História Havana (Camren) - Good News?

— Camila? – escuto a voz de Perrie serena e calma do outro lado. Suspiro eliminando um peso enorme.

— Perrie? Quem eram aqueles caras? – talvez por enquanto não seja importante saber que conheço um daqueles homens. – aonde está?

— Bom... Harry e Louis me acolheram na casa deles – ela diz calma – mas agora me trouxeram de volta pra boate de ontem a noite. Será que pode vir me buscar?

— Claro! Vou dar um jeito. O mais rápido possível estarei aí – quase antes de desligar resolvo me despedir. Começo a me levantar e puxo Lauren comigo. Explicarei melhor assim que desligar – olha, você me deu um baita susto! Então, qualquer coisa liga, viu? Te amo Louie – era um jeito idiota que encontrei de caçoar com ela, devido ao seu nome.

— Eu que terei que lhe pedir desculpas. Mas obrigada Mila, te amo, venha logo então! – só Perrie e meu avô me chama(vam)m algumas vezes assim, Mila, diferente. Desligo o telefone e o coloco no bolso da calça.

Começamos a andar então. Estava tão ansiosa que acabei me esquecendo de Lauren. Uma Lauren furiosa pelo visto.

— Que que foi? – paro assim que sinto o toque de sua mão me puxando.

— Ue, para onde estamos indo? – ela quase berra.

— Perrie... ela está na boate... quer dizer bar, sei lá que merda de lugar de ontem a noite. Mas ela está lá. Vamos – puxo a mesma mão dela que havia me puxado para trás.

— É ela? – ela pergunta parando aonde está.

— ‘É ela...?’ – pergunto de que merda ela está falando, não...

— É ela essa ‘uma pessoa’ que você ama? – por que Lauren foi perguntar isso justo agora?

— Não! Tá doida, ela é uma melhor amiga e não, não... não faz sentido algum – dou risada. Essa conversa tem que acabar logo...

— Por que? Você disse que ama ela – ela parece indignada. Pra que isso agora?

— Eu a amo... mas como amiga – caramba! Que insistência é essa hoje?

— E à mim? – caralho! Okay...

— Claro! Claro que te amo – e muito, porra. Talvez mais do que deveria, talvez um amor de amiga diferente mas não um amor-amor mesmo... meu subconsciente grita isso, mas como queria poder gritar à ela de uma vez...

— E por que não Perrie? – ela pergunta em um tom que não consigo entender.

— Porque não...

— Não é gay ou bissexual, é isso? – ela me encara. Seu olhar parece de súplica, mas por que de súplica?

— Não! – dou risada.

— Não é isso? Você é...

— Caramba! Sou bissexual. Mas não gosto de Perrie, somos amigas e ponto final.

— O que? Você é...? – ela grita. Tá, nunca contei à ela que sou bi, mas consigo ficar completamente irritada com isso. Ando alguns passos à frente afastando nossas mãos – ela é sua nova melhor amiga?

— Caramba! Ela não é minha nova melhor amiga – reviro os olhos antes de encará-la – conheço Perrie à cinco anos, você sabe disso. Ela não pode te substituir assim como você não pode substituir ela. Ambas são importantes para mim e também minhas melhores amigas. E não vou brigar ou discutir sobre quem é mais minha melhor amiga ou não.

Apertei os passos acelerando um pouco. Lauren, calada demorou um pouco mas logo fez o mesmo que eu.

[...]

A ideia de ir a pé até o lugar foi horrorosa, admito, mas dou graças quando enfim chegamos. Depois daquela cena besta com Lauren não falamos nada, o caminho foi cansativo e silencioso.

Quando chego à porta, penso em derrubá-la, mas antes disso a porta se abre por Perrie.

— Perrie! – foi como se tivesse à visto pessoalmente pela primeira vez. Bem melhor até, a sensação de alívio...

Ela praticamente pula em cima de mim. Se Lauren tinha alguma raiva em relação à isso, deve ter aumentado agora, com certeza...

— Ca-ra-lho! – falo afastando o rosto, meio emocionada e sem conseguir falar direito. – juro que não te deixo mais sozinha em um estado desses, prometo!

Perrie me envolve cada vez mais no abraço, até que sinto meu ombro encharcado pela blusa. Sinal de que ela está chorando. Me afasto então.

— Quem é ela, Camila? – pergunta Perrie olhando em direção à Lauren. O verdadeiro encontro do século, mais inesperado.

