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História Heart Attack - Ursos polares.


Escrita por: DeestLumen

Notas do Autor


Olá, eu sei que demorei, peço perdão, é que teve tanto feriado um em cima do outro que eu não tive tempo, estivesse trabalhando igual uma condenada, e nesse meio tempo eu também acabei perdendo a inspiração, até pensei que o cap não iria sair nunca. Eu dividi esse capitulo em dois porque se não iria ficar muito grande, vou tentar escrever menos da próxima vez, é que quando eu empolgo eu não consigo parar.
E meu povo, que musica é essa que a senhorita Tiffany lançou? a voz dessa mulher é tão sexy que eu acho que até se ela cantasse o album da Xuxa de trás para frente ficaria sensual.
É isso, aproveitem.

Capítulo 4 - Ursos polares.


POV TIFFANY

Acompanhei com os olhos Taeyeon saindo de seu escritório, se arrastando, com a cabeça baixa e olhos cansados, estava parecendo um gatinho abandonado, aquilo apertou o meu coração, eu queria que ela me deixasse leva-la para o hospital, mas não queria insistir com aquilo,eu mal conheço a garota, não queria ser invasiva, mas  ideia essa não sairia da minha cabeça tão cedo.

 

Taeyeon tinha vinte sete anos como ela mesma me informou, seu cabelo era bem preto, pálida como uma folha de papel e feições delicadas, agia como uma mulher madura, mas nesses breves momentos que eu passei perto dela, ela me mostrou pequenos flashes momentâneos de fragilidades como se tivesse desesperadamente pedindo para alguém cuidar dela, e às vezes eu a pegava fazendo algumas expressões faciais bem infantis para sua idade, era quase como se fosse uma criança que teve que aprender a se virar sozinha na vida e acabou amadurecendo rápido demais. Surpreendeu-me quando ela me disse sua idade, poderia jurar que esse corpo dessa minha reencarnação era mais velho que o seu, bom, mas eu estava bem errada em quanto a isso, já perdi quantos bilhões de anos minha alma possuía, sempre que o corpo em que eu estava hospedada falecia eu ressurgia um ano depois em um novo, e assim sucessivamente, eu tentava evitar um pouco esse assunto porque me deixava com uma sensação de vazio, saber que eu já possuía tanto tempo de vida e haveria muito mais pela frente era um pouco triste,  com o passar do tempo as coisas vão perdendo um pouco o sentido e cada vez mais o resquício de humanidade em meu ser ia se perdendo, mas eu tentava lutar arduamente quanto a isso e tentava viver a vida de uma maneira leve.

 

 

Fiquei um tempinho sentado no sofá e me lembrei de que eu precisava ligar para Jessica para tirar a história do fio remendado a limpo, ela deveria saber quem era aquela pessoa que havia "ressuscitado" o meu fio já cortado, precisava tentar cortar aquele fio o mais rápido possível, mas primeiro eu precisava saber quem fez aquela intervenção, Como minha irmã do meio tecia o fio da vida de cada ser humano que existia na terra ela provavelmente deveria saber quem ressuscitou a pessoa e quem foi ressuscitada.

 

Levantei-me do sofá e me espreguicei, eu estava precisando descansar, meus ombros estavam rígidos como uma pedra, esse vida simplória de um humano normal que trabalha em escritório todo dia era cansativo, se eu pudesse me aposentava desse cargo também, mas eu odiava ficar sem fazer nada, me sentia inútil, mas quem sabe futuramente eu não saia por aí vendendo sorvete de carrinho, parece fácil e eu amo sorvete, já imagino a cara da Seo de desaprovação se soubesse que eu penso esse tipo de coisa.

 

Peguei meu celular de meu bolso, procurei o nome do contato de Jessica na barra de pesquisa, mas antes de clicar para fazer a ligação achei melhor sair da casa da Kim para ter mais privacidade, se ela ouvisse nossa ligação, acharia deveras suspeito minha conversa com minha irmã falando sobre uma pessoa morta que tinha ressuscitado. Tendo essa linha de pensamento eu peguei um post It azul bebê que estava na pequena mesa de Taeyeon e escrevi de qualquer jeito um aviso falando que eu iria à farmácia buscar alguns remédios e vitaminas para ela, o que não era uma completa mentira, eu realmente já tinha essa ideia em mente. Deixei o post It colado em sua mesa mesmo, estava torcendo para que ela avistasse o bilhete.

