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História Heavy In Your Arms - Work Song


Escrita por: poisonquinn e Cricket

Notas do Autor


Ophelia -> OLHA QUEM APARECEU! Sim, eu mesma XD Como vocês estão e como passaram de ano novo? xD Espero que bem e vamos começar o ano aliviando vossos corações <3 Espero que gostem do capítulo e vamos começar 2017 com alegria -q UAHSAUSHAUHSA E já aviso de antemão que teremos dois ou três capítulos de tranquilidade, então vai ser basicamente uma aproximação bacana dos ships e desenvolvimentos :3 Espero que gostem! *-* Beijão e nos vemos lá embaixo :D

Capítulo 30 - Work Song


Fanfic / Fanfiction Heavy In Your Arms - Work Song

I didn't care much how long I lived             
But I swear I thought I dreamed her
She never asked me once about the wrong I did

 

Seu primeiro sentido a despertar fora a audição. Escutou os carros passando do lado de fora, seguidas por vozes metálicas pedindo que um médico comparecesse na sala de emergência. Demorou um pouco mais para que suas mãos percebessem dois toques diferenciados, um de cada lado. O primeiro era firme envolvia totalmente sua palma e o segundo era entrelaçado em seus dedos com firmeza. Sentiu gosto de nada na boca e seus olhos se abriram bem devagar, demorando a acostumar com a claridade que entrava pela janela aberta e desprovida de cortinas. Do lado esquerdo, vira um enorme buquê de flores variadas e uns cinco balões amarrados formando uma decoração exagerada já que eram grandes demais e suas cores berrantes tentavam uma sobrepor a outra.

Do lado direito, havia outro congestionamento de balões e um suporte com soro pela metade, conectado por um tubo até as costas de sua mão. Seus olhos fizeram um exame minucioso nos arredores e viu Dallas na ponta da cama, com a cabeça apoiada no colchão parecendo dormir profundamente embora estivesse todo torto e mais ao fundo perto da porta, estavam Isaac e Allison dormindo encostados um no outro.

Claire se mexera e apenas naquele momento percebeu que eram Derek e Sophie segurando suas mãos, o que a fez sorrir antes de dar um beliscãozinho na mão da amiga e fizera o mesmo com o irmão da mesma, que despertara segundos depois.

— Que... VOCÊ ACORDOU! — Sophie gritara com tanta sutileza que Dallas até caiu do banquinho onde estava sentado, apoiando-se desesperadamente na cama para tentar se segurar.

A porta do quarto se abriu com igual sutileza e por ela entraram Scott, Stiles e Lydia. O filho do xerife trazia mais uma meia dúzia de balões enquanto a Martin e McCall tentavam, ainda que inutilmente, driblarem as bolas coloridas e inchadas que flutuavam.

— Você nunca mais faça isso, ouviu?! Nunca mais quase morra senão eu mesma te mato, você tá me entendendo, garota?! — Sophie falou como uma mãe preocupada apontando um dos dedos para Claire e a ruiva teve que rir. — NÃO É PRA RIR NÃO! Eu vou até o além para te trazer pela orelha, sua ruiva de farmácia!

Claire se viu cercada de todos lados e isso a fez rir um pouco mais. — Nossa... Vocês estão uma desgraça, e olha que eu quase fui drenada até a morte...

Os adolescentes riram. — Eu nunca vi tanto sangue na minha vida, e olha que eu vejo isso todo mês... — Allison comentara e Lydia dera risada. — Mas como você está se sentindo?

— Viva. O que é vem estranho porque eu realmente achei que fosse.... Vocês sabem.

— Deaton disse isso, também. Ele achou que você estivesse morta. — Scott comentara, e apesar do sorriso, ela pode ver o quão cansado o lobisomem estava. — Mas então...

