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História Heavy In Your Arms - Criminal


Escrita por: poisonquinn e Cricket

Notas do Autor


Era atualização que ceis queriam, @? UASHSUAHSUAHHSA Aqui estamos nós <3 Já aviso que Ivory Heart e Burn Around Me vão sair no sábado possivelmente, então fiquem no aguardo :) Muito obrigada pelos reviews e, já que faz tempo que nós não temos uma coisa um pouquinho mais intensa.... É HOT QUE FALA NÉ? :v Espero que gostem! <3

Capítulo 71 - Criminal


Heaven help me for the way I am          
Save me from these evil deeds before I get them done
I know tomorrow brings the consequence at hand
But I keep living this day like the next will never come

Havia um pouco de claridade vinda da rua quando Derek abriu os olhos, percebendo que era madrugada já que a luz que entrava pela janela do loft era artificial. Sentiu-se observado por um momento e enrugou a testa, erguendo-se de maneira cuidadosa para que não despertasse o pequeno amontoado de cobertas ao seu lado.

— Você pode parar com isso. — O Hale arqueou uma sobrancelha e encarou a penumbra, ouvindo uma risada suave.

— Só estava protegendo meu investimento. — Braeden comentou serena de uma poltrona enquanto limpava uma de suas armas e encarou o Hale quando este se ergueu e caminhou até a mesa onde todas suas armas tinham sido colocadas. A mulher enrugou de leve a testa ao ver que o curativo na altura das costelas dele ainda parecia sujo de sangue. — Por que não está curado?

— Leva tempo. — Respondeu Derek, evasivo. — Eu não gosto de armas.

Braeden suspirou. — Ei, não podemos trabalhar desse jeito se você vai mentir pra mim. Vocês lobisomens têm um fator de cura acelerado e isso devia ter cicatrizado em uma questão de horas. — Rebatera. — Quero ver seus olhos, Derek.

— Braeden.

— Para de frescura.

O lobisomem bufou antes de fechar e abrir os olhos, notando pela expressão no rosto da mulher, que algo não estava certo. — O quê?

— Está quase desaparecendo. O que quer que Kate Argent tenha feito com você, tá fazendo efeito. — Respondera um pouco tensa. — Por isso precisa aprender a se defender sem usar a força, mas com armas.

— Eu não gosto de armas.

— É porque não as conhece muito bem. — Braeden riu de leve.

Derek revirou os olhos. — Não, é porque já tomei tiro diversas vezes, então armas não são meus objetos de defesa e ataque favoritos.

A caçadora de recompensas riu um pouco e deu de ombros. — Ossos do ofício. — Comentou, notando que o amontoado de cobertas começara a se mexer. — O que você tinha dito que aconteceu com ela?

O Hale crispou os lábios. — Ela matou um cara que tentou matar o Stiles.

— Não é só isso, é?

— Não.

Braeden repuxou os lábios levemente e deixou a escopeta em cima da mesa, aproximando-se da cama onde Claire dormia. Assim que chegou perto, notou a testa lívida de suor e o lábio trêmulo, como se ela estivesse num pesadelo, o que não a surpreendeu muito.

— Ei, garota. Acorda. — Braeden segurou a ruiva pelos ombros e a sacudiu de leve, fazendo com que despertasse num sobressalto. — Pesadelo?

Claire passou a mão pela testa, percebendo o suor frio em seus dedos enquanto concordava de leve com aa cabeça, fazendo com que a mais velha soltasse seus ombros e a ajudasse a ficar sentada na cama.

— Eu vou buscar algo pra gente comer. — Braeden comentou. — Não deixe o Derek jogar minhas armas fora. — A caçadora de recompensas disse divertida antes de se afastar, deixando o loft poucos segundos depois.

Derek se afastou da mesa de armas e se sentou na beirada da cama de modo que pudesse observar a garota. — Achei que fosse reclamar que te trouxe pra cá. — Comentou numa falha tentativa de fazer a garota sorrir, embora ela apenas se ajeitasse recostada na cama e abraçasse os próprios joelhos. — Desculpe, eu...

— Acho que não poderei ficar aqui. — A garota disse em voz baixa.

— Aqui?

— Na cidade. Brian era meu responsável, mas ele foi embora. E.... Eu não sei exatamente como o Stiles está depois do que eu fiz, se contou aos outros o que aconteceu...

