Fanfic / Fanfiction Hard Carry College - Interativa. - Bitter Chocolate

Pêssegos e creme
Mais doce que um doce
Bochechas de chocolate
E asas de chocolate
Mas suas asas são as de um demônio
Antes da sua doçura, há um gosto amargo, amargo.

​-Blood, Sweat & Tears. (BTS)

Yonn Hye Cho encarou os 10 metros de tatame azul marinho e se questionou se deveria mesmo estar ali. Ela não gostava quando começava a duvidar sobre suas decisões. Afastou o pensamento de sua mente se concentrando no vazio. Nunca era bom pensar em outra coisa quando treinava.

Soltou o ar devagar virando-se e efetuando o primeiro mortal, seguido de duas estrelas de outro mortal duplo. Era um sequência simples, mas que ela já havia demorado quatro meses para fazê-la sem incidentes.

Suava quando parou. Tinha feito um bom aquecimento antes de subir no tatame. Seus músculos doíam pelo esforço após três meses de molho. Esticou bem a perna direita para ter certeza de que nenhuma novidade detestável houvesse aparecido. Por sorte não sentiu nem mesmo a fisgada desconfortável de semanas antes.

Ela sorriu de leve. Como era bom estar de volta à ativa.

-Pensei que houvesse parado com a ginástica! -ecoou uma voz grave fazendo Yonn Hye Cho olhar sobre o ombro com os olhos ampliados. Quando reconheceu o cabelo negro de Han Seul Na, seus olhos se estreitaram e ela suspirou indo até a cadeira dobrável com sua mala de ginástica e a toalha branca que pegou para secar o suor.

-Nunca disse que pararia. Disse que não competiria, é diferente. -retrucou enquanto ouvia os passos dos saltos agulha de Han Seul Na se aproximarem. O ginásio era grande e barulho provocava eco que irritava Yonn Hye Cho.

-Viu as notícias?

-É difícil não ver. -retribuiu lançando um olhar irônico em direção à mais velha. -Está em toda e qualquer rede de comunicação. Inclusive a rádio. Não me surpreende que essa seja sua primeira atitude como diretora. -Hyecho pendurou a toalha no pescoço e pôs as mãos na cintura. -Você gosta bastante de atenção.

Han Seul Na suspirou reunindo a paciência que precisava para ignorar a provocação.

-As seis garotas chegam na segunda. Você vai dividir o dormitório com elas. -Hyecho pendurou a mala aberta no ombro esquerdo e assentiu, adquirindo uma postura mais séria.

-Eu não esperava ter aquele lugar enorme só para mim.

-Vocês sete serão as novatas deste ano. Você sabe que aqui não é fácil. Quero que as ajude no que puder, que torne a transição mais simples para elas.

-Sabe que isso é impossível. -disse Hyecho encarando Han Seul Na com indignação. -A ideia de trazer garotas normais foi sua. Elas não aguentarão um mês nesse colégio. Foi uma ideia idiota.

-Você também é normal -contra atacou Han Seul Na. -Mas tenho fé em você.

Hyecho sorriu desdenhosa.

-Não sou normal. Sou sua filha. Tenho 40% de chances de sobreviver aqui dentro à mais que elas.

-É por isso que quero que as ajude. Se vocês tiverem uma à outra não será impossível.

Hyecho desviou o olhar para o chão lustroso, pesando suas opções que não eram favoráveis. Mesmo não querendo admitir, ela também estava em uma situação delicada. Enfrentar sozinha todos aqueles mauricinhos não iria ser fácil, mas ter outras seis garotas a puxando para o fim do poço não era muito melhor.

De qualquer modo ela e as seis garotas acabariam indo para casa antes da formatura. Indo juntas ou separadas não fazia diferença.

Levantando os olhos para os de Han Seul Na, Hyecho tomou outra decisão que ela tinha quase certeza de que se arrependeria.

-Não espere uma fraternidade, mas farei com que sejamos umas pelas outras e tentar assim subir nossas chances de nada para quase nenhuma. -com um breve sorriso forçado Hyecho passou por Han Seul Na rumo à porta do ginásio.

-Quando começará a me chamar de Omma? -indagou Han Seul Na alguns segundos e passos de distância depois. Hyecho não parou para responder.

