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História Harry as my gynecologist - This isn't about the sunset.


Escrita por: signof_thetimes

Capítulo 4 - This isn't about the sunset.


Fanfic / Fanfiction Harry as my gynecologist - This isn't about the sunset.

-Deb, é o Harry, por favor peça para que a última paciente entre. 

 

Geralmente ele não ligava pedindo para ela fazer o que já faria de qualquer forma e, geralmente, olhava em sua agenda os próximos nomes. 

 

Mas daquela vez não o fez. Harry assistiu sua porta ser lentamente aberta, apenas o suficiente para que enxergasse cores que até então não tinha visto em nenhuma outra pessoa.

 

-Com licença. 

 

Se levantou rapidamente, causando que duas canetas tocassem o chão em um barulho ligeiro, porém irritante. 

 

-Boa tarde doutor Harry, sou Ana. 

-Eu me lembro de você, boa tarde.

 

Harry caminhou até ela, sem desviar os olhos, sem disfarçar o sorriso. Esticou a mão direita em seguida e Ana correspondeu, o cumprimentando. 

 

-Sente-se, por favor.  

 

Falou rapidamente, a conduzindo até a cadeira disponível e contornando para se sentar de volta na dele. 

 

-O que a trouxe aqui hoje? 

-Eu recebi os resultados do meu exame por e-mail, como vocês tinham me explicado, mas acontece que existem alguns termos lá, e até alguns resultados que não sei bem o que querem dizer. Gostaria que pudesse analisar comigo, para que não fique nenhuma dúvida ou eu não tenha que ler informações erradas na internet... -riu fraco- 

 

Um mês depois. Ela queria que Harry explicasse os seus resultados um mês depois.  

 

-Sem problemas, me dê um minuto para buscar seus exames aqui. 

 

Respondeu, iniciando a pesquisa em seu computador branco. Ele sabia sobre o relacionamento, por isso ela não teria mandando mensagem? 

 

-Vamos lá.

 

Harry pacientemente virou o monitor para ela, que inclinou o seu corpo para enxergar melhor. 

 

-Este foi o exame de rastreamento infeccioso. -apontou na tela- Tem como objetivo identificar a ocorrência de doenças infecciosas que podem ser sexualmente transmissíveis, como herpes, HIV, sífilis, clamídia e gonorreia. O resultado indica que a senhorita está livre delas. 

 

Sorriu, Harry voltava a encarar a grande tela. 

 

-Já este aqui foi a colposcopia, que permite a observação direta do colo do útero e de outras estruturas genitais. Esse exame identifica alterações celulares, tumores vaginais e até sinais de infecção ou inflamação...

-Oh, me desculpe. -o interrompeu, pegando seu celular em mãos- Desculpe, esqueci de silenciar, é o meu namorado. 

-Tudo bem, sinta-se a vontade para atender. 

-Não, não, são apenas mensagens... -sorriu fraco- Posso fazer isso depois da consulta. 

-Certo, hum... Ana, seus resultados foram todos positivos. Livre de qualquer irregularidade. 

 

Ambos trocavam um tipo de contato visual estranho ou estavam apenas checando um ao outro?

 

-Bom, obrigada. Me desculpe vir assim, tomar o seu tempo apenas para isso, eu realmente estava interessada. 

-Nunca é tempo tomado, senhorita. 

 

Harry viu Ana corar com suas bochechas, desviando o olhar. Eles pareciam saber exatamente quais palavras usavam.

 

Seu relacionamento com André não era tão perfeito quanto parecia. O matemático empresário viajava pelo menos duas vezes ao mês à trabalho, e ela nunca sabia o que acontecia por lá. 

 

Ele gostava de brigas, ela preferia paz ao invés da razão. 

 

Ele quase sentia prazer assistindo luta livre na televisão. Já ela, repulsa. 

 

Nada era perfeito, e André e Ana realmente não esperavam que fosse. 

