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História Hearts on Fire (Frerard) - Pov. Linda


Escrita por: pumpkin_ammy

Notas do Autor


Olá meus amores, como vocês estão?
Antes que eu esqueça kkk
Eu reli o capítulo 21 da fanfic e percebi que o Spirit não salvou a atualização da última parte do capítulo. Então, eu super recomendo que vocês releiam o capítulo anterior. As mudanças estão praticamente todas no final do capítulo, no jantar dos meninos. Obrigada amores Rsrs

Maaas, vamos ao capítulo de hoje!

Esse capítulo era pra ser duplo, porém o outro ainda não está pronto (é sério gente, o capítulo vai ser grande kkk). Eu não quis deixar vocês esperando, então resolvi adiantar esse capítulo de hoje.
Eu refiz esse capítulo duas vezes, mas ainda sim, acho que não está 100% bom... Enfim, espero que gostem!
Obs: A fotinho do capítulo foi eu que tirei hahaha
Boa leitura! ❤

Capítulo 22 - Pov. Linda


Fanfic / Fanfiction Hearts on Fire (Frerard) - Pov. Linda

Pov. Linda Iero

Desde pequeno, Frank nunca havia me dado trabalho; Ele sempre fora um bom aluno, um bom irmão e um bom filho.

Tudo isso mudou quando o avô dele foi para o hospital.

O meu menino já não era o mesmo. Ele vivia chorando pelos cantos, trancado em seu quarto, sem disposição ou vontade de fazer coisa alguma, raros eram os momentos que ele saía de casa; E bom, algumas vezes ele nem dormia, passava as noites em claro escutando música, rabiscando um caderno e tentando tocar guitarra.

E apesar de seu avô ter saído do hospital semanas depois, bem e com saúde, Frank continuou o mesmo, com a diferença de que ele parecia mais feliz, mais alegre e um pouco mais disposto a fazer as coisas.

E com intuito de fazê-lo sair de casa, fazer amigos e se divertir, o mandei para New York, para casa do meu irmão mais velho, Mark.

Pensava eu que ele iria se divertir, conhecer lugares novos e "voltar ao normal", até receber uma ligação de Jenny, minha cunhada.

Eu fiquei boquiaberta ao saber o que Frank andava fazendo por lá, sem contar o trabalho que ele estava dando para pessoas desconhecidas, uma vez que o mesmo não estava mais na casa de seus tios.

Ao mesmo tempo que eu fiquei furiosa, eu fiquei triste; Triste por saber que o meu menino já não era mais o mesmo de antes; Triste por saber que ele estava começando no caminho das drogas e bebidas; Triste por ele não estar mais honrando nossa família, como deveria ser.

Assim como qualquer mãe, eu tomaria uma providência, Frank gostando ou não. Eu não o deixaria acabar com sua vida.

Não mesmo.

                  ⊱✿⊰

No momento em que Jenny me ligou, eu estava fazendo um bolo de chocolate, enquanto a comida terminava de ficar pronta.

O meu dia havia sido cheio; Arrumei a casa, limpei o quintal, cuidei do jardim, levei os cachorros para um passeio, arrumei a bagunça feita por meus gêmeos Andrew e Alyssa e enfim, sentei-me por cinco minutos antes de ir para o banho e logo após preparar o jantar.

Após receber a tal ligação, parei por um um segundo e fui verificar o próximo vôo para New York; Infelizmente o horário mais próximo do avião partiria às onze da manhã, então decidi que iria de carro mesmo, apenas duas horas de viagem.

Distraída com meus pensamentos, acabei por não ver Frank, meu marido, entrar na cozinha e me abraçar por trás, o que era mais que comum vindo dele.


- Boa noite, Linda. – falou ele. – Você está bem?


- Olá, Frank. Eu estou bem e você? – disse, selando nossos lábios.


- Eu estou ótimo. Meu dia no trabalho foi maravilhoso. Senti sua falta e das crianças também. – Frank sempre fora um homem carinhoso, gentil e educado. Ele só ficava alterado quando bebia em demasia, ou quando ele estava tendo uns de seus piores dias, os quais ele ficava estressado, violento e insuportavelmente irritante. – Como foi seu dia?


- Normal, fiz as mesmas coisas de sempre. – falei, desligando as panelas do fogão e em seguida, arrumando a mesa com a ajuda de Frank. – Você quer tomar um banho antes de comer, Frank? Nós esperamos você.


