1. Spirit Fanfics >
  2. Harry as my gynecologist >
  3. Oh, Anna!

História Harry as my gynecologist - Oh, Anna!


Escrita por: signof_thetimes

Notas do Autor


Espero que gostem :))

Capítulo 11 - Oh, Anna!


Fanfic / Fanfiction Harry as my gynecologist - Oh, Anna!

[...]

 

Harry estava sentado em sua cadeira, o rosto enterrado nos braços, cochilando quase que profundamente. Seu cabelo estava bagunçado e, logo à sua frente havia uma pilha de papéis. 

 

Seria quase uma visão adorável, se não parecesse preocupante também. Sem pensar muito, Ana se inclinou sobre a mesa do amigo, colocando a mão sobre seu ombro levemente.

 

-Harry?

 

Sua voz era suave, quase inaudível. 

 

-Harry?

 

E então o médico se mexia com o toque dela, fazendo com que Ana recolhesse sua mão enquanto ele levantava a cabeça de onde estava descansando, olhando para a garota com uma expressão completamente surpresa no rosto. 

 

-Ana, que surpresa! Você estava agendada ou...?

 

Jesus! Sua voz era profunda e rouca, soando como se tivesse dormido por muito tempo. Por um momento ele julgou sua memória, que não havia falhado. 

 

-Eu... -sorriu- Eu te enviei uma mensagem, mas acredito que não tenha visto. 

-Oh, eu realmente não vi, me desculpe. 

-Tudo bem. A moça lá fora estava de saída, disse que eu poderia entrar.

 

Harry riu, recompondo-se. 

 

-O que faz aqui até agora? Você parece cansado, deveria ir para casa. -olhou em volta-

-Estou bem, estava estudando umas coisas. 

 

Folheou seus papéis, Ana não tirava os olhos dele até que um breve silêncio se instalasse, desafiando qualquer um dos dois a falar. Tudo o que podiam ouvir era o tique-taque do relógio na parede de trás.

 

-Você sabe o que dizem, não absorvemos nada quando estamos cansados.

 

Harry havia adormecido em seu consultório, ele estaria no mínimo exausto. Harry a lançou um sorriso de lábios tensos como resposta, a arquiteta tinha razão. 

 

-Em minha defesa, eu geralmente não durmo no trabalho.

 

Ana gargalhou baixinho, ela deveria estar lá se não fosse para uma consulta? 

 

-Mas hoje realmente me cansei. Bom, já que não está marcada e que provavelmente não está aqui para uma consulta, gostaria de ir a algum lugar senhorita? 

 

Suas palavras a fizeram perder o ar em vergonha. Harry e Ana estavam naquele vai e vem há duas semanas, já haviam visitado dos restaurantes mais caros aos mais baratos juntos. 

 

-Eu escolhi da última vez, me surpreenda. 

 

Ana apoiou ambas as mãos sobre a mesa, causando no médico sérios arrepios internos. Ele detestava a maneira como qualquer ação simples dela o fazia sentir. 

 

-Com licença? 

 

Batidas foram ouvidas na porta, Ana imediatamente sentou-se de frente à mesa dele, abaixando a cabeça o suficiente para não ter que olhar quem quer que estivesse lá. 

 

-Olá Deb, tudo bem? 

-Olá H, só vim avisar que estou saindo. Precisa de alguma coisa?

-Oh não, estamos finalizando aqui também. -sorriu- Vá descansar, eu tranco.

 

A moça gentil concordou, não se atentando ao fato de que a última paciente do dia não estava agendada.

 

-Certo...

 

Harry riu com a situação, quase tão nervoso quanto Ana.

 

Era assustador pensar que agora ela poderia o desejar, e o ter. Se ele também a quisesse. A decisão levara apenas dois minutos, Harry a levaria para casa novamente. 

 

Para telas em branco, ou quem sabe para um filme à dois. Entre bons amigos, claramente. Harry trancou o seu consultório e, consequentemente, a clínica.

