História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Capítulo Bônus

Harry Potter e a Ascensão do Príncipe

Bônus Cap.15

- Mione, você está bem?! – Perguntou o Sonserino, sua voz soava confusa e preocupada e a menina ergueu os olhos para ele.

- Sim, é claro. – Respondeu rapidamente com um sorriso apertado e nada realista - Por que pergunta?

- Porque você está encarando essa página pelos últimos vinte minutos e eu sei que as letras não são tão pequenas assim. – Disse o rapaz sorrindo afetuosamente – E eu estou chamando seu nome a algum tempo.

- Me desculpa, Blaise, eu estou um pouco distraída hoje. – Disse a menina, suspirando ainda perdida em pensamentos.

- Quer falar sobre o que está distraindo você?

- Não é nada demais, sério.  – Ela bufou e dessa vez sorriu de verdade – Sendo sincera, eu estou sendo estúpida.

- Hermione, não importa o quanto você se esforce, nunca poderia ser estúpida. – Disse o rapaz com determinação e a menina sorriu corando – O que está havendo?

- É só... O Harry, você tinha que ter visto, ele era tão sincero falando com os adultos, era impossível não acreditar nele e eu sei que era tudo mentira. Foi muito estranho, ele parecia inseguro e assustado e o Harry não é nenhuma dessas coisas. Eu não sabia que ele podia mentir tão bem.

- Isso está incomodando você? O fato de ele ser um bom mentiroso?

- Não incomodaria você?!

- Ser um bom mentiroso é uma das melhores qualidades dele. Mione, ele não poderia ser quem ele é sendo um mentiroso medíocre. Ele não mente para nós, isso que importa. – A menina mordeu os lábios e olhou para baixo e então Blaise entendeu o problema – Você está preocupada que ele esteja mentindo para nós?

- Não. – Disse a menina com firmeza, então suspirou e continuou incerta - Sim, talvez, eu não sei... É só... Ninguém deveria poder fingir tão bem.

- Se existe uma pessoa no mundo para quem ele não mentiria é você Hermione. Ele pode até esconder coisas, eu realmente não acho que ele sequer saiba como ser perfeitamente claro a esse ponto, mas eu não acho que ele nunca mentiria para você. Você é sua melhor amiga e tem estado com ele desde o começo. Eu sei que se ele ainda é capaz de confiar em alguém você é uma das poucas pessoas em quem ele pode. – Blaise estava sentado ao lado da menina no sofá, tão perto que ele podia sentir o cheiro de seu shampoo, ela sorriu para ele, parecendo agradecida.

Um som de porta se abrindo alertou Blaise da chegada de alguém, mas ele não se virou.

- Bom, isso é embaraçoso. – Disse Nott, sem parecer minimamente arrependido.

- Já ouviu falar em bater?! – Perguntou Blaise, sem desviar os olhos da Grifinória corada a sua frente.

- É uma biblioteca Blaise, não um banheiro. E sua mãe me disse para subir. – Riu o outro dando de ombros, o negro bufou e finalmente se virou no sofá, encarando o amigo.

- A que devemos sua adorável presença? – Inqueriu o Sonserino – Imagino que estaria muito ocupado tentando convencer o Draco de que você não é um desperdício de espaço para fazer visitas.

Hermione tentou esconder o riso com uma tosse, mas não enganou ninguém, Nott revelou os olhos e ignorou, erguendo um belo envelope selado e erguendo uma sobrancelha desafiadora.

- Não é uma visita social. Mordred queria um relatório sobre o impacto de sua entrevista. Que foi brilhante, a propósito, diga a ele que estou devidamente impressionado. – Enquanto dizia Nott caminhou até a jovem depositando a carta em suas mãos.

- E qual foi o impacto? – Perguntou Hermione e Nott sorriu, olhando significativamente para carta em suas mãos, Blaise bufou teatralmente.

- Vamos, Nott, todos sabemos que você gosta de apresentar seus resultados verbalmente. Conheço pouco gente que ama tanto a própria voz. – Falou o negro e Nott revirou os olhos novamente.

- Quase não é divertido relatar dessa vez. Aconteceu exatamente o que se esperava que acontecesse, se Harry não fizesse um papel de vítima tão solido, acho que todos pensariam que esse era totalmente o ponto da entrevista para começo de conversa...

- Nott, menos divagação e mais fatos. – Centrou-o Blaise, Nott se eriçou impacientemente.

- Toda a população bruxa está em alvoroço, as pessoas não podem acreditar que conseguiram tirar Harry de Hogwarts. Scrimgeour tem sido chamado de homem de confiança de Harry, alguém que se levantou na multidão por ele e está disposto a desistir de sua brilhante carreira como auror apenas pelo bem do menino-que-sobreviveu. – Disse Nott com um grande sorriso divertido.

- Um belo conto dramático então?! – Falou Hermione.

- Ah, o drama não acaba aí. – Continuou Nott sentando-se em uma poltrona sem ser convidado – Estão revirando todos os acontecimentos perigosos da vida do Harry em Hogwarts. O ataque de Quirell no primeiro ano, a câmara Secreta no segundo, Dementadores e o cão gigante no terceiro. O profeta está tendo um dia de campo. Todos correndo para apontar que talvez Dumbledore não seja mais o homem que foi um dia, que ele talvez não consiga mais manter a escola segura.

- Estão falando sobre a morte de Gina?! – Perguntou a jovem horrorizada, esse acontecimento sempre fazia Harry se sentir muito mal, ela sabia, mesmo que ele tentasse esconder, ela nem podia imaginar o qual pior seria reviver aquilo cercado pelos Weasleys.