 

Ele tinha um coração teimoso e ela uma mente confusa. Ambos se machucavam. 

 

-Obrigada. O que aconteceu com a doutora Maria? Ela continua aqui? 

 

Ana lutava para deixar sua timidez de lado, mesmo que por alguns minutos. Ela só queria alguém para conversar. 

 

-Sim, ela continua sim. A nossa diretoria acabou reestruturando toda a área, então ela preferiu por seguir em outras frentes. Você era atendida por ela? 

 

Quanto mais Ana falava, mais Harry tentava entender o que se passava ali. Ele havia dado o sinal mais claro de todos entregando à ela o seu cartão pessoal, mas ela não havia captado a mensagem. E então, sem mais e nem menos, estava de volta em seu consultório. 

 

Adultos poderiam ser amigos, certo? 

 

-Eu era, por um ano ou mais. -sorriu- Por isso estranhei quando você me chamou pelo nome daquela vez, na recepção. 

-Oh... -era a sua vez de corar e desviar os olhos errantes- Falha minha, eu deveria ter tido o cuidado de explicar melhor. 

-Não se preocupe, mudanças são necessárias as vezes. Você atendia assim antes?

 

Ela tentava, tentava com todas as partículas de seu cérebro não parecer invasiva. Ou mesmo interessada. Ela não poderia, não parecia certo.

 

-Na verdade não. Antes dessa mudança eu me concentrava na obstetrícia. Sendo honesto com você, Ana, eu fazia um pouco dos dois: ginecologia e obstetrícia.

-Eu entendo, prefere assim? 

 

Ela não entendia muitos dos termos que ele vez ou outra usava, mas a essência estava lá. 

 

-Eu prefiro, assim posso optar por me especializar ainda mais, fazer novos cursos e acabar atuando mais com ginecologia do que com obstetrícia. De qualquer maneira, como a formação é básica, estou apto para atuar nas duas áreas.

-Ótimo, me parecem muitos anos de estudos. 

-E foram, ainda são!

 

Ambos gargalharam um pouco alto demais. Ana era como uma flor, impossível de odiar, delicada e bonita, mesmo quando não florescia. 

 

Sua voz poderia acalmar até os oceanos mais caóticos, seus olhos hipnotizar a criatura mais sem alma de todas.

 

-E a senhorita? O que gosta de fazer? 

 

Ele cruzou os braços e apoiou as costas no encosto macio de sua cadeira, estava morrendo para saber. 

 

-Sou formada em arquitetura. -disse com orgulho na voz- 

-Nossa, isso é ótimo. 

-É a profissão pela qual sou apaixonada. É uma daquelas em que se pode trabalhar com planejamento urbano, paisagismo, tecnologia, opções A, B ou C. 

 

Ambos riam novamente. 

 

-E qual dessas opções é a sua? 

-Paisagismo, ultimamente.

 

O paisagista tinha a missão de organizar ambientes preservando seu solo e cobertura vegetal, deixando-o mais bonito. Para isso, deveria utilizar de espécies adequadas de acordo com as necessidades de cada cliente.

 

Ela não teria decorado cada planta do lado de fora daquela sala à toa. 

 

-Bom... Então vou ser obrigado a perguntar. 

 

Raspou a garganta, lançando-lhe um olhar profundo. 

 

-O que achou da decoração da recepção? 

-Ah... -ela sorriu para dentro, sabendo o que ele queria dizer- Devo dizer que reparei e achei as escolhas muito bem feitas, delicadas. Quem planejou? 

-Eu, e nem sou arquiteto. 

 

Harry se gabou, causando uma estranha explosão dentro de Ana. Boa, uma explosão boa. 

 

Harry era muito atencioso, delicado e sensato para ser como os outros.

 

-Mas você tem algum conhecimento ou...?

 

Perguntou, queimando em vergonha e admiração naquela cadeira. Seu coração batia mais rápido também. 