-Espere sentada.

Ouviu a porta bater atrás de si enquanto entrava no corredor e seguia para o vestiário. Tomou um banho frio rápido para se livrar do suor do treino breve. Queria ter ficado mais tempo, mas não podia se forçar demais e também não suportaria um segundo à mais ficar no mesmo ambiente que Han Seul Na.

Seguiu de toalha até seu armário e bufou enquanto digitava a senha. Quando a porta deslizou para o lado Hyecho encarou a foto da madrasta. Era uma foto antiga de dois anos antes, porém a mais recente que conseguira encontrar antes de ir para o aeroporto.

-”Quando começará a me chamar de Omma?”! -fez uma imitação desafinada da voz de Han Seul Na com uma careta infantil no final. -Aish! Dá para acreditar?

A foto não a respondeu, obviamente. Mas não era o que Hyecho esperava de qualquer modo. Esticou o braço para alcançar o cabide que continha um vestido florido leve o bastante até que Hyecho chegasse ao dormitório. Aquele armário era maior que o guarda roupa que ela tinha em casa, na Tailândia.

Eram as vantagens de uma escola onde a mensalidade custava mais que a hipoteca de um prédio.

Sentando no banco estofado Hyecho fitou o vestido com pesar.

Ela se lembrava dele. Foi o último presente de Yonn Seo Jang, sua madrasta deu antes do acidente. Seu peito apertou com a recordação. Um sorriso triste ocupou seus lábios. Tinha dito a ela que estampa florida estava fora de moda e que ela precisava se atualizar. Seojang tinha feito uma expressão horrorizada e a chamado de pirralha mal agradecida. Hyecho tinha atacado-lhe uma almofada do sofá e elas começaram uma briga de almofadas.

Seu pai tinha levantado as sobrancelhas e rido quando chegou depois do trabalho e as encontrou ofegantes, suadas, cansadas e largadas no tapete da sala. Mas apesar de tudo, elas sorriam de alegria.

Fechando os olhos com força, Hyecho jogou o vestido sem olhar para onde foi tombando a cabeça nas mãos enquanto controlava as lágrimas intrometidas. Respirou fundo algumas vezes antes de levantar novamente a cabeça e encarar a foto pendurada no fundo do armário.

-Sinto sua falta, Unnie.

Seojang nunca havia lhe pedido para ser chamada de mãe. Na verdade, vivia lembrando à Hyecho que ela tinha uma mãe que havia lhe dado a luz e não queria, de nenhuma maneira usurpar um lugar que não era dela. No entanto, Hyecho não conhecia a mulher a quem Seojang se referia.

Seojang a havia criado. Seojang era a única mulher que Hyecho conheceu como mãe, e mesmo que nunca a houvesse chamado assim. Seojang era sua mãe.

E não era Han Seul Na, surgida do nada que ganharia esse título.

O acidente que levou seus pais podia ter lhe tirado tudo, mas ainda deixou suas memórias e enquanto as tivesse nunca chamaria Han Seul Na de mãe. Nem se a mulher implorasse.

Se pondo de pé, Yonn Hye Cho recolheu o vestido e o pendurou de volta optando por vestir novamente o uniforme de ginástica e fechar o armário. Apanhou a mala e seguiu descalça para o campus feminino.

O sistema de dormitórios era bem simples. Como um bom internato de luxo, os dormitórios eram divididos em campus. A distância do campus feminino para o masculino era basicamente do tamanho de um campo de futebol americano.Totalmente gramado e com uma distribuição simétrica de árvores sakuras.

O ano letivo começava com o outono então a grama esmeralda começava a se cobrir com folhas rosas. Era algo bonito de ver.

Como Hyecho sempre adorou pisar descalça na grama ignorou totalmente a calçada que seguia reto até os dormitórios e se distraiu caminhando devagar enquanto sentia a grama e folhas nas solas dos pés.

Era bom, relaxante depois dos últimos acontecimentos.

-Você não deveria estar andando à essa hora da noite por aqui. -disse alguém fazendo os olhos de Yonn Hye Cho se arregalarem.