 

Pelo canto do olho, Ana pôde notar a cabeça dele virando para a esquerda e para a direita nos corredores, como se estivesse examinando para ver se teria alguém vindo.

 

Ela poderia imaginar, não seria bom para ele ser visto deixar a clínica no último turno com uma não paciente. Seria?

 

Harry abriu a porta para ela, devagar demais para seu gosto, caindo direto em seu sofá enorme, mantendo a cabeça apoiada. Ana o acompanhou, em um silêncio confortável. Harry silenciosamente mexeu em seu telefone, a entregando em seguida, aberto em uma lista de reprodução do Spotify

 

Conforme a luz branca inundava a casa, Ana ficava surpresa novamente em como era bonita. Surpreendentemente arrumada. 

 

Ana sorriu envergonhada, aceitando o aparelho, notando a música que já preenchia seus ouvidos por entre os auto-falantes de sua casa chique. Ela não poderia deixar de notar, eram canções de amor. Cada uma delas.

 

Harry a observava em seu sofá atentamente, como se esperasse alguma reação. Seus corpos apenas há alguns centímetros de distância um do outro.

 

-Bom, são muitas canções de amor.

-Me lembram você. 

 

Ele disse baixo, mas firme. 

 

-A propósito, o que quer comer? 

 

Não fazia sentido para Ana que quarenta e cinco canções de amor o faziam pensar nela. No entanto, fazia total sentido que aquelas canções a faziam pensar nele. Apenas nele.

 

-Essa é a sua família? 

 

Ana perguntou, deixando o celular dele sobre a mesa, escolhendo a próxima música que tocaria em todos os cômodos da casa.

 

-Sim, minha mãe e minha irmã. 

 

Harry apontou, parando-se atrás dela. 

 

-Vocês se parecem. -sorriu-

-Você acha? -se afastou- Se elas estivessem aqui, estariam mostrando álbuns meus agora. 

 

Ana colocou a mão sobre o rosto, rindo. Se familiarizando com o lugar, sua pequena bolsa foi deixada sobre a mesa enquanto ele sumia de vista. 

 

-Você vem? 

 

Harry voltara para a sala então, certificando-se de que a garota o seguiria. Ana teve dificuldades em acompanhá-lo, seria a primeira vez que ela adentraria outro cômodo que não fosse a sala ou a cozinha. 

 

Era enorme, clara e bonita. Ela o seguiu por um corredor bem iluminado, escadas e portas fechadas. Harry definitivamente cuidava do lugar que morava.

 

Ela parou na porta, não sendo capaz de dar nenhum outro passo arriscado. Algo sobre estar quase no quarto dele era totalmente diferente de estar em sua sala de estar. 

 

Ela mal podia olhar, mas havia uma grande televisão, uma cama lindamente arrumada e uma janela estupidamente grande. Ela definidamente nunca tinha visto nada igual.

 

-Tenho algumas tintas e rascunhos aqui, são ótimos para que eu não tenha que pintar os braços ao testar as cores. 

 

Harry a lançou um sorriso de dentro do cômodo, erguendo-se de volta com os materiais em mãos. Ele não notara então, porém um daqueles rascunhos em suas mãos não era bem um rascunho.

 

Muito menos um que ela pudesse ver.

 

-Diga-me Ana, o que vem à sua mente quando digo a palavra “pôr do sol”?

 

Ela sorriu, querendo prestar atenção apenas nele, e não nas telas. 

 

-Esperança. Girassóis. Amor. Quero dizer... -raspou a garganta, tentando fazer algum sentido- 

 

Ana era apaixonada pelo céu, e quando falava sobre aquilo, seus olhos o observavam enquanto pintava cores por entre o material branco.

 

As mãos de Harry faziam os pincéis parecerem de brinquedo por entre seus dedos. Houve um tempo em que ela havia acreditado que o amor poderia ser preto e branco. 

 

Mas agora, ela via dourado. 

Que seria dourado. 

Como a tinta que ele usava. 

 

Ela era o pôr do sol dele.