 

-Eu li algumas coisas, mas confesso que não muito. Nosso chefe confiou à mim essa missão, fico feliz que tenha reparado e até gostado. 

 

Eles conseguiam fazer um ao outro rir quando mais precisavam.

 

-Você nem precisa de um arquiteto, fez um bom trabalho. 

 

Ana deu de ombros, Harry sorriu. 

 

-Bem, para as próximas oportunidades, seria um prazer contar com a ajuda de uma arquiteta.

-Recado recebido! -sorriu grande- Tenho que ir, realmente não sei quanto tempo te tomei. 

 

Como em um choque de realidade, Ana percebeu que havia passado mais de vinte minutos ali. Conversando com alguém que deveria estar atendendo outras pessoas também. Quanto egoísmo, ela pensava. 

 

-Oh não se preocupe, você foi a última paciente do dia. 

-Ufa... -sorriu sem graça, levantando-se-

-Você... Você tem planos para hoje? Eu estava planejando tomar um café assim que terminasse aqui, se quiser se juntar a mim seria ótimo. 

 

Harry disse lentamente, com um tom de voz mais grave, um pouco mais sério do que alguns segundos atrás. Em pura coragem, e insanidade.

 

-Como amigos, é claro. 

 

Harry raramente convidaria estranhos para tomar um café com ele, desde cedo aprendeu a ser extremamente cauteloso devido a sua profissão, ou mesmo ao seu status. Pessoas poderiam ser assustadoras. 

 

Mas ele tinha um pressentimento diferente sobre Ana. Ele se odiaria se a deixasse sair pela sua porta sem a promessa de vê-la novamente. 

 

-Eu... Eu adoraria, mas... 

 

Ana começou e a feição do médico à sua frente caía instantaneamente. Por quê “mas”? Por quê Ana estaria dizendo “mas” se ela de fato não teria nenhuma outra coisa interessante para fazer depois?

 

Harry balançou a cabeça, como um garotinho julgando ter se precipitado. 

 

-Na verdade, eu adoraria.

 

Era um café entre amigos, como ele mesmo havia esclarecido, o que poderia ter de tão errado naquilo? 

 

-Certo... -abaixou a cabeça, sorrindo- Meu café preferido fica à cinco minutos de caminhada daqui, tudo bem por você? 

 

Ela pensou por dois segundos. 

 

-Tudo bem, te encontro lá fora. 

 

Ana disparou, antes mesmo que ele insistisse que ela esperasse ou algo do tipo. Ambos eram adultos, mas aquele era um ambiente de trabalho. Seria positivo que seu chefe o visse deixar a clínica com uma paciente? 

 

Uma paciente que tinha um namorado? 

 

A garota deixou o prédio com um misto de sentimentos entre ansiedade e pavor. Ela se sentia errada por um lado, mas por outro queria ser amiga dele. 

 

Enquanto Harry não aparecia, Ana aproveitou para ler suas mensagens atrasadas. 

 

A: Estou aqui, falo com você quando tiver tempo. 

 

A: Não me ligue, posso estar em reunião a qualquer momento. 

 

Ela não queria responder, de novo, mas mesmo assim o fez.

 

AN: Vou sair para tomar café. 

 

Ela sabia que ele não responderia, mas nem era o quê a incomodava. Porque André sempre teria que ser tão insensível quando viajava? Ela não poderia sequer entrar em contato, a não ser que ele entrasse primeiro e dissesse que estava tudo bem. 

 

A propósito, ela não mentira no conteúdo da mensagem, o que a deixara um pouco menos afobada. 

 

-Vamos lá? 

 

Harry aparecia então, mostrando a direção com as mãos. Ela tentou disfarçar, mas seus olhos não deixaram de reparar pela primeira vez em como ele se pareceria não sendo médico. 

 

Jeans preto, camisa branca abotoada pela metade, sapatos pretos. Um clássico? Harry começou a descer a calçada e Ana apenas o seguiu, sem saber exatamente onde estaria indo. 

