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História Heavy In Your Arms - Hotel California


Escrita por: poisonquinn e Cricket

Notas do Autor


Cricket -> Olha só que capítulo enorme! Gente aproveitem ushaushaushuaa espero que gostem desse cap que a Oph escreveu <3 beijo da Grilo!

Oph -> Gente, vou dizer... Acho que nunca tinha feito um capítulo tão grande UHASUAHSA mas espero que vocês gostem! Foi escrito com muitas lágrimas e trilha sonora de TW XD Porque olha... É muito tiro nesse capítulo, então já deixa o postinho de saúde avisado -q UAHSUAHSHUA Beijinhos e nos vemos lá embaixo :D

Capítulo 19 - Hotel California


Fanfic / Fanfiction Heavy In Your Arms - Hotel California

We are all just prisoners here        
Of our own device
And in the master's chambers
They gathered for the feast

 

O vento frio bateu em seu rosto quando deixou o ônibus, acompanhada por Scott, Stiles, Isaac, Boyd, Allison, Lydia e os outros alunos que tinham ido para a competição entre escolas. Por conta da aproximação de uma tempestade, o bendito campeonato fora adiado para o próximo dia e agora, encontravam-se na porta de um motel de beira de estrada chamado Glen Capri, escrito numa letra neon verde e inclinada que não inspirava muita confiança, pelo menos na concepção de Claire.

— Já vi piores... — Scott comentou, erguendo as sobrancelhas.

— Viu aonde? — Retrucou Stiles.

Claire ficou parada, notando que não fora a única a não entrar na fila para pegar as chaves da mão do treinador, já que Lydia Martin olhava assustada ao redor.

— Eu não gosto desse lugar. — Lydia falou um tanto sombria.

A caçadora a olhou de soslaio. — É... Estranho. E olha que já dormi em pocilgas.

Allison as olhou assim que os alunos se afastaram, sorrindo de leve. — Acho que nem os donos gostam desse lugar, meninas. E outra, é só por uma noite. — A Argent sorriu confiante.

— Muita coisa pode acontecer em uma noite. — Lydia comentou no mesmo tom sombrio e Claire esfregou o próprio braço por conta de um arrepio.

As três seguiram até o quarto 217, subindo um lance de escadas que dava num corredor estreito e cheio de portas. A morena destrancou a porta e acendeu a luz, esfregando demoradamente o nariz com o cheiro forte de poeira e naftalina.

Allison deixou suas coisas em cima da cama e Lydia fez o mesmo, caminhando curiosa pelo quarto. Claire, por sua vez, deixou sua mochila na beirada do colchão, tirando dos bolsos alguns dólares amassados e moedas.

— Vou tomar banho. — A Argent avisou, tirando as botas e o casaco, enquanto Lydia sentava na beirada da cama.

Claire sorriu de leve. — Vi uma máquina do lado de fora, vou lá pegar alguma coisa para comer, vocês querem?

— Não, obrigada. — A Argent sorriu e foi até o banheiro, trancando a porta.

— Claire... — A ruiva olhara de soslaio para Lydia, notando a dúvida em seu semblante sério. — O que você disse antes.... Sobre.... Sobre não gostar desse lugar.

A Winchester deu de ombros. — Depois que você passa muito tempo lidando com.... Coisas sobrenaturais, alguns lugares se destacam mais do que outros.

— O que quer dizer?

— Foi só um pressentimento. Talvez não seja nada de mais, mas... — Claire não soube explicar bem aquela sensação que a fez olhar para o lado, os instintos gritando que havia mais alguém naquele quarto além delas três. — Bem, deixa pra lá... — Riu nervosa. — Vou buscar comida.

— Eu vou com você. — Lydia falara de repente, fazendo Claire dar de ombros e enfiar os dólares amassados no bolso.

— Meninas, podem ver se conseguem toalhas novas?! — Allison gritou do banheiro com o chuveiro já ligado. — A que tem aqui parece que enrolaram um cigarro nela de tão fedida... Deus!