Frank resmungou algo concordância e subiu para o nosso quarto, deixando-me alí para terminar de pôr a mesa e colocar o bolo para assar.

Como hábito meu, organizei a mesa muito bem, deixando os talheres, pratos e taças bem alinhados sobre a mesa, estes que também combinavam com a toalha e os guardanapos.

Quando enfim, tive um tempinho pra descansar, escutei alguns gritos do andar de cima, o que provavelmente eram meus filhos discutido por alguma coisa.

Subi as escadas rapidamente, indo em direção ao quarto dos gêmeos, este que ficava no fim do corredor.


- O que está acontecendo aqui? – perguntei ao abrir a porta.


- Mamãe, o Andrew não quer me emprestar suas revistas em quadrinhos. – falou Alyssa. – Isso não é justo, eu sempre empresto as minhas coisas pra ele.


- Não é verdade, mãe. A Alyssa não divide nada comigo, e por isso eu não vou emprestar minhas revistinhas. – disse meu filho, cruzando os braços.


- Andrew, empreste as revistas para sua irmã. – disse, apontando as revistas com um manear de minha cabeça. – E Aly, quando seu irmão quiser algo seu, você vai emprestar a ele também. Estamos entendidos, ou eu vou precisar chamar o Frank? – Por incrível que pareça, meu marido não colocava medo nas crianças, ambas temiam mais à mim do que a ele. Devido à isso, meus filhos riram baixinho e concordaram com um "sim, entendemos" duplo. – Ótimo, agora vão lavar as mãos, o jantar está pronto.


Saí do quarto deles e comecei a caminhar pelo corredor, desviando o olhar para o quarto do Frank-filho. Uma vontade absurda de entrar alí me tomou, fazendo-me abrir a porta do quarto e entrar naquele cômodo vazio. Apesar de entrar todos os dias alí para limpar, eu deixava tudo exatamente como estava.

Fechei a porta do quarto e sentei-me na cama, observando os posteres, cd's, cadernos, sua guitarra vermelha e branca e, os porta retratos. Várias fotos dele com seu avô, seus irmãos, Frank-pai e eu enfeitavam as prateleiras do quarto, até foto dos cachorros Frank-filho havia colocado alí.

Observando tudo a minha volta, senti uma vontade imensa de chorar, tudo por causa da saudade que eu estava do meu garoto. Quer dizer, a maior parte era saudade, já a minoria era preocupação. Deixei que algumas lágrimas caíssem enquanto observava uma foto tirada à cinco anos trás, nas férias no Havaí.


- Ah Frank, se você soubesse o quanto eu sinto falta dessa época... – falei, pegando o quadro em mãos. – Por que você cresceu?! Por que está seguindo esse rumo?! Por quê?!


Novamente, Frank-pai me assustou ao abrir a porta e de imediato, me acolher em seus braços, num abraço mais que confortável.


- Linda, o que aconteceu? Por que está chorando? – perguntou ele, segurando meu rosto para encarar os meus olhos.


- Nada, Frank. Eu só estou com saudades do nosso filho. Ele faz muita falta aqui. – falei sincera a respeito da saudade, porém escondendo que esse não era o único motivo das minhas lágrimas. Não achei que tinha necessidade de contar para Frank o ocorrido, já que as crianças não o temiam, muito menos o Frank. Ambos agiam como dois amigos.


- Não se preocupe Linda, daqui uns dias ele estará em casa. Se você quiser, eu posso ir buscá-lo antes, amanhã mesmo. – um sorriso se fez em meu rosto, mas logo desapareceu ao que lembrei o estado que Frank-filho estava. "Não se preocupe com isso, amor. Você precisa trabalhar. Eu posso ir até lá amanhã, eu já aproveito e vejo meu irmão", respondi um tanto animada. – Tem certeza disso? Sabe que eu não gosto quando você viaja sozinha.


- Não se preocupe, eu levo o Andrew e a Aly comigo. Já tem anos que eles não vêem o Mark.


- Então está certo, você pode ir ver seu irmão amanhã, desde que saía bem cedo e volte para casa antes de escurecer. – falou ele.


- Eu prometo chegar antes do sol se pôr. Obrigada meu amor. – falei, selando nossos lábios. – Bom, vamos comer? A comida já está esfriando.


Um último beijo foi dado, e então seguimos para a sala de jantar. As crianças já estavam sentadas em volta da mesa, esperando nós chegarmos para iniciarmos o jantar.