— Oi Perrie. – disse Lauren. Ferrou-se tudo – sou Lauren.

— O quê? – disse Perrie rindo. Aí merda, não agora Pezz, não agora... – Lauren Jauregui?

— Sim, por quê? – diz Lauren dando o braço a torcer e se aproximando.

— Caramba! Jurei que em toda a minha nunca iria te conhecer – Perrie não tira os olhos arregalados e surpresos – sério. Camz fala muito de você, eu diria bastante mesmo! – aí merda!

— Ah claro! – Lauren riu disso. Okay, meu riso não era verdadeiro de mais. Mas não acho que elas brigarão, não faz sentido...

— Ora ora, se não é Lauren Jauregui voltando pra Havana! – diz alguém sarcasticamente, um rapaz meio alto, bonito, com o cabelo não muito comprido nem curto com um rabo de cavalo bem menor em comparação ao restante do cabelo que fica em baixo dele. Olhos muito bonitos, olhos verdes...

— O que está fazendo aqui? – pergunta Lauren em um tom áspero.

— Eu? Me divertindo – ele diz zombando.

— Harry! Acho que nós podemos ir ago... – escuto a voz de Louis. Merda. Por que ele não está com Dinah? Aonde ela está afinal? 

— Louis? O que faz aqui? Achei que estaria com Dinah – digo.

— Nós não somos mais... – diz Louis calmo. Mas alguém o interrompe antes – eu e ela não temos mais nada. 

— Aquela vaca é uma mosca morta! Sério! Não sei como aguentam ela! Só sabe falar de sí, da faculdade que faz e o quão é inteligente. Me poupe, essa idiota é tóxica... – disse o tal rapaz, Harry sem se mostrar gentil e nem um minuto sem deixar de encarar Lauren.

— Para de falar assim dela, caramba! – diz Louis aos berros.

Perrie se aproxima mais de mim e Lauren, talvez com medo, acho que tudo hoje foi demais para ela.

— Sério que vai falar assim? Até parece! Você deveria me agradecer pelo que fiz, te livrar daquela bolacha de água e sal...

Por que eles estão discutindo assim? Parecem um... pera, casal? Sério? Louis... gay? Tá, não posso nem dizer nada, sou a prova viva de que as aparências enganam.

— Pera, dá pra pararem de discutir um pouco e me explicar o que aconteceu? – berro ganhando a atenção dos quatro – depois o casal discute, não temos tempo pra isso! 

— Porra, não aconteceu merda nenhuma! – grita Harry – só aconteceu que eu resolvi ajudar sua amiguinha bêbada solitária que estava mais morta do que viva a levando pra casa! Fim de papo! Não fiz caralho nenhum com ela, existem coisas melhores por aí – ele fala com tanta aspereza como nunca ouvi sair da boca de alguém antes. Nojo é o que estou sentindo dele. – e nós... um casal? – disse Harry apontando pra sí e para Louis em seguida, debochando – nunca, nem foden...

E Louis saí sem terminar de ouvir uma palavra. Sim, eles são um casal. Talvez Louis esteja destruído, pelo visto como Harry trata as pessoas com suas palavras ácidas e ruins de se ouvirem. Eu ficaria péssima também. Até que Harry vai atrás dele, pelo menos faz isso...

— Okay, será que podemos ir? – disse Lauren.

— Vamos – respondi de imediato. Que eles se resolvam! Eu preciso é de descanso e ter pensamentos melhores. – vamos pra minha casa, por favor – falo olhando principalmente para Lauren.

— Poderíamos pedir um táxi, não quero pensar em andar... – diz Perrie.

— Okay, só que vamos pagar quando chegar em casa. Tô sem nenhum tostão agora – digo sorrindo.

Quando vejo por mim Lauren havia chamado o táxi que estava na pequena praça alí perto.

[...]

Passei o tempo todo dentro do táxi curiosa. De onde Lauren conhece Harry? Será que foi antes dela se mudar pro Brasil? Será que até esse idiota sabia que ela estava vindo?

Okay, calma... consigo respirar mais calma quando vejo que chegamos enfim à minha casa e de minha querida abuela.

O táxi fica esperando enquanto pego o dinheiro. Deixo Lauren e Perrie sentadas no sofá enquanto isso.

Talvez seja bom que elas sejam amigas, se conhecerem melhor. Lauren sempre disse que não gostava de Perrie, talvez pela relação forte de amizade comigo? Não sei, ciúmes...