— Está bem! — Lydia respondera mais alto e deixou o quarto acompanhada pela ruiva, arrepiando-se com o vento frio enquanto caminhavam pelo corredorzinho até a escadaria aberta e enferrujada. — Qual foi... A coisa mais assustadora que você já viu?

Claire pulou os dois últimos degraus e ponderou. — Isso depende. Ver algo não significa muito.

— Então.... Qual a coisa mais assustadora que matou? — A Martin refez a pergunta, estudando-a por alguns momentos. Desde sua testa até a ponta do nariz, reparando em pequenos detalhes como a ruga entre suas sobrancelhas e uma cicatriz fina próxima à raiz do cabelo, como o lembrete de um acidente mais grave.

— Uma vampira, quando eu conheci meu pai e meus irmãos. — Claire contara. — Foi a primeira vez que... Vi uma arma de fogo, usei um facão e vi sangue.... Tudo isso ao mesmo tempo. — Fez uma pequena pausa e viu medo nos olhos esverdeados de Lydia, arriscando um sorriso para tranquiliza-la. — Mas isso faz tempo.... Já vi alguns fantasmas vingativos, um alfa... — Falou, fazendo a Martin rir pelo nariz.

Lydia a acompanhou até a máquina de lanches, percebendo o espanto da ruiva quando vira o vidro estilhaçado como se alguém tivesse dado um murro na mesma. — Nossa...

— Bem... — Claire deu uma olhada ao redor e, como não vira ninguém além de Lydia, pegara duas barrinhas de amendoim e uma de chocolate. — Pelo menos economizei o dinheiro da cerveja.... Não foi de todo ruim. — Falou ao oferecer as três barras para a garota que pegou a de chocolate.

As duas seguiram até a recepção do motel e Lydia suspirou, debruçando-se no balcão. — Com licença, tem outras toalhas? Apesar de ter um aviso de que o quarto é para não fumantes, as toalhas fedem a nicotina... — A ruiva rolara os olhos e fuzilou a senhora da recepção, que se virou.

— Ah, desculpe por isso, querida. Vou trocá-las para você. — Disse a mulher e Claire vira o espanto da ruiva no pequeno objeto que perfurava a traqueia da idosa.

Claire viu a televisão ligada naquele quartinho, porém, seus olhos se ergueram com curiosidade ao ver que Lydia encarava algo acima da cabeça da mulher.

— O que é aquilo, aquele número?

A idosa, que retornava para perto da recepção com toalhas novas, riu de maneira sombria. — Ah, aquilo.... É uma piada interna do motel, meu marido insiste em manter.... Vocês querem mesmo saber? — Indagou.

Claire olhara para a mulher com curiosidade. — Conte. — Falou.

— Bem, como vocês devem ter percebido, nós não somos exatamente um motel cinco estrelas quando estamos falando do quesito satisfação da clientela. — A senhora disse com ironia e Lydia riu.

— Obviamente.

— Mas somos número um em um pequeno detalhe: mais do que qualquer outro motel na Califórnia, desde a abertura temos o maior número de hóspedes suicidas.

Claire ficou em silêncio por um instante enquanto Lydia olhava horrorizada do número emoldurado na parede para a idosa.

— 198? — Falou a adolescente assustada.

— E contando! — A mulher brincara. — Tenham uma boa noite, meninas.

Lydia deu alguns passos para trás e Claire pegou as toalhas novas do balcão, enlaçando seu braço ao da Martin para que caminhasse. — Eu sabia que esse lugar me era familiar...

— O quê?

— Há uns anos, meu pai investigou esse motel. — Claire falara de maneira rápida enquanto iam até a escadaria. — O mais estranho é que por mais que tivesse pesquisado e vasculhado esse lugar, não havia nada que indicasse um porquê de as pessoas terem tendências suicidas aqui. E quando eu digo que poderia ser qualquer coisa.... Ele não descartou nada, e no fim das contas, ficou andando em círculos e desistiu.

