⠀Lá estava o pequeno prodígio do Clã Kitsune, Uchiyama Haruki, se encontrava colhendo flores ao lado de uma cachoeira. O garotinho que havia somente uma cauda queria presentear sua avó, que estava de cama devido aos problemas de saúde, dando a ela um buquê simples.
⠀Haruki era um menino simpático e gentil, sua calmaria era contagiante, sempre andando de cabeça erguida e sempre pronto para ajudar. Na Aldeia Tanako, ele era conhecido por ter um coração de ouro, ele era amigo de todos e por isso era muito bem tratado, sempre recebendo mimos de comércios.
⠀Haruki junta algumas flores e alguns ramos de ervas aromáticas, ele as prende com uma fita amarela e brilhante que havia pegado do ateliê de sua mãe. Ele então corre de volta para sua aldeia, passando nas ruas de pedra de lá, cumprimentando a todos a sua volta.
─ Hey, Haruki, venha aqui! ─ Uma padeira chama pelo pequeno, na porta de sua padaria.
─ Boa tarde, senhora padeira. ─ O pequeno Haruki se curva, com um sorriso brilhante em seus olhos. ─ Precisa de ajuda em algo?
─ Não, não é isso. ─ Diz a padeira, tirando uma cesta de pães detrás de sua saia, oferecendo ao garoto. ─ Eu queria te agradecer por ter me ajudado todas essas vezes. Sem você, meus pães não ficariam tão macios como estão.
─ Você está dando pra mim?__ Haruki espia dentro da cesta. ─ Eu não posso aceitar, você tem que vendê-los.
─ Eu tenho os ingredientes suficientes para fazer mais pães, Haruki, não se preocupe. ─ A padeira diz, com um pouco de frustração. ─ Aceite-os como forma de gratidão, por favor.
⠀Educadamente, Haruki pega a cesta de pães da jovem moça, dando a ela um sorriso iluminado.
─ Obrigado, senhora padeira. Eles parecem deliciosos.
─ Acabaram de sair do forno, coma enquanto estão quentinhos. ─ A padeira sorri satisfeita. ─ dê um beijo na sua avó por mim.
─ Pode deixar, obrigado novamente.
⠀Haruki acena para a padeira e então continua seu percurso. Ele abre a cesta de pães, tirando um pãozinho de leite para comer no caminho. Estava faminto, havia acordado e saído às pressas para ajudar seu pai a cortar lenha, acabou esquecendo de tomar café.
⠀A pequena raposa olha de canto a canto da aldeia, satisfeito por morar em um lugar pacífico e paradisíaco, como nos contos de fada que seu avô lhe contava quando era mais novo. ⠀Haruki tem agora os seus 11 anos de idade, era uma criança pura e inocente, o que não é normal para um exemplar de sua espécie. Haruki era um Kyuubi no Kitsune. É uma espécie de Kitsune que ao atingir seus 1.000 anos de idade ganha a Onisciência, podendo ver e ouvir tudo em qualquer lugar no mundo, adquirindo a sabedoria infinita.
Quando ganha sua nona cauda, sua pelagem muda para tons dourados ou prateados. Na Aldeia Tanako, só há 5 exemplares dessa espécie, sendo assim, raros.
⠀Haruki não sabia muito de sua espécie, sua avó lhe ensinava tudo que sabe, mas tinha dificuldade de entender o que ela dizia. A matriarca respondia pacientemente cada pergunta que Haruki fazia, ele havia aprendido muito coisa com ela.
⠀Sua avó, como sua mãe, era uma grande artesã, mas um dia adoeceu e ficou incapacitada de trabalhar novamente. Haruki visita a mesma sempre que pode, cada dia com uma pergunta diferente. Desta vez, ele levava o buquê que carinhosamente fez para ela.
⠀Chegando na casa de sua avó, Haruki tira seus sapatos e então corre para o quarto, surpreendendo sua avó com as flores e com a cesta de pães.
─ Boa tarde, vovó.─ Diz Haruki, colocando a cesta de pães na mesa ao lado da cama de sua avó.─ Eu trouxe algumas coisas pra você.
─Haruki, que bom te ver aqui novamente. ─ a mais velha sorri docemente.
─ eu trouxe algumas coisas para a senhora. ─ diz Haruki, levantando o buquê em direção à sua avó.
⠀A mesma pega o buquê delicadamente das mãos de seu neto. Haruki sentia prazer em ver a avó tocando levemente as pétalas, enquanto sorri para as flores.