— Então eu, linda e maravilhosa cheguei e te trouxe de volta pela orelha, como eu disse que ia fazer, sabe? — A irmã de Derek gabou-se com um sorriso aberto. — Mas sério, eu não sei o que aconteceu. Eu toquei a sua mão e Deaton disse que você estava respirando novamente e seu coração estava batendo. Daí.... Nos apressamos e trouxemos você pro hospital.

— E avisaram a gente só agora. — Dallas reclamou com um bico enorme. — Tipo, ela é minha tia e vocês monopolizaram ela! — Falou com uma ruga entre as sobrancelhas e Sophie rira ao bater na cabeça dele. — Ai! Mas é verdade!

— Com licença!

O grupo se virou, dando espaço quando a mãe de Scott entrara provavelmente para conferir como Claire estava. — Deu pra escutar o grito do outro lado do hospital, então façam menos barulho. — Melissa comentara com sua voz de mãe e os adolescentes riram meio embasbacados.

Apenas naquele momento Claire percebera que Derek não se mexera um centímetro para sair de perto dela, mantendo o aperto firme em sua mão.

— Ainda está apta pra me explicar a cronologia de Star Wars? — O Hale perguntou.

— Se assistirmos tudo na ordem cronológica vai ser bem mais legal e menos confuso. — Claire dera um sorriso.

— Vocês disseram Star Wars?! — Stiles se intrometera e tomou um tapa na nuca, cortesia de Scott. — Ai!

Melissa apenas rira de leve enquanto checava pulso de Claire. — Sophie, pode ir lá no outro quarto pra convencer seu pai de que gelatina de limão não é tão ruim quanto ele acha? Eu vou acabar dando um calmante pra ele ficar apagado pelo resto do dia se continuar nesse drama.

— Melissa, você sabe que ele detesta gelatina. — Sophie dera risada. — É tipo me pedir pra comer purê.

— VOCÊ NÃO GOSTA DE PURÊ?! — Scott comentou chocado.

Stiles a olhara meio abobado. — Meu Deus, cadê o juiz de paz que eu vou assinar o divórcio.... Para ontem! — Stilinski fez uma careta.

Claire ergueu a sobrancelha. — Mas vocês já casaram? Por quanto tempo eu dormi?

Até Lydia dera risada. — Não se preocupe, você não ficou fora muito tempo. — Comentara, dando um tapa num balão lilás que tapou sua visão.

— É, mas agora vocês sabem que ela está bem e podem muito bem ir pra casa descansar. — Melissa comentara. — Claire precisa de repouso e vocês também. Sem exceção.

Dallas riu. — A gente tá atrapalhando o casalzinho aí.

A mãe de Scott colocou as mãos nos quadris. — Sem exceção, agora chispam! — Falara. — Sim, você também Derek, e não adianta me olhar com essa cara de bravo.

— A cara dele é assim mesmo. — Sophie falou sacana.

Derek riu para a irmã sem mostrar os dentes, porém amarrou a cara quando viu Stiles tentando conter uma gargalhada sem sucesso.

— Que seja. Quando eu voltar não quero ver nem sombra de vocês aqui. — A mãe de Scott comentou antes de sair do quarto, fechando a porta em seguida.

— Vamos indo então. — Allison sorriu de leve para Isaac e se aproximou de Claire, afagando o topo de sua cabeça. — Depois voltamos pra ver como você está. Melhore logo.

— Farei o possível, Allison. — Claire também rira e viu Isaac se aproximar meio embaraçado antes de lhe dar um beijinho no rosto.

— Não demora muito não, desencosta. — Sophie comentou empurrando Isaac e balançou a mão em sua frente, algo que fez o loiro abrir um sorriso divertido.

A próxima a se despedir fora Lydia, que apenas fez um carinho em seus cabelos antes de acompanhar Isaac e Allison para fora do quarto. Scott fora o próximo, forçando Stiles e Sophie a irem com ele já que Melissa fora bem enfática ao dizer que todos precisavam de descanso. Dallas deu um beijinho na testa de Claire e disse que iria avisar Alek, Brian e Karl sobre a Winchester já estar acordada.