Lydia respirou fundo quando Claire abriu a porta do quarto e entrou. — 198... E estamos falando de quase quarenta anos, o que dá uma média de... 4,95 suicídios por ano que é....

— Mediano, se formos pensar bem. — Claire falara de maneira breve. — Meu pai veio investigar esse lugar porque um amigo dele cometeu suicídio aqui, pelo menos foi o que o meu tio contou. Colocou a escopeta na boca e estourou os miolos.  — A ruiva pegou uma das toalhas e fora até o banheiro. — Allison, sua toalha.

— Obrigada!

Lydia repuxou os lábios e viu Claire mexendo em sua própria mala até tirar de lá uma agenda encadernada em couro marrom que a ruiva folheou por alguns momentos até encontrar algo que lhe interessava.

— Aqui... 1999, 2 de fevereiro... “Li as notícias sobre um motel na Califórnia, o Glen Capri e sua lista imensa de clientes suicidas. Me hospedei sozinho durante uma noite e só pensei em você, Mary... Em como desejava me juntar a você na morte e dar paz aos nossos filhos... E Deus, Kate me pediu para visitar Adam no dia seguinte e tudo o que eu não queria era envolve-lo nisso, espero sinceramente que ele jamais tenha ideia do que realmente faço. ”¹

 — Quem.... Quem é Adam? — Lydia perguntou confusa.

— Eu nunca soube. Na verdade.... Nem meus irmãos sabem disso porque meu pai arrancou essas páginas e pediu ao Bobby, meu tio, para queimá-las. — A Winchester comentara, passando mais algumas páginas. — Esse é o único registro dele sobre o Glen Capri e, aparentemente, ele não descobriu nada.

Allison saiu do banheiro alguns instantes depois, já vestida e enxugando os cabelos na toalha. — Ouvi a conversa de vocês....

— Esses donos são sádicos! Quer dizer.... Que tipo de pessoa comemora o fato de que 198 pessoas se suicidaram nesses quartos com uma droga de número emoldurado?! — A Martin dissera indignada. — E outra coisa... — Lydia parou de falar e encarou a parede, onde havia próxima do teto, uma saída de ar.

— Lydia? — Allison chamou a garota e Claire deixou o diário de John de lado.

— Estão ouvindo isso? — Lydia falou assustada e seus olhos se arregalaram. — Ai meu Deus... Ai meu Deus...

— Lydia o que foi? — Claire perguntara já de pé quando Lydia subira na cama e fora chegando perto da saída de ar.

— Lydia! — Allison chamara assustada e a Martin dera um pulo, indo quatro passos para trás no colchão e quase caíra do mesmo. — Lydia, o que aconteceu, o que você ouviu?!

— A-as duas pessoas no outro quarto, elas se mataram! — Lydia empurrou a morena e saiu correndo do quarto, com Claire e Allison em seu encalço.

— Lydia, eu não ouvi nada...

A Martin não lhe dera ouvidos quando saiu para o corredor e dera alguns passos até o quarto ao lado. — Tem que ser bem aqui! — Falou, sem pensar duas vezes ao forçar a maçaneta e abrir a porta, porém, Claire a segurou pelo braço. — Olá!

— Espera. — A Winchester disse e apenas nesse momento, Lydia pareceu ouvi-la, deixando que passasse na frente e tateasse no escuro à procura do interruptor de luz, embora não o encontrasse inicialmente.

O cômodo estava coberto pela penumbra e somente quando Lydia dera mais alguns passos temerosos e localizara uma espécie de luz móvel de construção e a acendeu, as garotas perceberam que o tal cômodo, que deveria estar ocupado por uma cama, era coberto por objetos de reforma.

— Tinha que ser..... Bem aqui. — Repetiu Lydia e olhou para as caçadoras de maneira receosa. — Era um rapaz e uma garota, eles pareciam jovens, mas...

