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História Heart Anatomy - está sendo reescrita. - A lógica de Shikamaru


Escrita por: didi_cookye

Notas do Autor


Oooiieee, desculpem o "atraso". Não passou um mês, mas mesmo assim 18 dias até que foi mt tempo.

O capítulo quase, mas quase se chamou 'Os sentimentos de Shikamaru', mas achei mais apropriado ser a lógica pq é basicamente isso. E tbm, vou guardar o titulo sentimentos para dps. Ok? ok? ok?

Bom capítulo para vcs :*

Capítulo 55 - A lógica de Shikamaru


Fanfic / Fanfiction Heart Anatomy - está sendo reescrita. - A lógica de Shikamaru

      Dizer aquilo em voz alta fez algo se remexer no peito de Shikamaru. Foi como se um peso tivesse sido tirado de um lado do peito e posto do outro. Desejava que aquela sensação saísse de si, mas sabia que só sairia com uma coisa: se dissesse aquelas mesmas palavras a Temari. E ele não queria isso, não agora. Não quando eles estavam tão bem juntos e felizes. Especialmente quando ela disse que por hora ignoraria o fato –mesmo não sabendo do que se tratava-  para estar num relacionamento com ele.

     Sasuke o olhou de rabo de olho enquanto encarava Gaara que parecia nem ter escutado o que o Nara disse. Ele bufa em descontentamento. Esta era a oportunidade perfeita para o ruivo criar um caso, mas ele e Naruto estavam ocupados demais mexendo em seus celulares.

- Tenho que procurar a minha esposa – Naruto diz de repente. Tinha trocado mensagens com a mãe, se oferecera para almoçar com ela no dia seguinte e leva-la ao aeroporto depois. Entretanto, queria que Hinata os acompanhasse. E além do mais, queria ter a certeza de que a morena não estava irritada com ele devido a sua piada sobre topless.

- Vocês nem ao menos me ouviram – murmura Shikamaru, sentindo o peso mover-se de novo.

- Eu ouvi – Gaara responde como se fosse nada, nem ao menos tirou os olhos do celular. – Kankuro conversou comigo sobre isso quando eu cheguei. Eu poderia gritar com você, socar você, mas você é o meu amigo... – Ele deixa a afirmação no ar, como se somente ela explicasse tudo. – Você nunca magoaria a minha irmã, assim como eu nunca magoaria a sua -  alega com muita certeza.

- Eu sei, eu só...

- Pensou que eu fosse cego? Estupido? – Inquire Gaara, ao contrário de alguns minutos ele estava sério. – Kankuro nem ao menos precisou me dizer qual era o problema. Eu sabia. E eu vou dizer o mesmo que disse a ele: não vou me meter nisso. Temari já é adulta, e sabe se cuidar. Eu a amo, ela é a minha irmã, mas você é meu amigo.... Então eu simplesmente prefiro não me meter. Não vou brigar com um por causa do outro e nem nada do tipo. – Gaara explicava dessa vez olhando para o amigo, seu semblante estava sério, mas os olhos continham compaixão e até mesmo sobrava um pouco da graça de antes.

- Isso é compreensível, mas ao mesmo tempo tão.... Frio – comenta Naruto. Tinha escutado o que Shikamaru havia dito, mas ainda não tinha tomado a proporção do que aquilo significava. Temari sempre quis ser mãe, ele soube disso antes mesmo de ela escolher sua especialização. Nem ao menos ficou surpreso quando ela se distanciou totalmente da cardio e escolheu a pediatria. Ela já era como uma mãe de todos os amigos. Sempre tendo conselhos rápidos e inteligentes para todos eles. Ela já tinha lhe dito que queria filhos, isso de fato foi há bastante tempo, mas era óbvio que o sentimento não mudara. Antigamente ela dizia que queria ter uma família grande, de pelo menos seis filhos. Em seguida abaixou para somente três e então depois de presenciar alguns partos ela finalmente disse que se contentaria com apenas dois. Ele lembra de ter feito piada na época, dizendo que ela estava fugindo da dor, ou algo assim.

