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História HEIR (Livro 1; Draco Malfoy) - Chp.2: Bem-vinda ao Beco Diagonal


Escrita por: LadyWhispering

Capítulo 3 - Chp.2: Bem-vinda ao Beco Diagonal


1° de Setembro de 1991

Carina não havia conseguido dormir direito. Passou a noite ansiosa, imaginando como Hogwarts seria. Como eram as pessoas lá e como elas deveriam se relacionar entre si. Talvez até fizesse amigos. Talvez não se sentisse uma estranha como se sentia no orfanato.

Quando o sol começou a mostrar seus primeiros raios, Carina conseguiu dormir um pouco. Mas não descansou o suficiente,afinal ,às oito da manhã já estava de pé, terminando de se arrumar para ir embora com a sra. McGonagall.

— Sentirei sua falta — Daphne disse com uma expressão triste. —, você me mandará cartas?

— Todas as semanas. — Sorriu. — Não se preocupe, nos encontraremos em breve. Tenho certeza!

E então às oito e meia em ponto, uma das Irmãs foi até seu quarto a chamar. Carina desceu as escadas com Daphne até o primeiro andar, onde Minerva estaria a esperando. Bem, estaria. Na verdade, ao lado da Irmã Marie havia um homem enorme e robusto, com tantos pelos na face que Carina mal conseguia ver seu rosto.

— Carina, ele veio buscá-la em nome da Sra. McGonagall. — A Irmã Marie explicou. — Comporte-se.

A menina encarou o homem que a olhava com um sorriso simpático, ela retribuiu o gesto. Então, abraçou Daphne e se despediu das outras meninas que se aglomeraram perto delas. Rebecca estava na escada com suas amigas, observando de longe. Desde o dia que apanhara feio de Carina, não lhe dirigiu mais a palavra.

Assim que se pôs ao lado do homem para ir embora, ouviu a voz — simpaticamente forçada — de Marie.

— Não vai me dar um abraço de despedida?

Carina encarou os olhos azuis da mulher e então respondeu:

— Não. — Então olhou para o homem. — Podemos ir?

Ele pareceu um pouco sem jeito pela situação, mas apenas sorriu e disse: — Claro.

Mesmo sem olhar o rosto de sua antiga carrasca, Carina sabia que sua feição não era das melhores. Provavelmente a estava xingando em seus pensamentos.

— Ela parecia bem assustadora, se quer saber minha opinião. Conheço pessoas ruins de longe. — O homem disse, enquanto atravessavam a rua. — A propósito, sou Rúbeo Hagrid, mas pode me chamar de Rúbeo. É como me chamam.

Carina sorriu.

— Acho Hagrid mais bonito.

— Bem, se prefere.

Ao chegarem à outra calçada e andarem mais um pouco, pararam em frente a uma motocicleta.

— Hm, senhor Hagrid — Carina falou, assim que o homem subiu no automóvel. — Eu não sei se conseguirei colocar minha mala aqui.

O homem então tirou uma espécie de saco de um dos bolsos de seu casaco e pediu que Carina lhe desse a mala. A menina, mesmo sem entender nada, obedeceu. Ele então abriu o saco o suficiente para passar a mala e então o fechou. Era como se estivesse vazio.

Carina ficou boquiaberta.

— Vamos?

(...)


A viagem definitivamente não foi como Carina imaginara. Depois de dirigir por cinco blocos e perceber que não havia mais ninguém por perto, a motocicleta de Hagrid começou a voar. Nos primeiros cinco minutos, Carina pensou que fosse morrer, mas depois percebeu que Hagrid era um ótimo piloto.

A descida pode não ter sido das melhores — ocasionando um cabelo totalmente desgrenhado à menina. Eles desceram em uma área isolada perto de um parque e Hagrid continuou o caminho no chão.

— Aonde estamos indo? — A menina perguntou, arrumando as mechas de cabelo, mesmo que o vento não ajudasse muito.

