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História Heart Traps(Imagine Jeon Jungkook) - Capítulo 2


Escrita por: passoello_julia

Capítulo 2 - Capítulo 2


S/n

Na semana seguinte repeti todos os dias o mesmo caminho na esperança de rever aquele deus grego, ou melhor, aqueles. Passei a semana tentando decidir qual era mais bonito, claro que em quesito gentil e atencioso o Taehyung ganha.

Já o outro, o que frequentou meus sonhos e não sei nem mesmo o nome, mexeu com meus neurônios de uma forma que não me sai do pensamento. Aquele olhar frio que ele me lançou e o pouco caso que teve comigo deve ter feito eu ficar curiosa a seu respeito. Não os vi depois disso, mas terminei mais uma semana de tortura, digo, de longas e intermináveis caminhadas.

Hoje é sábado e o barzinho onde eu trabalho costuma lotar, só de pensar nisso reviro os olhos, pois minhas pernas estão acabadas e a jornada do serviço é longa, normalmente saio após a meia-noite. Conforme o esperado, o barzinho está cheio, a música alta de som batido, luzes coloridas e muita bebida é o lugar escolhido por uma legião de pessoas aos sábados à noite. Estou servindo mesas desde às vinte horas, normalmente fico no caixa, mas hoje troquei de posto com Francesca que me pediu, por não estar passando muito bem, ela é uma amigona que sempre me ajuda, inclusive, este emprego foi ela que me ajudou a conquistar, afinal, quem seria louco de contratar uma gordinha para trabalhar em um barzinho super badalado? Claro que o Henry só me contratou porque carrega um caminhão por causa dela.

Sinto uma mão em meu ombro, me viro imediatamente para ver de quem se trata, só podem ter me confundido com alguém, mas ao ver quem é fico paralisada.

— S/n? É esse seu nome, não é?

— Taehyung? S-sim, esse é o meu nome.

— Você trabalha aqui? — Ele se aproxima para falar, pois o som está ensurdecedor. E eu quase tenho um troço quando vejo esse gato debruçar sobre mim, sua voz grossa em meu ouvido me faz sentir tremores e eu vejo de perto que ele tem olhos incrivelmente azuis, e não negros como vi no parque. Acho que o sol e os intensos acontecimentos me fizeram enxergar mal. Meu coração dá uma cambalhota e sinto um frio no estômago por ter um homem tão bonito olhando para mim.

— Sim, trabalho — eu quase grito para ele conseguir escutar.

— Legal! Hoje é a primeira vez que venho aqui, que surpresa boa te ver novamente. E seu joelho melhorou?

Acho que fiquei roxa, amarela ou talvez um arco-íris inteiro. Nunca um homem me falou algo assim ou demonstrou se preocupar comigo, ele só pode estar de gozação. Este pensamento me deixa chateada.

— Melhorou sim, foi só superficial.

— Que bom. E você caminha sempre no parque?

— Sim. Comecei há pouco tempo a pedido do meu médico — eu falo sorrindo meio que tirando sarro de mim mesma, é obvio que sendo gordinha não costumo praticar atividade física.

— Você está doente?

Nesse momento vejo Francesca me fazer um sinal de questionamento e me lembro que estou há algum tempo parada conversando com ele.

— Ahh, Taehyung, me dá licença, preciso servir o pessoal.

— Ah claro. Me desculpe, mas será que poderia me servir também?

Nossa senhora das gordinhas encalhadas, o jeito que ele falou isso bem próximo do meu rosto olhando dentro dos meus olhos.

— Claro — consigo responder. Pego seu pedido e saio rapidamente, acho que hoje este lugar está muito abafado.

Circulei bastante e por várias vezes encontrei com seu olhar, tentava disfarçar e assim segui minha longa noite. Claro que ter um homem desses olhando para mim, mera mortal, estava me fazendo criar algumas fantasias em minha mente incrivelmente fértil. Por um tempo ninguém pedia mais nada, então me encostei próxima ao balcão do caixa tirando uma das minhas sapatilhas para tentar massagear meu pé. Olho para Francesca que está muito pálida.

