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História Harry Potter e o Mistério dos Black's-Harmione - Novas Preocupações


Escrita por: Kathy_Lyn

Notas do Autor


Oi amigos. Grata por todos que comentaram e favoritaram. Logo responderei os restantes dos coments.
Deixo mais um capítulo e espero que gostem.
Bjinhos

Capítulo 11 - Novas Preocupações


Já deveria ser cerca de onze da noite quando Hermione subiu para o seu quarto, após um dia longo e divertido ao lado do amigo. Tomou um banho e deitou-se, sem todavia apagar as luzes. Poucos minutos depois, um Harry esbaforido entrou pela porta, carregando algo nas mãos.

—Hermione, olha o que eu acabei de achar no meu quarto – A garota imediatamente sentou-se na cama, franzindo o cenho.

—É o profeta diário, eu pedi uma edição hoje. Quando ele chegou?

—Eu não sei. Sua coruja deve ter trazido pela manhã, mas eu só o vi agora – Explicou rapidamente.

—Eu havia me esquecido totalmente dele...

—Mas veja só o que está escrito na primeira página – A garota prontificou-se a escutar, enquanto Harry sentou-se ao lado dela, afim de compartilhar a leitura. Na capa do profeta, uma grande fotografia enfeitiçada, mostrava alguns comensais sobrevoando Hogsmead. Logo abaixo, o título da manchete “Vilarejo bruxo volta a ser atacado”.

—O quê? Mas que droga! – Hermione exclamou.

—“Apesar do fim da guerra, a situação no mundo bruxo não pareceu melhorar muito. Nesta mesma manhã, por volta das seis horas, um grupo de comensais invadiram e atacaram diversos vilarejos bruxos, inclusive Hogsmead, onde parecem ter um maior interesse” – Harry começou a ler em voz alta – “Aurores e alguns membros da chamada “Ordem da Fênix”, sob o comando do Ministro Kingsley Shacklebolt, apareceram rapidamente, na tentativa de conter os ataques. Houveram lutas e perseguições, onde alguns trabalhadores saíram gravemente feridos. O chefe do Departamento de Aurores não divulgou os nomes dos membros que já foram encaminhados para o Saint Mungus. Os comensais responsáveis pela algazarra conseguiram fugir, mais uma vez.

Moradores do local conseguiram reconhecer alguns dos comensais, dentre eles, Thorfinn Rowle e Rodolfo Lestrange.

Famílias e comerciantes dos vilarejos atacados estão em desespero, acusando o Ministério de não conseguir conter os seguidores daquele-que-não-se-deve-ser-nomeado. Estaria o Ministro Kingsley fazendo realmente um bom trabalho?” – Harry preferiu não ler o restante. Era o suficiente. Aquela notícia servira para acabar com o seu dia, que até então havia sido maravilhoso. Fechou o profeta diário com rispidez o jogou-o no chão, contrariado. Hermione umedeceu os lábios e fitou o amigo, pesarosa.

—Eu sei o quê está pensando, Harry – Ela começou numa doce voz – Não fique assim... Pelo menos ninguém saiu morto, desta vez.

—Eu não me conformo, Hermione. Não é possível que esses malditos consigam andar por aí, fazer o que quiserem e conseguirem escapar todas as vezes! – Ele suspirava pesadamente, demonstrando sua indignação.

—Eu também não me conformo, mas... Não podemos fazer nada. Alguma hora vão conseguir pegá-los Harry, você verá – O incentivou, tocando sua mão.

—Você ouviu? O marido dela tava lá... Provavelmente ela também – Disse cheio de raiva – E conseguiram escapar mais uma vez... – O garoto meneava a cabeça diversas vezes, inconsolável.

—Hei, esquece isso! – Ela pediu – Você tem que esquecer Harry e parar de se preocupar com isso agora. Você fez o que podia ter feito. Agora é com o Ministério – Harry a fitou e ela lhe sorriu – Nós temos bons aurores e outras pessoas trabalhando nisso. Verá que logo, logo, todos esses malditos comensais estarão presos.

Hermione tinha razão, Harry decidiu. Não deveria perder sua tranquilidade por causa desse assunto. Cedo ou tarde todos estariam em Azkaban, porque o bem sempre vencia mal, acreditava ele. Não obstante, ainda sentia um profundo nó na garganta, dizendo-lhe que era impossível esquecer tudo aquilo. Hermione deitou-se na cama e o amigo escorou-se na cabeceira, colocando um travesseiro sobre suas pernas. Ela tentava tranquilizar Harry para que não se preocupasse. Não obstante, ela mesma sentia seu íntimo se remoer de preocupação. As palavras do amigo repetia-se em sua cabeça, vez e outra “Provavelmente ela estava lá, também”.