— Está tudo bem, Lydia. — Allison sorriu de leve e olhou para Claire, que assentiu.

— Acreditamos em você. — A ruiva comentou.

Allison pegou as mãos dela e as apertou. — Depois de tudo o que passamos, eu acredito em você. E... Acho que devíamos investigar. — A morena comentou, olhando para Claire logo em seguida.

Claire concordou de leve com a cabeça. — Talvez possamos encontrar algo.

— Investigar?! Vocês enlouqueceram? — Lydia falou trêmula. — Nós temos que ir embora daqui agora! E se.... A razão para esse quarto estar em reforma for que eles estão tirando pedaços de cérebro dos painéis de madeira?!

— Nós vamos investigar, Lydia. É o melhor que podemos fazer. — A Argent dissera com firmeza. — Mas primeiro.... Acho que precisamos de mais ajuda.

— Eu vou buscar os meninos, fiquem no quarto vocês duas. — Claire sugeriu e as três deixaram o quarto em reformas, retornando ao outro local aceso. A Winchester esperou que Allison e Lydia entrassem e atravessou o corredor até o outro lado do motel.

Parou diante do quarto que Stiles e Scott dividiam e viu a porta entreaberta com as luzes acesas. Talvez tivessem saído por alguns momentos, a ruiva pensou antes de entrar, observando o cômodo exatamente igual ao que dividia com Allison e Lydia, exceto pelas camas que eram de solteiro, ainda arrumadas.

Claire repuxou os lábios e girou os calcanhares ao constatar que os rapazes não estavam, porém, estacou no lugar com uma sensação de frio que passou por sua espinha, eriçando os pelos de seu braço e ouviu uma respiração pesada seguida pelo som claro de algo atingindo o chão num baque em suas costas, fazendo com que se virasse bem a tempo de ver um homem de meia idade com uma corda ao redor do pescoço, pendurado no ventilador de teto com um banquinho de madeira velho derrubado no chão.

— Merda! — Claire exclamara e fora para trás, encostando em algo que era humano demais para ser a porta.

— Claire! — Scott, que parecia um tanto fora do ar, a segurou, parecendo voltar momentaneamente à realidade. — O que aconteceu?

A ruiva se virou, encarando o local onde o homem de meia idade deveria estar, porém encontrara apenas o cômodo vazio.

— Eu... Caralho. Acho que estou vendo coisas... — Murmurou, soltando o ar que nem notou estar prendendo.

O lobisomem encarou o quarto e manteve a mão no braço dela, crispando os lábios. Ele parecia um pouco “fora do ar”, embora a ruga entre suas sobrancelhas indicasse que sua atual preocupação era o que Claire poderia ter visto no quarto.

— Que tipo de coisas? — Ele perguntou após alguns momentos.

Claire hesitou, mas viu que o lobisomem parecia propício a acreditar em qualquer coisa que dissesse. — Acho que vi um homem de meia idade se enforcar no meio do seu quarto. — Falou.

—.... Eu acabei de ver Deucalion enfiando as garras na garganta da minha mãe. — O lobisomem contou um tanto assustado. — E... Parecia tão real, quer dizer.... Ela estava ali! — Apontara para a janela e em seguida passou a mão pelos cabelos.

A ruiva assentiu. — Acho que esse motel está mexendo com você. Na verdade, eu e a Lydia descobrimos uma coisa bem perturbadora sobre esse lugar.

— Que coisa?

— Desde que foi inaugurado, 198 pessoas cometeram suicídio nos quartos. — A garota contara. — E os donos mantém isso com um número na parede.

Scott fez uma careta. — Isso é..... Sádico.

— Pois é. — A ruiva suspirou. — Eu vou checar como estão o Isaac e o Boyd.

McCall assentiu e soltou o braço da garota, que se dirigiu às escadas metálicas. Claire só conseguiu descer o último degrau quando seu celular vibrou no bolso com duas mensagens de Lydia: Volta para o quarto e agora!