 

Peguei minha bolsa que havia deixado no sofá e coloquei em meus ombros e sai do escritório, não deixei de reparar que em todos os cômodas possuía um aquecedor Elétrico, aqueles que ficam nos contos das paredes, eu entendia que a cidade era fria mas talvez aquilo seja um tanto exagerado, decidi deixar aquilo de lado e desci as escadas, a casa de Kim Taeyeon era bonita, eu sentia um cheiro bem tênue daqueles aromas para piso em toda sua casa e as luzes eram de um tom amarelado deixando o lugar reconfortante, na parede da escada perto do último degrau tinha um quadro de uma criança pendurada, me aproximei mais e pude distinguir quem era, era a Taeyeon quando criança, ela estava na neve vestindo um casaco vermelho e dando um sorriso banguela, faltava alguns dentinhos em sua boca, só de ver aquilo senti vontade de apertar suas bochechas, ela não havia mudado nada, continuava com aquela cara de criança.

 

Continuei meu caminho e sai de sua casa.

 

 

****

 

- Jessica, atende minhas ligações por favor, é urgente!- deixei a décima mensagem na caixa postal de minha irmã.

 

Bloqueei meu celular frustrada e o coloquei no bolso, bufei e tratei de ler os rótulos das vitaminas nas prateleiras da farmácia, eu nem sabia o que procurar direito, peguei uma vitamina que mais me convenceu ali, dizia "imunidade reforçada e aumento de energia" pareceu ser bom o suficiente, pedi ajuda do balconista para achar um remédio apropriado para dar para Taeyeon, um que aliviasse dor no corpo, pelo que eu pude perceber a garota estava fazendo algumas caretas enquanto se mexia, ela deveria estar sentindo dores. Paguei os remédios e sai da farmácia, fiquei ali fora na calçada do estabelecimento tentando mais uma vez ligar para Jessica, mas ela não me atendeu nenhuma das vezes, vendo que ela não iria me atender e eu estava quase tendo um ataque de nervos de tão ansiosa que eu estava para saber o que aconteceu eu decidi lhe deixar uma mensagem de voz explicando o que tinha acontecido, fiquei uns bons 7 minutos tendo um monólogo com a caixa postal explicando o caso e minha frustração, e por último e não menos importante dediquei um minuto inteiro xingando Jessica por não atender o telefone. Desliguei a ligação e fui em direção ao meu mini cooper vermelho e por sinal muito velho, já estava fora de linha a uns bons anos, eu definitivamente tinha algum dinheiro sobrando para comprar um carro novo mas eu achava besteira, o carro tendo 4 rodas e o motor funcionando era o que importava, não ligava muito para carros e mesmo porque eu nunca fui uma motorista tão boa assim, vivia passando perrengue na estrada, eu não sabia estacionar direito, vivia quase batendo nos carros em minha frente, isso quando eu não esquecia de colocar gasolina e o carro parava no meio do caminho, mas isso me deu boas lições porque agora eu aprendi a levar alguns galões de gasolina reserva no meu porta malas. Começou a a cair uma chuva serena no meio do caminho e para ajudar a temperatura caiu mais ainda, a sensação térmica estava por volta dos 7° graus, meu cabelo começou a juntar umidade do ar e minhas mãos começaram a ficar dormentes de frio, liguei o ar condicionado do carro no último para ver se resolvia, eu sempre consegui lidar bem com temperaturas baixas, meu corpo sempre teve um fluxo sanguíneo bom então era difícil eu ficar gelada, mas aquelas cidade me surpreendia, ela sempre me obrigava a vestir camisetas térmicas por baixo da roupa e cachecóis, não vou reclamar, eu gostava desse clima, deixava tudo mais bonito.

 

Meu celular começou a vibrar no banco de carona onde eu havia o colocado, deveria ser Jessica, péssimo momento para me ligar, odiava falar no telefone enquanto eu estava dirigindo - não conseguia prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo- tendo consciência disso eu estacionei o meu carro na beirada da causada e liguei o pisca alerta.