— Derek, sai daí, você tá uma bosta também, precisa descansar. — Sophie falou indignada que seu irmão continuava ali sentado.

— Estou bem. — O Hale comentou despreocupado.

— Uhum, sei, sei. Bem que nem meus ovos. — A garota rolara os olhos.

— Sophie, você não tem ovos. — Stiles comentou levantando as sobrancelhas e encarou a morena confuso e logo depois pensou mais um pouco e seus olhos se arregalaram. — ... Não é?

Claire não conseguiu não rir. — Derek, ela meio que tem razão, você tá acabado. Precisa dormir algumas horas, pelo menos.

O lobisomem suspirou e logo depois rolou os olhos encarando a irmã que o observava parecendo um pouco irredutível com as mãos pousadas em sua cintura.

— Até a Claire concorda, tá vendo?

O mais velho arqueou uma das sobrancelhas encarando a garota ruiva na cama e rolou os olhos voltando a olhar para a irmã parecendo um pouco vencido.

— Dez minutos.

— Pelo menos umas horas de sono. — Sophie retrucou.

— Meia hora.

— Fechado. — A morena sorriu vitoriosa e viu o irmão soltar a mão de Claire, inclinar-se sobre a ruiva e beijá-la na boca. — AI MEU DEUS PARE, MINHA GLICOSE NÃO AGUENTA!

A ruiva sorriu, sentindo o toque da mão quente de Derek em seu rosto e por um momento desejou que ele não tivesse que se afastar.

— Eu volto mais tarde. — Ele garantiu.

— Está bem. Tente descansar. — A caçadora sorrira levemente e Derek concordara, dando espaço para que Stiles e Scott viessem se despedir dela. O lobisomem a abraçou desajeitadamente e Stilinski fizera o mesmo, fazendo com que Sophie risse antes de ajeitar os cabelos da amiga assim que os dois garotos se afastaram.

— O descansar vale para você também, mocinha. — Sophie comentou, beijando-a na testa. — Voltamos mais tarde para te perturbar.

— Vocês não me perturbam. — Claire riu.

— Claro que perturbamos, é o que fazemos de melhor! — A garota disse divertida, cutucando a amiga no braço antes de beijar sua testa.

Logo, os quatro deixaram Claire sozinha no quarto, fazendo com que a garota suspirasse de leve, ainda observando a porta por onde eles passaram durante alguns instantes quando a mesma fora aberta com suavidade e Brian colocou a cabeça para dentro do quarto.

— Ei garota. — O avô de Dallas comentou.

— Oi, Brian. — Claire sorrira.

— Como você está? — O mais velho indagou, ainda sem entrar.

— Bem, eu acho. — A ruiva respondeu, endireitando-se e enrugou de leve a testa quando a cabeça de Brian saiu de seu campo de visão, porém, a porta fora totalmente aberta e ela vira, ao lado dele, uma figura conhecida.

— Eu poderia muito bem arrancar suas bolas, Kinski. — Bobby Singer comentou um tanto irritado.

— Você me ama demais para isso, Bobby. — O avô de Dallas riu.

O caçador barbudo rolou os olhos e se sentou na cadeira que Derek havia ocupado alguns momentos antes, observando a garota deitada com atenção. Claire sentiu o cheiro forte de pólvora e bebida que emanava das roupas dele, porém nada disse, já que aqueles meses não estavam sendo fáceis.

— Vim te visitar, cheguei na casa do imprestável do Kinski e descubro que você tá no hospital... Quer me explicar que diabos aconteceu antes que eu te deixe de castigo durante o mês todo?

Claire teve de rir. — A culpa não foi dele, Bobby. Tinha uma mulher fazendo uns rituais antigos pra conseguir poder pra matar um lobisomem alfa, isso pra resumir a história toda. — A ruiva comentou. — Mas está tudo bem agora.

