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História Harry Potter e a Serpente de Cristal - Capítulo 5


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Capítulo Betado por The_black_raven. Muito obrigada.

Capítulo 6 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Harry Potter e a Serpente de Cristal - Capítulo 5


"Não reveles ao amigo todos os teus segredos: sabes se ele não se tornará, um dia, teu inimigo? Não causes ao teu inimigo todo o mal que lhe podes fazer: sabes se ele não se tornará, um dia, teu amigo?"

- Muslah-Al-Din Saadi

Depois de voltar à sala comunal e enfrentar a fúria e a inquisição de Hermione, Harry subiu para o dormitório dos meninos, esperou que todos estivessem definitivamente dormindo, então lacrou-se em sua cama com as cortinas fechadas e cutucou Gael que estava praticamente adormecida sobre seu travesseiro.

- Preciso falar com ele. Pode contatar sua mãe?

- Agora?! – Perguntou a cobra sonolenta.

- Sim, agora.

A cobra pareceu resmungar antes de entrar em estado de transe por alguns minutos antes de seus olhos se abrirem e a voz de Tom Riddle soar.

- Estou realmente surpreso com o seu chamado tão tarde da noite. Algo aconteceu?

- Lucius Malfoy mandou Draco me vigiar. Isso é coisa sua?

- Se for? – A voz estava repleta de ironia e diversão e isso irritou o mais jovem.

- Você quer minha confiança, mas age exatamente como Dumbledore, colocando alguém para vigiar meus passos...

- Não precisa se irritar tanto. A intenção não era vigiar seus passos, era garantir sua segurança... Você acredita mesmo que estaria seguro se o Velhote sequer sonhasse que você sabe a verdade? Eu preciso saber se essa ideia passar pela mente dele imediatamente...

- Por que tanta preocupação comigo? O que você não está me contando?

- Diversas coisas, você terá de ser mais específico.

O moreno mais jovem bufou irritado, não conseguiria arrancar nada do outro.

- O Sinistro, na escola, também é seu? – Perguntou Harry resolvendo tentar outra coisa.

- Um Sinistro?! Não, não tenho nada com isso... Sinistros são agouros, não se pode controlá-los, e é realmente ruim se você viu um... Tem certeza de que está bem? Alguém mais o viu? – Harry tentou não se concentrar no fato de que Tom parecia genuinamente preocupado com ele agora.

- Eu, Hermione, Draco e um outro Sonserino.

- Então não era um Sinistro. O agouro só aparece àquele que está destinado a morte, não aparece para um grupo de pessoas… Isso que vocês viram deve ser outra coisa...onde você o viu?

- Na floresta Proibida. Se não é um sinistro, o que mais pode ser?

- Não sei, vou investigar. Por enquanto fique longe da Floresta… Harry. – O Lorde soou de forma quase paternal e isso assustou Harry, mas o outro continuou antes que o moreno mais jovem pudesse se manifestar – Agora descansem, Gael estará esgotada.

- Tom?! – Chamou Harry, mas os olhos de sua serpente já tinham voltado ao normal – Bastardo arrogante.

- Ele estava preocupado. – Balbuciou Gael, enroscando-se em seu travesseiro.

- Com o que?

- Com você.- E sem dizer mais nada, a cobra caiu no sono, Harry a seguiu um pouco depois, sonhando com cães gigantescos, um sofá confortável diante de uma lareira quente e olhos vermelhos.

Depois do incidente com Bicuço, Hagrid passou a mostrar apenas criaturas inofensivas durante suas aulas, o que era ótimo na questão da segurança, mas péssimo se qualquer tinha a esperança de ter uma aula interessante. Juntando isso à Adivinhação e Poções, Harry estava a ponto de morrer de tédio, quase implorando por alguma aparição do enorme cachorro da floresta.

- Você parece irritado. – Disse Hermione deitada em um dos sofás da sala comunal, ela tinha um livro em suas mãos e alisava distraidamente os cabelos do moreno sentado no chão ao seu lado.

- Estou entediado Hermione. – Confessa ele. – Nada parece interessante o suficiente.

- Você poderia apenas aproveitar seu abundante tempo livre estudando. – Disse ela ainda sem desviar o olhar de seu livro.