 

-Pôres do sol são minha hora favorita do dia... Ver o sol brincar com as nuvens e procurar pela lua enquanto cria lindos tons no céu...

 

Ela continuou, Harry largou os pincéis para escuta-la. Ou melhor, para registrar o que sua musa dizia. 

 

-Para mim o pôr do sol sempre foi calmo, sinônimo de calmaria nem antes e nem depois de uma tempestade. Apenas calma. Serenidade.

 

Harry mexeu por entre os papéis novamente, inspirado por suas palavras. Por sua mente. Pelo seu jeito de ver a vida.

 

-Significam o fim de um dia, um dia cheio de caos, e então o início da noite. Para o aparecimento das estrelas da esperança. 

 

Harry escrevia com lápis, e ela não podia deixar de notar em como o seu cabelo caís suavemente pela sua testa naquela posição. 

 

-Vejo o pôr do sol como uma paleta de cores aquarela, um suspiro esteticamente agradável aos olhos e à alma. 

 

Tudo o que Harry conseguia pensar era na serenidade que o cercou após ouvir suas palavras. Ela merecia saber.

 

-Isso me deixou calmo, obrigado. 

 

Ele subiu o olhar, extremamente verde, extremamente encantador. Ana tentava encontrar palavras para o quê sentia por ele agora.

 

Era a ideia sobre explodir em cores e chamas antes de desaparecer.

 

-Queria poder ter mais desses momentos, as vezes consigo ver da janela do trabalho. 

 

Harry admitiu, mas os olhos de Ana escolheram um dos papéis para focar. Um papel branco com título em azul escuro, familiar demais para não chamar sua atenção. 

 

“Oh, Anna!”, era o que dizia o topo da folha. Seu coração bateu diferente então, seria coincidência demais para não perguntar. 

 

-O que é isso, Harry?

 

Os olhos esmeralda a seguiu então, até o papel que uma vez pareceu tão inocente. Talvez fosse a forma como ela estava vestida ou o cheiro de margarida que exalava que suavizavam sua importância. De qualquer forma, naquele momento, quase se pareceu com qualquer outra anotação dele.

 

O conteúdo daquele papel carregava um peso um pouco mais emocional do que os outros espalhados por toda a sua casa. O coração de Harry saltou para sua garganta e, por um momento, tudo o que pôde fazer foi olhar para ela. 

 

Finalmente, um sorriso envergonhado escapou de ambos os lábios. Ela não passaria por aquilo a menos que ele permitisse.

 

-Oh... Hum... -tentou, misturando a folha com as outras- Você sabe... Apenas sentimentos e todas aquelas coisas. Acho que acabei pegando por engano.

 

Harry encolheu os ombros. Por conta de seu deslize, não teria mais volta a partir dalí. Ele sabia que deveria ter entitulado a canção, ou a poesia, com qualquer outro nome que não fosse o da garota à sua frente.

 

-Sentimentos, huh? Como são os sentimentos do doutor Harry? -perguntou, erguendo as sobrancelhas- Eu adoraria saber. 

 

Ela tentou, Harry esticou a coluna. 

 

-Muito estranho, muito bobo, nunca sei o que estou fazendo...

 

Ele tentava, seu coração batia a mil por hora. 

 

-Posso ler?

 

Ela perguntou, olhos fixos nele. 

 

-Por favor? 

-Talvez depois.

 

Harry respondeu ao ter o papel proibido em segurança de volta às suas mãos. 

 

-Estou com fome agora, pizza?

 

Ana balançou a cabeça para ele, sabendo que estava apenas tentando distraí-la, apesar de seu próprio estômago rosnar também.

 

Rapidamente, ela o viu guardar as tintas e correr para a cozinha com os pincéis sujos, a fim de limpá-los. 

 

O pedido era clássico: frango, calabresa e chocolate. Definitivamente chocolate. 

 

-Você acha que a moça lá na clínica notou que eu não estava em consulta? 

 

Ana perguntou preocupada, decidindo que aquela seria a sua última fatia de pizza.

 

-Honestamente? Nem sei como ela te deixou entrar sem estar agendada.