Bobby suspirou. — Sam me ligou duas vezes, perguntando de você. Parecia... Um pouco desesperado porque só caía na caixa postal. — Ele falou, tirando o boné por alguns momentos e passou a mão por seus ralos cabelos. — Tem alguma razão pra isso, Claire? Para estar evitando seu irmão?

— Tenho mais de uma, Bobby. — A ruiva respondeu. — E outra, foi ele quem me mandou embora. E eu tenho meu orgulho, não vou ficar me arrastando atrás dele. — Dissera na defensiva.

O velho Singer suspirou e assentiu, decidindo não tocar mais no assunto mesmo que detestasse ver seus filhos postiços afastados daquela forma. — Bem, tudo bem... Mas voltamos ao elefante na sala... Ou no quarto. — Ele ergueu uma sobrancelha. — Pode me explicar o que aconteceu aqui?

— Bobby, uma vez Winchester, sempre Winchester. Não dá para fugir de coisas sobrenaturais. — A ruiva comentou. — Para começar.... Eu fui mordida por um lobisomem. — Contou e viu os olhos de Bobby se arregalarem. — E não, eu não me transformei num lobisomem, Bobby, pode relaxar.

— Mas o que você quer dizer com “não me transformei num lobisomem”, garota?

— Quer dizer que eu me transformei em outra coisa que não é um lobisomem, mas.... Um druida. — E narrara, com alguns desvios, toda a história daquelas últimas semanas, deixando alguns detalhes cruciais como seu crescente envolvimento com Derek, de fora inicialmente.

O Singer suspirou longamente. — Deus amado, garota... — Comentou. — Ouça, eu... Vou ficar por aqui mais algumas horas e depois vou pegar a estrada.

— Anda bebendo muito, não é? — A garota indagou preocupada.

Ele concordou. — Tempos difíceis, garota.... Não ouvi mais uma palavra do seu irmão, nem sei aonde ele está para falar a verdade. Ele não quer ser encontrado... — Comentou sério e a observou, afagando seus cabelos. — Vou conversar com o Kinski, descanse aí, está bem?

— Okay... Bobby?

— Sim?

— Obrigada por ter vindo. — Ela sorriu e o velho Singer rolara os olhos.

— Você é minha filha, garota. Não de sangue, mas isso sinceramente não é importante. Descanse, está bem?

A garota sorriu diante do comentário do mais velho e o observou caminhar, um tanto quanto relutante, para fora do quarto, dando uma última olhada nela antes de fechar a porta e sorrir.

Claire tinha sentido falta dele, dos seus carinhos meio tortos e não muito delicados, do seu jeito protetor e interessado. Como Bobby disse, eles não eram parentes de sangue, mas Claire o considerava muito mais seu pai do que John jamais seria.

Suspirou, remexendo se na cama um pouco desconfortável e fez uma leve careta ao sentir seus músculos doloridos. Um lembrete de suas quedas e de tudo o que tinha acontecido, o que a fez suspirar até encontrar uma posição mais confortável para dormir, embora não tivesse a sensação de que conseguiria. Permaneceu quieta e de olhos fechados, embora sentisse um estado de semissono que era sempre interrompido pela imagem muito vívida de Jennifer em sua forma desfigurada pairando sobre si, conectada a ela raízes retorcidas.

Não soube exatamente por quanto tempo ficou naquele estado, a única certeza que tinha era a que ao abrir os olhos mais uma vez sentia se ainda mais cansada do que quando os fechou.

Numa das vezes, pensou ter visto a porta se abrir, embora não tivesse certeza. Sentiu o corpo paralisado por alguma razão e tentou um pouco desesperada se mexer, embora não conseguisse.

Demorou um pouco para, de fato, conseguir sair daquela prisão que seu corpo se tornara e abriu os olhos, percebendo a figura séria ao seu lado. — Eu dormi tanto tempo assim? — Claire perguntou curiosa e Derek riu de leve.