— Francesca, vai embora, mulher, você está pálida.

— Dá para aguentar, S/n, meu estômago e minha cabeça estão meio revoltados hoje, mas não pense que mesmo estando doente não reparei no gato com quem você estava de papo, viu? — Ela tenta dar um sorriso.

— Nem me fale! Põe gato nisso, mas é que você não viu o amigo dele também. Jesus!

Conto rapidamente para ela como conheci a dupla de perfeição e ela fica curiosa em ver o outro também.

—Mas você não sabe o nome dele?

— Não. Só sei que ele é um grosso.

— Sei.. E pelo jeito, entre o educado e o grosso, você com certeza deve ter dedo podre e deve ter se interessado pelo grosso.

— Francesca, não viaja. Olha pra mim, quem sou eu para se interessar por qualquer um dos dois.

Nesse instante sinto mãos familiares novamente em meu ombro, e pela cara de espanto da Francesca é o deus grego que está atrás de mim. Sinto que devo estar ficando doente também.

— S/n, tem um tempinho para falar?

— Ehh... — Limpo a garganta e falo: — Sim, quer mais alguma bebida?

— Não. Quero conversar com você, pode ser?

Passo o olhar pela Francesca que está neste instante de boca aberta.

— Se for rapidinho.

— Onde a gente consegue falar sem precisar gritar?

Aponto o corredor que leva aos banheiros e ele começa a caminhar até lá. Olho para a Francesca com olhos arregalados e muito nervosa.

— O que será que ele quer, Fran? — eu pergunto nervosa.

— Larga a mão de ser "POIA" e vai lá descobrir logo, senão eu vou no seu lugar, sem problemas- ela diz com uma risadinha me fazendo rir.

Chego no corredor e ele está encostado com uma perna apoiada na parede e me olha chegar. O corredor está pouco iluminado e mais ao fundo tem várias mulheres em fila aguardando para entrar no banheiro. Uma que acabou de sair vem em nossa direção e parece bêbada, olha para ele e fala:

— E aí, gato, tá precisando de companhia? — ela fala com uma voz melosa e arrastada por causa da bebida e passa as mãos em seu peito. Ele tira as mãos dela e fala sorrindo:

— Desculpe, mas já tenho companhia — ele fala e olha para mim que sinto minhas pernas virarem gelatina. A desconhecida parece finalmente me ver, e com sua língua afiada junto com o excesso de alcool ri e pergunta:

— Ela? — E sai gargalhando. Eu me encosto na parede do outro lado do corredor, ele é bem estreito, me sinto desconfortável, ele me olha e fala:

— Desculpe atrapalhar seu trabalho, mas é que queria falar com você antes de ir embora.

— Pode falar — eu consigo dizer abaixando os olhos para olhar para meus próprios pés.

— Bom, eu queria te fazer um convite.

Isso me faz erguer o olhar para ele.

— Um convite? — Minha respiração se acelera.

— Sim. Como vi você caminhando no parque e você também comentou algo sobre ser a pedido do seu médico, gostaria de convidá-la para conhecer minha academia. Na verdade, minha e do meu sócio.

— Ah tá, vou ver um dia — falo meio desapontada. Ele parece notar e se aproxima coloca a mão em meu queixo levantando meu rosto e diz:

— Você é um mistério, um lindo mistério que vou adorar desvendar.

Alguém escutou isso? Ou foi minha mente fértil de novo? Fico olhando para aqueles olhos lindos sem saber o que falar e nem o que fazer, afinal, essas coisas não acontecem com muita frequência em minha vida. Ele sorri, se aproxima lentamente e me dá um beijo no cantinho da minha boca, e me entrega um cartão.

— Aqui está. Espero vê-la o mais breve possível. — Me dá uma piscadinha e sai. Mãe das pobres virgens gordinhas encrencadas, o que é isso, algum tipo de brincadeira de mau gosto? Só pode ou então o cara deve ser lindo e cego. Tento devolver a paz de espírito e trazer forças para minhas pernas novamente. Passo a mão sobre o lugar onde ele depositou o beijo e meu estômago se retorce, esse foi a metade do meu primeiro beijo.