Derek umedeceu os lábios. — Você salvou a vida dele, Claire. Aquele homem ia mata-lo e você sabe disso.

— Mas você conhece o Scott, não é?

O Hale riu de leve. — Conheço. Mas não significa que ele não vá reconhecer que isso foi algo que fugiu do controle dele. Ou aquele homem morria, ou Stiles morria, não tinha meio termo. — O lobisomem deu de ombros. — Percebi que você estava desarmada, o que aconteceu?

— O pai do Scott pegou a minha arma. Acho que ele vai assumir a responsabilidade pela morte do fiscal. — Explicara Claire. — Eu... Não lembro muito do que ele me disse, mas sei que me perguntou sobre como atirei, o local onde estava....

— Ele precisava de uma história plausível. — Derek assentiu. — Você me disse que... Enterrou um garoto?

— Ezra. — Comentou Claire. — Eu.... Não o matei, mas... É como se fosse, sabe? Encontrei o Isaac coberto de sangue embaixo da cama no motel onde eles estavam hospedados....

— Claire... — Derek se aproximou um pouco dela e pegou uma de suas mãos. — Você foi prática.

— Eu fiz o Isaac trocar de roupa, enfiei tudo dentro do porta-malas do carro e os levei pra onde estávamos hospedados, na casa do vampiro que o Dallas precisou ajudar pra não morrer. — Ela torceu o nariz. — Eu só.... Eu não devia agir assim, deveria? Tão.... Tão fria.

— Você não é fria. — Rebateu o Hale. — Se fosse fria, teria deixado Isaac lá. Você tem coisas demais para lidar e não sabe como fazer isso, o que convenhamos, é bem compreensível.

Claire deu o primeiro sorriso daquele momento, fazendo com que Derek ficasse mais relaxado. — Mas isso ainda não muda o fato de que eu estou órfã aqui. A senhora Martin me deu duas semanas para ajeitar tudo e, bem.... Eu não faço a menor ideia do que fazer porquê.... Quem iria me adotar?

— Conheço pessoas que fariam isso. O Mikael, a mãe do Scott, o pai da Allison... Eles fariam isso sem nem precisar de um segundo pedido. — Derek riu um pouco. — Até eu faria, mas você sabe como isso seria esquisito.

Ela riu. — É, vendo por esse ângulo, seria bem esquisito. — Claire parecia levemente distante quando a olhou nos olhos. Era como se algo tivesse se partido dentro dela, e Derek conhecia aquela sensação, como homem e principalmente como lobisomem. Peter tinha razão em dizer que uma parte de sua alma escurecia depois disso e a tendência era que ficasse mais fácil e objetivo.

— Precisa de algo? — Perguntou O Hale em voz baixa. — A Sophie trouxe suas roupas de volta, se você quiser tomar banho.

Claire concordou com a cabeça e uma ruga surgiu entre suas sobrancelhas ao afastar as cobertas, percebendo que ainda estava com suas roupas do dia anterior. Sentiu-se observada pelo Hale assim que se levantou e caminhou de meias pelo loft até o pequeno armário no canto esquerdo, separando uma roupa mais confortável.

Acendeu a luz do banheiro e se encarou no espelho pela primeira vez. Viu a garota pálida, de rosto cansado e olhos azuis estreitos por conta da não tão bem-vinda claridade começar a se livrar das roupas que pareciam pesar em seu corpo magro. Deixou-as amontoadas no chão do banheiro, tirando as meias e as peças íntimas, enfiando-se no box de vidros esfumaçados para que pudesse ligar a água numa temperatura morna.

Pressionou a testa no azulejo, deixando a água escorrer por seus cabelos e com um pouco de sorte, tirar um pouco da tensão de seus músculos. Os pelos de seu braço e nuca se eriçaram quando notou pela visão periférica, a presença de Derek, mantendo a ruga entre as sobrancelhas.

— Estava aberta. — Ele deu de ombros.

Ela riu um pouco. — E em teoria, além dos arranhões e hematomas, não tem nada aqui que você não tenha visto antes.

— Exato. — O lobisomem deu de ombros levemente antes de tirar as próprias roupas, deixando-as sobre a tampa da privada assim que fechou a porta do banheiro, adentrando o box. — Claire, eu tenho que perguntar...  O que aconteceu ao Ezra pro Isaac ter de mata-lo?