-Omo! -ela bufou, olhando ao redor. -Você acha muito engraçado ficar assustando os outros por aí, não é V? -apesar do tom irritado, um sorriso ocupou os lábios dela.

-Eu disse para você ficar atenta. -replicou ele num tom divertido enquanto Hyecho rodava sobre os calcanhares à sua procura. -Aqui em cima, Hye-yah!

Hyecho curvou a cabeça para encontrar Taehyung sentado com as pernas esticadas num grosso tronco de árvore. Ele estava loiro e com um pequeno livro no colo.

Hyecho cruzou os braços.

-Ainda não sei como você consegue ler no escuro, Oppa. -V riu fechando o livro e pulando do tronco com uma habilidade de quem sempre fazia tal coisa.

-Olha quem fala, a garota coruja que me viu com um livro quando eu estava contra a luz. -ele retrucou com um sorriso se aproximando para beijar os cabelos úmidos de Hyecho. -Estava treinando? -o olhar repreensor dele causou um estranho desconforto em Hyecho.

-Consegui minha boa forma de volta. Prometo que não vou exagerar. Não sinto nada, Oppa. É sério. Olha só! -Hyecho começou a pular para provar a veracidade de sua afirmação fazendo V rir e segurá-la pelos ombros para parar o movimento.

-Está bem. Eu notei. -Hyecho sorriu abertamente para ele. -Mas não faça nada que vá me preocupar, promete?

-Prometo. -ela então descruzou os braços, franzindo o cenho. -Mas… Oppa, o que você faz aqui? As aulas começam só segunda.

-Tivemos um show hoje à tarde e o hotel estava cheio demais. Eu e os meninos vamos passar a noite aqui e sairemos amanhã cedo para uma coletiva antes das aulas. O de sempre. -Hyecho assentiu compreendendo o que ele queria dizer. -Quero apresentar você aos meninos na segunda depois das aulas. A gente vai encerrar a cerimônia de entrada com uma nova música e quero que você vá ao camarim depois do show.

Hyecho mordeu o lábio inferior em hesitação.

-Não posso, Oppa. -revirou os olhos. -Vou dividir o dormitório com as seis condenadas. Tenho que cuidar e garantir que elas não morram e nem fujam no primeiro dia.

V gargalhou alto com a informação.

-Pensei que Han Seul Na estava fazendo só um jogo de marketing. Ela realmente aceitou essas garotas? -Hyecho suspirou assentindo conforme a diversão sumia aos poucos da expressão de V. -Han Seul Na enlouqueceu!

-Louca é pouco, Oppa.

-Se meter nisso é loucura, Hye-yah! -Hyecho encolheu os ombros sorrindo amarelo.

-Já decidi. Todas nós somos novatas. O melhor é que fiquemos juntas.

-Serão massacradas juntas. -agora ele realmente parecia preocupado. -Posso proteger você, mas não elas. Todas vocês serão…

-Não quero sua proteção, Oppa. -ela balançou a cabeça em negação. -Vou passar por isso sozinha. Quero que finja que não me conhece quando as aulas começarem.

-Não farei isso. -retrucou ele. -Acharei um modo de tirar vocês dessa, Hye-yah. EXO e o GOT7 também virão esse ano. Pode ser que isso tire a atenção indesejada de vocês. -ele sorriu pousando a mão na cabeça de Hyecho que somente sorriu de volta de forma desanimada.

-Vou me cuidar, Oppa. Só prometa que vai fingir que não me conhece. Quero ajudar as garotas.

V a encarou hesitante.

-Não gosto disso, Hye-yah.

-Eu também não. Mas você me conhece. Não vou deixá-las sozinhas se estamos no mesmo barco. -V desviou os olhos dela para fitar algum ponto sobre seu ombro esquerdo. Hyecho riu divertida se aproximando um passo para envolver a cintura dele com seus braços e pousar a cabeça em seu peito. Ela com seus 1,61m era pequena para os 1,78m dele, mas gostava disso. Conseguia ouvir as batidas fortes do coração dele quando encostava sua cabeça. Ele não hesitou em abraçá-la de volta sussurrando com os lábios encostados no seu cabelo.

Ela agradecia que tivesse se lembrado do shampoo no banho de minutos antes.