- Eu tenho estudado muito, você sabe disso... – Diz ele revirando os olhos, o casal passara todas as noites da última semana aprendendo tudo que Gael poderia ensinar a eles, e Harry estava orgulhoso de dizer que estava à frente até mesmo do quinto ano em alguns assuntos, embora poções ainda fosse um mistério para ele.

- O que posso fazer para te ajudar com seu tédio? – Perguntou a menina finalmente deixando seu livro de lado e olhando inquisitivamente para o amigo.

- Você sabe o que...

- É perigoso, já concordamos que é melhor esperar ele te dizer o que descobriu...

- Nós não concordamos, você apenas disse que deveríamos fazer isso, mas não sabemos se ele vai descobrir alguma coisa, e no caso de descobrir, nada garante que vá me contar... Deveríamos apenas ver por nós mesmos.

- Talvez devêssemos falar com Lupin a respeito... – tentou ela, mas até sua voz soava vencida. – Ele é nosso professor de Defesa, ele deve saber algo útil...

- Ele diria ao Dumbledore sobre isso...

- Talvez fosse bom... – Harry a olhou irritado e ela se encolheu, mas continuou. – Não me olhe assim. Apesar de tudo ele é o diretor e se tem um cachorro gigante rondando a escola ele deveria ser informado.

- Exatamente, ele é o diretor, se não sabe nada a respeito é um verdadeiro incompetente.

- Harry. – Ralhou a menina, e Harry sorriu, Hermione sempre o repreenderia por insultar alguém, ainda que a pessoa merecesse.

- Não posso esperar para sempre. Tenho que saber com o que estou lidando Mione.

A menina permaneceu em silêncio durante alguns minutos, parecendo ponderar sobre o assunto. Ela sempre foi inteligente e sabia que não poderia deter Harry quando ele decidisse fazer algo incrivelmente estúpido.

- Acho que você deveria falar com o Malfoy. – Disse ela arrancando um olhar confuso do amigo.

- Nós já sabemos que não é um Sinistro, qual a utilidade dele?

- Pense bem, você nunca tinha ouvido falar sobre um sinistro, Malfoy sim, ele deve saber coisas que nós não sabemos, coisas das trevas... – ela sussurrou como se estivesse dizendo as mais terríveis palavras do universo, o moreno sorriu novamente.

- Ele não me diria nada. – Bradou o rapaz e Hermione revirou os olhos.

- Ele está aterrorizado por você. – Harry ergueu uma sobrancelha e a menina continuou depois de um suspiro cansado. – Desde o dia em que você o pegou te seguindo ele se mantém distante, não insulta um único grifinório mesmo quando é provocado... e principalmente, ele se mantém a no mínimo quinze metros de distância de você. Vamos admitir Harry, você fica apavorante quando está com a Gael nos ombros. Encontre-o em um corredor escuro e ele vai te dizer o que você quiser que ele diga.

Harry ponderou sobre o assunto, e como de costume Hermione estava certa, Malfoy tinha acesso a informações que eles nunca teriam, sua família era filiada as trevas e todos sabiam.

- Não posso simplesmente convidar o Malfoy para um chá.

- Sim, você pode. Leve-o a Sala Precisa, lá vocês terão privacidade. Mesmo que mostrar a ele a sala possa facilitar o trabalho de te seguir.

- Vou mandar um bilhete.

Eles decidiram que o moreno falaria com o outro naquela mesma noite, inicialmente Hermione insistiu em participar, mas depois de uma longa discussão eles concordaram que Malfoy seria mais colaborativo se não tivesse outra pessoa para vê-lo ceder ao moreno. Mas Harry tinha suas próprias razões para desejar ter esse encontro sozinho, não estava pronto para revelar a localização da Sala Precisa, portanto decidiu tomar outro caminho, um que garantiria que o jovem Malfoy seria totalmente honesto com ele.

Sentados no Grande Salão durante o jantar Harry observava a mesa da Sonserina e viu claramente Malfoy empalidecer quando um bilhete surgiu discretamente no seu colo, era uma magia simples que Harry tinha aprendido com Gael (Na verdade com Tom, mas o moreno se recusava a pensar que estava aprendendo algo útil com o Lorde das Trevas). Os olhos do loiro encontraram os seus por poucos segundos, antes de desviar o olhar, a face corada surpreendendo Harry. O sonserino acenou minimamente com a cabeça e se levantou de sua mesa saindo do salão em seguida.

