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História Helena ao início - O copo


Escrita por: HanaMochizuki e TateIDD

Capítulo 70 - O copo


Quando as crianças fizeram doze anos, retornando para a Romênia. Seria melhor para eles se adequar aos costumes do seu povo. A rotina era quase a mesma de antes. A única diferença era que eu não era a médica de plantão. Decidi me dedicar aos meus filhos. 

Um dia, fazia compras no mercado que o Chris gostava, quando uma mulher com a aparencia de uns trinta anos se aproximou de mim. 

Sorriu _ Helena?

_ Sim _ respondi rápido demais.

_ Me chamo Marta Pin. Sou sua mãe. 

Uma mistura confusa de sentimentos me tomou de um jeito tal, que eu fiquei sem reação. 

Mas eu tinha uma lista enorme de motivos para nunca, jamais aceitar esta mulher na minha vida. A maioria deles, dizia respeito a todo sofrimento e solidão do meu pai.

_ É bom te conhecer finalmente. Como está a sua vida? _ soei fria, nem lhe ofereci um aperto de mão.

 Na verdade, uma pergunta ecoava na minha mente. Por que agora?

Juntando o tempo da minha humanidade a todos outros anos que eu vivi, eu estaria morta ha muitas décadas se não tivesse os meus maridos. Então tinha que ter um motivo forte para que a minha omissa mãe retornasse das poeiras do meu passado humano, de repente.

_ É assim que você reage ao conhecer a sua mãe? _ reprovou.

_ Desculpa, mas eu nunca tive uma mãe para me ensinar como reagir a isso. Em que posso te ajudar?

_ Não te procurei por necessidade, filha. Apenas pensei que você pudesse querer me conhecer e, quem sabe, me perdoar.


Como acreditar naquela desconhecida? Havia na minha mente, uma vaga lembrança da sua aparência aos meus quatro anos. Ela tinha a aparência de uns vinte anos. O cabelo era liso, o seu sorriso,  me deixava feliz. Ela não mudou muito.

Ela me acompanhou durante as compras e me ensinou a escolher frutas e legumes de um modo diferente do meu. Falamos sobre a evolução da tecnologia e  ela comentou sobre os homens de hoje em dia.

_ Eu não sei. Estou casada há muito tempo. Fica dificil ter um opinião dos homens de hoje.

_ Você está namorando? 

_ Sim, ele faz parte dos lobos solitários da Romênia, agora.

_ Somos vizinhas _ reparei.

Pegou o seu celular e pediu o meu número. Eu dei. 

_ Vamos marcar um encontro na minha casa. Preciso, muito, conversar com você. 

_ Claro _ não soei tão animada quanto deveria.

Ela se foi, antes que eu chegasse a fila do caixa.


A melancolia em mim, me denunciou. Em casa, todos especulavam sobre o que teria acontecido comigo.

Como não comentei, e como a minha mente estava confusa de entender, conversavam sobre mim, pelos cantos.

Uma visita inesperada, me alegrou naquela tarde. O meu pai havia se mudado para a Romênia ha uma semana. Morava perto de mim.

Ele jogou com os netos no Xbox. Isso foi horário de se ver.

Ficou conosco para o jantar e, só  foi embora bem tarde.

_ Conheci a Marta hoje de manhã _ desabafei antes de nós despedirmos. 

_ Como foi?

_ Como reeguer uma Ilha jurássico do mar. Não sei porque fazer Isso. É tarde. Não precisamos passar o passado a limpo.

_ Precisamos, Helena. É  claro que precisamos. Por um futuro melhor.

Sorri do que ele disse _ Você é um otimista, papai.

_ E você não tem muita fe. 

_ Se o passado te decepcionou, que futuro você pode esperar?

_ Com esse pensamento, vejo que você teve sorte de chegar onde chegou, minha filha. Muita sorte.

Nos despedimos. 

Quando voltei, percebi que todos haviam ouvido a minha conversa com o David. Pois me olhavam curiosos. 

Marquei aquela visita e fui até a casa da Marta. Cheguei um pouco cedo e dei de cara com uma garota. Ela tinha a mesma aparência que eu tive aos meus vinte anos humanos. 

_ Helena _ gargalhou ao me receber. 

_ Quem é você? _ tentei ser gentil.

Ela devia ser a filha de um relacionamento antigo da minha mãe.

_ Não lembra de mim? Sou a sua irmã, Eva. Somos gêmeas. A gente era tão pequena quando nos separamos _ sorriu contente.

Retornei para casa pensativa. Parecia que eu estava vivendo o meu inferno particular. Durante a minha vida inteira eu fui invisível. Foi quando estava entrando no inicio do fim que, o Lui me notou e, eu comecei a viver. Mas como seria, se eu tivesse uma irmã gêmea, naquela época?

_ Como foi a visita a sua mãe? 

O Lui estava diante de mim quando perguntou, mas sua expressão ficou preocupada quando eu o encarei.

_ Normal _ dei de ombros. 

_ A sua cara não parece normal _ reparou.

_ Não foi nada de mais. Conversa de mulheres. 

Estava junto a mim em um instante e levantou o meu queixo para me olhar nos olhos _ Você tem um problema. Está escrito na sua testa. Divide comigo? Posso te ajudar.

_ Como sabe se pode me ajudar?

_ Por que eu faço qualquer coisa por você. 

_ Talvez não _ me afastei.

_ Como é que é? 

_ Talvez não seja eu. Talvez você tenha errado a pessoa _ comecei a lavar verduras para o jantar para não ter que encara-lo _ Ja pensou na possibilidade de haver outra pessoa exatamente igual a mim, andando por aí? 