A ruiva só teve tempo de girar os calcanhares, pois vira Stiles passar no corredor um tanto desesperado, entrando no quarto das meninas. Subiu as escadas e fez o mesmo caminho, topando com os três adolescentes que pareciam no mínimo transtornados.

— Conte para ela, Stiles. — Allison comentou.

— O que aconteceu? — A ruiva olhou de um para o outro.

— Boyd enfiou o punho na máquina de comida e o Scott parece completamente....

— Fora do ar? — Claire perguntou. — Eu o encontrei quando passei perto do quarto de vocês. Ele me disse que viu Deucalion enfiando as garras na garganta da mãe dele, isso do lado de fora.

— É esse motel! — Lydia exclamara. — E Claire, eu desci com a Allison para mostrar o número e de 198 passou para 201.

Claire encarou a Martin. — 201?

— Como se fossem três sacrifícios. E... E se dessa vez forem três lobisomens? — Allison crispou os lábios.

Lydia atravessou o cômodo com irritação e mexeu na gaveta da cômoda, tirando uma bíblia de lá. — Ou nós vamos embora ou alguém aprende a fazer exorcismo a jato!

Allison, Stiles e Lydia voltaram seus olhos para Claire, que ergueu as sobrancelhas. — Ah não, nem olhem para mim! — A ruiva bufou.

Stiles suspirou pesadamente e tirou a bíblia das mãos de Lydia quando notou um pedaço de papel mais escuro saindo do meio das páginas. — O que é isso... — Falou confuso ao abrir o livro, tirando um recorte de jornal do mesmo. — Homem se enforca no infame Glen Capri... — Stilinski leu e sacudiu a bíblia até que mais recortes saíssem.

Claire se abaixou perto da cama. — Esses dois mencionam o quarto 217.

— São os suicídios que aconteceram aqui. — Allison falou um tanto horrorizada.

— Sabe, normalmente os motéis deixam uma balinha de menta no travesseiro, mas esse aqui te deixa um registro de todas as mortes que aconteceram no quarto! — O tom de Stiles era carregado de ironia.

— E se cada quarto tiver uma bíblia...

— Todas as bíblias devem ter os recortes de jornal. — Claire comentou.

Antes que qualquer um dos quatro adolescentes pudesse abrir a boca, um som metálico estridente vindo do outro quarto cortou o silêncio, fazendo Claire se erguer num pulo e olhar para a parede.

— Eu não fui a única a escutar isso, certo? — Lydia dissera assustada antes que os quatro saíssem correndo até o quarto ao lado. A porta foi aberta com um chute de Allison bem a tempo de que os quatro vissem Ethan segurando um serrote elétrico ligado, direcionando-o para seu próprio abdômen.

— ETHAN NÃO! — Stiles gritou e tentou tirar o serrote das mãos do lobisomem.

Lydia puxou a tomada sem pensar duas vezes, desligando o aparelho de construção momentos antes que Stiles quase caísse de cara no mesmo. Porém, Ethan não pareceu desistir de abrir a própria barriga, forçando suas unhas compridas de lobisomem a surgirem e tentou finca-las no corpo.

— ETHAN! — Stiles, Claire e Allison tentaram segurar o lobisomem, desequilibrando-o de modo que ele rolou e bateu o braço num aquecedor, gritando de dor. — ETHAN!

O lobisomem encarou os quatro adolescentes um tanto assustado, erguendo-se de maneira confusa. — Mas que merda que aconteceu?!

— Você tentou abrir sua barriga com um serrote! — Allison respondera enquanto recuperava o fôlego. — O que diabos estava tentando fazer?

— O quê?! — Ethan os olhara ainda mais confuso. — Eu não.... Eu não me lembro de nada disso...

— Qual a última coisa que se lembra? — Claire perguntou quando o lobisomem apanhou a camisa do chão e a vestiu um tanto irritado.