Era óbvio que ela estava. E também não se conformava com o fato de a comensal maldita estar tão perto. A ousadia dos seguidores de Voldemort a amedrontava, principalmente por saber que Harry, cedo ou tarde, acabaria se envolvendo muito mais com essa questão. Precisava tirar dele, a ideia de qualquer vingança. Precisava incutir na sua mente, a aceitação de que Voldermort estava morto e não lhe cabia mais a responsabilidade de qualquer acontecimento envolvendo os comensais. 

Os dois passaram longos minutos em silêncio, sem proferir palavra. Harry estava muito pensativo. Era díficil lidar com o sentimento de saber que Bellatrix Lestrange continuava impune. As imagens de Sírius e Dobby não lhe saíam da cabeça, por mais que tentasse esquecer.

Quase uma hora depois, Hermione sentiu seus olhos pesarem e deixou que se fechassem pouco a pouco, percebendo o sono lhe invadir, enquanto ainda fitava a luz acesa. Talvez pudesse dormir em seu quarto naquela noite, sabendo que o amigo estava bem ali, do seu lado.

Harry abriu os olhos pesadamente. Não sabia o exato momento em que havia pegado no sono, mas percebeu que ainda estava sentado na cama de Hermione, agora de forma muito desleixada. Seu corpo pendido para o lado, começava a ficar dolorido. Seu rosto, estava bem próximo do rosto da amiga, de maneira que podia sentir a respiração quente dela. Então se sentou na cama, procurando por seus óculos que haviam ido parar em algum lugar enquanto dormia. Encontrou-os quase debaixo de si e os recolheu, colocando-os na face.

No mesmo instante, avistou a amiga dormindo ao seu lado. Hermione parecia inquieta e murmurava coisas quase incompreensíveis.

—Harry, Ron? Onde vocês estão? – Compreendeu-a dizer, de forma chorosa.

—Estou aqui Mione, o que foi? – Mas ela não respondeu. Estava dormindo. Talvez estivesse tendo algum pesadelo

—Por favor não vão embora...

—Mione, acorde – Sacudiu-a levemente – Você está sonhando.

Ela estava realmente sonhando. Estava novamente na sala da morte, sozinha e desesperada. A comensal de pele pálida gargalhava de forma maléfica, enquanto rodopiava por um lado e outro cantarolando o feito do qual tanto se orgulhava.

“Eu matei Sírius Black! Eu matei Sírius Black! Eu matei Sírius Black!” – Repetia vez e outra, sem cessar. Por que ela se vangloriava tanto por aquilo? Hermione pensou consigo. Não sabia dizer, mas imaginava que Bellatrix era nazista demais para conviver com a ideia de possuir familiares traidores do sangue.

“Eu matei Sírius Black!”

Ela continuava gritando por todos os lados. Corria em polvorosa pela sala da morte, como se a pequena arena estivesse repleta de espectadores assistindo a sua demonstração de loucura. Hermione permanecia estática, no meio da sala, mantendo a varinha firmemente erguida em sua mão.

Então ouviu novamente aquela voz clamando por socorro. E ao virar-se para o arco, pôde avistar o rosto pálido de Sírius Black numa expressão de extrema angustia. Ele murmurava muitas coisas, as quais Hermione não conseguia compreender. Ainda assim, a garota voltou a se aproximar do véu, tentando decifrar suas, quase, inaudíveis palavras.

—Sírius– Harry ouviu a amiga murmurar fracamente.

—Hermione, você está tendo um pesadelo, acorde! – Sacudiu-a, começando a ficar preocupado. Ela estava sonhando com Sírius?

—Sírius... – Sibilou de forma vacilante. A imagem do homem era completamente refletida por entre as ondas dos véus. E apesar de ser uma imagem pouco nítida, Hermione jurara que era muito real – Você está morto – Sussurrou para ele. Então alçou uma das mãos, quase tocando o véu, afim de contornar as feições do pobre homem. Mas antes que ela pudesse raciocinar, o padrinho de Harry a agarrou pelo braço e começou a puxá-la para dentro daquele assombroso arco – Não, me solta! – Gritou em desespero – Me solta Sírius! Me solta! – Mas o homem continuava puxando-a de forma árdua e decidida, como se fosse um demônio tentando arrastá-la para os locais tormentosos onde se encontrava. Hermione sentiu o desespero tomar conta de si e lutava incansavelmente contra o homem.