 

Harry riu, ela arregalou os olhos.

 

-Eu não quero te causar problemas, sério.

-Não se preocupe Ana, ela não fará nada. Aceita mais um? -apontou para a caixa-

-Não, não, não consigo nem olhar mais.

 

Ana se esquivou, causando uma risada nele, que se levantou para guardar as sobras na geladeira. Ana assistia seus movimentos e jamais entenderia como alguém não via o que ela via.

 

Seus olhos tinham aquele mistério por trás deles, e mesmo assim brilhavam como o sol da manhã.

 

A arquiteta tentava não pensar na sensação de ter suas mãos grandes nas dela, ou os braços dele em volta de seu corpo, a segurando mais perto do que ela jamais poderia imaginar.

 

Ana percebia que estava apaixonada por ele quando seus lábios timidamente se formavam em um sorriso a cada pensamento, menção e visão dele.

 

Ela estava em queda livre, rezando para que ele estivesse lá embaixo para pega-la. 

 

Seus sentimentos já haviam sido magoados tantas vezes, e ainda assim ela estava lá, com seu coração em processo de cura, exposto e vulnerável por ele.

 

Parecia o momento adorável para se apaixonar. E era exatamente o que ela fazia. Harry manteve seu corpo deitado, apoiando a cabeça em sua mão, enquanto ela mantinha a coluna ereta em seu tapete macio. 

 

Era uma benção e uma maldição sentir tudo tão profundamente. 

 

-Harry? 

-Sim?

 

Ela desviou o olhar, intimidando-se. 

Ele não podia parar de olhá-la. 

 

-Eu vi aquele papel com o meu nome, e... Eu... -suspirou- Eu realmente queria saber sobre o que era. 

 

Harry pensou. 

 

-Oh, aquele de mais cedo? Haviam duas letras “N” nele, e eu sei perfeitamente que seu nome tem apenas uma. 

-Não acredito!! 

 

Ana riu, mirando uma de suas almofadas caras diretamente em seu rosto perfeito.

 

-Bom, se é sobre outra pessoa, posso ver?

 

Meses atrás Ana nunca poderia imaginar encontrar alguém que fizesse valer a pena todas as suas mágoas anteriores.

 

Seus olhos verdes eram como uma janela para sua alma e, ah, como Ana adoraria ouvi-lo falar sobre sua mente. Ou sobre o conteúdo daquele simples pedaço de papel.

 

Silenciosamente Harry se levantou, mexeu nos rascunhos que se encontravam no chão e voltou com um para ela. Literalmente.

 

Ela notou suas mãos tremendo, o que a fez tremer ao ficar de pé de novo. O que teria de tão importante ali que o causaria tremedeira? 

 

“Não sei onde você está deitada

Apenas sei que não está comigo”

 

Ana virou-se, não poderia olhá-lo. 

 

“Toda vez que vejo o seu rosto

Há um limite para o que posso suportar”

 

A garota precisava apertar os olhos para ler, o papel balançava consideravelmente em suas mãos. 

 

“Espero que você nunca ouça isso

E saiba que é para você

Eu não sei o que eu diria se

Você me pedisse a verdade”

 

Ela definitivamente pediria a verdade, se não desmaiasse até o fim da folha.

 

“Bem, acho que seria legal

Se eu pudesse tocar o seu corpo

Eu não quero sua simpatia

Mas você não sabe o que você faz comigo

Oh, Anna!”

 

Ela virou-se para Harry novamente, ele tinha mãos pressionadas e olhos fixos no chão. Envergonhado.

 

-Harry, sobre quem é essa letra?


Notas Finais


Palpites sobre qual será a próxima reação dele??

Essa eu dedico à todas que estariam presentes na Love On Tour hoje e/ou dia 09, inclusive eu: nós teremos nossa chance. Em um momento melhor, em um mundo melhor.

Essa situação não durará para sempre. H estará esperando por nós assim como estaremos esperando por ele.

Nós vamos sobreviver, forças! ❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...