— Perrie? Como se sente? – quebro o tenebroso silêncio.

— Bem melhor! – ela diz – eu diria bem menos desesperada, isso é o certo.

Ficamos em silêncio de novo. Nem sei que merda devo fazer. Talvez sentar a bunda em um desses sofás, me acalmar, conversar com elas e parar de pensar em palavrões...

— Lauren, você... – talvez me arrependa em seguida – você conhecia Harry já?

— Ah, – ela finge espanto – conheço, ele é irmão de Ashley, uma amiga...

— Ah... – me faço de desinteressada. Quem é Ashley, po... poxa?

— Camila, aonde fica o banheiro? – pergunta Lauren – estou apertada, sério.

— Okay, – dou risada de seu desespero – aqui, vem comigo.

Subo as escadas e mostro que é na última porta do corredor. Assim que desço as escadas, Perrie me encara com uma cara maliciosa...

— Po-rra! Ca-ram-ba! – ela parece feliz, entusiasmada por algo – sério que essa gata do caramba é a sua Lauren?

— É, é a Lauren sim. Mas que eu saiba, não é nada além de minha amiga – dou risada. Essa menina é doida mesmo.

— Caramba! Meu Deus, Camila! Ela é... é linda de mais.

— Para com isso! – dou risada.

— Okay, não vou roubar a crush de você – tapo a boca dela – que que foi?

— Não se esqueça que ela está lá em cima!

— Okay, okay... – ela revira os olhos – mas me diga, como reencontrou ela?

— Foi meio estranho, depois te explico direito, mas... dormi no apartamento dela.

— O que? Mas já se pegaram? – ela praticamente grita. Dou um tapa em seu braço.

— Nada aconteceu, mente pervertida – reviro os olhos dessa vez. – nada aconteceu e nunca vai acontecer.

— Ata, como se eu deixasse isso – ela diz convencida. – eu vou juntar vocês duas, viu? Ta me ouvindo?

Reviro os olhos. Perrie sempre diz a mesma merda de sempre, que um dia vai juntar eu e Lauren e blá blá blá... perca de tempo, nada vai acontecer já que somos amigas.

— Fica quieta um pouco – aponto para escada. A qualquer instante Lauren pode descer.

— Tá, mas ainda vou juntar meu shipp, viu? Meu Camren ainda não morreu... – ela diz em uma risada histérica em seguida.

— Carmen? O que é isso? – alguém abre a porta da sala. Minha vó. Caramba! Ela se quer sabe da existência dos meus sentimentos por Lauren, tá, até disse há um bom tempo de alguém que estava se mudando e que não valia a pena lutar por isso, ela pareceu entender, mas será que ela me mataria, me negaria se soubesse quem é? Merda, Lauren lá em cima...

— Ah, sim. Minha tia Carmen, coitada, é muito velha. A besta da Camila diz que ela vai morrer, mas estou dizendo aqui que não, de que vou ajudá-la e que ela não pode morrer. Tem que lutar – diz Perrie num tom brincalhão causando risadas em minha vó.

— Tem que lutar mesmo – diz minha vó saindo até a cozinha.

— Está vendo Camila, até sua abuelita diz isso – diz Perrie com duplo sentido. Dou um tapa em seu ombro.

— Ah, Camila, chegou isso pra você hoje – diz vovó vindo da cozinha com um envelope em mãos. Mas o que seria? – bom, não deixei na sala se não você teria aberto e nem teria me contado o que era.

— Nunca faria isso – digo sorrindo. Pego o envelope em mãos quando ainda seguro as mãos de mi abuela enrugadas e cheia de manchinhas.

— Parece importante... – diz Perrie.

Meu Deus! O que é isso! Preciso abrir...

Meus olhos se arregalam. Não pode ser!

— Não pode ser! Não pode ser! Não pode ser! – berro me levantando do sofá enquanto pulo com o papel grudado em meu peito.

— O que foi? – Perrie berra.

— NYU – berro. Ela me encara sem entender – é a melhor universidade de Nova York, com toda certeza é...

— O que isso significa então? – pergunta vovó.

— Bom, eles me ofereceram uma bolsa de estudos para finalizar os meus estudos lá! Nova York! Não é incrível?! – dou gritinho de novo. As duas me abraçam – eu achei que nunca seria aceita! Meu Deus! Já faz um tempão que mandei...

— Sério isso? E quando você iria pra lá? – pergunta Perrie.

— Ãn? Quem vai pra onde? – aparece Lauren.