— Bem, eu não sei, mas já é fim de tarde. — O Hale comentou. — Como se sente?

Claire se sentou com um pouco de dificuldade e enrugou levemente a testa, relaxando um pouco assim que se ajeitou no travesseiro. — Ainda estou processando o que aconteceu.... Quer dizer, a maior parte do tempo eu fiquei meio.... Morrendo.

— Jennifer usou você para se fortalecer o suficiente para poder matar Deucalion, mas... Digamos que o plano dela foi arruinado quando sugeri que ela o curasse. — O Hale comentou de maneira suave. — Ao curá-lo, ela usou mais energia e ficou enfraquecida o suficiente para não ter forças para mata-lo.

— E... Vocês a mataram? Eu não lembro de muita coisa. Sei que em algum momento ela me segurou num círculo de tramanzeira e... Acho que o Scott o atravessou.... E os olhos dele...

Derek assentiu. — Ele se tornou um Alfa genuíno.  E, respondendo sua pergunta, nós não sabemos o que houve com ela, mas.... Acho que ela está morta. — Ele suspirou. — Deucalion voltou a enxergar, e deixou a cidade depois de uma... Ameaça que eu e Scott fizemos a ele.

— Acha que ele pode voltar?

— Sinceramente duvido. — O moreno disse de maneira serena. — Ah e... Conversei com seu tio... Bobby, certo? Ele estava na sala de espera e queria saber o que eu ia fazer no quarto.

Claire teve de rir. — Bobby é super protetor e um pouco desconfiado, não o culpe por isso.

— Um pouco? Achei que ele fosse arrancar minha cabeça. — Derek riu em resposta e ficaram envoltos num silêncio agradável por alguns segundos. — Ouça, eu... Vou levar a Cora para a América do Sul amanhã de manhã, ela tem família lá e... Prefere ficar com eles. — Falou. — Mas eu voltarei em algumas semanas, você não vai se livrar de mim tão fácil. — Era estranho ver o Hale fazendo piadas, e por isso Claire o olhou um tanto admirada, fazendo-o enrugar a testa. — O que foi? — Perguntou com uma confusão adorável nos olhos.

— Não, nada, é que não imaginava você com uma veia humorística. — A garota brincara. — Mas tudo bem, eu não acho que a Sophie e os outros vão tirar os olhos de mim até eu estar totalmente recuperada. Então não precisa se preocupar. — Sorriu levemente. — Apesar de que vou sentir sua falta.

Derek a observou desde a ponta do nariz, o centro da testa e o azul cansado e calmo de seus olhos. — Eu também. E.... A ideia de fazermos algo normal ainda está de pé?

— Como um encontro? — Claire o olhou curiosa e Derek concordou. — Derek....

— Vai me dizer que sua vida é perigosa?

Claire riu de maneira divertida. — Na verdade eu ia dizer que... Tenho medo que você se machuque.

O lobisomem mexera os ombros. — Eu posso me curar.

— Eu sei disso, mas... — A ruiva hesitou e mordeu o lábio. Sabia o que ia dizer naquele momento, mas não conseguia, porque não deseja Derek envolvido naquela briga entre ela e Sam e muito menos com demônios em sua cola. Porém, não tinha coragem de afastá-lo, não agora que estavam tão perto. — Esqueça. Eu não vou deixar minha vida antiga atrapalhar isso.

O Hale sorriu de lado. — Então somos dois. — Falou antes de pegar a mão da garota e plantar um beijo leve nas costas da mesma, segurando-a de forma cuidadosa por alguns instantes. — Andei ouvindo as conversas da Melissa com o médico, ela disse que pode te liberar hoje ainda.

Claire sorrira de leve. — Isso é bom. Apesar que detesto ficar parada e tenho quase certeza que o Brian não vai me deixar nem colocar a cara pra fora nos primeiros dias.