Diferente de muitas mulheres, eu não era uma cozinheira perfeita, por assim dizer. Casei muito cedo, tive filhos muitos cedo e fui obrigada a aprender a fazer as coisas, para cuidar bem do meu esposo e dos meus filhos. Com o tempo, aprendi a limpar decentemente uma casa, aprendi um pouco de culinária e comecei a trabalhar. Depois de anos, eu finalmente me vi mulher, não aquela garota que fugiu de casa para ter sua própria família.

No jantar dessa noite, abusando um pouco da minha habilidade culinária, fiz um filé wellington, uma das comidas favoritas dos gêmeos e do meu marido. Eu quase nunca vazia isso, já que sempre errava no ponto da carne ou no ponto da massa. Por sorte, dessa vez ficou delicioso e com aparência perfeita.

Durante o jantar, recebi vários elogios da minha família, sentindo falta é claro, do meu menino mais velho. Se ele estivesse conosco, ele provavelmente iria ter feito sua própria comida, já que o mesmo não gosta da comida que eu havia preparado.

Então, pensando no meu filho mais velho, após todos comermos e a louça estar devidamente limpa, fiz uma torta de morango, que por ventura era sua favorita; Em seguida, fiz o recheio do bolo que havia preparado mais cedo, colocando muito açúcar e granulado colorido, que ele também gostava muito.

Apesar dele não merecer tudo isso, eu fiz e com muito amor e carinho, na esperança de que Frank Junior percebesse que não precisava seguir a vida pelos caminhos errados, já que tinha uma família que o amava e muito.

Antes de dormir, arrumei minha mala e a das crianças, avisando-as que iríamos viajar logo pela manhã. Andrew e Aly ficaram tão animados com a notícia que até foram dormir cedo, sem eu precisar mandar (milagres acontecem).

Optei por não contar para o Frank-pai sobre Frank; Para ele, eu estava apenas fazendo uma visita ao meu irmão e indo buscar meu filho, tudo as mil maravilhas. Não havia necessidade de contar à ele, afinal, Frank iria tomar jeito, ele querendo ou não.

Após checar tudo e ter a certeza de que estava tudo certo, finalmente fui para o meu quarto, encontrando meu marido deitado, já dormindo/cochilando.

Como costume, fiz minhas preces noturnas e depois deitei-me abraçando o meu marido.


- Boa noite, meu amor. Durma bem. – falei, rente ao ouvido de Frank. Ele apenas virou-se na cama e beijou o topo de minha cabeça, respondendo-me de forma muda.

Eu amava minha vida, amava meu marido, amava meus filhos.

E logo tudo estaria nos trilhos novamente, com todos em casa e a família unida novamente.

                   ⊱✿⊰

6:00AM - Quarta feira

Acordei cedo com o sininho irritante do despertador, porém não levantei irritada ou com raiva, ao contrário disso, levantei alegre, feliz e animada. Em algumas horas eu estaria em New York e veria minha família e, principalmente, meu filho.

Frank já havia saído de casa à cerca de uma hora, deixando o café devidamente pronto, em cima da mesa.

Antes de qualquer coisa, acordei as crianças e os mandei direto para o banho, para que logo em seguida, nós pudéssemos tomar café e partir logo de casa; Assim como os pequenos, tomei uma ducha rápida e fui me vestir. Eu jamais tive o estilo de roupas como a maioria das mulheres da minha idade; vestidos e saias, definitivamente não eram pra mim. E por sorte, Frank não liga a para essas coisas. Então, como o de costume, coloquei uma calça jeans preta, uma blusa cinza com pedrinhas prata e uma sandália que combinava muito bem com o look. Talvez meu estilo pertencesse as garotas mais novas, mas eu não ligava. Eu realmente gostava de me vestir daquela forma.

Sem muito cuidado, passei um rímel nos olhos e um pouco de lápis preto também, com o intuito de ressaltar meus olhos cor de mel. Verifique uma última vez a roupa e maquiagem no grande espelho do quarto, para em seguida verificar o documento das crianças e o dinheiro que eu levaria comigo; Após tê-lo feito, desci para cozinha e encontrei meus filhos já se alimentando.


- Nossa mamãe, você está muito linda... – falou Alyssa. – Quando eu crescer, eu quero usar maquiagem também. Tipo aqueles batons vermelhos que aquelas mulheres da televisão usam. – completou ela.