“Eu matei Sírius Black! Eu matei Sírius Black” – A voz da comensal maldita surgiu novamente. No entanto, desta vez, pôde ouvi-la bem atrás de si, a poucos centímetros de distância. E como que por mágica, a imagem se Sírius desapareceu e Hermione sentiu-se sendo soltada. A garota olhou para trás, ainda mais assustada que antes. O rosto pálido e pérfido de Bellatrix a fitava com desprezo, como se pudesse matá-la apenas com um sádico olhar.

—Eu matei Sírius Black! – Ela voltou a dizer, porém desta vez, em forma de sussurro – Eu matei Sírius e Alyvia Black – Sibilou, mirando-a com grande exatidão – E agora vou matar você também.

—Hermione! – Harry chamou a amiga mais uma vez. Faziam cerca de cinco minutos que tentava acordá-la. Não obstante, seus rogos pareciam não surtir efeito – Acorda por favor, o que houve? – Indagou preocupado. A garota se remexia inquieta e Harry imaginou que ela estivesse tendo um pesadelo muito terrível. Mas por mais que tentasse, não conseguia fazê-la despertar do horrível sonho. Então imaginou que talvez pudesse tentar acalmá-la  e pegou a sua mão, apertando-a levemente. Apenas nesse momento, percebeu-a muito quente – Hermione, por favor acorde – Pediu uma vez mais, sacudindo-a.

E agora, o que faria? Não podia deixar a amiga naquele estado. Então tentou despertá-la por mais alguns minutos e, não conseguindo, decidiu procurar por ajuda.

Saiu rapidamente do quarto e dirigiu-se ao andar debaixo. Andrômeda dormia no quarto de Teddy, tensionando ficar mais perto do netinho, já que ele acordava diversas vezes na noite.

Harry bateu à porta dela, sem pensar duas vezes, certo de que a Sra. Tonks pudesse ajuda-lo.

Em poucos segundos, Andrômeda apareceu diante à porta entreaberta, vestindo um longo roupão de cetim e fitando o garoto moreno, defronte sua, com uma expressão de surpresa.

—Harry, o que aconteceu? – Indagou, ainda sonolenta.

—Hermione está com febre e acho que está delirando. Eu não consegui acordá-la – Explicou de forma incompleta.

A mulher passou por Harry subindo rapidamente as escadarias, em direção ao quarto da garota. Ao entrar, jogou-se sentada na cama, apalpando o rosto de Hermione.

—Ela está muito quente, o que aconteceu?

—Eu não sei. Ela estava bem quando fomos dormir – Harry estava meio apavorado, como se a simples ideia de ver a amiga doente, o aterrorizasse.

—Harry fique aqui com ela, eu vou pegar algumas coisas – Pediu Drômeda e deixou o quarto. Instantes depois, ela voltou com um pequeno recipiente contendo água fria e uma toalha.

Harry apenas observou como ela molhava o grosso tecido, diversas vezes e passava delicadamente pelo rosto de Hermione, tentando controlar a temperatura.

—Vai funcionar?

—Espero que sim – Andrômeda o fitou, de maneira preocupada.

Harry não sabia quantas horas haviam passado ali, tentando conter a febre da amiga. Apenas sabia que ela parecia piorar a cada minuto, tendo adquirido um tom muito avermelhado na pele e roxo nos lábios. Estava começando a ficar realmente desesperado. E se ela tivesse adoecido? Andrômeda havia tentado diversas coisas, como poções e até uma bolsa de gelo. Não obstante, nada surtira efeito.

—Eu não sei mais o que fazer, Harry – A senhora Tonks parecia exausta. Seus cabelos, antes muito encaracolados e comportados, agora pareciam extremamente desgrenhados, refletindo seu cansaço e aflição.

—E se Hermione não melhorar? – A voz de Harry soava tensa.

—Eu não sei... – Ela voltou a murmurar, também preocupada – Ela está com muita febre, nunca lidei com algo assim... Eu vou pedir a Arnaldo para que traga um medibruxo.