— Ora, ao Beco Diagonal, é claro. — Hagrid acelerou a motocicleta para fazer uma curva. — Segure-se.

Após mais alguns minutos de viagem, estacionaram em uma calçada próxima à uma movimentação. Deslocaram-se pela calçada, seguindo o mar de pedestres que cruzavam as ruas e movimentavam-se apressados.

— Por aqui. — Hagrid chamou a menina, andando até um estabelecimento que parecia esquecido entre tantos outros.

Carina parou na frente da porta.

— Eu imaginei que fosse maior.

— É maior. — Ele abriu caminho para que ela entrasse e fechou a porta. — Aqui é o Caldeirão Furado, nossa forma de passagem.

Carina não compreendia totalmente o que Hagrid dizia, mas percebeu que era inútil tentar entender tudo o que acontecia no meio mágico. Ainda estava tentando compreender como sua mala coube naquele saco que tinha um pouco mais do que o tamanho de sua mão.

Após trocar algumas palavras com os homens daquele bar, Hadrid seguiu com Carina até uma parte mais isolada e de lá tirou um tijolo.

Quando a menina se deu conta, estavam diante de uma estreita rua movimentada. As construções eram altas e os tijolos pareciam se equilibrar para se manter de pé. Pessoas com todos os tipos de vestes — até mesmo com capas e chapéus pontudos. Algumas inclusive carregavam corujas em gaiolas.

— Bem-vinda ao Beco Diagonal.

Carina seguiu Hagrid por um bom tempo até chegarem a um enorme edifício intitulado de "Gringotes", que dividia a rua em duas. Assim que entraram, Carina ficou próxima de Hagrid, estranhando os seres que ficavam sobre as mesas em uma altura considerável. Tinham cabeças grandes para seu corpo, os completamente negros, grandes orelhas e narizes pontudos. Ela pôde ver dentes afiados em alguns. Eram assustadores.

— Não se preocupe, são apenas duendes. Eles são responsáveis por gerenciar o dinheiro de Gringotes. Não fazem mal, bem... só não mexer com seu ouro. — Hagrid explicou, quase adivinhando o pensamento de Carina.

A menina assentiu.

— Por que estamos aqui?

— Viemos pegar sua verba escolar para comprar seus materiais. — Hagrid a olhou enquanto andavam. —Geralmente, cada família bruxa tem sua conta no Gringotes, e desses cofres eles tiram seu ouro para comprar os materiais dos filhos. Alguns pais trouxas podem trocar sua moeda por moeda do mundo bruxo. Mas, no seu caso, quando não se tem um responsável, o Ministério da Magia é responsável por bancar o necessário.

Carina assentiu.

Eles pararam ao final do corredor, onde, por trás de uma bancada de mármore, um duende anotava algo. Nem percebeu a presença de Hagrid, algo que surpreendeu a menina. Hagrid pigarreou.

— Viemos buscar a verba estudantil. — Ele estendeu um envelope ao duende, que o pegou. — Ordens do Ministério.

— Certamente. — O ser disse, debruçando-se para observar a menina. E então desapareceu nos fundos do banco. Minutos depois retornou com um saco de moedas.

Assim que saíram de Gringotes, Hagrid levou Carina até a alfaiateria, a loja de livros e comprou duas casquinhas para ambos no processo. Faltava sua varinha.

— Não se preocupe, Olivaras é um sujeito simpático. E lembre-se, a varinha escolhe o bruxo. — O homem disse, incentivando-a. — Irei ver uma coisa logo ali e então a levarei direto para a King's Cross.

A menina viu Hagrid se distanciar através da janela da loja; era um lugar que aparentava não ter tanto espaço, devido ao acúmulo de caixas que se sobrepunham umas as outras até tocarem o teto. As gavetas de estante enormes também pareciam abarrotas das caixas. Carina se assustou ao ouvir um espirro.