- E um pouco covarde também - Sasuke completa sem medo da reação do amigo, mas Gaara apenas riu.

- Isso não é da minha conta. E seria horrível brigar por causa disso agora, eles estão bem – Gaara argumenta genioso. - Não estou dizendo que sou indiferente a isso, se o relacionamento acabar eu vou estar lá para juntar os cacos. Mas vai ser de ambas as partes, eu não quero deixar a outra de lado. – Esclarece Gaara. – Mas eu não vou me meter nisso – repete.

- Tem razão – concorda Naruto.

     Já Sasuke apenas ignorou, e olhando no relógio ele diz:

- Temos pouco tempo até termos que ir encontrar com o chefe – a forma audaciosa e zombeteira que ele disse a última palavra, fez os outros sorrirem tensos. Não queriam que Sasuke piorasse a situação irritando Hosokawa, mas o que o ruivo mais velho poderia fazer em relação a Sasuke? Além de processá-lo, é claro. Mas ele lidaria fácil com um processo, aceitaria pagar qualquer quantia que pedissem e sairia disso numa boa.

- É, vamos – concorda Shikamaru, mas antes de sair ele se vira para Sasuke: – só não faça nenhuma besteira – pede ponderoso.

- Eu posso dizer o mesmo – Sasuke diz com sarcasmo. 

     E eles saem.

Passarela do Hospital Memorial

Cerca de um minuto antes

 

     Neji já havia chegado a passarela, mas não havia ninguém além dele ali. Durante o seu caminho até ali, todos os que o conheciam abriam caminho para si ou sorriam numa forma silenciosa de parabeniza-lo.

     Por um momento ele achou que ela não iria, que tinha desistido, ou pior... Escorregado e caído. O chefe disse que ela estava correndo, e se tivesse começado a sentir dores?    Preocupado ele toca o celular no bolso, pensando se deveria ou não ligar para ela.

     E então ela apareceu, e algo dentro do peito de Neji se aqueceu. Aquele era o sorriso mais lindo que ele já tinha visto.

     Tenten lhe dirigiu o seu melhor sorriso. Um sorriso que fez todo o nervosismo dele ter valido a pena. Ela foi andando em sua direção diminuindo a distância entre os dois, ele fez o mesmo.

     Os dois se encontraram no meio da passarela, e sem dizer uma palavra ela tomou os lábios dele para si. Neji aceitou o beijo de bom grado, fechando os olhos e desfrutando devagar do momento. Quando a mão dela foi parar em sua nuca, Neji interrompeu o beijo.

- Espera, espera, espera – pede enfiando a mão no bolso do casaco. – Antes eu tenho uma coisa para fazer – informa ajoelhando-se e tirando a caixa de dentro do bolso. Tenten sorriu boba e depois pôs as mãos no rosto. As pontas dos dedos cobriam o dorso do nariz, e os olhos estavam começando a ficar marejados. Neji abriu a caixa e olhou fixamente para o rosto dela, talhando cada pedaço daquele momento em sua memória. – Tenten Soledad Mitashi, você quer se casar comigo?

- Sim.... – O nó em sua garganta fez a sua voz falhar, dando-lhe vontade de se bater. Não podia gaguejar diante da pergunta mais importante da sua vida! - Sim, sim, sim, sim, sim – ela repetiu muitas vezes enquanto quicava no mesmo lugar, fazendo Neji rir. Ele pegou a mão dela delicadamente, pôs a aliança e então beijou cada um dos dedos dela, depois as costas da mão e então o ossinho em cima do pulso. Ela o puxou para ficar de pé e o beijou apaixonadamente, de novo.

     As palmas irromperam, parabenizando os dois, mas parecia um barulho ao longe, como se eles tivessem debaixo d’água. Entretendo, uma série de assobios estrondosamente altos tomaram a atenção deles, que ao perceberem que estavam beijando-se árduo demais para estarem em público, ou no ambiente de trabalho separaram-se. Ambos vermelhos. Neji pela vergonha e Tenten pela falta de ar.