─ Elas são lindas, Haruki, obrigada. ─ A Avó diz.─ essa fitinha que você usou para prender... me lembra a cor dos seus olhos.
⠀A matriarca aponta para os dourados e cintilantes olhos de Haruki, eles se enchem de brilho quando mencionados, fazendo Haruki esbugalhar os olhos.
─ Eu também trouxe pães, eu ganhei da padeira quando estava vindo para cá.─ Haruki então, tira o pano da cesta.─ Eu acho que eles ainda estão quentinhos, ela acabou de fazer.
─ Eu entendo que você tenha um cuidado especial por mim, Haruki.─ A Avó diz com um toque de frustração.─ Eu não posso aceitar esses pães, o leite é prejudicial à minha saúde.
⠀Haruki cobre a cesta novamente, um tanto envergonhado. Ele abaixa suas orelhas levemente, fazendo com que sua avó leve sua mão até a sua bochecha, a acariciando. Ele cede ao toque de sua avó, segurando a enrugada e fria mão da mesma.
─ Desculpe, eu havia me esquecido disso.─ Haruki levanta sua cabeça novamente.─ Como anda a sua saúde?
─ Eu estou bem, por enquanto.─ A Avó diz, suspirando.─ Apenas sinto ânsia as vezes, mas sua tia está aqui para cuidar de mim, não há com que se preocupar no momento.
─ Ah, é mesmo.─ Haruki diz aliviado.─ Mas eu ainda me preocupo com a senhora, seria um problemão se a senhora morresse.
⠀A de nove caudas se entristece, pois sabia que não havia lhe restado muito tempo, a mesma faleceria nos próximos meses, pois se encontra em estado grave. Ela esconde isso de Haruki, não quer deixar seu neto assustado, mas não havia nada que ela pudesse fazer, a não ser que a dama de preto a leve. A mesma então, põe um sorriso forçado em seu rosto.
─ Você não me perderá, eu prometo.─ Diz a avó calmamente.─ Mas quando isso acontecer, me prometa que não deixará isso dominar a sua cabeça.
⠀Pondo a mão em seu ombro, a matriarca olha diretamente nos olhos de Haruki. Deixando o menor levemente preocupado.
─ Eu prometo. Afinal, eu sou forte!─ O rosto de Haruki se ilumina novamente.
─ Saiba que no dia em que isso acontecer, não lamente por mim.─ A de nove caudas continua a falar.─ Eu finalmente terei encontrado a paz, e eu vou estar te guardando.
─ Eu entendo que você precise descansar, vovó.─ Haruki diz entristecido.─ Mas vamos continuar juntos até que esse dia aconteça. Eu tive você por muito pouco tempo até agora.
⠀Cheia de orgulho, a avó olha para a janela ao seu lado.
─ Você é um ser maravilhoso, Haruki.─ A matriarca diz, sentindo a brisa bater em seu rosto.─ Lembre-se, Haruki. Após as tempestades, o sol voltará a te iluminar.
─ Após as tempestades, o sol voltará a me iluminar. ─ Haruki repete.─ Eu vou tentar me lembrar disso, caso eu precise. Obrigado, vovó.
⠀Haruki sorri docemente, fazendo sua avó retribuir o sorriso da mesma maneira.
─ Bom, agora vamos falar de coisa boa. ─ A avó se recompõe, se sentando em sua cama. ─ Como está sua família?
─ Estamos bem, apenas sentimos falta da sua presença lá. ─ O raposinho afirma com a cabeça. ─ Você animava tanto a casa.
─ Logo logo estarei melhor, poderemos temperar a cozinha com trigo de novo. ─ Vovó ri, lembrando-se da cena em que bagunçou a cozinha ao fazer bolo com seu neto. ─ Tomara que possamos fazer isso de novo.
─ Sim, nós vamos. ─ O pequeno esbranquiçado diz sorridente. ─ Tomara que a senhora fique melhor logo.
─ Sim, eu espero também. ─ A maior olha para o sorriso de seu neto. ─ Eu já te disse que seu sorriso brilha mais do que o sol?
─ Mais do que o sol...? ─ O garoto olha para seu reflexo da janela, vendo suas pequenas presinhas. ─ Jura?!
O pequeno Haruki fica empolgado, olhando para a mais velha com brilho nos olhos, tirando um sorriso da mesma.
─ Sim, eu juro. ─ A mesma pôs sua mão trêmula nos cabelos longos de Haruki, afagando com cuidado. ─ Seu sorriso é brilhante e contagiante.
─ Hehehe... ─ Haruki passa um bom tempinho analisando seus dentes.
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