Claire repuxou os lábios e ficou de frente para o lobisomem. — Honestamente? Eu não faço ideia. Talvez Ezra estivesse só no lugar errado na hora errada.

— Isaac.... Perdeu o controle?

— Um artefato o fez perder o controle, mais precisamente. Dallas e ele estavam fuçando aonde não deviam e, bem, as bruxas de New Orleans não são exatamente bondosas. — Ela fez uma pausa. — Eles estavam investigando a morte de um seminarista quando Isaac foi pego por elas, isso é... Até onde eu sei.

— Como assim?

— Dallas mentiu pra mim. — Claire dissera após um longo suspiro e ficou de costas para Derek, aproveitando para mexer na temperatura da água pelo registro. — Ele disse que tinha sido sequestrado, mas na verdade, ele não sabia negociar com os vampiros. Daí... Precisamos fazer trabalho pro tal de Marcel, que consistia em vigiar um vampiro/lobisomem megalomaníaco e uma loba grávida.

Derek arqueou uma sobrancelha. — Espera, espera.... Que vampiro/lobisomem?

— Klaus alguma coisa.

— Mikaelson ou qualquer coisa do gênero.

O Hale não conteve uma risada e encostou o queixo no ombro dela. — Você tem muita sorte de estar viva.

— Por quê?

— Se for o mesmo Klaus Mikaelson que eu ouvi falar, ele teria feito picadinho de você.

Ela riu um pouco. — Não faltaram oportunidades, mas a família dele percebeu que eu era útil então... Decidiram ficar de boa com a gente. Mas... Como você o conhece? Quer dizer, eu achei que era só blá blá blá quando ele fez aquele discurso de primeiro vampiro/lobisomem?

Derek riu de lado. — Os Mikaelsons são a família mais antiga que conhecemos até o presente momento. Klaus é o lobisomem mais velho que existe porque tem mil anos, justamente por ser um híbrido. Minha mãe veio de New Orleans, na verdade.... Ela era de um clã de lobisomens chamado Clã da Lua Crescente, formado pelas famílias mais antigas. Ela veio da família Labonair.

Claire assentira e em seguida enrugou um pouco a testa. — Bem, até onde eu sei, os lobisomens tinham sido banidos de lá. A loba grávida está escondida, e ninguém sabe da parte lobisomem do megalomaníaco. — A ruiva soltou levemente o ar e em seguida, virou-se para observá-lo. — Por que eu tenho a sensação de que você não dorme mais?

— Porque é verdade. Desde que.... Bem, meus poderes estão diminuindo, eu não consigo mais dormir porquê.... — Ele hesitou, travando o maxilar. — Estou com medo.

— Do quê?

Derek respirou fundo. — Morrer, Claire. Eu vou morrer.

— Todos nós vamos, Derek.

— Eu sei disso, mas...

Ela riu um pouco. — Você não é invulnerável nem invencível, cara. Você vai morrer. Mas não adianta ficar agoniado pensando no assunto, aí você literalmente para de viver e fica só esperando a morte. Se você vai morrer.... É algo que o Bobby sempre dizia pra mim.... A gente te enterra, mas faça o favor de levar o maior número de filhos da puta que você conseguir pra ter uma morte boa.

— Isso parece viking.

— É papo de três garrafas de whisky. — Ela riu.

— Meu Deus....

— Como eu disse, nem todo mundo tem o fígado abençoado de vocês, lobisomens. — A ruiva sorriu divertida.

Derek pensou em vir com uma resposta inteligente, algo que a fizesse sorrir mais, talvez, mas naquele momento em específico tudo o que o lobisomem conseguiu fazer foi beijá-la, atentando-se a qualquer tipo de reação negativa da garota. No entanto, Claire não o afastou e muito menos interrompeu aquele beijo, fazendo-o prensá-la um pouco mais na parede e segurar suas pernas, erguendo-a de modo que ficasse de sua altura.

Claire arfou quando percebeu o que seu corpo estava fazendo, e não teve intenção nenhuma de pará-lo. Agarrou-se a Derek enquanto ele a beijava, sentindo a barba malfeita raspar em seu pescoço a medida em que ele descia até seus seios, chupando um de cada vez de tal forma que os dois adquiririam aquela familiar vermelhidão.