- Já estava quase mandando vocês irem para um quarto! – Naruto exclama escandaloso de baixo da passarela. Tenten se aproxima mais da borda e sorri, quase todos os amigos estavam ali: Shikamaru, Sasuke, Naruto, Gaara, Sakura, Hinata e Temari.

     Sasuke estava com as mãos em torno da esposa, enquanto exibia tinha um sorriso raro nos lábios. Neji se aproximou da noiva na passarela e disse:

- Não enche Naruto!

     O louro simplesmente sorriu debochado.

- Melhor irmos logo – sugeriu Gaara – talvez se chegarmos antes de uma hora o papai não fique tão zangado.

- Não conte com isso – Temari disse acida. A testa estava franzida e a veia de irritação estava aparente.

- Não ligue para o que ele disse – Sasuke murmura meio baixo.

- Ele está certo – concorda Sakura.  – Você está muito gostosa.

- Tirou as palavras da minha mente – diz Sasuke.

- Não pense coisas assim – Sakura pede, mas o tom de brincadeira era notável.

- Subam logo, cuzões – Neji fala de cima da passarela.

- Ei, isso aqui ainda é um hospital – zanga Temari – tem crianças aqui.

- As crianças de hoje em dia dizem coisas muito pior – murmura Naruto.

- Não todas – Temari rebateu. – E aliás isso não quer dizer que os filhos de vocês tenham de ser assim – continua. – Querem saber? Eu não estou com paciência para lidar com vocês agora.

     Ela balança as mãos e dá-lhes as costas para sair, mas o irmão a agarra pela cintura fazendo-a ficar ali.

- Eu só estava brincando, não fique brava comigo – pede manhoso enquanto beija o rosto dela. Temari se manteve séria, olhando para frente. Gaara podia sentir os músculos dela tensos em seu abraço. – Fine – murmura soltando-a. – Depois não diga que eu não me desculpei.

     Temari soltou um muxoxo de indignação e saiu, mas antes de sair deu um aceno com a cabeça para o namorado.

- Tecnicamente – começa Shikamaru – você não se desculpou.

- Isso foi muito idiota Gaara, você praticamente a humilhou na frente de todo o hospital – opina Hinata.

- Sem contar que teve um pouco de gordofobia – anuncia Sakura. 

- Você é tão estupido – solta Shikamaru. – Você ajudou o Neji, mas fez piadas às custas da sua irmã. Nem ao menos pensou nas consequências do que dizia.

- Sorte sua que a Ino não está aqui – murmura Sakura – ela faria um longo discurso sobre o quanto isso é errado, apresentaria os fatos e tudo mais.

- Além de ficar muito puta com você – diz Naruto.

- Tudo bem, tudo bem. – Gaara se dá por vencido. – Eu já entendi que vacilei, depois eu vou falar com ela. Agora podemos, por favor, irmos até a sala do chefe?  - Era estranho para ele falar assim, mas era a realidade. Seu pai seria seu chefe.

     Os amigos despediram-se das mulheres e saíram devagar.

- Eu vejo você depois – Sakura disse acenando para o marido.

     Sasuke quase sorriu aliviado ao perceber que ela não estava zangada consigo. Ele assentiu e beijou o queixo dela em despedida.

- Ei hime – Naruto chamou Hinata antes de ela sair – antes que eu me esqueça; A minha mãe vai embora amanhã.

- E? – Hinata o incentivou a continuar.

- Eu disse a ela que nós almoçaríamos com ela e depois a levaria para o aeroporto. Tudo bem para você? – Ele inquire analisando a expressão dela. Logo no dia de folga de Hinata, mas ela suspirou e deu-se por vencida:

- Tudo bem, mas eu não vou fazer nadinha.

- Como assim? – Naruto pergunta um pouco confuso.

- Amanhã era a minha vez de lavar o banheiro, você lava. Além de fazer todas as suas tarefas vai ter que fazer a minha – informa Hinata. Sasuke um pouco atrás prendia o riso, Sakura e Tenten já tinham ido e então ele e os amigos assistiam “de camarote” –Neji tinha visão privilegiada do andar acima deles- a pequena conversa dos recém-casados.