Harry sorriu com diversão ao ver a rápida submissão do outro, mas concentrou-se em terminar seu jantar calmamente, depois se despediu de Hermione e seguiu em direção ao banheiro interditado no segundo andar.

- Gael, onde ele está? – Perguntou Harry a cobra em sua mente quando viu o corredor aparentemente vazio, quase imediatamente sua visão se tornou diferente, ele poderia ver além das paredes e do chão, tudo emanava algo como fumaça ou fogo, o jovem não poderia identificar exatamente o que aquilo parecia. – O que houve?

- Você está vendo com meus olhos… Vendo a energia do castelo.

O moreno ficou maravilhado com aquilo, mas pigarreou para afastar o deslumbramento, teria tempo para tal coisa depois, caminhou até uma chama intensa e solitária ao lado da porta do banheiro, sabia de quem se tratava.

- Venha. – Ordenou o moreno mirando onde supôs estarem os olhos de Draco Malfoy, a chama tremeluziu mudando de cores e o ar parecia adquirir um odor diferente, era forte e ao mesmo tempo agradável.

- O cheiro do medo. – Afirmou Gael em sua mente, embora ele próprio tivesse chegado a essa conclusão.

Caminhando até a pia quebrada no centro do banheiro, Harry sibilou para a entrada da câmara secreta e então a passagem se abriu, um buraco negro em direção ao que parecia ser o centro da Terra.

- Peça uma escada. - Sugere Gael, impaciente com a ideia de cair.

Harry seguiu o conselho da cobra e degraus de pedra começaram a surgir das paredes, formando uma escada em espiral. Sem dizer mais nada o moreno começou a descer as escadas, sabia que o loiro estava seguindo, pois o cheiro que emanava dele era mais forte a cada segundo. Quando a escada finalmente chegou ao fim e eles pararam sobre um chão repleto de ossos de pequenos animais, Harry ordenou a Câmara que se fechasse, e só então se virou outra vez para o loiro.

- Pode desfazer esse feitiço, não tem propósito nenhum se esconder aqui, sou o único que pode entrar e sair. – Murmurou o moreno e o loiro que surgiu a sua frente parecia ter entendido perfeitamente a ameaça. – Bom, bem-vindo a Câmara Secreta.

- Aqui é re-realmente...?! – Perguntou o mais alto incerto tropeçando nos ossos que inundavam o chão.

- Sim. O lugar está um lixo admito, não voltei aqui desde o retorno de Voldemort, então não tive oportunidade de melhorar seu aspecto para torná-lo apropriado para receber visitas. Espero que não se importe. Me siga.

Caminharam em silêncio até a segunda câmara, e Harry ouviu satisfeito o loiro prender a respiração ao entrar na imponente cripta. Para a surpresa do moreno, o corpo do Basilisco permanecia intacto no meio do espaço aberto, quase parecia vivo embora Harry soubesse que não. Sangue e tinta se misturavam no local onde Ginny havia morrido e ele tentou afastar o pensamento desse fato, murmurou um feitiço que rapidamente sumiu com aqueles vestígios do que aconteceu ali. O basilisco continuava lá, mas todo o resto estava impecavelmente limpo e o moreno agradeceu mentalmente a Hermione por tê-lo ensinado tal coisa.

- Gael, preciso falar com ele. – Pensou o moreno e logo sentiu a serpente contrariada deixar sua pele e deslizar até o chão, seus olhos vagaram por alguns segundos antes de se tornarem nublados.

- Olá, criança. – A voz de Voldemort soava pela câmara exatamente como na fatídica noite em que ele retornou, mas uma vez Harry empurrou aqueles pensamentos para baixo, não tinha tempo naquele momento.

- Há algum lugar na Câmara onde eu possa me sentar confortavelmente para ter uma conversa?

- Achei que nunca iria usar a Câmara.

- A necessidade me obrigou, vai responder a minha pergunta ou não...

Uma risada que era uma mistura do sibilar de Gael com a voz de Tom soou pela Câmara e Harry percebeu pelo canto do olho Malfoy se arrepiar inteiro, o pavor estampado em seu rosto, ele conteve um sorriso.

- Já que está com tanta pressa... Apenas peça a Câmara para abrir o escritório, ela atenderá… Tente não estragar minhas coisas quando estiver lá, há coisas muito muito antigas.