_ Exatamente igual a você! _ o chris respondeu, pegando a conversa pelo meio, mordeu uma maçã que pegou da fruteira _ Quer dizer, como uma sósia ou irmã gêmea? 

Deixei um copo cair ao ouvi-lo e encarei os dois com cara de culpada.

_ Você tem uma irmã gêmea! _ espanto na voz do Lui.

_ Quem tem uma irmã gêmea? _ o Will entrou na cozinha acompanhado do Uriel. 

_ A Helena _ o Chris disse sentado a mesa com a sua maçã. 

_ Conheceu a Eva? _ o Uriel se servia de café ao me dizer.

_ Você sabia? _ larguei a pa no chão, ultrajada, e caminhei para perto dele em tom de cobrança. 

_ A Eva é uma lycan. É minha obrigação saber.

_ Por que você não me contou? _ eu quis saber. 

_ Posso saber porque isso agora? _ o Uriel se irritou.

_ Porque...? _ parei sem saber como colocar. 

De repente, todos me olhavam com preocupação. Um silêncio tomou a cozinha. E eu me sentia sozinha e incompreendida.

_ Vamos _ o Lui agarrou a minha mão e foi me levando para fora até a moto do Chris. 

_ Você não tem a chave _ reparei e a moto ligou de repente.

O Lui montou nela _ Sobe aí _ sorriu.

Montei agarrando a sua cintura e saimos.

Apeamos no Cárpatos e caminhamos para o alto. Olhei para o vale lá em baixo. O Lui me abraçou por trás, olhando o vale por cima do meu ombro. 

_ É um inferno não poder ouvir os seus pensamentos, sabia?

_ É um alívio para mim.

_ Que bom! Então você não se importa em  me falar.

_ Você ouviu.

_ Você tem uma irmã gêmea. E daí? 

_ Se for ela a pessoa a quem você procurava, quando me encontrou? 

Abriu um grande sorriso, que disfarçou em seguida, com um ar pensativo _ Bem, então é isso o que preocupa você? _ suspirou aliviado _ Eu não sei. Talvez eu tenha me enganado. O Will e o Uriel  também.  Mas o Uriel conhece a Eva. Acha mesmo que ele não notaria?

Encarei-o notando que ele estava brincando comigo _ Posso saber o motivo disso ser engraçado para você? 

_ O seu modo de ver as coisas me diverte _ ficou de frente para mim _ Você se apega demais a aparência. É normal, você é jovem. Mas não é assim que nós vemos o mundo. Você tem uma energia que nos atrai. Nós saberíamos quem é a real em meio a milhares de clones seus. Ninguém se enganou, Helena _ sorriu divertido.

_ Ainda assim, me assusta ter uma irmã gêmea.

_ Eu também ficaria assustado no seu lugar.

_ Você? Por quê? 

_ Por que os vampiros, na sua vida, se apaixonaram pela sua energia única, mas o lobisomem, na sua vida, pensa como você. 

O encarei grave.

O Chris me amou pela minha aparência. O meu coração partido e a minha personalidade difícil, atrapalharam mais do que ajudaram. O fato de eu estar eternamente comprometida com outros, o fazia surtar. 

O lobisomem na minha vida estaria melhor com a Eva. 

Continuamos caminhando e entramos na floresta citada por Bram Stoker. 

_ Está com ciúmes? 

_ Parece mesquinho sentir ciúmes da minha aparência na minha irmã. 

_ E daí? 

_ Na verdade, não. 

_ Mesmo se o lobo se encantar por ela?

_ O meu medo maior foi a possibilidade da minha vida até agora, ter sido uma fraude. Eu amo o Chris e, quero que ele seja feliz. Se isso significa que ele vai me deixar pela minha irmã gêmea, ainda assim, eu ficarei feliz por ele.

_ Altruísta. Por favor, nunca me ame assim?

Sorri.

Fomos até as ruínas do Castelo do Drácula e voltamos para casa.

Ouvimos risos vindo da sala ao chegar. Fomos ver o que acontecia e vimos a Eva jogando monopolio com o Chris e os meus filhos. 

_ Helena _ ela me notou primeiro _ Você esqueceu a sua bolsa lá em casa _ veio até mim, me entregando. 

_ Ah, que distraída! Muito obrigada por trazer. Mas não precisava se dar ao trabalho. 

_ Não foi nada. Acabei conhecendo a sua família. Os meus sobrinhos e o Chris. 

_ O prazer foi meu _ o chris se juntou a nós na entrada da sala.

Olhei para o lobo que parecia muito a vontade com a cunhada.

_ Não tem mais ninguém em casa?

_ Saíram para caçar _ o Chris explicou. 

_ Eva, este é o Lui. O meu primeiro marido ele também é pai dos meus filhos com o Chris. Compartilhamos quase tudo por aqui.

Ela não pareceu compreender muito bem, mas deixei assim.

_ Prazer. Eu já vou indo _ pegou a sua bolsa no sofá e, me deu um beijo no rosto antes de ir.

O entrosamento entre o Chris e a Eva se comprovou em uma festa entre lobos. Se não fosse o Will ir conosco, eu teria ficado a mercê do Alexandre durante a festa toda.

Uma semana depois, estava com o Uriel em um restaurante, quando vi os meus pais juntos. Pareciam muito íntimos. 

_ Helena _ o Uriel estranhou a minha reação e acompanhou o meu olhar _ Deve ser a primavera _ brincou.

_ Por que eles não me contaram? _ decepção no meu tom. 

_ Talvez a sua mãe quisesse se acertar com você primeiro. 

_ Eu não devia ter voltado para a Romênia. 




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