- Eu não entendo o porquê de não contratarmos uma empregada – Naruto resmunga pela milésima vez. Hinata sorri e diz:

- Eu só tive uma depois de grande – responde a Hyuuga – adulta. Eu estou tentando te ensinar alguns valores aqui.

     Naruto bufou. Hinata se aproximou mais dele e o abraçou pela cintura.

- Como você vai ensinar valores aos nossos filhos – ela diz baixo, só para ele escutar – se você mesmo não os conhece? Eu não quero só sonhar que os meus filhos sejam bons para o futuro da nação, eu quero cria-los para serem isso. Eu não estou dizendo que você não é uma boa pessoa, ou que eu sou melhor que você. Estou dizendo que quero cria-los para serem adultos bem melhores do que nós dois juntos. – Discursou aquilo pela primeira vez.

- Okay– Naruto deu-se por vencido. Afinal ela arrasara com qualquer possibilidade de discussão.

- Filhos não são brincadeiras, ou coisinhas bonitinhas que a gente fica no colo e passa para babá quando eles choram – Hinata continuou apesar de ele ter se calado – eu tenho pensado muito sobre o assunto desde que você o levantou. – Deu ênfase na palavra. -  E bem, eu quero que estejamos preparados para cria-los direito.

- Eu entendo o seu ponto, mas...

- Dobe nós temos que ir – Sasuke o apressou/interrompeu.

- Nós conversamos sobre isso à noite – Hinata diz endireitando a gola do jaleco dele.  Eles trocam um selinho e ele lhe dá as costas.

 

Sala do chefe

14 min 

- Estamos nisso há quinze minutos – Sasuke resmunga irritado – eu ainda tenho que trabalhar.

- Não tem nem necessidade de você estar aqui – Naruto diz grosso – vai lá, é só se retirar.

- Nem pensar – a voz de Hosokawa soa depois de todo este tempo em silencio. – Ninguém saí até todas as decisões serem tomadas.

     Shikamaru suspirou. Se ele não fizesse aquilo, nenhum dos outros faria.

- Tudo bem, eu fico com os exames de próstata – o Nara resmunga irritado. Tudo para sair dali o mais rápido possível e ir para sua casa dormir.

15 min antes

     Shikamaru, Naruto e Neji estavam sentados de frente para o chefe, enquanto Gaara e Sasuke –por não haverem mais cadeiras- estavam em pé atrás deles.

- Eu vou ser breve com vocês – Hosokawa se pronuncia, deixando alguns ali aliviados. Afinal ele não teria pensado numa punição dolorosa assim tão depressa – mas ao mesmo tempo bem rígido. Eu não posso facilitar para vocês por nepotismo ou favoritismo.

- Oh nós somos os seus favoritos? – Naruto indagou meio tocado.

- Você não seria chefe se não fosse – Hosokawa respondeu sarcástico. Gaara reprimiu uma risada, enquanto Sasuke riu na cara dura. Fazendo uma veia brotar na testa do mais velho. – Muito bem senhor Uchiha, deixe-me começar pelo senhor. Creio que uma denúncia a um CEO seria muito mal vista para a empresa Uchiha, por isto eu vou aceitar não o processar se você prestar serviços comunitários ao hospital.

- Que tipo de serviços? – Sasuke inquire.

- Bem, nós estamos sempre estamos precisando de ajuda na pediatria e tenho certeza de que a Temari pode ficar de olho em você – Hosokawa diz sorrindo de lado – você sabe, hospitais aceitam visitas de palhaços para entreter as crianças...

- Mas eu já faço isso – Naruto o interrompe – todos os anos no dia das crianças.

- Seu trabalho quanto a isso é esplêndido, tenho de admitir – Hosokawa diz. Naruto não fazia isso só no dia das crianças. Em qualquer data comemorativa importante ele ajudava Temari a preparar algo para as crianças que “moravam” no hospital, ou que estavam lá no dia. No natal eles compravam presentes e distribuíam, ali e num hospital público no centro.