- Ha ha ha, você vai ficar parecendo um palhaço, Alyssa. Tenho certeza que vai ser convidada para animar muitas festas de criança. – de uns tempos pra cá, Andrew vinha gostando de provocar e fazer sua irmã chorar, o que me tirava do sério.


- Andrew Walsh Iero, é melhor você parar de provocar sua irmã, ou vai ficar de castigo por duas semanas. Sem revistas, sem televisão e sem videogame. – falei, sentando-me em seguida. – Acho que você já pode usar maquiagem, filha. Desde que seja moderadamente e sem exageros. Vou conversar com seu pai sobre isso. – falei. – Agora, terminem de comer. Sairemos daqui às sete horas em ponto. – sorri ao terminar de falar, servindo-me uma generosa xícara de café logo após.


Nosso café da manhã foi rápido, o que nos proporcionou um tempo a mais. Com a ajuda das crianças, limpei a cozinha e logo em seguida, partirmos de casa, exatamente as sete da manhã.

Por fora eu estava calma, mas por dentro eu estava com mais de mil sentimentos e pensamentos confusos. Por um lado, eu queria ir para New York ver minha família e ter um dia calmo e feliz, porém por outro lado, eu sabia que não seria bem assim; E era isso que estava deixando minha cabeça quase explodir, de tanto pensar. Eu sabia que precisava pedir desculpas ao meu irmão e sua esposa pelo ocorrido e, ainda precisaria ter uma conversa séria a respeito do que Frank fez e ainda estava fazendo com aquele garoto... Gerard.

Afastei tais pensamentos, focando-me me apenas na estrada e na música tão familiar a mim que estava tocando no rádio. Olhei no retrovisor e percebi que os gêmeos estavam dormindo, o que me deu total liberdade para cantar, sem ser interrompida ou caçoada.


- Do you need some time on your own? Do you need some time all alone? Everybody needs some time on their own... – Tentei cantar o mais baixo possível, mas não consegui. Afinal, eu estava escutando Guns N' Roses. – Don't you know you need some time all alone? – Sim, digamos que eu era muito diferente de uma mãe tradicional; Eu me vestia diferente, escutava todo tipo de música, trabalhava, e por aí vai.


Continuei cantando as músicas que tocavam aleatórias no rádio, algumas vezes até remexendo o corpo. Apenas parei de cantar e "dançar" devido meus filhos acordarem e pedirem educadamente para que eu calasse minha boca.

Depois de duas horas e dez minutos na estrada, finalmente chegamos em frente ao prédio onde Mark e Jenny moravam; Antes de entrarmos, passei algumas regras básicas para meus filhos (coisas de mãe, o que eu sempre fazia em qualquer viagem); Na pressa toda de viajar, acabei por esquecer de avisar meu irmão que eu chegaria mais cedo do que nosso combinado, o que me fez xingar-me mentalmente por isso. E se eles não estivessem em casa? Onde eu ficaria?!

Com a ajuda das crianças, retirei nossas malas do carro e subimos até o respectivo andar onde ficava o apartamento do meu irmão. Minhas mãos estavam trêmulas, meu rosto provavelmente estava um tanto vermelho, tudo graças a minha ansiedade de abrir aquela porta e encontrar o meu irmão, sua esposa e meus sobrinhos.

Sem mais delongas, pressionei o botão da campainha e esperei até que alguém abrisse a porta.


- Tia Linda, crianças! – disse Jason um tanto alto. – Há quanto tempo não vejo vocês?! Eu realmente estava com saudades de vocês.


- Olá meu amor, como vai você? – perguntei, colocando a mala que estava em minha mão no chão.


- Eu estou ótimo. – disse ele, descendo o olhar para minhas malas. – Venha tia, deixa eu ajudar vocês com isso. – falou, pegando minha mala em seguida. – Vamos, entrem.


Agradeci pela ajuda e então adentramos o apartamento. O local estava do mesmo jeito desde a minha última visita, pelo que pude observar, eles haviam mudado apenas as cortinas da sala.

Jason nos deixou instalados no quarto de hóspedes, onde provavelmente Frank estava instalado, já que suas malas jaziam espalhadas pelo quarto.

Senti meu coração ficar cada vez mais apertado, assim como minha respiração que ficava cada vez mais nula. Mentalmente imaginei como eu ficaria quando encontrasse meu filho, já que eu estava passando mal apenas de ver suas bolsas e malas.