- Farei o possível. Adeus. – Isso era a deixa para Gael interromper a conexão. Dessa vez Harry se permitiu sorrir, afinal tinha basicamente desligado na cara do Lorde das Trevas. – Obrigado Gael, pode ir agora. Tenho certeza de que encontrará ratos extremamente grandes e suculentos aqui em baixo, te convoco se precisar de você.

- Sim, mestre. – Disse a cobra logo depois deslizando para longe, Harry então se virou para a estátua de Salazar, intuindo que o tal escritório estaria lá.

- Abra o escritório.

E na base da estátua surgiu uma porta de pedra, que deslizou para fora do caminho ao mesmo tempo que uma luz fraca iluminava o corredor, o moreno fez seu caminho até lá com o loiro em seus calcanhares e no fim do estreito corredor havia uma porta de madeira negra perfeitamente trabalhada, e no alto da porta em letras prateadas estava escrito Salazar Sonserina.

A sala estava perfeitamente limpa, e Harry teve certeza de que o ambiente estava esperando ansiosamente por ele, o escritório era grande e embora fosse no subsolo parecia perfeitamente arejado, estantes lotadas de livros cobriam as paredes, uma mesa do mesmo material do porta estava em um dos lados da sala era grande o suficiente para acomodar até mesmo uma grande família durante a refeição, mas haviam apenas duas cadeiras: uma a cada lado da mesa, a cadeira maior parecia muito mais com uma poltrona de veludo verde musgo com detalhes em prata, e a outra cadeira a frente era linda, mas parecia bem menos confortável. Do outro lado do aposento um jogo de sofás que parecia fazer conjunto com a poltrona da mesa ficava diante de uma lareira simples, porém muito elegante e sobre uma mesa entre os sofás descansava um conjunto de chá de prata com alguns bolinhos, que pareciam saborosos.

O moreno fingiu não se abalar com o ambiente quando se dirigiu a um dos sofás e pegou uma xícara fumegante de chá, indicando que Malfoy fizesse o mesmo, enquanto cruzava o calcanhar sobre o joelho.

- Fico feliz que tenha aceitado meu convite. – Diz o moreno quando se tornou claro que o outro não diria nada.

- Como poderia recusar se ele foi feito tão educadamente. – Disse o loiro depois de pigarrear e afastar os olhos das atulhadas estantes e então ergueu o bilhete para o outro. – Vá ao banheiro interditado no segundo andar. Agora. Como poderia deixar de vir.

O sorriso irônico do loiro agradou a Harry, embora não pudesse mais sentir o cheiro do medo depois de deixar Gael ir ele ainda podia vê-lo nos olhos cinza tempestade.

- Eu disse que te chamaria.

- Pensei que tivesse esquecido. – Confidenciou o outro e Harry riu.

- Ficou esperando meu convite?! – O loiro corou e Harry ergueu uma sobrancelha, mas resolveu deixar aquele assunto de lado por agora. – Não precisei te chamar antes, pois descobri que aquele cão não se tratava de um Sinistro, então não vi qualquer utilidade para você... – o loiro pareceu ofendido por alguns segundos, mas não interrompeu o menor. – Porém, Hermione disse que você provavelmente teria mais informações sobre esse tipo de coisa, sua família é das trevas afinal de contas, vocês não estudam realmente pelos nossos livros...

Harry tomou quietamente um gole do seu chá, esperando a reação de Malfoy, que aparentemente se lembrou que ele também tinha uma xícara em mãos.

- Não sei mais o que poderia ser... – Harry ergueu uma sobrancelha inquisitivo e o loiro se afundou mais no sofá – Estou falando a verdade, eu achei que era um Sinistro, e o Blaise também. Como você pode ter certeza que não é?

- Sinistros são agouros, não poderíamos ter visto ele juntos, apenas um de nós o teria visto se fosse o caso... Era outra coisa... Algo físico.

- Um cão infernal? – Tentou o loiro, tomando mais um gole de seu delicioso chá sentindo-se relaxar e ser inundado pela curiosidade.

- Era dia. Hermione disse que eles não poderiam surgir naquele horário. – Disse Harry enquanto pegava um dos bolinhos.

- Talvez uma das criaturas do meio gigante? - Malfoy soou incerto, com sutil zombaria.