     Na pascoa eles pintavam patas até o armário que ficava no quarto de hospital e deixava lá um “ovo especial”, já que nem todas as crianças podiam comer chocolate em si. É claro que para as mais velhas eles simplesmente entregavam os doces. No último natal Naruto se vestiu de papai noel, enquanto Temari foi sua ‘assistente’.

- Eu posso precisar de algumas renas para esse ano – sugere Naruto.

- O natal está muito longe para uma punição – Hosokawa resmunga abanando as mãos. – O dia das crianças está bem mais perto.

- Ele pode ser um mágico – Gaara sugere cômico, sendo fuzilado com olhos pelo Uchiha.

 - Ou um mimico, um mimico mágico! – Shikamaru recomenda fingindo empolgação.

- Perfeito – Hosokawa diz satisfeito. – Mas até lá preciso que peste serviços a pediatria, Temari deve te arranjar algo. Mas fique perto dela sempre, não fique sozinho com as crianças.

- Por que? – Sasuke indaga com as sobrancelhas erguidas.

- Vai ser estranho um homem aparecer lá do nada – Neji pronuncia-se pela primeira vez – os pais podem ficar incomodados.

- Ou acharem que é um pedófilo -  condena Gaara.

- É pesado, mas ele tem razão – concorda Naruto.

- Eles nunca pensariam isso num hospital como este, mas não vale a pena arriscar – Shikamaru explica de vez.  

- Enquanto aos outros, é bem simples. Um de vocês fará horas no necrotério, retirando órgãos para pesquisas. O outro terá de cuidar da clínica. Em terá de cuidar de todos os pré e pós-operatórios da nova chefe da neuro e por último e definitivamente o meu favorito: terá de cuidar de todos os exames retais que forem solicitados neste hospital.

- Para sempre? – Naruto indaga com os olhos arregalados.

- Não, todas as punições terão um mês de duração – explica Hosokawa. Até que era pouco tempo.  

     E então os amigos começaram a discutir. Eles definitivamente sabiam qual era o pior castigo, mas tinham que decidir a posição dos outros três. Ficar na clínica era definidamente um tédio, tudo que tinha para se fazer era atender resfriados, febres ou coisas assim, “mais comuns”. O chefe a tinha a construído no último ano, ela atendia pessoas mais necessitadas e sem planos de saúde. O necrotério seria fácil, mas seriam mais horas perdidas. Os pré e pós-operatórios da neuro era o mais delicado, era uma função que exigia tempo e esforço, qualquer interno podia fazer, mas para atendentes como eles isso tomaria muito tempo a mais da vida deles.

  - Eu não posso ficar mais tempo neste hospital, eu tenho um filho a caminho... – Neji argumentou e eles entraram em discussão novamente.

- O que leva menos tempo são exames retais – Naruto comentou mordaz. O bate-boca só teve fim quando Shikamaru sacrificou-se pelo grupo e disse que pegaria os exames retais.

- Eu posso trabalhar na neuro – Gaara disse com um sorriso.

- Para ficar mais perto de sua namorada? – Hosokawa indaga com graça. – Nem pensar, é uma penalidade Gaara, e não uma bonificação. - Hosokawa falou entre pausas,

     Gaara acabou ficando na clínica, já que não era oficialmente contratado do hospital ele podia simplesmente servir de médico voluntário lá até passar um mês. Neji ficou com o necrotério, porque apesar das horas perdidas ele podia retirar todos os órgãos de uma vez, perdendo assim só um dia da semana. E Naruto a muito contragosto acabou ficando com os pré e pós-operatórios de Ino.

- Estamos conversados – Hosokawa encerrou a “reunião”.

       Todos eles estavam de folga naquele dia, -Sasuke havia mentindo antes sobre precisar trabalhar- por isso tinham marcado o pedido de Tenten para este dia. Então assim que saíram de dentro da sala do chefe de cirurgia, todos foram se dispersando:

- Eu tenho que falar com Ino – Naruto informa sendo o primeiro a sair, queria adiantar logo aquela tortura.