- Tia, você está bem? – perguntou meu  sobrinho Jason, segurando minha mão. "Sim, sim, eu estou bem. Você estava sozinho aqui?", respondi fazendo-lhe outra pergunta. – É, eu estava sozinho sim. Mamãe foi levar o Nick ao dentista, mas creio que em breve ela estará de volta.


- Entendi. – falei. – Frank estava hospedado aqui?


- Sim, ele estava. Não sei onde está agora. Já têm semanas que eu não o vejo. – disse ele, arrumando os cabelos. – Foi por isso que você veio aqui?


- Eu vim para buscá-lo. Em alguns dias as aulas deles vão começar novamente, e eu preciso conversar com ele sobre alguns assuntos importantes. – não consegui olhar em seus olhos, então falei tudo de cabeça baixa, observando meus pés.


- Aconteceu alguma coisa, não é?! Se você precisar conversar, sabe que pode fazer isso comigo, okay? – Jason sempre dizia que eu era sua melhor amiga, já que desde pequeno nós sempre fomos muito ligados. Portanto, eu sabia basicamente tudo sobre sua vida, principalmente o fato dele ser gay. Assenti com a cabeça e sorri, respondendo sua pergunta de forma muda. – Então, vocês estão com fome? Tem bolo de chocolate.


- Oba, bolo de chocolate! – exclamou Alyssa um tanto alto.


- Sim pequena, temos bolo. Venham, vamos para a cozinha.


- Podem indo na frente, eu já vou. – falei, esperando que eles saíssem do quarto.


Quando fiquei sozinha alí, a curiosidade bateu, o que me fez mexer na coisas de Frank para ver se encontrava algo suspeito. Não achei nada que pudesse o incriminar de estar agindo dessa forma. Depois de apenas pensar por alguns segundos, guardei tudo na mochila novamente, sentando-me na cama por um segundo, encontrando ao meu lado um belo desenho feito por Nick (seu nome estava no canto direito da folha); Duas pessoas de mãos dadas e um pequeno sol enfeitavam aquele papel, ao lado estava escrito um pequeno texto em caneta azul turquesa, este que dizia:

"Oi Frank. Mamãe disse que você não estava bem e estava triste. Então eu resolvi fazer esse desenho pra você ficar feliz e melhorar logo. Eu sou o garoto pequeno e você é o garoto grandão. Eu te amo! Espero que melhore logo.

Obs: Jason que escreveu tudo isso pra mim".

Sorri ao ver aquele desenho e ao ler aquelas palavras. O quão bonito poderia ser a inocência de uma criança?


- Linda, que supresa! – falou Jenny, acordando-me dos meus pensamentos. – Eu não esperava ver você hoje tão cedo. Pensei que chegaria aqui à tarde.


- Desculpe não avisar que eu chegaria antes. Com tanta coisa na cabeça, acabei me esquecendo disso. – disse guardando o desenho em cima da cama, logo levantado e indo até Jenny para um forte abraço.


- Está tudo bem, não tem problema algum. – falou ela, retribuindo meu abraço. – Infelizmente o Mark não está em casa, mas eu posso chamá-lo para vir almoçar conosco. O que acha da ideia?


- É uma ótima ideia! Eu posso te ajudar na cozinha e posso conversar com os meus sobrinhos também.


- Perfeito! Já sei até o que podemos fazer para o almoço. Mas, por agora, vamos comer uma fatia daquele bolo maravilhoso de chocolate. Eu realmente estou com fome. – disse ela, em meio a risadas.


Eu sempre gostava de visitar o meu irmão, pois eu sempre me divertia muito com a família que ele havia construído.

Definitivamente, eu amava minha vida e minha família.

               ⊱✿⊰

A manhã passou como um furacão.

Tentei ocupar a cabeça com diversas coisas, o que de fato, deu certo.

Fizemos alguns desenhos com Nick, brincamos de casinha com os gêmeos e o meu sobrinho mais novo, escutamos algumas músicas meio violentas (mais super legais) do Jason e por fim, fomos para a cozinha para iniciar o almoço.

Frango frito, arroz, purê de batata e alguns legumes eram o que formavam nosso cardápio, acompanhado de suco de maracujá fresco e pudim de potinho para a sobremesa.

Enquanto terminava de fazer a comida, Jenny e os pequenos saíram para comprar algumas coisas, o que me deixou a sós com Jason. Desde que eu havia entrado alí mais cedo, percebi que tinha algo errado com ele, bastava olhar nos olhos do mesmo.


- Jay, pode vir aqui um minuto? – perguntei um tanto alto, já que ele possivelmente estava em seu quarto.