— Eu não duvido. — Derek comentou divertido quando a porta do quarto se abriu com delicadeza e Melissa entrou com uma prancheta nas mãos, acompanhada por um homem calvo de jaleco branco sorrindo de forma gentil para ambos.

— Olá Derek. — A mãe de Scott comentou sorrindo antes de parar ao lado da cama de Claire para fazer algumas anotações. — Olá, Claire.

O médico conferiu algumas informações que Melissa anotou na ficha e em seguida olhara para a garota. — Como se sente, senhorita Winchester?

— Bem... É, eu me sinto bem. — Claire respondeu de maneira sincera.

— Seus sinais vitais estão ótimos e, apesar de abatida, acho que você já vai poder ir pra casa agora. — Ele sorriu bondosamente antes de fazer uma assinatura na ficha que Melissa estava segurando. — Se me derem licença. Melissa vai lhe passar as recomendações, tenham uma boa... É noite agora, certo?

Melissa dera risada. — Sim, doutor Moore. E pode ir, eu passo as recomendações.

— Certo. Até logo. — O doutor sorrira antes de sair do quarto, deixando a porta encostada. Melissa trocara a folha e olhara para Claire e Derek. — Você vai precisar de repouso e algumas vitaminas. Nada de sair fazendo seus malabarismos de caçadora. — A mãe de Scott falou com uma ruga entre as sobrancelhas e Claire dera risada. — Por pelo menos uma semana.

Claire choramingou e Derek abafou uma risada. — Ai Deus... Não dá pra encurtar isso pra uns dias só?

— Vou mantê-la ocupada. — Derek comentara inocentemente e Melissa riu levantando a sobrancelha levemente. — Ahm... Com... Com conversas! É, conversas.... — O Hale se engasgou e Claire teve a impressão que ele ficou vermelho.

— Tenho certeza que vai... — Melissa sorriu. — Então, Claire, vou fazer a papelada pra te liberar, avisar o Brian e o seu tio. Sophie deixou roupas pra você naquela mochila. — Apontara e olhou para Derek, reprimindo uma risada. — Bem... Com licença. — Falara, soltando Claire do soro logo em seguida e se dirigiu à porta, deixando-a fechada assim que passou.

Claire afastou o lençol e suspirou, observando a roupa fina de hospital antes de colocar as pernas para fora da cama e descer do colchão, mantendo as mãos apoiadas no mesmo para que pudesse se equilibrar.

Derek permaneceu na poltrona, observando-a de maneira casual, embora um sorriso de canto brincasse em seus lábios. Claire atravessou o quarto até o pequeno sofá bege, abrindo o zíper da mochila lilás que pertencia à Sophie para tirar de lá uma muda de roupas, levantando levemente a sobrancelha quando viu, inclusive, que tinha um conjunto de lingerie azul claro de rendas que parecia ser exatamente do seu tamanho. Deixou as peças menores de lado e apanhou a camiseta e a calça, além do par de tênis que estava no fundo.

A ruiva se virou, com as roupas empilhadas nos braços e sentiu-se observada pelo Hale, arqueando uma sobrancelha já que ele continuava a sorrir. — Sério, Derek?

Ele se engasgou com o ar. — Desculpe!

Claire dera risada. — Quem sabe outro dia. E eu estou aqui me perguntando como a Sophie acertou o meu tamanho... — Comentara enquanto se dirigia ao banheiro que havia no outro extremo do quarto.

— Ela pegou suas roupas, reclamando bastante porque eram muito grandes pra você. — Derek comentara.

— Isso que dá você ter irmãos com mais de um metro e setenta e roubar as roupas deles. — Claire brincara antes de se fechar no banheiro.