- Ela não está aqui hoje – Gaara o lembra – só amanhã à noite. Eu estou indo encontra-la agora, vou passar o recado. - Naruto assentiu.

     Então a única opção era ir para casa. Nenhum deles estava com ânimo para se reunir e conversar, todos estavam exaustos por causo do trabalho –com exceção de Gaara- e totalmente prontos para irem para suas casas se jogarem em suas camas e dormirem até que elas mesmas o expulsasse de lá.

     Chegando ao estacionamento, eles se despediram e cada um foi caçar o seu veículo para ir embora. 

     Shikamaru foi o primeiro a chegar em casa, afinal de contas ele era o que morava mais perto do hospital. Os pensamentos eram tomados por um único assunto, “filhos”. Nunca os quis, e provavelmente nunca os iria querer. Uma vez ele leu uma matéria de uma psicóloga que afirmava que o erro mais comum era acreditar que depois do casamento o conjugue mudaria de opinião, sendo que na verdade a única opinião que a pessoa conseguiria mudar era a própria. Mas ele jamais mudaria a sua opinião. Não era o tipo de pessoa que via uma criança na rua e ficava sorrindo para ela que nem idiota, como Naruto faz e Neji andava fazendo de uns tempos para cá. Shikamaru não odeia crianças, só nunca se imaginou sendo um pai. Nem um exemplo bom ele tinha, seu próprio pai não era lá essas coisas. Então o que ele poderia fazer?

     Sabia que Temari não queria ter filhos agora, mas eventualmente ela iria querer e eles teriam de chegar naquele assunto. Os trinta anos dela estavam chegando, e como médico eles sabiam que o ponto ideal para se engravidar –biologicamente falando- era entre 20 e 30 anos de idade. Os óvulos começariam a se produzir em menor quantidade e ela ficaria maluca com isso. Ele podia estar sendo dramático, mas era a verdade. Shikamaru já tinha todo o futuro adivinhado, ou melhor, descoberto. Ele era um gênio afinal de contas.

     A verdade era que entre 30 e 35 ainda é uma época propicia para ela ter um bebê, e ele prometeu a si mesmo de que se ainda estivessem juntos até lá, ele abriria o jogo e terminaria com ela. Pois se ela fizesse quarenta anos a gravidez dela seria de risco, e ele não queria ser culpado por isso também. Parecia besteira pensar assim, mas este era Shikamaru, sempre dez passos à frente de qualquer um.

     Tudo começou tempos antes, quando ele e o cunhado conversaram sobre o namoro dele com Temari. Kankuro disse a Shikamaru antes de ele mesmo perceber que isso seria um problema. Quando ele se apaixonou por Temari o sentimento ainda não era recíproco, ele a fez ama-lo e depois de saber que eles tinham algo tão berrante em diferente, já era tarde demais. Ambos estavam apaixonados.  Shikamaru passou a olha-la no hospital, cada vez que ela pegava um bebê no colo os olhos brilhavam e ela não conseguia parar de sorrir, era como se tivesse segurando o próprio bebê. Sempre que um órfão chegava ao hospital ela agia como se aquela fosse a coisa mais incompreensível do mundo, ela cansara de dizer que ela própria nunca abandonaria um filho.

     E então uma vez, ele estava indo pedir uma assinatura dela, pois precisava transferir uma criança da ala pediátrica para a ortopedia. E ele a ouviu dizer:

“Algumas crianças aqui são tão mimadas” resmungou para uma enfermeira, que apenas assentiu concordando.

“Mas isso é o que o dinheiro dos pais faz a elas” Nora tinha respondido.

 “Eu sou rica” Temari disse com um pouco de remorso, mas também orgulho, “mas quando eu tiver os meus filhos, duvido que eles cresçam deste jeito. Eu posso ser rica, mas eu sei o valor do dinheiro e no que ele pode tornar uma criança... É isso aí Nora, meus filhos vão ter que fazer por merecer”.

“Eu acredito em você” Nora diz sorrindo enquanto via a chefe pegar um bebê no colo para amamenta-lo com uma mamadeira, mesmo que aquela não fosse uma de suas funções “você vai ser uma ótima mãe” completa Nora, ele conhecia Temari tempo o bastante para saber que ela sorria.  