 

- Alô - atendi sem olhar no visor.

 

- Olá, Tiffany? É a Jessica. - falou em um tom sério - eu recebi seu áudio, desculpa não ter atendido, eu estava um pouco ocupada ajudando a Seo e acabei me distraindo. - tomou o fôlego lentamente - eu verifiquei o fio que você me informou e ele realmente voltou para roda da fortuna.

 

A roda da fortuna era onde apareciam os fios, ela girava a roda e a sorte da pessoa era escolhida aleatoriamente, boa sorte, ou má sorte, e a partir disso minha irmã escrevia as histórias das pessoas.

 

- Deixe me adivinhar, o fio estava na boa sorte? - perguntei já sabendo a resposta.

 

- Sim, estava , nada esta encaixando, não fui eu que rodei a roda e muito menos foi eu que o recoloquei lá. Tiffany você sabe que é impossível eu conseguir alterar os resultados depois que você corta um fio, eu não sei o que aconteceu.

 

- Ok, se acalme, não estou te acusando de nada, eu sei que isso é impossível, eu só preciso saber quem é a pessoa do fio e quem é a pessoa que ressuscitou o fio, consegue fazer isso por mim?

 

Eu pensei que nada mais poderia me chocar depois de tantos anos mas aquilo estava me deixando nos nervos, eu estava tão acostumada com a rotina metódica e cotidiana de cortar fios que eu nunca iria esperar por algo assim.

 

- Eu não sei o nome das pessoas dos fios, eu tento ficar à parte, tento não me envolver, pois temo que isso possa interferir nas minhas decisões, mas acho bem provável que a nossa pequena Seo saiba de algo, ela sempre teve muito carinho pelos fios que ela cria, ela talvez poça descobrir quem são os donos desses dois fios.

 

- Ok, pode falar para ela me ligar? Ela está aí com você? - perguntei.

 

- Não, ela saiu, falou que iria a algum evento artístico sobre pinturas ou esculturas... Não prestei muita atenção, mas são esses eventos chatos que ela costuma ir. - em meus lábios se formou um pequeno sorriso, Seohyun amava esse tipo de coisa e quando nós três morávamos juntos ela vivia me obrigando a ir com ela, pois sabia que Jessica não iria nem se minha irmã mais nova desse um milhão em barras de ouro pra ela. - mas não espere ela te ligar, provavelmente ela vai mandar alguma carta ou um sinal de fumaça, você sabe, ela ainda está parada na época das cavernas. - ri com aquilo.

 

- Não fale dela assim, uma hora ou outra nossa mulher das cavernas vai comprar um celular e vai se arrepender de não ter feito antes, só espere. - suspirei, aquela conversa me tirou um pouco a tensão. - Mas só diga a ela que é urgente e fale para não demorar em me mandar uma resposta, se você puder a obrigue a me mandar um e-mail, é bem mais rápido, confio no seu poder de persuasão!  Agora preciso desligar, tenho que cuidar da filha do meu chefe.

 

- Ih! - exclamou surpresa - virou baba de criança agora Tiffany? você não está mudando muito de trabalho não? Daqui a pouco ninguém vai mais aceitar seu currículo. - brincou.

 

- Hahaha idiota, eu não virei babá coisa nenhuma, eu só estou fazendo um favor para o meu chefe, a filha dele passou mal e ela me pediu para buscar ela em uma festa, e ela não é uma criança, ela tem praticamente minha idade, ela é só alguns meses mais velha.

 

- Ok então... Cuide bem da sua Unnie. Ela é bonita? - perguntou com malícia na voz, conseguia até imaginar o sorriso safado em seu rosto.

 

- Yah, idiota, ela não é minha Unnie na verdade eu sou a Unnie dela e talvez ela seja um pouco bonita, mas ela não faz o meu tipo!! - disse atropelando minhas palavras, eu não conseguia ter nenhum tipo de contato com ninguém sem Jessica ficar insinuando coisas.

 

- Sinceramente, não sei porque você é tão complexada com idade, você deveria ficar feliz por esse seu corpo ser mais novo que alguém, sua velha ranzinza! - disse com irritação.