- Não, ele teria nos dito sobre algo assim... Como você bem sabe ele nos contou quando teve um dragão... – O moreno deu de ombros. – Duvido que escondesse um cão gigante.

- Então não sei o que pode ser... Não é como se eu fosse o fissurado em criaturas...

- “O” fissurado?! Quem é a pessoa fissurada em criaturas? - pergunta um Harry incisivo e curioso.

- Blaise. – Suspirou o loiro percebendo que mentir para o Potter era inútil, e potencialmente perigoso naquele momento. – A família dele foi envolvida com importação e exportação de criaturas mágicas.

- Você quer dizer que a família Zabine é envolvida com o contrabando de criaturas mágicas. – Harry viu o loiro engasgar e quase riu dele. – Interessante. Bom, acho que terei de falar com Zabine então. Traga ele aqui daqui a quatro dias depois do jantar.

- Ele não vai querer falar com você.

- Não diga que sou eu, minta se necessário. E se não funcionar ameace-o, não me importa como você vai fazer, quero os dois no banheiro interditado às 20hs. Entendido Malfoy?

-Sim, Potter. – Disse o loiro soando resignado e Harry gostou mais do que deveria de toda aquela submissão.

Lançando um feitiço tempus, Harry viu que tinham apenas vinte minutos antes do toque de recolher, e não queria lidar com Hermione o incomodando pelo horário, então deu a noite por encerrada.

- Vamos agora. – Os dois seguiram em silêncio por todo caminho até o banheiro da Murta e então Harry se virou para o loiro sorrindo amigavelmente. – Não preciso te lembrar que não deve contar a ninguém sobre nossa conversa preciso?

- Não.

- Ótimo. Boa noite Draco.

Sem olhar para trás o moreno saiu do banheiro deixando um Draco Malfoy estarrecido para trás, enquanto caminhava em direção a torre da Grifinória chamou Gael de volta através da ligação mandando-a voltar para torre também. Estava quase diante do quadro da Mulher Gorda quando ouviu a discussão:

- Ele agora é todo arrogante, não fala mais com ninguém e se sente melhor que todo mundo, a fama finalmente subiu à cabeça dele! – O moreno sabia a quem aquela voz pertencia e por mais que não conversassem há tempos, se sentiu ferido.

- Não é verdade Ron, ele continua a ser o mesmo Harry. – Essa era Hermione, e sua voz parecia beirar o choro.

- Você está sendo uma garota estúpida Mione, ou será que agora você também está se achando só porque é a namoradinha do Harry Potter… Cuidado hein?! A última menina que quis namorar com ele acabou morta no chão de pedra enquanto ele assistia.

Agora Harry podia ouvir claramente o choro de Hermione quando subiu o último lance de escadas. Viu Ron segurar os braços de Hermione furiosamente, a menina chorava encarando o chão e isso enfureceu o moreno mais do que já estava com o discurso do ruivo.

- Solta ela, Weasley. – Disse Harry fazendo-se perceber com seu tom frio e cortante.

- Agora é Weasley? Até pouco tempo atrás era Ron, agora você se acha bom demais para andar com um Weasley?! – O outro ainda segurava Hermione que agora olhava o recém-chegado assustada.

- Eu mandei soltá-la. – A calma em sua voz não demonstrava a ira que estava contendo e sem Gael ali presente ele não sabia o que poderia fazer se o outro não obedecesse.

- Mandou? – Perguntou o outro a voz transbordando ironia. – Mandou?! O que te faz pensar que pode mandar em mim?

- O fato de que se você não obedecer, eu vou fazer você se arrepender...

- Adoraria ver você tentar. – Provocou o outro e Hermione ergueu os olhos brilhantes consciente do perigo que se aproximava.

- Harry, não.

- Viu? Até sua namoradinha acha que você não seria capaz de me machucar. – Ron estava fora de controle, seus olhos pareciam insanos e dentro dele havia uma mágoa que Harry não poderia medir, mas naquele momento a única coisa que importava para o moreno era a menina chorando copiosamente sob o aperto forte do ruivo.

- Última chance Ron. Solte a Hermione agora. – o mais alto apertou o braço da menina com mais força fazendo-a choramingar de dor. – Eu avisei. Alarte Ascendare.