As pernas travaram ao redor do quadril dele e Derek a colocou no chão com um pouco de pesar, embora fosse descendo com a boca até abaixo do umbigo da moça, sentindo-a molhada na região do baixo ventre. Estimulou-a com a língua por alguns momentos e sorriu ao ouvi-la gemer, acariciando-a na intimidade com dois dedos.

Claire abria e fechava a boca, segurando-se nos ombros dele e também na parede apesar da mesma não lhe oferecer segurança nenhuma. — D-Derek....

— Sim?

— Eu vou cair daqui... — Ela conseguiu dizer sem soltar um gemido, embora isso a fizesse rir. — Meu Deus...

— Desculpe, já terminei. — O Hale dissera divertido assim que se ergueu, beijando-a na boca para que provasse de seu próprio gosto misturado ao dele. Prensou-a na parede com alguma intensidade e sorriu de lado, bombeando o próprio membro por alguns instantes.

Claire estava tão entorpecida que nem viu o que tinha acontecido, sabendo somente no momento em que o sentiu mais perto, fazendo-a prender as pernas ao redor de seu quadril quando ele a penetrou de uma única vez. Sentiu a intensidade das estocadas e acompanhou-as com o corpo, gemendo junto ao Hale cada vez que não se beijavam.

Era tudo tão carnal e intenso que Derek precisou com a maior urgência que pôde, naquele momento, tirá-la daquele cubículo e leva-la de volta ao quarto, deitando-se por cima dela na cama porque precisava vê-la e senti-la por inteiro. Suas mãos se entrelaçaram e os lençóis umedeceram já que tinham saído do banheiro sem roupa.

O orgasmo veio forte para ambos. Claire pareceu se desconectar do próprio corpo por um momento, porém ao abrir os olhos, Derek soube que ela ainda estava ali, arfante e com as bochechas rosadas.

— Nossa.... — Ela riu baixo. — Acho que vamos precisar de lençóis novos.

— Talvez um colchão também. — Derek comentou brincalhão antes de sair de cima da garota e se levantar somente para ir até o banheiro desligar o chuveiro e apagar a luz, trazendo consigo duas toalhas e a muda de roupas da garota.

— Obrigada. — A ruiva sorriu um pouco ao se sentar, aproveitando a toalha para secar os cabelos e em seguida o corpo, vestindo-se devagar sob o olhar atento dele, que se limitara a colocar uma calça velha de moletom. — Sophie ligou pra você?

Derek precisou rir de leve. — E como ligou. Na verdade acho que ela vai vir aqui daqui a pouco se eu não ligar o celular, trazendo o Stiles junto porque os dois estão preocupados com você. E antes de eu desligar, eles falaram que se reuniram com os outros e que tinham uma ideia, mas não sei qual era, então....

Ela riu um pouco. — Então ainda temos um tempinho. — A ruiva suspirou ao observar a grande janela do loft, ainda escura. — Você disse que está morrendo, Derek. E que teve certeza disso quando seu nome abriu a última lista de nomes, certo?

— Isso. Eu me sentia mais fraco, mais lento.... E isso só confirmou. E começo a achar que Kate não teve nada a ver com isso.

— Por quê?

Ele mexeu os ombros. — Convenhamos, ela pode ser uma caçadora muito inteligente, mas eu duvido que em poucos meses sendo uma Jaguar lhe deram conhecimento suficiente para tirar os poderes de alguém a ponto disso. Não.... Ela foi instruída por alguém a usar aquele túmulo em que vocês me encontraram.

— Derek, mesmo que ela fosse instruída, não imagino que ela tivesse noção do quão danoso seria. Sabe.... Esse caso todo, da lista, do cofre sendo aberto...

— O quê?

— Eu não sei, é que não me parece ter sentido, sabe? Kate e os Berserkers perdidos em Beacon Hills, essa lista de nomes, o Peter sendo roubado e o dinheiro sendo distribuído. Um desses acontecimentos não encaixa.

O Hale deu de ombros e sorriu. — Devia conversar com o Stiles, ele adora teorizar. Ultimamente ele diz que Peter é o Benfeitor.

— Peter? Por quê?

— Porque o dinheiro era dele e o nome dele não está na lista.

Claire ponderou. — Faz sentido, mas.... Não muito. Qual seria o ganho do Peter em acabar com toda a população sobrenatural de Beacon Hills? E outra, ele não estava nada feliz em perder as letras de câmbio.