 

- Eu sou mais velha que você também, você deveria me respeitar, já está até parecendo a Seohyun que não tem respeito nenhum com a Unnie aqui, aquela lá só tem educação com gente desconhecida, parece até um anjo na rua, ninguém imagina que ela só falta bater na gente dentro de casa. Não estou valendo nem mais um real, fiz bem ter ido embora. - falei fazendo um drama exagerado, aquilo era digno de cena de filme.

 

- Meu deus, até escorreu uma lágrima aqui, eu preciso desligar tenho mais o que fazer. - fingiu um bocejo - Tchau Unnie, estou com saudades, volta logo, e boa sorte com a filha do seu chefe, pega ela de je- não deixei Jessica terminar de falar e desliguei em sua cara.

 

Girei a chave na ignição e fiz meu caminha de volta para casa de Taeyeon.

 

 

*****

POV TAEYEON

 

Acabei de sair do banho fervendo e já estava sentindo meu corpo esfriar, vesti um conjunto pijama cinza e tratei de colocar um moletom vermelho bem largo escrito "Vancouver", eu o tinha comprado da última vez que eu tinha ido para o Canadá com a minha mãe, foi uma viagem bem tranquila e divertida, comi tanto nessa viagem que eu voltei pesando um quilo a mais, eu e minha mãe havíamos comido tanto, mas tanto chocolate em Vancouver que eu passei um mês inteiro sem poder sentir o cheiro do doce que já me dava enjoo, eu e ela compartilhávamos um amor incondicional por chocolate, não era atoa que ela tinha uma loja de chocolates.

 

Entrei no escritório na esperança de encontrar Tiffany ali mas me surpreendi, ela não estava no cômodo - ela tinha ido embora? - ela deveria estar cansada. Dei uma espiada no corredor para ver se ela estava ali, mas não encontrei, agucei meus ouvidos para ver se escutava algo mas nada, constatei que ela não estava em casa. Liguei o aquecedor do canto perto da minha mesa e sentei na cadeira, liguei o computador e encolhi minhas mãos fazendo com que minhas elas ficassem por dentro do moletom, como sempre elas estavam congelando, esperei o computador iniciar e encostei minhas costas na cadeira, notei que tinha um post It do lado do teclado, franzi a testa e o peguei.

 

" Taeyeon, eu fui na farmácia comprar algum remédio para você, eu já volto, se estiver cansada não fique me esperando, vá dormir. Ass: T."

 

T? só poderia ser Tiffany, sua caligrafia era de sair sangue dos olhos, mas fiquei grata pelo esforço que ela estava fazendo e por sua preocupação.

 

- Como uma mulher tão bonita consegue ter uma letra tão feia? - resmunguei relendo mais uma vez o bilhete.

 

De alguma maneira eu fiquei feliz por Tiffany não ter ido embora, fazia um longo tempo que eu não tinha uma conversa casual com alguém, eu geralmente só fazia isso com a minha família, com o passar do tempo que comecei a ficar mais reclusa e tentava evitar fazer amizades, amizade era sinal de problema, uma hora ou outra por questão de intimidade a pessoa acabava me tocando ou acabava me dando abraços aleatórios, e eu não preciso ressaltar em como isso acabava... A pessoa acabava desmaiando - eu tinha uma abraço realmente fatal - aquilo era triste mas não deixava de ser cômico.

 

Aproveitei que Tiffany não voltará e decidi ligar para o meu pai, disquei seu número e fiquei esperando na linha.

 

- Alô? Pai? - esperei sua resposta.

 

- Sim, graças a Deus que você está bem Taeyeon, me explique o que aconteceu? - meu pai estava falando tão alto que eu tive que afastar o celular do ouvido.

 

- Calma pai, está tudo bem, eu estou melhor. - tentei o acalmar.

 

- A senhorita Hwongyie te tratou bem? Ela usou luvas? - perguntou gritando, poderia até imaginar meu pai com os olhos saltados quase morrendo de preocupação.