O ruivo foi lançado para longe com a força de um atropelamento, Hermione caiu no chão chorando e Harry correu até ela envolvendo seus ombros em um abraço cálido. Alguns curiosos começaram a se aproximar, atraídos pelo barulho estrondoso que Ron fez ao bater em uma parede a vários metros de distância de onde estava segurando a menina. Ainda não tinha se mexido depois disso.

- Harry, o que você fez? – Sussurrou a menina massageando o braço dolorido e se ponto de pé enquanto encarava a figura distante do rapaz que costumava ser seu amigo.

- Foi só uma azaração. Está tudo bem. – O moreno ainda a abraçava, pois parecia que ela desabaria a qualquer momento.

- O que está acontecendo aqui? – Perguntou McGonagall, subindo esbaforida as escadas, e então viu Ron caído no fim do corredor como um boneco de pano – O que aconteceu com o Sr. Weasley?!

- Eu o enfeiticei, ele estava machucando Hermione. – Disse Harry inabalável.

- Oh Merlin, dessa vez vocês passaram dos limites. – Empertigou-se ela, lhe lançando um olhar irritado e logo depois encarou Prof. Lupin que acabara de subir as escadas naquele momento – Prof. por favor leve o Sr. Weasley a enfermaria. Talvez você deva acompanhá-lo Srt. Granger.

Hermione olhou para Harry sem saber o que fazer e ele sorriu para ela com a intenção de confortá-la, beijou sua testa demonstrando como sentia sua preocupação.

- Vai, deixe a Madame Pomfrey dar uma olhada no seu braço. – Ela acenou afirmativamente e acompanhou o professor de Defesa que estava levitando o ruivo a frente dos dois.

- Me acompanhe Sr. Potter. E vocês, voltem a seus dormitórios, já passa da hora de recolher.

O moreno seguiu a diretora de sua casa silenciosamente, ainda se remoendo de raiva do ruivo, “Como ele pôde machucar a Hermione?!” Se tinha algum problema que resolvesse com ele próprio, não atacasse covardemente a amiga. Chegaram finalmente a sala da professora, e ele se sentiu mais relaxado quando percebeu que não teria de lidar com Dumbledore naquela noite. Sentaram-se diante da mesa e a mulher lhe encarava com preocupação.

- O que está acontecendo Sr. Potter? Eu entendo que amigos se desentendem, mas isso foi longe demais... Você atacou deliberadamente o Sr. Weasley.

- Ataquei. Ele estava machucando Hermione, eu disse para ele soltá-la, mas ele não fez. Ele estava com raiva de mim, não deveria ter mexido com a Mione. – A raiva não estava presente na voz, mas McGonagall podia sentir a aura mágica do menino rodopiando descontrolada por todo o ambiente, ela suspirou.

- Que feitiço você usou?

- Alarte Ascendare. – Disse o rapaz sem uma gota de arrependimento, a bruxa empalideceu.

- Potter! – Disse ela exaltada – Você percebe o que fez?! Percebe o que pode ter feito com Weasley?

- Eu mirei para baixo. Queria joga-lo para longe dela, não o ferir. O feitiço saiu apenas um pouco mais forte do que imaginei.

- Você o arremessou contra uma parede a mais de trinta metros de distância. Isso é muito mais que um erro de cálculo. Devemos estar agradecidos por você ter pensado em mirar para baixo. – Ela olhou o rapaz severa e procurando qualquer traço de arrependimento, mas o outro permanecia impassivelmente calmo. A bruxa suspirou. – Ainda que tenha sido uma briga de amigos, vocês receberão punições, vocês três devem entender que...

- Professora, Hermione não teve nenhuma participação nisso, foi apenas uma vítima. Eu e Ron merecemos punições, ela não.

- De acordo. Você terá duas semanas de detenção com Hagrid, vocês montarão armadilhas na orla da Floresta, ele lhe informará quando devem começar. Agora volte para a torre e fique lá, já houveram problemas suficientes por uma noite.


Notas Finais


O capitulo veio mais cedo porque amanhã não vou ter muito tempo para ficar no PC, mas na semana que vem ele volta a ser no domingo...exceto é claro que alguém acerte o que vai acontecer no próximo capitulo, nesse caso posto um bônus na quarta ou na quinta...por favor acertem, esse é um dos meus bônus favoritos e eu quero muito mostra-lo a vocês, podem fazer quantas tentativas quiserem.
Um grande beijo e Boa sorte a todos.
:3


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