Depois de uma noite muito intensa, finalmente chega a minha hora de ir embora e descansar. Após a meia-noite Henry chega e fica com o caixa, mas como hoje quem ficou no caixa foi a Fran, quando ele chegou e ficou sabendo que ela não estava muito bem se ofereceu para levá-la embora e eu tive que continuar ao máximo com minhas forças.

Finalmente posso ir e praticamente me arrasto por duas quadras tentando chegar ao ponto de táxi, pois a uma hora dessas já não tem mais ônibus, olho no relógio: quinze para as duas da manhã. Doutor Carrasco que vá se ferrar. Mas não caminho a semana que vem nem que ele me pague. Olho para os lados para atravessar a rua, minhas pernas parecem pesar como chumbo, um passo após outro. Então escuto uma freada e sinto algo encostar em minhas pernas, tudo aconteceu muito rápido. De onde surgiu isso? Foi meu pensamento ao me dar conta de que estava deitada no chão. Tento erguer a cabeça para ver o que acontecia e vejo um homem descer de sua imensa moto e tirar o capacete vindo em minha direção parecendo bem preocupado com meu estado. Nesse momento penso duas coisas: não ando com muita sorte ultimamente e realmente isso só pode ser brincadeira.

— VOCÊ?! — falamos ao mesmo tempo.

— Você é cego, maluco ou o quê? -pergunto ainda nervosa por conta do incidente e por estar tão perto daquele homem grosseiro e bonito que me deixava cada vez mais intrigada.

— E você está bêbada ou realmente não se aguenta sobre as pernas? Afinal, toda vez que te vejo está caída. Vem, eu te ajudo a se levantar.

— Não preciso da sua ajuda.

— Além de tudo é mal agradecida.

— E você sem educação e grosso — eu praticamente cuspo as palavras em cima dele, que me encara de olhos arregalados parecendo surpreso com minha reação.

Nossa, devo estar em meu limite de cansaço físico mesmo, não costumo tratar mal as pessoas, mas esse cara já teve sua cota de gentileza estourada.

— Desculpe, eu sou assim mesmo. Você se machucou?

Eu fico sem graça por tê-lo agredido com palavras.

— Não. Estou bem, me desculpe também — eu falo me levantando e sentindo meus cotovelos arderem.

— Não acha que está muito tarde para alguém tão nova como você estar na rua a uma hora dessas? E ainda por cima cheirando a bebida?

Fico de boca aberta com tamanha falta de tato dele. Realmente devo ter dedo podre.

— Para sua informação não bebi uma gota de álcool.

Ele mal me deixa terminar e completa:

— Claro pela forma que estava andando deve ter bebido a garrafa toda.

Meu sangue parece se revoltar nas veias e vou ao seu encontro.

— Por que não cuida da sua vida? Vê se me erra, não te devo satisfação nenhuma. Você é que mal sabe pedalar uma bicicleta e que sair de casa com um monstro desses — falo me referindo a sua moto. Ele parece ultrajado com minha língua afiada, me estende o capacete e com voz possessiva fala:

— Enfia isso que vou te levar embora.

— Nem pensar, está maluco? Nem te conheço.

— Para quem não me conhece já ficou bastante tempo batendo boca comigo.

— Quem manda você ser um imbecil — falo, e ele parece muito zangado.

— Então fique aí sozinha a uma hora dessas, depois não adianta colocar a culpa em mim se caso te acontecer alguma coisa.

— Pior do que ser atropelada por você? Não. Acho que para um dia a desgraça já está de bom tamanho.

Ele enfia o capacete muito irritado, senta em sua moto e saí acelerando feito um doido.

— Que cara mais arrogante, prepotente e imbecil! — eu falo para mim mesma bufando de raiva. E me dou conta de que continuo sem saber seu nome.


Notas Finais


um beijinho e até o próximo capítulo💛


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