 

- Hum... Se eu não me engano é Hwang, e sim, ela me tratou bem, ela é uma boa garota, e se ela usou luvas? Eu não sei, acho que não faria diferença, isso nunca funcionou mesmo, mas algo de muito estranho aconteceu, não só em relação a ela, mas também em relação ao senhor Yokino.

 

Narrei toda a história para o meu pai e cada fato que eu contava ele fazia uma exclamação de surpresa.

 

- Tae, será que você está se curando? - perguntou feliz.

 

- Creio que não pai, mas alguma coisa mudou isso tudo me deixa curiosa ao ponto de tentar testar novamente, queria relar em alguém só para ter a certeza, mas eu estou com medo e seria egoísta demais, Mamãe está vindo para cá? . - eu tinha cortado todas as esperanças de meu pai, eu sei que talvez mais do que eu ele queria me ver bem e "curada".

 

- Entendo... - suspirou - Sim, sua mãe está a caminho, ela chega de manhã, seria bom ser você fosse dormir, vá descansar um pouco, já são 4:30, e agradeça a garota da empresa que te ajudou por mim, dê um bônus para ela... E Taeyeon, deixe esse assunto para lá, apesar de toda a curiosidade que eu e você sentimos, não vale as consequências que isso pode trazer. 

 

- Eu sei, mas talvez essa coisa toda fique me consumindo por um tempo pai, eu não sei se eu vou conseguir esquecer o que aconteceu tão rápido, eu sei o que isso pode acarretar, mas não vai me fazer desistir da ideia... pai você sabe que se for só alguns segundos de contato não acontece nada de muito ruim com as pessoas... se eu pudesse só por alguns segundos, só para ver o que vai acont...

 

- Taeyeon, esqueça isso - fui interrompida abruptamente pela meu pai, sua voz soou ríspida, como uma ordem. - Se acontecer algo de ruim com alguém isso só vai te machucar, eu te conheço bem minha filha, você vai ficar remoendo culpa pelo resto da vida, como quando aconteceu o acidente comigo quando você era pequena, onde eu acabei parando no hospital, você ficou triste e se culpando por um bom tempo, eu sei que eu e a sua mãe não ajudamos muito na situação, nós não tivemos muita empatia com os seus sentimentos, mas, você é o tipo de pessoa que se cobra muito, e isso só te consumiria.

 

Meu pai tinha total razão, eu sempre fui o tipo de pessoa que se culpa muito por tudo, odiava quando eu machucava alguém.

 

Ouvi passos no corredor, deduzi que Tiffany teria voltado, aquilo me deixou um pouco alegre, sua companhia era agradável e em um momento de confusão como esse era bom ter alguém ao meu lado, não gostava de ficar sozinha quando alguém acidente acontecia.

 

- Pai, eu tenho que desligar, te mando notícias se algo acontecer, beijos.- me levantei, dei a volta na mesa e me epoiei na mesma.

 

- Até minha filha, boa noite.

 

- Boa noite pai. - desliguei a chamada e logo depois entrou uma Tiffany com o nariz e as bochechas vermelhas dentro de meu escritório, notei que ela estava carregando um sacolinha na mão.

 

- Seja bem vinda de volta. - Falei com um sorriso de lado no rosto. - Você não deveria se preocupar em ter ido à farmácia, eu já estou melhorando.

 

- Olá... - Falou vindo em minha direção, esfregou suas mãos umas nas outras tentando se esquentar e parou em minha frente. - não precisa fazer uma de fortona, sei que você está sentindo dores, sua cara não engana, toma. - estendeu a sacolinha para mim. - comprei uma vitamina, o moço da farmácia falou que é para tomar uma por dia, e o outro é um remédio, e para dor no corpo, esse você pode tomar quando estiver sentindo dor, não tem horário certo, mas na pode tomar mais de um no intervalo de 8 horas.

 

Peguei a sacolinha de sua mão e fiquei olhando em seus olhos, aquilo que ela estava fazendo por mim estava aquecendo o meu coração, ou talvez o meu coração carente só estivesse feliz demais por estar recebendo algum tipo de atenção.

 

- Obrigada, de verdade, você está com frio certo? você deveria tomar um banho para se aquecer, eu empresto algum pijama meu para você.