- O que foi tia? Precisa de alguma coisa? – perguntou-me ele, assim que chegou na cozinha.


- Na verdade, sim. Sente-se, por favor. – Falei e ele o fez. – Precisamos conversar. Eu notei que você está um tanto diferente hoje... Há alguma coisa que você queira me contar?


- Para falar a verdade sim. Tem várias coisas acontecendo comigo, tia. Mas nem eu sei direito o que são e como resolver tudo isso. – disse ele, com os olhos marejados. Desliguei o fogão e sentei-me ao seu lado, segurando sua mão numa tentativa de passar conforto e fazê-lo se abrir comigo, assim como sempre foi. – Você me conhece bem mesmo, tia Linda. – falou. – De uns tempos pra cá, tudo tem estado diferente pra mim. Tem dias que eu estou super bem, mas em compensação à outros dias, eu estou super mal, nem vontade de sair de casa eu tenho. Eu apenas fico trancado no quarto, chorando e chorando. Fora os dias que minha bipolaridade resolve aparecer para infernizar minha vida. Eu começo o dia bem, mas do nada eu fico com raiva ou triste, o que me faz cometer coisas estúpidas. Eu me arrependo depois, mais infelizmente já é tarde demais. E tem também a mamãe... Você sabe como ela é... Sempre implicando comigo, tanto na questão das roupas e acessórios, quanto no meu gosto peculiar por música, objetos e coisas decorativas. Há alguns meses atrás, eu comprei um abajur no formato de caveira e ela teve a capacidade de jogá-lo contra a porta do meu quarto, o que obviamente me deixou extremamente triste e furioso. Mas enfim, eu não sei o que fazer, não sei como agir... Eu preciso de ajuda, ou então vou acabar ficando louco!


- Hey, se acalme meu amor, eu estou aqui e vou te ajudar. - falei, limpando uma lágrima que escorreu em sua face. – Bom, em relação ao seus surtos de bipolaridade, eu recomendo você a procurar um psiquiatra ou terapeuta, alguém que seja especializado nessa área e possa te indicar algum remédio pra isso. Tenho certeza que eles podem e vão ajudar você nesse quesito. Eu mesma vou pagar as consultas pra você, basta marcar os horários e me dizer quanto custa, que eu depositarei o dinheiro na sua conta. – Disse, sorrindo de canto. – Agora, em relação a sua mãe... Eu sei que os atos dela não são corretos, mas você querendo ou não, ela é a sua mãe, o que levará ela a sempre fazer essas coisas ridículas e estúpidas, sem motivo algum. Apenas obedeça ela e ignore o que achar desnecessário. Acho que um psiquiatra pode ajudar nisso também. E agora por último, você disse algo sobre fazer coisas estúpidas quando tem um de seus ataques bipolares... Percebi que seu tom de voz se alterou ao mencionar isso. O que aconteceu?


- Uau, eu realmente não posso e não consigo esconder nada de você... – falou ele, sorrindo sem mostrar os dentes. – Terça feira passada foi o meu pior dia da semana. Eu estava estressado, triste e irritado com tudo e com todos. E por consequência disso, acabei descontando toda minha frustração no meu namorado, o que levou ele a terminar comigo. Mas, o motivo não foi apenas esse. Ele quer que eu conte para mamãe que eu sou gay, para nós podemos sair mais vezes juntos e caminhar de mãos dadas pela rua, sem ter medo se algum familiar ou amigo dos meus pais veja.


- Eu sei o quanto homofóbica nossa família pode ser, mas querido, vale realmente a pena você sentar e conversar com sua mãe e seu pai sobre isso. Não é apenas um detalhe, mas sim, isso diz quem realmente você é. Eu sei o quão é difícil você ter que aguentar sua mãe empurrando garotas pra cima de você. – nossa família tinha um grande histórico de homofobia, sendo apenas Jason e eu os defensores dos gays, lesbicas, etc. – Antes de me casar com Frank, eu tive várias aventuras com garotas, eu até havia decidido que não queria casar com um homem, até meu pai me apresentar o seu tio. – falei baixo. – Mas, é isso... Se por ventura seus pais não entenderem ou não te aceitarem, saiba que a chave reserva da minha casa fica escondida em baixo do vaso de flores, do lado esquerdo da porta. Ou se preferir entrar pelos fundos, a chave fica no pote cheio de pedras em cima da mesa.