 

Harry se virou para olhá-la com seu sorriso brilhante, a conduzindo para frente, para que pudesse caminhar ao lado dele. Para Ana, parecia muito melhor do que sentar em uma cadeira atrás de uma mesa.

 

Entre um passo e outro, Ana virava para olhá-lo apenas para vê-lo encarando o céu acima de suas cabeças, olhos semicerrados por conta da claridade enquanto estudava as nuvens que se moviam através da enorme extensão de azul. 

 

Harry então voltou seus olhos para baixo, encontrando com os dela. O rosto de Ana mostrou uma enorme sensação de vergonha por uma fração de segundo, antes da compostura indiferente dele retornar. 

 

-Acho que vai chover. -suspirou-

-Chover? -perguntou, olhando para o céu- Veja como está ensolarado, não vai chover.

-Olhe para as nuvens. 

 

Harry disse, usando suas mãos livres para apontar até o céu. 

 

-Essas são nuvens de chuva.

 

Ana torceu para que ele dissesse alguma outra coisa depois, mas não disse, continuando a caminhada pela calçada enquanto espiavam dentro das vitrines de várias lojas.

 

Ela estava quase perdida na sensação, bem como com o som da brisa vibrando através das folhas das árvores ao redor. Harry sutilmente tocou Ana em seu braço, leve e respeitosamente. Harry manteve a porta aberta para que ela pudesse entrar, dominando-se imediatamente pelo cheiro familiar de café fresco e o inconfundível cheiro quente e amadeirado de livros. 

 

Toda a loja era forrada com estantes de madeira resistentes, repletas de livros de cima a baixo. É propositalmente má iluminada, exceto pela luz do sol que entrava pelas grandes e largas janelas. 

 

-Que tal essa mesa? Parece bom para você? 

-Sim, sim, claro. 

 

Concordou imediatamente, sentando-se e assistindo Harry se acomodar logo à sua frente. 

 

-Então você gosta de café e livros huh? 

-Acertou! -riu- Eu penso muito quando estou nesse lugar.

 

Os olhos esmeralda não saberia dizer se a loja estava realmente fria ou se estava arrepiado daquela forma de tanto nervosismo.

 

Enquanto isso, Ana não notava a mudança no céu. O sol estaria se inclinando para beijar as bordas da terra, se aproximando cada vez mais do topo da pequena montanha à frente deles. 

 

-Vamos fazer o pedido, permita que eu sugira um café para você? 

-Claro, por favor. 

 

Mas, de repente, enquanto ele falava, Ana o olhou e percebeu. Notou como o sol acariciava a pele dele com um novo tom alaranjado. Talvez ela esquecera como respirar por alguns segundos. 

 

A melhor obra de arte estava bem diante dos olhos dela e, pela primeira vez, não estava se referindo ao pôr do sol. Naquele momento, embora continuasse ciente do mundo que os rodeava, ela sentia que estava bem.

 

-Buon pomeriggio.

 

Os olhos de Ana saltaram de seu rosto. Italiano? 

 

-Poderia, por favor, preparar para mim um “Caffè Macchiato Caldo” e para a senhorita um “Marocchino”? Grazie mille.

 

Nossos pedidos foram anotados e o doutor devolveu o cardápio, satisfeito com suas escolhas.  

 

-O Caffè Macchiato Caldo é um espresso com um pouco de leite morno, já o Marocchino é feito com espuma de leite, café e chocolate amargo em pó. Espero que goste, são os que eu mais gosto. 

 

Harry cruzou os braços sobre a mesa. Ana queria comentar sobre o seu italiano de segundos atrás, mas seu aparelho móvel a traria de volta à realidade mais uma vez.

 

Era uma foto de André, enviada pelo mesmo, posando com uma mulher desconhecida em um contexto também desconhecido. 

 

Harry havia notado. 

 

[...]


Notas Finais


Opiniões?? 🤍


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