 

- Estou morrendo de frio, parece que a cidade foi tele transportada para o pólo norte, não iria me surpreender se eu encontrasse um urso polar por aí. - ri do seu drama. - para falar a verdade adoraria ver um, nunca tive a oportunidade.

 

- Quando vai tirar sua férias? se tem vontade deveria ir. - propus para ela. - sabe, não precisa ir pro pólo norte, ouvi que na Noruega tem alguns apesar dessa espécie estar ficando escassa e também parece ser um lugar lindo para visitar.

 

- Minhas irmãs estão ocupadas, elas são workaholics, não tenho ninguém para ir comigo. - deu de ombros.

 

- Oh, você tem irmãs, quantas? Você é a mais nova? - perguntei curiosa, deveria ser divertido ter irmãs, eu sempre fui filha única e por isso minha casa sempre foi silenciosa e meio vazia, sempre desejei ter irmãos mas infelizmente isso nunca aconteceu. - e em relação a não ter companhia... eu poderia ir co- me cortei no meio da fala, o que eu estava fazendo? eu não era íntima dela, seria estranho propor isso e seria arriscado ela ficar ao meu lado durante uma viajem inteira. Tiffany estranhou minha pausa repentina e ficou com as sobrancelhas arqueadas, me lançou um olhar para continuar. - enfim, quais os nomes das suas irmãs?

 

Tiffany me lançou um sorriso de tirar o fôlego e deu um risinho.

 

- Na verdade eu sou a mais velha mas não parece, ninguém me respeita, é um saco, e sim, você com certeza deveria ir comigo, se era isso que queria me falar. - segurei a respiração, ela não era idiota, ela tinha sacado que eu iria oferecer minha companhia na viagem, fiquei nervosa com aquilo. - séria ótimo, eu não vivo aqui na cidade a muito tempo então não tenho muitos contatos, seria ótimo conhecer pessoas novas, você parece ser agradável...  e minha irmã mais nova se chama Seohyun meu bebê e minha irmã do meio se chama Jessica, meu karma.

 

Por incrível que pareça meu coração ficou disparado, e olha que isso era difícil de se acontecer,  o coitado era praticamente morto, só estava lá de enfeite, minhas mãos começaram a soar um pouco, só de cogitar em viajar com Tiffany me dava um nó na garganta, um sentimento de frenesi e medo me atingia.

 

- Sim, v-você... Nós... você e eu, eu... - amaldiçoei até a décima geração da família Kim por ter gaguejado, eu sempre tive confiança em comunicação quando eu precisava fazê-lo, afinal eu fazia muitos acordos então eu sempre tinha que manter uma boa conversa mesmo sobre pressão de empresários carrancudos, mas dessa vez eu travei, deveria ser por estar tendo um misto de sentimentos e a merda do meu coração ter ressurgido das cinzas só para me fazer ficar nesse estado de ansiedade foi o principal culpado. Respirei fundo e pressionei meus lábios, Tiffany mantinha um sorriso de  lado, talvez ela estivesse achando graça por eu estar me atrapalhando com as palavras- Bom, a gente deveria ir, só preciso ver quando irá ser minha férias e as suas, precisamos ver se elas irão se coincidir, mas não descarto a possibilidade, eu adoraria ver os ursos polares com você. - agradeci por dessa vez ter tirado um pouco de confiança das profundezas do inferno e não ter gaguejado dessa vez.

 

- Com certeza, não decidi quando irei tirar as minhas, vou esperar você ver as suas primeiro, para depois conversar com o pessoal do RH, ficarei no aguardo, me avise quando decidir. - Ela ficou me olhando com um misto de empolgação e talvez carinho? Provavelmente não, meu cérebro estava pregando peças.

 

Eu mal havia conhecido ela e já estávamos combinando uma viagem para Noruega para ver ursos polares, aquilo ara demais para o meu cérebro processar, ela passava uma sensação tão amigável que parecia que eu já a conhecia, apesar do medo que eu estava sentindo eu realmente desejava conhecer ela mais a fundo, o meu sexto sentido me avisava que aquilo era o certo a se fazer.