- Obrigado tia, eu nem sei o que eu faria sem você. – falou ele, levantado da cadeira. Fiz o mesmo que ele e passei meus braços ao redor de seu pescoço. – É sempre bom poder desabafar com você.


O abracei forte, respondendo um "eu te amo, Jason, sempre estarei aqui" bem perto de suas orelha direita.

Ficamos daquele jeito por um tempo curto, já que o telefone da sala começou a tocar insistentemente. Ele saiu para atender o telefonema e eu fiquei alí para terminar de preparar nossa refeição.

Não muito tempo depois, Jenny retornou pra casa com as crianças, trazendo consigo algumas sacolas repletas de doces, pudins e saladas (sim, coisas super aleatórias).

Depois de mais algum tempo, terminamos o almoço e fomos para sala assistir televisão, enquanto esperávamos meu irmão chegar em casa.


- Tia Linda, vocês vão dormir aqui em casa hoje? – perguntou Nick, erguendo os bracinhos para sentar-se em meu colo.


- Não, pequeno. Eu preciso voltar pra casa antes do sol se pôr, ou seu tio Donald vai ficar bravo comigo. – disse, acariciando seus cabelos.


Percebi que Nick abriu a boca para responder, porém foi interrompido ao que a porta se abriu.


- Olá família, cheguei. – falou Mark ao entrar em casa. – Cadê os meus sobrinhos lindos?

- Tio Mark! – Andrew e Alyssa falaram ao mesmo tempo, correndo na direção do tio para abraça-lo.


- Como vocês cresceram! Estou me sentindo um tanto velho. – brincou meu irmão. – E você Linda, não vai vir me abraçar?


- Claro que vou, eu só estava esperando você falar alguma coisa. – disse, usando um tom sarcástico, ao mesmo tempo que caminhei em sua direção, sendo bem recebida em seus braços.


- Eu estava com saudades, nanica. Você nunca mais veio me ver... – falou, usando um falso tom de magoa.


- Ah querido, è mesma distância da sua casa até a minha. Você sabe o caminho da minha casa. – como nosso costume de irmãos, brinquei com ele, o fazendo rir.


- Tá bom, tá bom, você venceu. Agora, vamos comer ou eu irei me atrasar para o trabalho.


Todos nós nos direcionamos para a sala de jantar, cada um sentando nos seus respectivos lugares marcados (os gêmeos e o Nick haviam feito os marcadores de mesa mais cedo), para só então, Jenny começar a servir os pratos.

Durante a refeição, minha cunhada e eu recebemos vários elogios em relação ao arroz, o frango e o puré, e também recebemos algumas críticas sobre os legumes, os quais eu tive que explicar três vezes que eram muito importante para a saúde.

E seguido do almoço, comemos pudim de potinho sabor chocolate e bebemos um pouco mais do suco de maracujá.

Após todos comerem, dispensamos as crianças para a sala e ficamos apenas nós adultos sentados ao redor da mesa. Aproveitei que o silêncio se instaurou e resolvi perguntar logo onde diabos estava meu filho e o que de fato aconteceu.


- Bom...Vocês já sabem o real motivo para eu ter feito essa viagem em cima da hora, então, vamos esclarecer isso logo. Onde está meu filho e o que aconteceu aqui? - perguntei de forma séria, cruzando meus braços.


- Foi basicamente o que nós dissemos a você no telefone. – Jenny foi a primeira a se pronunciar, após uma pequena fração de segundos. – Depois de um tempo aqui em casa, eu percebi que Frank estava um tanto triste e chateado, eu tentei conversar sobre isso mas ele se recusou. Eu o vi fumando algumas vezes aqui, mas não quis dizer nada pra ninguém. Eu só me pronunciei a respeito disso quando um tal Robert apareceu aqui e achou um saquinho de cocaína nas coisas do Frank. Eu fiquei muito preocupada, por isso sugeri ao seu irmão ligar de imediato pra você. – percebi que em alguns pontos, Jenny fez pequenas pausas, parecendo pensar em que palavras usar.


- Não se esqueça de que ele também te machucou, querida. – disse Mark lentamente.


- Como é que é? Ele te machucou?! Impossível! Frank jamais teria coragem de fazer uma coisa dessas. – Respondi descrente do que eu havia acabado de escutar.


- As marcas já quase não aparecem mais, porém estavam bem roxas e doloridas nos primeiros dias. – Disse minha cunhada, subindo um pouco a manga da sua blusa para que eu pudesse ver o local onde Frank havia à machucado. Realmente, as marcas eram quase imperceptíveis. – Mas isso não importa agora.