E então voltou a sair uma vez mais da habitação. Harry olhou para a amiga, pensativo. O que poderia fazer? O que estava acontecendo com Hermione? Ela parecia muito bem momentos antes de irem se deitar. Aproximou-se dela e acariciou o rosto da amiga. O que havia de errado, afinal? E Harry percebeu que, naquelas quase três semanas, era a primeira vez que a amiga dormia em seu quarto. Talvez fosse bobagem, mas um leve pressentimento passou por seu peito. E num impulso, ergueu a amiga nos braços e dirigiu-se para o seu próprio quarto, depositando-a na sua cama.

Sentou-se ao lado dela e pegou uma de suas mãos, permanecendo vários minutos apenas a observá-la.

—Harry, por que trouxe Hermione para cá? – Andrômeda apareceu na porta, instantes depois.

—Eu achei que ela ficaria melhor aqui – Contestou evasivamente - Está mais fresco.

—Eu não consegui falar com Arnaldo. Tentei chamá-lo pela lareira, mas ele não me respondeu. Isso é estranho, não acha? Ele disse que ficaria à disposição vinte e quatro horas por dia.

—É mesmo estranho...

—Fiquei preocupada, Harry... – Ela meneou a cabeça – Arnaldo é muito responsável. Ele não deixaria de atender um chamado nosso – Afirmou com veemência.

—Ah... – Harry murmurou tendo outro pressentimento. Lembrou-se da notícia no profeta diário sobre os ataques dos comensais e sobre os membros do ministério que haviam se ferido. Estaria Peasegood entre eles? – A senhora por acaso leu o profeta diário hoje? Senhora Tonks...

—Não – Ela o olhou de cenho franzido. Harry apenas pegou sua varinha e pronunciou um feitiço, fazendo com que o jornal bruxo viesse voando até eles. Andrômeda o pegou assim que passou por ela.

—Está bem na capa – Contou enquanto a senhora Tonks passava o olho rapidamente pela matéria no jornal e sua face tomava uma fisionomia assustada – Acha que Peasegood pode estar entre os feridos?

—Talvez, Harry – Ela sibilou quando conseguiu tirar os olhos do jornal – Pode ser. Isso explica o fato de não conseguir falar com ele. Eu vou procurar saber disso assim que o dia amanhecer.

Harry assentiu e olhou pela janela, percebendo que tal fato não se demoraria muito. Já era quase manhã.

-Merlin, não acredito que esses ataques continuem. Espero que Peasegood esteja bem... — A mulher pareceu refletir alguns instantes, até voltar-se para o garoto - Mas e Hermione? Ela parece estar melhorando, não? – Andrômeda  analisou a menina – Pelo menos agora parece dormir com tranquilidade  – Aproximou-se e voltou a sentir a temperatura dela – Está diminuindo.

—É – Harry virou-se e olhou a amiga, também – Acho que ela vai ficar boa, agora.

De fato, Hermione parecia melhorar gradualmente e Harry associou isso ao feito de tê-la tirado daquele quarto. Então suspirou, aliviado e Andrômeda pareceu fazer o mesmo.

—Por que a senhora não vai dormir um pouco, senhora Tonks? Daqui a pouco Teddy vai acordar e então não poderá mais descansar – Sugeriu. A senhora de cabelos castanhos apenas assentiu, parecendo muito exausta.

—Qualquer coisa, me chame Harry – Pediu encarecidamente. Harry meneou a cabeça e viu-a sair do quarto, sentindo-se agradecido. Andrômeda era uma boa mulher. Tinha um grande coração.

Então olhou novamente a amiga e voltou a franzir o cenho, preocupado. Graças a Merlin ela estava melhorando. O que havia acontecido com Hermione, afinal? Era estranho, enigmático, talvez. O simples fato de afastá-la da sua habitação, havia conseguido acalmá-la daquele terrível pesadelo.

O que Hermione sonhava pelas noites que a deixava com tanto medo? Era o que pretendia perguntar assim que ela acordasse. Mas naquele momento, a única coisa que desejava fazer era dormir. Estava exausto e suas pálpebras pesavam.

Caminhou até a janela e fechou as cortinas, escurecendo totalmente a habitação. Retirou seus tênis e deitou-se ao lado da amiga, colocando-a em seu ombro, da mesma forma como dormiam todas as noites. Adormeceu em pouco instantes, assim que cerrou os olhos. Logo o dia estaria claro e pressentia que boas coisas não estavam por vir.



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