- Não. Esse assunto não será levantado, meu pai garantiu isso, os bolsos dos editores estão tão cheios de galeões por isso que eles mal sabem o que fazer com o ouro. – Respondeu Nott, mas não acalmou Hermione tanto quanto deveria, mesmo sem falar diretamente sobre isso o vazio do assunto faria a dor latejar no peito da família Weasley no momento em que mencionassem a câmara.

Blaise percebendo a inquietação da Grifinória segurou sua mão, dando um aperto consolador, ela levantou os olhos e sorriu.

- Então, vocês resolveram seus assuntos?! – Perguntou Nott, sendo invasivo e inconveniente como sempre.

Hermione corou e puxou sua mão de volta, Blaise respirou fundo tentando aquietar a vontade recorrente de socar o nariz de Nott.

- Você não deveria estar preocupado com os seus?! – Alfinetou Blaise – A ultima vez que falei com Draco ele ainda queria arrancar sua cabeça a dentadas.

- Isso não é realmente surpreendente, é?! – Perguntou ele, dando de ombros – Ele sempre quer arrancar minha cabeça por uma razão ou outra, apenas os métodos variam. Ele vai se acalmar, eventualmente.

- O que você fez para irrita-lo dessa vez?! – Perguntou Hermione, feliz que eles estivessem falando sobre algo diferente da tensão que pairava sobre ela e Blaise.

- Eu o beijei. – Disse Nott despreocupadamente, mas havia um sorriso orgulhoso em seu rosto – Mas acho que o que realmente o irritou foi que sua tia viu e não para de implicar com ele sobre isso.

- Ou você é muito corajoso ou é muito estupido. – Falou Blaise, sorrindo para o amigo.

- Um ato de coragem geralmente é composto por três quartos de estupidez. Mas as vezes, pensar demais é o que atrapalha. – Nott estava olhando para Blaise significativamente enquanto dizia, o negro engoliu em seco desviando o olhar, Nott sorriu – Bom, acho que já cumpri com meus deveres, não se preocupem em me levar até a porta.

Com isso Nott se levantou e saiu, ainda sorrindo como se soubesse de algo que mais ninguém sabe, o que na maior parte do tempo era verdade.

- O Draco e o Nott. – Disse Hermione e essa frase parecia englobar toda uma serie de opiniões.

- Está surpresa? – Perguntou o Sonserino.

- Não exatamente. Não estou surpresa da parte do Nott, ele é um idiota para todo mundo, mas ele sempre pareceu se preocupar de verdade com o Draco. Mas... o Draco não parece realmente superado o Harry.

- Não sei se o Draco nunca vai superar o Harry completamente. Ele foi seu primeiro amor, essas coisas deixam marcas, mas não quer dizer que ele não possa amar outra pessoa com o tempo.

- Você parece falar com experiência própria... – Diz a jovem, curiosidade e ciúme nublando sua voz, Blaise escondeu um pequeno sorriso satisfeito – Seu primeiro amor lhe marcou?

- Não. Não o meu primeiro. – Disse Blaise olhando nos olhos da Grifinória decidindo se diria a ela ou não – Um primeiro amor.

- Você está me deixando curiosa de propósito, não está Blaise?! – Ela brincou.

- Só um pouquinho. – Respondeu ele deixando seu sorriso crescer – Você sabia que meu pai foi o primeiro amor da minha mãe?

- Não, eu... eu não sabia. Você nunca fala sobre ele.

- Eu não teria muito a dizer, eu nunca o conheci e minha mãe se entristece sempre que pensa nele. – Confidenciou o negro, sendo um aperto ao redor do seu coração sempre que pensava sobre isso – Ela é muito sensível.

- Acho que eu nunca descreveria sua mãe como alguém sensível. Preocupa e gentil, sim, mas não sensível.

- Ela não é, não sobre a maioria das coisas, mas é sobre isso. Ela nunca o esqueceu Mione, nunca o superou. Eu vi interagir com diversos homens, mesmo flertar com eles. – Hermione corou ao ouvir essa parte, e Blaise sorriu da forma que não importa o quanto as coisas mudassem, Hermione mantinha sua inocência – Ela é uma adulta, não a julgo por isso, mas ela nunca os amou. É como se houvesse um vazio dentro dela, algo que nunca será preenchido por ninguém além do meu pai e ele já não pode mais preenche-lo.

- O que aconteceu com seu pai, Blaise? – Perguntou a menina segurando sua mão, ela parecia incerta, como se não tivesse certeza se poderia ou não fazer aquela pergunta.

- Ele morreu quando ela estava gravida de mim. – Ele respirou fundo antes de dizer o que ele sabia que faria Hermione compreender muito sobre ele, compreender mais do que qualquer outra pessoa além de sua mãe – Ele morreu tirando-a de uma casa em chamas.

Ele percebeu o momento em que a menina entendeu, porque seu rosto se tornou pálido, seus olhos marejaram e ela apertou sua mão ao redor da dele. Eles ficaram se encarando, Blaise esperando sua reação, o que ela diria, mas Hermione o surpreendeu, ela se jogou sobre ele com o abraço mais caloroso e mais apertado que ele já recebeu, ela parecia querer dizer a ele tudo que as palavras não podiam, por um segundo ele não fez nada, mas então algo se partiu dentro dele e ele a abraçou de volta, enterrando seu rosto seus cabelos castanhos que cheiravam a nozes. Blaise não conseguia ao certo medir o tempo em que ficaram assim, ele apenas sentiu seu corpo relaxar nos braços da menina, pelo canto do olho ele viu sua mãe parecer na porta, mas se afastar sorrindo quando os viu assim. Ali, sentindo o calor de Hermione, ele pensou que talvez valesse a pena arriscar amar alguém, mas no fundo ele sentiu que não tivesse escolha agora.