- Eu nem o que dizer... – Comecei, já com a voz embargada devido a vontade de chorar repentina. – Me perdoem por isso. Depois que o avô do Frank foi para o hospital e precisou ser internado as pressas, ele nunca mais foi a mesma pessoa. Acho que ele ficou com tanto medo de perder o avô que acabou criando uma nova personalidade para si mesmo. Eu realmente sinto muito.

- Não precisa se desculpar, Linda. Nós entendemos bem como é isso. Passamos a mesma coisa aqui em casa com o Jason. – Disse Jenny. "Eu preciso encontrar o Frank. Onde ele está?", perguntei, secando algumas lágrimas em meu rosto. – Ele está na casa de uma amiga minha. Eu posso levar você mais tarde.

- Não, obrigada. Eu prefiro ir sozinha. Só preciso que alguém tome conta das crianças e preciso do endereço também. – Falei, já me colocando de pé.

- Eu posso te levar lá, nanica. Não é tão longe do meu trabalho. Você pode me seguir no seu carro.

- Okay, obrigada Mark e obrigada Jenny, por tudo. – Falei, abrindo um sorriso. – Então vamos lá, eu só vou ajudar a Jenny com a louça e nós podemos ir.

Meu irmão apenas concordou com a cabeça e logo minha cunhada e eu já fomos para a cozinha. Rapidamente, lavei todos os pratos, copos e talheres, levando apenas dez minutos para fazer isso.

Tendo feito tudo isso, corri para o banheiro do quarto de hóspedes, escovei meus dentes e retoquei a maquiagem, para só então pegar minha bolsa e seguir para o local onde meu carro estava estacionado.

Eu estava em total nervosismo. Eu não sabia o que eu iria fazer, muito menos o que eu iria falar para meu filho. Tentei pensar em alguma coisa durante o trajeto, mas nada veio a mente, e quando me dei conta de tudo, eu já estava parada em frente à porta com um "w" dourado, esperando alguém vir me atender.

- Posso ajuda-lá? – Perguntou-me uma jovem mulher, aparentemente com a mesma idade que eu, ao que a porta se abriu.

- Olá, boa tarde. É aqui que mora um jovem chamado... – Por reles segundos, esqueci o nome do menino que estava com Frank, até que magicamente o nome deste surgiu em minha mente. – Gerard?

- É sim, por quê?

- Ah... Você deve ser a mãe dele. Mil perdões, esqueci de me apresentar. Eu sou Linda Iero, mãe do Frank. Eu vim aqui atrás do meu filho.

- Muito prazer, senhora Iero. Eu sou Donna Way, e sim, sou a mãe do Gerard. – Falou ela, se afastando um tanto da porta. – Entre, eu vou levá-la até o quarto dos meninos.

Ao que subiamos as escadas, meu batimentos cardíacos foram acelerando, minha respiração ficando cada vez mas nula, e minhas mãos mais trêmulas que um galho sem folhas numa chuva de inverno.

- Querido... Temos visita. – Falou Donna abrindo a porta do quarto.

E foi ao entrar no quarto que eu fiquei totalmente sem ar (no sentido figurado, é claro). O tal do "Gerard" estava de conchinha com o meu filho. Ambos sem camisa, de mãos dadas. Era só o que me faltava mesmo...

- O que significa isso Frank Anthony Thomas Iero Junior? – Disse, ao entrar no quarto.

Frank arregalou os olhos como se estivesse vendo algum tipo de assombração ou algo assim, mas para sorte (ou azar) dele, era apenas eu.

Definitivamente, as coisas não seriam fáceis, principalmente agora que eu já suponha que meu filho era gay.

Frank, Frank, o que fazer com você?!


Notas Finais


Então, o que vocês acham que vai acontecer agora? Comentem aí Rsrs

*Curiosidade
- Segundo a internet, uma viagem de NJ para NY pode demorar cerca de duas horas.

* Sobre o filé Wellington: gente, eu estava assistindo o Masterchef Junior EUA quando escrevi esse capítulo, e tipo, as crianças de dez anos estavam fazendo isso... Eu fiquei muito impressionada com o prato, então quis colocar aqui na fic kkk

Apesar dos pesares, eu gostei do capítulo e espero que vocês também gostem!

Obrigada leitores, não esqueçam de reler o capítulo anterior.
Beijinhos e bom final de semana ❤


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