 

 

- Irei ver isso, primeiro eu preciso falar com o meu pai para ela me cobrir aqui na empresa, não posso deixar o cargo vazio. Aliás, Tiffany, meu pai me pediu para te dar um bônus esse mês, nós estamos profundamente agradecidos com a sua ajuda, então não estranhe seu salário vir um pouco alto, agora venha comigo, vou te mostrar onde é o banheiro. - falei isso já saindo de meu escritório notei com o canto dos olhos que Tiffany me seguia.

 

- Olha se você quiser passar mal todo mês pode passar, assim eu ganho um bônus e te faço companhia. - falou de um modo brincalhão.

 

- Eu realmente não gostaria de passar mal todo mês. - ri um pouco de sua ideia. - mas posso falar para o meu pai aumentar um pouco o salário do seu departamento, vocês são realmente muito importantes para a empresa. - abri a porta de meu quarto e entrei.

 

Agradecia por não estão tão bagunçado assim, estava tudo arrumadinho menos a minha escrivaninha que tinha alguns papéis com desenhos que eu tinha feito para todos os lados, eu sempre começava a fazer algum desenho e ia deixando lá em cima sem terminar, e nisso ia empilhando desenhos e mais desenhos sem serem terminados, eu tinha essa mania de parar de desenhar quando quase já estavam completos, era raro quando eu terminava algum.

 

Virei-me para ver Tiffany e ela observava cada canto de meu quarto, por um momento me senti invadida mas tentei afastar esse sentimento.

 

- Seu quarto tem seu cheiro. - aquilo me pegou de surpresa, fiquei sem saber o que responder, só fiquei a encarando com cara de bocó. - eu gosto dele, deveria me passar o nome de seu perfume.

 

- É... Obrigada, eu uso Davidoff cool water, ele é realmente bom. - ela foi andando até minha escrivaninha e pegou alguns de meus desenhos, fiquei a observando passar as folhas e admirar um por um com o sorrisinho do rosto, Tiffany era tão linda que chegava até doer, era o tipo de mulher que causava ataques cardíacos e parava o trânsito, fui me aproximando e fiquei a centímetros de suas costas, eu não sabia o porquê mas me deu uma vontade imensa de toca-la, não o fiz porque eu tinha um pouco de sanidade, seu cabelo tinha um cheiro bom, deduzi que era alguma fruta vermelha, ela virou a cabeça e me encarou pelos ombros.

 

- Você é uma ótima artista. - falou baixo, em um fio de voz, sua voz tinha um tom rouco que deixava tudo que aquela mulher dizia sair sexy, eu nunca fui de sentir atração por alguém assim tão fácil, mesmo porque eu sempre me privava muito, mas estava sendo difícil com aquela mulher perto de mim, e para acabar com as minhas estruturas ela olhou bem no fundo dos meus olhos e deu mais um sorriso de tirar o fôlego, virou sua cabeça e voltou a contemplar os meus desenhos.

 

- Obrigada, mas é só uns rabiscos, gosto de desenhar quando eu estou estressada, me relaxa. - tratei de sair de perto dela porque estava sendo difícil ficar ali, abri meu guarda roupa para pagar uma muda de roupa e roupas íntimas novas que eu havia comprado. - aqui, tem também sabonetes na segunda gaveta da pia, pode escolher qualquer um. - disse estendendo as roupas para ela.

 

Ela pegou os desenhos da minha escrivaninha, os ajeitou, apoiou a beirada vertical das folhas na superfície e deu duas batidinhas fazendo elas ficarem alinhadas e as deixou ali, agradeci mentalmente por ela ter arrumado aquilo para mim.

 

- Rabiscos? Me parece bem profissionais. - virou-se para mim e pegou as roupas.

 

- Obrigada, bom fique a vontade, está com fome? Enquanto toma banho eu vou preparando algo para gente comer.

 

- Ok, estou morrendo de fome, faça algo bem gostoso. - disse entrando no banheiro, mas virou abruptamente para mim, me assustei um pouco com a ação. - Não se esqueça de tomar os remédios senhorita, estou de olho. - falou tentando parecer seria.

 

- Sim senhora, pode deixar. - sorri para ela e tratei de sair do quarto


Notas Finais


Obrigada por ler.


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