— Ok, estou perdido agora.

A ruiva não teve tempo de responder, já que a porta de ferro fora puxada por Braeden, que sorriu para ambos ao trazer uma sacolinha plástica com o café da manhã. — Graças a Deus existem coisas 24 horas por aqui. Como você está, Claire? Sua cor até está um pouco melhor.

— Estou bem, obrigada. — Ela riu de leve antes de sair da cama e se espreguiçar diante da janela escura. Sentiu os ossos estralarem quando esticou os braços e sorriu de leve ao ver o primeiro fiapo de luz diurna surgir timidamente em meio à noite. Alongou o pescoço e se virou para observar a mesinha cheia de armas onde Braeden achou um espaço para os dois copos de café, as rosquinhas açucaradas, a margarina e os três pães que trouxera. — São todas suas? — Indicou as armas.

— Boa parte sim. Algumas compradas, outras emprestadas... — Ela riu de leve. — Essa vida de caçadora de recompensas acaba sendo lucrativa, se é que me entende. Bem mais do que o FBI.

— FBI?

— Ah sim, é por isso que eu achei que te conhecia. Seu sobrenome, Winchester, está em alguns arquivos nossos. — Ela riu divertida. — Alguns delitos menores, óbvio, mas o maior deles é pela morte do agente Henriksen, acho que se lembra dele, não?

— Sim, me lembro.

— Pois é. O caso está em aberto porque ninguém consegue encontrar seus irmãos e você.

Claire enrugou a testa. — Mas tem um federal aqui, ele estava bem interessado em me mandar pra cadeia.

Braeden deu de ombros. — As coisas mudaram, Claire. Ele não fez qualquer denúncia a seu respeito pros caras lá de cima, então você continua desaparecida, de certa forma.

— Saquei. Por que você saiu?

Braeden sorriu um pouco enquanto mordia sua rosquinha. — Eu acabei sendo afastada, na verdade. Esbarrei num caso que, sem querer, virou minha obsessão. E isso não pode acontecer, sabe. Os caras são extremamente rigorosos quanto a trabalho, se é que me entende, e como meu rendimento começou a cair.... Eles me deram essas “férias forçadas” sem salário.

— Que droga.

— É, é por isso que eu virei caçadora de recompensas. Claro que a gente não espera esbarrar em lobisomens e muito menos clãs de caçadores de bizarrices, sem ofensas.

— Tudo bem. — Ela riu.

Conversaram amenidades por mais algum tempo, até que o café acabasse junto com os pães e as rosquinhas. Claire aproveitou que a mais velha fora limpar suas armas para ajeitar a cama, enquanto Derek tentava se entender com uma pistola, o que não estava dando muito certo.

Quando Claire deu por si, já era dia propriamente dito e os alarmes do loft soaram altos, fazendo-a erguer uma sobrancelha quando ouviu a voz de Sophie através das paredes e, em seguida, a porta de ferro ser puxada por ela e Stiles.

— Sabe o que é você entrar nessa porcaria de prédio abandonado e esse negócio começar a fazer barulho como se fosse uma ala carnavalesca? É ASSUSTADOR! — Sophie fez uma careta irritada antes de soltar seu pug de pelagem escura da coleira, que correra desesperado até Claire, enchendo-a de lambidas quando a ruiva se abaixou para cumprimentá-lo. — Não, mas essa ruiva é muito descarada, ela cumprimenta primeiro meu cachorro e nem olha na minha cara!

— Soph, você que soltou ele! — Stiles sacudiu a cabeça.

— Stiles, você cala a boca! — Sophie fez beicinho e Claire se endireitou enquanto o pequeno pug de nome Thor cheirava todo o loft. — Ai, vem aqui logo, sua descarada! — Gemeu ela, puxando a amiga para um abraço apertado. — Como você tá?

— Estou melhor, Soph. Obrigada... Tô feliz em te ver, na verdade.

— Ai que fofinha!

Stiles rira de leve. — Desgruda, querida, agora sou eu.

Sophie colocou as mãos na cintura e ergueu uma sobrancelha. — Como é?

— Ah... Eu quero falar com ela, oras!