-Um dia você ainda vai me matar do coração, Hye-yah. -ela estreitou os braços se concentrando nas batidas rítmicas dele e ignorando o medo crescente que surgia em seu peito.

Se ela estava assustada? Estava aterrorizada. Mas se tinha algo que não lhe faltava era coragem.

-Prometa, Oppa. -relembrou ainda agarrada nele. V pestanejou, mas cedeu. Era difícil negar qualquer coisa quando Hyecho o chamava de Oppa.

-Eu prometo. -abraçou-a mais forte. -Só… Tome cuidado.

-Ye, Oppa.

Eles se separaram e V sorriu para ela.

-Eu tenho que voltar para o dormitório. Os Staffs estão lá e precisamos repassar o que falaremos na entrevista. -ele pousou a mão sobre a cabeça de Hyecho uma vez mais.

-Até segunda então, Oppa. -ela sorriu daquele modo aberto que ele gostava. -Eu tenho que ir. -e então se afastou acenando para ele enquanto seguia para o dormitório.

Sorrindo daquele modo, nem se parecia com a Hyecho depressiva e arrogante que ele conhecera quatro meses antes no hospital.

Olhando para V daquela distância, Hyecho se lembrou da primeira vez que o viu. Daquele mesmo modo, de pé com as mãos nos bolsos barrando seu caminho da volta da fisioterapia com o mesmo sorriso na face.

Na época, Hyecho não se acostumara com a súbita mudança de vida. Estava tendo dificuldades para responder à terapia e a dor só aumentava. O que certamente não a deixava de bom humor. Não reparava a forma grossa com que tratava as pessoas até que V jogou isso na sua cara.

De alguma forma ela tinha sido rude com a enfermeira que a ajudava, V viu e a repreendeu no meio do corredor do hospital.

“Estar doente não é motivo para ser uma babaca!” - ele havia dito. Foram palavras bastante dóceis depois que Hyecho havia se lembrado do acontecido.

Ela tinha ficado tão chocada com um completo estranho a xingando que se esqueceu de ficar com raiva. Ele voltou outras duas vezes antes que pudessem trocar os números de telefone com a alegação de que ela estava tendo um “bom comportamento”, mas era mentira uma vez que a agenda dele começava a ficar apertada para visitas ocasionais.

Foi pura coincidência Hyecho ir parar no mesmo colégio que V frequentou a vida inteira. Quatro meses foram suficientes para ele se tornar o melhor amigo que Hyecho tinha na Coréia. Mas como sempre, Hyecho não conseguia separar corretamente seus sentimentos. No entanto ela tentava se convencer do contrário.
Foi quando começou a chamá-lo de Oppa e V apesar de ter notado (teria que ser quadrado para não notar), não deu nenhuma indicação de estar interessado.

Desde então a relação deles tem estado cada vez mais estreita.

Ninguém sabia disso, é claro. Han Seul Na sequer desconfiava que sua filha conhecia Kim Taehyung. E Hyecho não tinha amigas para quem pedir conselhos.

Antes dali, Hyecho passara quatro meses no hospital de Seoul dando tudo de si em uma intensa fisioterapia. E antes disso ela passara seis meses se recuperando de um coma de dois no hospital regional de Hat Yai, na Tailândia sua cidade natal.

Foi um longo tempo vestindo uniforme hospitalar. E aparentemente sua época de luta não havia acabado.

Suspirando pesado, Hyecho se perguntou o que acabaria primeiro; sua paciência em enfrentar um desafio atrás de outro ou sua boa vontade para seguir regras.

Ela dificilmente desistia de alguma coisa, mas os últimos tempos tinham empurrado-a para além do limite.


Notas Finais


Yeah!
Eu pretendo fazer todos os caps desse tamanho, pois como a fic é pequena pretendo trabalhar bastante nisso. ^^
Espero mesmo que tenham gostado da minha personagem, fiz com carinho ^-^
Para quem ficou curioso(a) para sua aparência, eu usei a atriz/ulzzang Si Lu Ren (ela é chinesa). E para quem não está a fim de jogar no google aqui tem a imagem que melhor a representa: http://static.cinemagia.ro/img/db/actor/12/75/31/si-lu-ren-795266l.jpg
Sim, ela é largadona ashuashua
~Nay


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