Derek bateu os dedos no próprio joelho e mirou a porta fechada, atendo-se a ouvir o barulho do chuveiro assim que Claire o ligara. Seu lado de lobo lhe fazia sugestões nada castas que ele tentava, de todas as maneiras possíveis, ignorar. Tinha dado abertura para esses sentimentos e o lobisomem sabia muito bem que os efeitos eram intensos o suficiente para que acabasse, eventualmente, cedendo a essas vontades.

Apenas se deu conta de que ficara naquela reflexão por um tempo considerável quando Claire saiu do banheiro, já vestida, com os cabelos molhados envolta por uma névoa fina de vapor, parecendo um pouco pálida.

— Ah, você ficou aí. — Ela riu. — Como é esquisito usar roupas que servem... — A ruiva comentara fazendo o lobisomem rir. — Enfim.... Vamos?

A porta do quarto foi aberta de maneira repentina e Bobby botara a cabeça para dentro do quarto, encarando-os de maneira suspeita. — Ahm... Hum. Bem que eu estranhei que não vi você nos corredores. — Falou olhando para Derek. — E...

— Bobby, está tudo bem, já estamos indo. E não fizemos nada aqui, antes que você pergunte alguma coisa. — A ruiva falou com uma sinceridade desconcertante, fazendo o velho Singer pigarrear e coçar sua barba.

— Ah... E-eu não pensei nada! Er.... Vamos logo, vamos logo!

Claire riu pelo nariz e Derek se levantou da poltrona para acompanhá-la para fora do quarto, já que Bobby tinha se encarregado da mochila. A ruiva os acompanhou pelo largo corredor, não tardando a encontrar Karl e Dallas sentados um ao lado do outro, parecendo um pouco mais... Próximos do que a Winchester tinha visto anteriormente, o que a fez sorrir de leve.

— Graças a Deus que você está bem. — O dentista sorriu aliviado ao vê-la. — Eu estava sinceramente temendo pela minha vida se algo acontecesse... — Olhou um pouco assustado para Bobby, fazendo Brian, que tinha acabado de se aproximar com um café, gargalhar.

A ruiva, então, acompanhou aquele estranho grupo para fora do hospital, acenando para Melissa quando a viu brevemente desocupada. — Onde está a Alek?

— Com o Colin. Ele estava com febre. — Karl comentara. — Vou avisar que estamos indo.

— Onde vocês acham que estão indo levando minha ruiva embora?! — A voz um tanto estridente de Sophie fez Dallas gargalhar e Claire sorrir, enquanto Derek apenas observava a meia irmã vir com uma cara de criança contrariada.

— Lá vem a controladora... — Dallas fez beicinho. — Sai daqui, Sophie.

— Não saio não! — A morena se aproximara indignada. — Olha aí, viu, você tá me devendo vinte pratas porque a roupa serviu direitinho! — Ela cutucou Dallas, que bufara.

Claire riu em resposta. — Inclusive aquele conjunto estranho de lingerie.

— Ideia do Dallas, ele queria um vermelho, inclusive. — A morena dedurou, fazendo o sobrinho de Claire dar um cutucão na morena. — Ai! Mas é verdade!

A ruiva sorriu, embora ficasse dispersa por alguns momentos como se estivesse lentamente processando o que tinha lhe acontecido e o fato de que estava ali, cercada por pessoas que gostavam e muito dela. Olhou Derek pelo canto dos olhos e o Hale pareceu notar que ela o observava, aproximando-se o suficiente para que pudesse pegar sua mão de forma discreta, passando desapercebido pelo grupo.

Claire apertou os dedos dele quando se encaixaram e sorriu com uma sensação estranha no peito. Como se fosse um pequeno canto escuro de uma porta entreaberta, que quando criança seu temor era de que os monstros apareceriam por ali.

Era escuro, e profundo. Como navegar no coração das trevas com nada além de um barco velho de papel.

Eu não me importava muito o quanto vivi              
Mas eu juro que pensei a ter sonhado  
Ela não me perguntou nem uma vez sobre meus erros

(Work Song – Hozier)            


Notas Finais




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