— Eu estava com o Danny... E só. — Falou, dando as costas aos quatro adolescentes e saiu do quarto, caminhando rapidamente.

— Ethan! — Stiles saiu correndo atrás do lobisomem com as três garotas em seu encalço. — Ethan, mas que merda, acabamos de salvar sua vida, o mínimo que você podia fazer era nos contar o que aconteceu!

Ethan parou de andar a certa distância e os olhou de soslaio. — Eu já falei que não sei de nada! E vocês provavelmente não deviam ter feito isso! — Gritou antes de seguir até o quarto, fazendo com que Stiles e as garotas bufassem.

Allison suspirou. — Vou tentar encontrar o Scott. Precisamos tirá-los daqui.

— Ok. Vamos até o Isaac e o Boyd. — Stiles falou apressadamente, com Lydia e Claire indo em seu encalço até o outro lado do motel, porém, a Martin parou de repente e encarou um buraco do que seria o esgoto. — Lydia?

— Lydia o que foi? — Claire se aproximou da ruiva e parou ao lado dela, olhando na mesma direção do bueiro. — Lydia?

A Martin se ajoelhou e fechou os olhos. — Estou ouvindo água... Um bebê chorando... Ai meu deus... Ai meu deus... Ela vai matar o bebê! — Lydia gritara e se colocou de pé. — TEM ALGUÉM SE AFOGANDO!

Não precisou de muito para que Claire saísse correndo com os dois adolescentes em seu encalço e entrassem com tudo no quarto onde Isaac e Boyd ocupavam. Stilinski olhou na direção da porta do banheiro e atropelou Lydia para passar, encontrando Boyd na banheira com um cofre metálico em seu peito, provavelmente para se impedir de sair para respirar quando não conseguisse mais ficar embaixo da água.

— BOYD! — Stiles levantou as mangas da blusa de moletom e enfiou o braço na água para puxar a corrente que mantinha a água presa. — ELE BLOQUEOU O RALO! — Gritara e tentou mover o cofre. — ME AJUDEM! — Lydia fora do lado dele e Claire do outro, porém não foram capazes de erguer o cofre.

— É muito pesado, nós...

— Ai! — Stiles gritou quando bateu o braço no aquecedor e arregalou os olhos. — Espera... É isso!

— O quê?!

— Quando o Ethan bateu a mão no aquecedor do outro quarto, foi quando ele despertou. — Claire falara, ainda segurando o cofre.

— É calor, fogo! — Stiles passou a mão pelos cabelos.

— Mas ele está embaixo da água! — Retrucou Lydia. — Espera... No ônibus tem uns sinalizadores. Eles têm um antioxidante que queima na água!

Stiles arregalou os olhos. — Você está falando sério?!

— Vai logo! — Lydia empurrou o garoto, que saiu correndo do quarto.

As garotas tentaram, mesmo sabendo que não conseguiriam mover o cofre, fazendo com que Lydia bufasse e deixasse o banheiro por alguns momentos. Claire mexera na água e tentou bater em Boyd, mas independentemente do que fizesse, o lobisomem permanecia imóvel.

— A tampa é como um fósforo! — Claire escutou Lydia dizer a Stiles, abrindo espaço para que o garoto chegasse perto da banheira com o sinalizador já aceso emanando uma chama avermelhada que fora enfiada na água de onde, instantes depois, Boyd abrira os olhos e atirou o cofre para longe de si, fazendo com que o mesmo batesse com tudo na parede do outro lado do banheiro.

— Onde está o Isaac? — Claire perguntou de repente e Lydia apontou para o quarto, embaixo da cama. — Me dá um desses. — Falou, tirando o outro sinalizador das mãos de Stiles somente para ir até o cômodo e se abaixar perto da cama que a Martin indicou.

Isaac a encarou apavorado e úmido de suor, recuando para o fundo da cama. Claire tirou a tampa do sinalizador e o acendeu, enfiando-se embaixo da cama somente para encostar a chama vermelha no braço do lobisomem, fazendo-o gritar.