A morena estreitou os olhos. — Hum. — Falou, afastando-se um pouco para cumprimentar Derek e dar uma olhada desconfiada em Braeden, voltando para perto de Claire e Stiles logo em seguida.

Stiles amassou a garota ruiva num abraço para total espanto dela, que riu um pouco ao bater de leve nas costas dele.

— Fiquei preocupado, não vou mentir. Quer dizer, o pai do Scott te fez ficar lá e aí...

— Ele pegou minha arma, acho que vai...

— Ele assumiu a responsabilidade pelo tiro. — Stilinski a cortou, fazendo-a erguer uma sobrancelha. — É, nem eu entendi muito bem, mas ele fez isso.

— Papai disse que ele tomou jeito. — Intrometeu-se Sophie com um ar de riso. — Já tava na hora, não é mesmo? E me conta, o que vocês estavam fazendo até a gente chegar?

— Tomando café. Acho que ainda tem rosquinhas, se vocês quiserem. — A ruiva comentou.

— Ah não, estamos bem. — Eles responderam ao mesmo tempo, fazendo a caçadora dar risada.

Derek permaneceu de longe, deixando a arma de lado um pouco para brincar com o cachorrinho de sua irmã, notando como ele não parecia mais tão arisco como antes.

— Vamos as boas notícias! — Sophie deu uma bundada em seu namorado, desequilibrando-o um pouco para divertimento de Claire e Derek. — Claire, a Lydia nos contou do que a mãe dela falou pra você.... Sobre o lance de estar órfã e...

— A mãe do Scott vai te adotar.

— STILES EU VOU TE BATER!

— Você ia contar a maior jornada épica de três horas pra chegar na mãe do Scott adotar a Claire, então eu já dei spoiler.

— DESNECESSÁRIO!

— Espera, espera.... Isso é.... É sério?

Sophie assentiu, tirando de sua bolsa alguns papeis assinados tanto pela mãe de Scott como por seu pai. — Papai fez tudo ontem mesmo, ficamos preocupados porque... Bem, você ficou abalada e a gente queria ajudar, então adiantamos pelo menos isso pra você. Aí só precisa apresentar isso pra senhora Martin que ela vai colocar nos arquivos da escola e você vai estar... Livre, digamos assim.

— Obrigada, Soph....

— Ah, não precisa me agradecer. Se você soubesse o tanto de voluntários que queriam te adotar, ficaria abismada.

— Voluntários?

— Meu pai foi um deles. — Stiles comentou. — O pai da Sophie, o senhor Argent também. — Acrescentara de maneira divertida. — Até.... Acredite se quiser, alguém apareceu do limbo pra querer te adotar.

— Quem? — Claire ergueu uma sobrancelha.

Sophie fez uma careta. — O Peter.

Dessa vez, Derek ergueu as duas sobrancelhas e se levantou da cama. — Peter queria adotá-la?

— Queria, mas o pai da Allison botou ele pra correr. — Sophie comentou divertida. — Aí combinamos que a senhora McCall seria uma boa escolha justamente por ela já ter cuidado do Isaac antes. Bom, mas a gente pode ir debatendo isso pelo caminho, nós temos trabalho a fazer, mocinha.

— Trabalho?

— Ah sim. Muito trabalho.

Derek ergueu uma sobrancelha. — Claire, volte inteira, por favor. — Ele riu um pouco quando a garota olhara para ele.

— Pode deixar. E por favor, aprenda a segurar uma pistola direito, me dá vergonha alheia ver você com medo dessa pistola.

— Ei!

A garota dera risada. — Me deem cinco minutos, vou trocar de roupa e a gente já vai.

Claire mexeu no armário, vestindo-se atrás da porta do guarda-roupas de maneira rápida. Fechou o zíper das calças, da jaqueta e das botas, colocando a faca no cano da esquerda, os pentes de munição extras em cada bolso e, por fim, pedira emprestada uma das armas de Braeden.

Trocou um olhar rápido com Derek antes de sair e sorriu, sabendo por aquele instante que seus amigos, sua família que escolhera naquela cidadezinha não tão pacata, estavam ao seu lado.

 

Que o céu me ajude por causa do que sou
Salve-me dessas más façanhas antes que eu as cometa
Eu sei que o amanhã traz a consequência à mão
Mas eu continuo vivendo esse dia como se o próximo nunca fosse chegar

(Criminal – Fiona Apple)


Notas Finais




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