     Naquele dia, tudo que Shikamaru podia pensar era no quanto ele seria um péssimo pai. Nunca tivera o seu pai ao seu lado para ensinar o trabalho de um, sua mãe sempre teve de suprir a falta dos dois. E então.... Quando seu pai ganhou sua guarda foi um choque para si, tudo que ele fez foi abaixar a cabeça e se mudar com o pai, mas o que ele podia fazer? Era só uma criança na época. Morou com o mesmo por dois anos. Foi horrível. Seu pai não aparentava ligar para nada, não parava em casa direito e o máximo de palavras que trocavam eram “passe o sal” ou “tudo bem”. Seu pai não era um homem mau, pelo contrário. Ele era bom e generoso. Mas ele não sabia ser um pai, assim como Shikamaru ele nunca quis um bebê. Shikamaru foi um acidente. Shikaku nunca soube agir perto dele, e isso doía o coração dos dois, ou melhor três. Já que até a mãe ficava mal ao ver a família deles irem de mal a pior. Por isso ela pediu o divórcio, para facilitar as coisas entre todos eles. Entretanto tudo deu errado, seu pai lhe conseguiu a sua guarda e ele estava vivendo uma experiência assombrosa. Até que um dia ele mesmo foi até um juiz e pediu para voltar para a sua mãe. Foi uma surpresa para quase todos, não era todos os dias que uma criança surgia querendo escolher o próprio destino, como se soubesse tudo sobre a vida mesmo vivendo tão pouco. Mas Yoshino não ficara nada surpresa, conhecia bem o filho que tinha, sabia o quanto a inteligência de Shikamaru o levava longe.   

     Filhos…. A voz de Temari soou na cabeça do Nara, apesar da voz dela sempre ser bem-vinda para si, desta vez ele se assustara, pois estava no plural. Não conseguia lidar direito com uma, fará duas. Ou três, ou quatro, ou cinco. Afinal quantos ela queria?

     Shikamaru bate levemente no rosto com as próprias mãos. Não podia deixar aquelas ideias se apoderarem de seus pensamentos.  Já havia tomado a sua decisão, planejado tudo, cada detalhe. Agora ele curtiria o relacionamento deles ao máximo, o ano acabaria e Temari iria fazer trinta anos no ano novo e eles terminariam depois disso. Se ela tivesse aceitado conhecer a sua mãe, ele teria adiado o rompimento por mais um ano, mas ela não quis e mesmo os dois não gostando, ela estava certa. A amava muito, iria doer, mas ele não podia simplesmente levar o relacionamento deles por mais cinco anos –que era o tempo máximo de seu plano- era egoísmo. E Temari iria perder cinco anos da vida dela com ele, anos estes que poderia estar procurando um outro alguém, o alguém, aquele que seria algo que Shikamaru não poderia ser: o pai dos filhos dela. Shikamaru realmente preferia abrir o jogo com ela antes do tempo determinado, antes de chegar num nível que um término seria destrutivo para ambos. 


Notas Finais


Gostaram?
Eu não sei se eu consegui passar exatamente o que o Shikamaru quer dizer, por isso eu reli tanto o capítulo. E atrasei um pouco tbm.
Comentários são muitos bem-vindos, kissus.
Beijos da Cockie-chan <3.

PS¹: Talvez o próximo demore um pouco, eu preciso pensar um pouco sobre os próximos capítulos, reler alguns e também ler e decidir se vou levar a opiniões em consideração. Pq Às vezes eu estou tentando dizer uma coisa e pelos comentários eu percebo que vcs estão pensando em outra, então eu passo a escrever com mais clareza. Então sejam sinceros comigo, eu costumo lidar bem com criticas.... Só não sejam malvados kkkk'.
PS²: Qualquer erro me avisem, okay? Não precisa ser um grandão, podem ser os pequenininhos tbm, de gramatica e tal.

Agr sim, beijos da Cockie!!


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