Claire foi puxada de debaixo da cama por Stiles e os dois viram Isaac virar a cama com tudo ao ficar de pé, seus olhos brilhando em amarelo e os dentes à mostra.

— Caralho... — A ruiva rira de leve, ficando de pé com a ajuda de Lydia e Stilinski. — Precisamos achar o Scott. — Claire falara.

— Sim, vamos! — Stiles puxou as duas garotas para fora do quarto, bem a tempo de verem Allison descendo as escadas sozinha. — Allison!

A morena os encarou preocupada quando desceram as escadas quase tropeçando nos próprios pés.

— Não consegui encontra-lo em lugar nenhum.

— Tem outro sinalizador no ônibus. — Lydia falou tensa.

— Vou lá buscar! — Stiles pegou impulso no corrimão para correr em direção ao ônibus, porém, o garoto estacou no lugar quando viu o chão próximo ao grande veículo amarelo, molhado junto a um galão vermelho de gasolina.

Mais alguns passos e os quatro puderam ver Scott, molhado dos pés à cabeça com o último sinalizador já aceso e firme numa das mãos, fitando o chão de maneira inexpressiva.

— Scott?! — Allison o chamou assustada e deu mais alguns passos, parando pouco antes da poça de gasolina. — Scott?

Scott a encarou com um olhar vazio. — Não há esperança. — Sentenciou.

Allison tinha lágrimas nos olhos ao encará-lo. — C-como assim, Scott... Sempre há esperança...

McCall negou com a cabeça. — Não para mim, nem para o Derek.

— Você sabe que o que aconteceu com o Derek não foi culpa sua.

— E Derek pode estar vivo, Scott. Eu recebi uma mensagem da Sophie quando ainda estávamos na estrada. — Claire falou de maneira suave. — Não desista, eu.... Conheço vocês há pouco tempo, mas parece que sempre têm um plano B, certo? — Olhou para Stiles em busca de apoio e o garoto assentiu.

— E se ele não estiver? E se estiver morto por minha causa.... É tudo culpa minha... Tudo... S-se eu não tivesse sido mordido naquela noi

te, ninguém estaria morto agora.... Todas aquelas pessoas que foram sacrificadas.... Tudo começou porque eu fui mordido! — Scott soluçara e Allison conteve o choro, tapando a boca com uma das mãos. — V-você se lembra, Stiles.... Como era antes?

Stiles o encarou um tanto receoso, mas assentiu.

— Nós não éramos populares, éramos horríveis em Lacrosse.... Não éramos nada... — Scott murmurou. — Talvez.... Talvez eu deva voltar a ser nada.

Lydia conteve um soluço e Claire parou ao lado de Stiles, trocando um olhar breve com o garoto antes que o mesmo abrisse a boca para falar.

— Scott... Quero que me escute, está bem? Você é uma pessoa... Scott você é o meu melhor amigo. — Stilinski falou com a voz embargada. — Scott... Você é meu irmão, e eu preciso de você, está bem? Nós precisamos de você.

Scott o encarou em resposta, mantendo o sinalizador firme na mão, embora qualquer faísca que saísse daquele fogo avermelhado poderia iniciar o incêndio.

Stiles respirou fundo. — Se você vai mesmo fazer isso.... Vai ter que me levar com você, então. — O garoto pisou na poça de gasolina sem quebrar o contato visual com Scott, aproximando sua mão da dele até o momento que conseguiu segurar o sinalizador e atirá-lo para longe deles.

Allison soluçava, porém Lydia só teve tempo de respirar quando um vento gelado bateu em seus cabelos e moveu minimamente o sinalizador aceso.

— NÃO!

Claire só teve tempo de piscar quando fora derrubada por Lydia, caindo por cima de Scott bem a tempo de verem o fogo entrar em combustão e subir de maneira assustadora próximo ao ônibus escolar. A ruiva olhou para trás e viu por breves instantes, uma criatura encapuzada e desfigurada por entre as chamas que desapareceu momentos depois.