— Ora ora, visita. — A figura de um homem desceu uma escada escondida nas sombras. Quando se aproximou, Carina pôde ver que se tratava de uma senhor de cabelos brancos.

— Você deve ser o Sr. Olivaras, certo? — Ela perguntou, com os braços junto ao corpo.

— Correto. E a senhorita seria...?

— Carina. Somente Carina.

O senhor segurou o queixo com a mão e se debruçou um pouco sobre o balcão, analisando a menina.

— Engraçado... A senhorita tem os mesmos olhos de um bruxo que já atendi há muito tempo. — Carina sentiu uma leve ansiedade em seu peito, imaginando que poderia descobrir algo sobre seus pais. — Mas já faz tanto tempo que não lembro exatamente quem era.

— Ah... — Ela torceu o lábio. — Hagrid disse que aqui eu conseguiria minha varinha.

— Hagrid? Quanto tempo eu não o vejo... Acho que a última vez foi em Julho... Sim, sim... — Ele puxou uma escada que estava mais perto e subiu sete degraus. — Estava com o famoso senhor Harry Potter.

Harry Potter? — Carina repetiu, mais como um sussurro do que uma pergunta.

— Sim, o menino que sobreviveu. Já deve ter ouvido falar de seu nome. — Ele se aproximou novamente do balcão, com uma caixa em mãos. A expressão confusa de Carina não desapareceu, e ela apenas negou. — Bem, de qualquer forma você irá conhecê-lo. Aparentemente ele também iniciará seus estudos esse ano. Aqui, experimente essa.

Carina segurou a varinha de madeira escura com certa hesitação e fez um movimento.

Duas gavetas foram cuspidas com violência para fora da prateleira. Carina engoliu em seco e se desculpou, enquanto colocava a varinha de volta na caixa. Olivaras parecia mais preocupado em procurar a varinha certa do que com a bagunça feita.

Após testar mais cinco varinhas, Carina pensou que talvez tivessem se enganado ao seu respeito. Acabaria destruindo a loja do Sr. Olivaras e não encontraria uma varinha decente para ela. Entretanto, após quase perder as esperanças, o senhor pegou mais una caixa, ainda decidido a achar a varinha certa.

— Tente esta.

Carina sentiu um leve choque ao tocar a ponta dos dedos na varinha. Um leve formigamento correu por sua mão e no momento seguinte uma estranha sensação se apossou de seu corpo. Uma sensação de poder. As luzes das lâmpadas da loja piscaram.

Olivaras sorriu.

— Parece que a varinha finalmente a encontrou, Srta. Carina. — Ele pegou de volta e a analisou. — Madeira de Amieiro, núcleo de pena de Fênix, 22 cm, inflexível.

Enquanto o Sr. Olivaras empacotava sua varinha, Carina apoiou as mãos no balcão e observou todo o processo.

— Senhor, como as varinhas escolhem as pessoas? Elas não são apenas objetos?

— Elas são muito mais do que simples gravetos, criança. Elas possuem sentimentos e propriedades de personalidade, como as pessoas. — Ele então entregou o pacote para ela. — Elas podem ser muito poderosas ou perigosas nas mãos erradas, mas muito úteis nas mãos certas.

— Obrigada. — Ela sorriu, despedindo-se do senhor.

Do lado de fora, encontrou Hagrid com uma enorme gaiola com uma coruja negra como a noite, dentro. O animal tinha grandes olhos dourados e redondos.

— Este é um presente de Minerva, ela mesma reservou esta. — Hagrid disse, vendo a admiração da menina com o animal. — Como irá chamá-la?

— Ainda pensarei em um nome. — Ela respondeu, passando o dedo pela grade da gaiola. — É linda...

Hagrid puxou seu relógio de bolso.

— Ora, temos que ir! Se demorarmos mais, você perderá o trem.

— Trem? — Indagou confusa. 



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