Mais uma manhã se iniciava em Seul. Todos já estavam saindo de suas casas para ir ao trabalho. Não era diferente para Yang Jeongin, que apesar de não querer, também teria que estudar. Então, rapidamente se arrumou e saiu de casa.
O caminho era silencioso. Apenas ele, o vento gelado que soprava pelas ruas vazias e Sol tímido, escondido pelas nuvens.
Jeongin não se importava em ir sozinho para o colégio, na verdade até preferia. Não estava mais gostando de ficar com pessoas. Não depois do que havia acontecido.
Jeongin saia bem mais cedo do que os outros, já que sua casa era mais distante de onde estudava. Quando chegou, tudo parecia normal. Exceto pelo sumiço de Hyunjin. Não acho estranho, já que sabia o porquê. Pelo menos achava que sabia.
Mas Minho parecia normal. Não parecia preocupado ou irritado. Isso deixou o Yang estranhado, já que no dia anterior Minho parecia alterado e arrependido.
Jeongin apenas ignorou e sentou no lugar de sempre. Não ver Hyunjin lá entristecia e preocupava o mais novo do grupo. Hyunjin sempre foi muito sensível, era fácil magoar e afetar o Hwang, e isso deixava Yang realmente preocupado. Então, decidiu que mais tarde daquele dia iria procurar Hwang.
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Já haviam terminado as aulas, então muitos dos alunos já iam para suas casas ou saiam do colégio.
Assim que chegou ao pátio, Jeongin procurou Hyunjin em todos os lugares. Pelas mesas, pelas salas, na cantina, no banheiro, na quadra, na cerejeira... e não encontrou Hyunjin.
Até que se lembrou de um lugar que costumava ir com Hwang no ensino fundamental: o armário do zelador. O local secreto dos dois ficava num corredor escuro e vazio, que quase ninguém visitava, apesar de ficar perto de uma das saídas do prédio.
Jeongin foi até lá correndo, na esperança de encontrar o mais velho. E estava certo. Assim que a abriu a porta da pequena sala, viu o amigo sentado no chão, aparentemente ouvindo música. Hyunjin se assustou ao ouvir a porta se abrir, mas quando viu que era Jeongin, abriu um tímido sorriso.
Jeongin se sentou ao lado de Hyunjin, que pausou a música e tirou os fones.
– Como me achou?
– Era um pouco óbvio. Anos atrás, vínhamos aqui pra...
– Jogar Uno! – Hyunjin cortou a fala de Jeongin, rindo um pouco. Jeongin também riu. Era bom lembrar daquela época.
– O que você tá ouvindo? – perguntou o mais novo, cortando o silêncio.
– Deja Vu, da Olivia Rodrigo. – Respondeu o de cabelos pretos.– Quer ouvir comigo?
– Quero. – Jeongin sorriu.
Hyunjin pegou os fones de ouvido brancos e deu um para Jeongin, e o outro colocou em suas orelhas e deu play na música.
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“Viagens de carro para Malibu
Sorvete de morango, uma colher para dois
E trocando jaquetas
Rindo pelo quão grande ela fica em você.
Assistindo reprises de Glee
Sendo irritantes
Cantando em harmonia
Eu aposto que ela está se gabando para todos os amigos dela dizendo que que você é único.
Então quando você vai contar pra ela, que fizemos isso também?
Ela acha que é especial, mas é tudo reutilizado
Esse era o nosso lugar, eu achei primeiro
Eu criei as piadas e você contou para ela
Quando ela está com você
Você tem um déjà vu quando ela está com você?
Você tem um déjà vu?
Você tem déjà vu?”
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Por algum motivo, aquela letra lembrava Jeongin sobre Hyunjin.
No fim do ano passado, os dois costumavam sair. Muitas vezes, para muitos lugares, muitas vezes por semana. Ambos gostavam daquilo, gostavam muito um do outro. Mas não diziam. Não contavam os sentimentos que tinham um pelo outro. Nisso, Jeongin saiu machucado. Yang percebia que Hyunjin gostava muito dele, sendo só na amizade ou não. Mas, repentinamente, Hwang estava mais distante. Nos últimos dias, Jeongin estava observando tudo que acontecia ao redor de Hyunjin, tudo o que podia ver.
No segundo após as “férias”, antes de começar a primeira aula, Jeongin havia procurado Changbin para perguntar se ele tinha notado algo entre Jisung e Hyunjin. Changbin disse que não tinha certeza, mas tinha percebido que os dois amigos estavam mais próximos do que o normal. Isso chateou Jeongin, pois ainda havia esperança de que seus sentimentos eram recíprocos. Mas aparentemente não eram.
Jeongin tinha certeza que Hyunjin saia com Jisung assim como saia com ele nos últimos meses. Tinha certeza que tocava as mesmas músicas, levava nos mesmos lugares. Tinha certeza que Hyunjin sentia déjà vus quando estava com Han, afinal, não eram tão diferentes.
– Eu preciso ir. – mentiu o menor, sentindo uma mistura de ódio com tristeza.
– Hm, tudo bem. – Respondeu Hyunjin, fazendo uma expressão de tristeza fofa.
Jeongin saiu da sala, nem se quer reparando que havia esquecido de perguntar o que queria para Hyunjin: por que ele estava isolado de todos?
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