— Vocês estão bem? — Allison perguntou assim que o fogo apagou, levando alguns segundos para se sentar no chão. Claire saiu de cima de Scott e Lydia de Stiles.

— Acho que vou precisar de uma bebida... — Claire falou mais para si mesma. — Forte, de preferência. — Falou antes de se levantar, ajudando o garoto coberto de gasolina a ficar de pé, também.

— Não sei quanto a bebida..., mas eu me recuso a dormir nesse motel. — Stiles dissera de maneira um tanto mal-humorada, fazendo Allison rir nervosa.

Claire respirou fundo. — Que tal dormirmos no ônibus?

Os adolescentes concordaram quase de imediato, indo até os quartos somente para buscarem suas mochilas. Isaac e Boyd se juntaram a eles instantes depois, ocupando os bancos da frente já que também não tinham a menor vontade de ficarem no quarto.

Claire sentou no degrau do ônibus e sorriu ao vê-los acomodados nos bancos. Estava sem sono, embora seu corpo pedisse por um local onde pudesse descansar depois de toda aquela agitação. Enfiou a mão no bolso, sentindo o celular vibrar e ao acender o visor, viu as 36 ligações de Sophie e umas 50 mensagens vindas dela.

Passou o dedo pelo aparelho e atendera a ligação de número 37, esfregando os olhos demoradamente.

— Soph?

Eu poderia muito bem te dar uma bronca por todas essas horas de vácuo, mas vou direto ao assunto.... Nós encontramos o Derek, o cretino estava aqui no loft transando com a nossa professora de inglês!

Claire soltou o ar. — Graças a Deus... E qual a má notícia?

O outro lobisomem, Ennis, está morto e..... Segundo o Peter, isso significa duas coisas: ou o Derek se junta ao bando do Deucalion e mata o Isaac, o Boyd e a Cora, ou eles o matam.

— Que... Merda. — Claire suspirou.

— Não é por nada não, mas parece que sua noite não foi das melhores.

— Eu prometo que conto tudo quando chegarmos. — Rira. — Obrigada, Soph.

— Por?

— Ligar. — A Winchester encostou a cabeça na porta do ônibus.

Sophie riu levemente. — É o que melhores amigas fazem. E olha, tenta descansar, você pode lidar com esses problemas depois.

— Eu vou sim. Boa noite, Soph.

— Boa noite.

A ruiva desligou o celular e o guardou de volta no bolso, massageando as têmporas com os polegares quando sentiu alguém atrás de si e levantou a cabeça apenas para ver Scott ali parado, com roupas secas e um tanto cansado.

— Eu.... Não pude deixar de ouvir. — Comentou, sentando ao lado dela na escada do ônibus. — Mas você parecia ter certeza de que ele estava vivo.

— Chame de instinto. Derek é um sobrevivente. — Claire comentou, porém, o lobisomem parecia ver algo diferente nisso.

Scott sorriu levemente. — Não é apenas isso, pelo menos.... Não me parece. Vocês são parecidos, você e o Derek. E apesar de não falar tanto, ele confia em você.

Claire ergueu uma sobrancelha. — Confiar numa caçadora?

— Bem, eu confio. Em duas, aliás. — Ambos riram. — Ele só não está pronto ainda para dizer, mas acredite em mim... Ele confia bastante em você. — Scott bateu de leve no ombro dela quando se levantou. — E eu arrisco dizer que é mútuo.

 

Nós todos somos apenas prisioneiros aqui        
Por nossa própria conta
E nos aposentos do mestre
Eles se reuniram para o banquete

(Hotel California – Eagles)         

 

¹ Nota do diário do John escrita por mim. Kate e Adam são a namorada e o filho bastardo do John que ainda não foi apresentado, por isso Claire não o conhece. 


Notas Finais




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